Disclaimer: Glee me pertence e eu faço o que quiser com os personagens, bwahaha ...Brincadeira, gente.
N/A: Certo, todos sabemos que o Kurt é um gay convicto, mas eu nunca vou me conformar com isso. Peço desculpas aos fãs da série caso eu ofenda a personalidade dele aqui de alguma forma.
Houve uma garota. Sim, apenas uma. Seria mentira se dissesse que não. Aquilo aconteceu muito antes do clube do coral. Muito antes de começar a recortar anúncios de revistas de moda para pendurar no guarda-roupa. Aconteceu com um Kurt de apenas meio metro.
Seu nome era Caroline. Tinha cabelos ondulados cor-de-fogo, pele pálida e sardas por todo o seu corpo miúdo e infantil.
Ela era diferente. Não era enjoada como as outras garotas, e não hesitava em emprestar uma de suas bonecas a um garoto. E, acima de tudo, ela não o achava esquisito.
Já fazia muito tempo, era difícil se lembrar de pouco mais do que aquela última conversa que ela mesma começou, enquanto fazia sua nova boneca loira ir ao shopping comprar roupas e alguns bebês.
- O que você quer ser quando crescer, Kurt?
- Uma bailarina. – Respondeu simplesmente, enquanto continuava a montar sua lojinha de crianças. Mas ela continuou:
- Eu quero ser um unicórnio.
- Você não pode ser um unicórnio.
- E você não pode ser uma bailarina.
- Por que não?
- As suas pernas são tortas demais.
Algum tempo de silêncio, um ar de ofensa infantil.
- Você é meu garoto preferido, Kurt. Eu sou a sua garota preferida?
- Você é a única garota que eu conheço.
- Então eu sou?
- Só ganhou por falta de opção.
- Os meus pais disseram que nós vamos ter que ir embora da cidade. Você vai sentir a minha falta?
- Você pode me dar essa boneca?
- Vai sentir minha falta sim ou não?
- Vai me dar a boneca sim ou não?
- Tudo bem, pode ficar.
- Então vou sentir, sim.
Ela permaneceu mais algum tempo calada, inquieta. Em um reflexo rápido, mordeu-lhe a bochecha.
- Ai, ai! Você tem algum problema?!
- É pra você se lembrar de mim.
- Tá doendo! Vai sangrar! Eu vou pegar tétano e morrer!
- Aí você não vai se esquecer de mim.
Kurt sorriu, melancólico. Tudo isso era extremamente nostálgico. Não havia visto Caroline desde aquele dia. Não havia tido mais nenhuma notícia, nem conseguia lembrar-se de muita coisa. Talvez nem mesmo voltasse a se lembrar daquela amizade de infância, se não tivesse encontrado a boneca de cabelos agora duros de tanta poeira, enfiada dentro de caixas de mudança que nunca haviam sido reabertas.
A última coisa concreta que realmente tinha fixada para se recordar era...
"Eu te amo, Kurt"
