Nós 3.

Chapter I

Imenso Vazio.

Classificação: +16 (Contém: Insinuações de sexo.).

Enlaçados e cobertos por um lençol bege acinzentado, um casal de jovens se amava.

A menina de cabelos rosados exibia um semblante cansado, mas com uma mescla de alegria ao sentir seu amado juntar os lábios nos dela num suave ósculo.

O moreno que tinha a respiração descompassada caiu ao lado da sua doce rosada. Abraçou-a por trás trazendo-a para mais perto de si, numa posição possessiva agarrava a cintura da mesma.

Molhados pelo suor compartilhavam a quentura de seus corpos. O sono era visivelmente exposto no rosto de sua pequena.

Ela cerrou os olhos para embarcar nos braços de Morfeu.

Ele também cansado encostou o queixo no topo da cabeça da rosada, haviam se amado como nunca antes, mas algo nele o corroia, sangrava. E sabia que tudo era relativo a ela.

Mesmo assim proferiu:

_ "Nunca esqueça o quanto eu amo você!".

O céu azul safira anunciava que havia anoitecido, a lua minguante brilhava intensamente, as estrelas eram espalhadas e cintilantes.

A casa vazia.

No quarto apenas uma presença. A menina de cabelos rosados abria os enormes olhos verde-grama. Fitou o teto.

Tateou a cama em busca de alguém. Encontrou apenas o lençol vazio.

Levantou-se em desespero, o quarto escuro não ajudava a sua procura, que foi em vão. Deparou-se com um bilhete na mesinha de cabeceira.

"Irei com meus pais para Alemanha às seis...".

Ela voltou-se para o relógio digital da parede, eram oito e trinta.

"Creio que não nos veremos mais, mas saiba que nunca, nunca, nunca me esquecerei de nós... Principalmente de cada um dos momentos que nós tivemos juntos. Você para mim era única e perfeita. Espero que não me odeie por tal fato, mas saiba que você foi a coisa mais importante na minha vida.

Ass: Uchiha Sasuke."

Lágrimas tombavam a face da jovem, ela havia o perdido, o perdido...

Os raios de sol escoravam-se nas janelas e ultrapassava a barreira inútil das delicadas cortinas brancas do quarto magenta, a rosada encolhida na poltrona bege já não chorava mais, seus delicados dedos se entrelaçavam uns nos outros, trazendo as pernas para mais perto do queixo assumindo uma posição fetal.

Com os olhos vermelhos e inchados, estava a pensar, "Como ele não tivera coragem de dizer cara a cara?" Perguntava-se incessantemente.

Fitava a parede repleta de pôsteres de bandas adolescentes.

Seu olhar era distante, vazio, seu olhar era fosco. Não aparentava mais aquele brilho esmeraldino pulsando de felicidade. Aquele definitivamente não era o "olhar Sakura".

Passava-se das onze da manhã, seus pais já deveriam estar voltando da viagem de comemoração dos vinte anos de casados. Consequentemente, se vissem sua garotinha nesse estado perguntariam o por quê. Ela tinha total conhecimento da zanga que seus pais tinham dos Uchiha. Não contaria.

O barulho do portão retirou-a de seus devaneios, estreitou os olhos para janela, visualizou o carro de seus pais a caminho da garagem. Suspirou profundamente. Sentiu as pernas pesadas ao levantar-se e dores de cabeça estonteantes.

Ela não queria sair do quarto, do último lugar em que o viu, do ultimo lugar que ainda tinha o seu a porta vendo um corredor iluminado por um lustre de cristal, foi em direção à escada de madeira rústica com detalhes coloniais. Com passos fortes descia as escadas devagar, não queria chegar ao fim desta, não queria.

- Minha querida! Senti sua falta. – A mulher de cabelos ruivos dizia enquanto deixava a mala no pé da escada. – O que fizestes nesta última semana sem nós?

- Nada de mais... – A rosada respondeu com a visão fixa no tapete marrom dourado da sala de estar.

- Sakura, meu bem o que aconteceu? – A mãe da menina disse em tom preocupado. – Parece que passou a manhã toda aos prantos... – Tomou o rosto da filha em mãos.

- Minha princesa! – Um homem de cabelos grisalhos entrava pela porta da frente carregando diversas malas. – Trouxe uma um presentinho para você das Bahamas...

- Eeh! Eikichi... – A mulher repreendeu o marido. – Não está vendo que a nossa filha passou por algo difícil essa manhã?

- Não! – Sakura balbuciou fitando os olhos maternos cor de mel. – Eu... Eu vi um... Um filme, e fiquei pensando no quanto ele... Ele era triste... – Sorriu amarelo com a sua resposta descompassada.

- Aham... – Concordou desconfiada. – E sobre o que era esse filme?

- Sobre um casal... Que acaba se separando, pois ele se muda para outro país... – Fitou a figura do pai emudecido no meio da sala.

- Kiyoko! Por falar em se mudar... – O homem largou as malas e veio em direção da esposa. – Aqui minha princesa! – Depositou um beijo na testa da filha e lhe entregou uma caixinha de madeira rosa bebê. – Os Uchiha se mudaram...

A rosada ao escutar aquele sobrenome congelou. Seu pai já sabia dessa notícia desagradável, a família Uchiha, do fim da rua, havia se mudado... Pelo visto as fofocas estavam correndo soltas.

Ela abraçou a caixinha com extrema força, sentia que estava prestes a chorar, mas não o faria. Mesmo vendo tamanha felicidade que seus pais exibiam por tal notícia.

Resolveu abrir o presente que seu pai havia trazido, ela podia sentir o cheirinho de Caribe. Uma pequena boneca de palha, ela tinha os cabelos trançados e pequenas flores no topo da cabeça, realmente era um lindo suvenir.

- Isso mesmo, o vizinho dos 730, Oota Hisashi, me contou assim que pus o pé fora do carro... – Seu pai conversava animadamente, essa notícia foi uma das melhores - para eles, essa manhã.

- Pai, eu adorei... Eu... Eu vou guardar lá em cima, tá? - Sorriu falsamente.

- Claro meu anjo! A propósito, se arrume rapidinho... Nós só vamos deixar as malas no quarto e iremos almoçar fora... – Eikichi sorria abertamente. – Acabamos de chegar e temos uma notícia tão boa assim, tem que se comemorar...

Tsuzuku...