Os personagens deste conto são propriedades da ATLUS.
Finalmente resolvi tentar algo que estava na minha cabeça a algum tempo: escrever uma fanfic.
Esta fanfic é uma 'retelling', ou uma novelização da história de Persona 4. Sim, eu sei que no momento há várias fanfics deste tipo aqui, mas resolvi tentar mesmo assim. Todos merecem uma chance, não? Além do mais, não se ve muito movimento brasileiro por aqui, não é mesmo? Possivelmente esta fanfic será traduzida para o inglês no futuro, quando eu tiver tempo. E, por falar em tempo, não haverá um cronograma para a postagem de novos capítulos.
Aqui vão algumas informações:
*Vai haver apenas um personagem OC, ele vai entrar para o Time de Investigação, mas não vai virar um foco, sendo assim apenas mais um membro do time.
*Em determinados momentos o POV (Point of View ou Ponto de Vista) mudará, mas seram poucos casos.
*Pares serão discutidos em capitulos futuros
Reviews são bem vindas. Perdoe-me por qualquer erro de digitação ou de concordância verbal. Qualquer coisa, é só avisar.
Essa fanfic é um novo hobbie para mim, mas não pense que eu não a levarei a sério, ok?!
Bem, isso é tudo. Espero que gostem!
"Ah, enfim acordaste."
Após ouvir essas palavras eu começo a recobrar os meus sentidos. Minha visão ainda esta um pouco ruim, mas eu me esforço para reconhecer meus arredores. Olhando para baixo eu vejo minhas pernas, imóveis enquanto sento em um tipo de poltrona. Ela é bem confortável, tem uma aparência bastante sofisticada e é... '...azul?' Foi então que percebi: tudo era azul. O chão, os móveis, o teto e até o...espera um pouco. Por que o teto é tão baixo? Olho para o lado e vejo uma pequena janela, do tipo que se encontra em carros. É isso, estou em um carro- ou melhor, uma limosine. Me esforço mais um pouco, porém a visão de fora da janela é ofuscada por uma densa névoa. 'Onde diabos eu estou?!'
"Esta, meu querido convidado, é a Sala de Veludo"
Novamente, ouço a voz. Ao seguir em direção a ela, me deparo com uma mulher trajando um vestido com o mesmo tom de azul que o resto da sala. Seu cabelo loiro prateado é preso por uma tiara cuja cor combina com o vestido e o salto alto. Ela dirige seu olhar para uma espécie de livro. Seu volume da um aspecto de bíblia, ou de um grimório. Então ela dirige seu olhar para mim, e eu vejo eles: aqueles brilhantes olhos amarelos. Por algum motivo, não consigo desviar o olhar. É como se... se meus olhos fossem atraídos pelos dela, como um clips de papel para um imã. Quando enfim consigo tirar meus olhos daquele estranho feitiço, eu consigo ver seu rosto em detalhe. Tudo nela parece sobrenatural: suas vestes, sua pele, seus cabelos, sua boca, seus olhos. Ela é linda. Assustadoramente linda. Ai, então, percebo o que estou fazendo.
"Oh, errr..me desculpe." digo, tentando esconder o vermelho de vergonha do meu rosto.
Ela deu um pequeno riso, "Não se preocupe." Ela disse em uma calma voz enquanto sua boca se contorcia em um sorriso, e continuou "Se não for muito incomodo, meu mestre gostaria de dizer algumas coisas."
'Mestre'? Só então que me dei conta de uma outra figura sentada ao seu lado. Um homem, encurvado, com as mãos apoiando seu nariz. 'Suas mãos...apoiando...o nariz?' Percebo que seu nariz e tão grande quanto suas grandes e pontudas orelhas, e que talvez seja maior que sua própria cabeça. Ele abre seus olhos e tenho o mesmo sentimento que tive ao olhas nos olhos daquela mulher, só que com uma diferença: não me sinto mais atraído, porém pertubado. Apesar de parecerem normais, seus grandes olhos estavam vermelhos, como se não dormisse a dias e suas pequenas pupílas penetravam até a mais profunda área da minha alma. 'Parece que alguem tomou café demais...' Penso, tentando afastar todos os pensamentos daquele bizarro lugar.
"Bem vindo," ele diz, abrindo um sorriso extremamente assustador " a Sala de Veludo." Ele diz, estendendo a mão para o lugar. "Este é um lugar que existe entre os sonhos e a realidade, a mente e a matéria, e só aqueles que, de uma forma ou de outra, entraram em um contrato tem acesso." 'Um contrato?' penso 'Mas eu nunca assinei nenhu-' "Pode ser que tal ocorrido aconteça a ti em um futuro próximo." Ele diz, como se pudesse ler meus pensamentos.
De repente, em um sobresalto ele continua "Ah, perdoe-me, mas parece que eu negligenciei em introduzir-me e a minha assistente. Meu nome é Igor, estou honrado em conhece-lo" 'Igor...por que eu não estou surpreso?' Ele então aponta para a mulher ao lado "Esta é Margaret. Ela é uma residente deste lugar, como eu."
Residente? ' Eles moram aqui?' Me questiono enquanto minha atenção é voltada agora a linda dama "Meu nome é Margaret. Estou aqui para acompanha-lo durante sua jornada." Antes que pudesse dizer qualquer coisa Igor me interrompe "Agora, por que não se introduz?" 'Oh, claro. Vou apresentar para um corcunda bizarro e uma linda dama logo após ter acordado em uma limosine passando pelo meio do nada. É. Totalmente normal.' Penso sarcasticamente, mas pelo visto meu cérebro não processou o sarcasmo.
"Meu...meu nome é..." digo sem pensar. 'O que estou fazendo?! Me apresentar a dois estranhos que possivelmente me sequestraram?'
"Hm, interessante." Diz Igor, enquanto tira do bolso do seu palitó um pequeno baralho de cartas e o coloca no centro da mesa que fica a sua frente "Diga, você acredita adivinhação?"
'Adivinhação? O que ele é, um cigano?' penso enquanto olho com atenção o baralho. É muito pequeno para ser de cartas comuns, deve ser um baralho de tarot. "Não exatamente." Digo, expressando meu sentimento a respeito daquele assunto.
"Hmhmhm, entendo. Devo dizer, porém, que a adivinhação é algo fascinante. Cada leitura é feita com as mesmas cartas, mas o resultado é sempre...diferente." E com um movimento de mão seis cartas saem da pilha, flutuando e se encaixando em lugares específicos da mesa. "A própria vida também segue esse mesmo principio, não acha?"
Eu deveria estar muito assustado com aquilo tudo, mas, por algum motivo, continuo calmo. "É, acho que sim." Bem, ele não estava errado quanto a isso.
"Vamos ver o que o futuro reserva para você, sim?" Com um similar movimento de mão uma das cartas é virada num passe de mágica "Hm, a Torre na posição vertical indica o futuro imediato. Parece que uma terrível catastrofe é iminente." Disse com um pequeno sinal de preocupação. 'Ótimo. Tudo que eu preciso nesse momento.'
"A carta indicando o futuro após isto é..." Ele revelou outra carta "A Lua, também na posição vertical." Pensei em perguntar o que significava a posição dessas cartas, mas ele continuou. "Esta carta indica hesitação, e mistério." sorriu "Muito interessante mesmo."
Sorriso arrepiante de lado, o que ele esta tentando dizer? 'Uma catastrofe vai ocorrer? Um mistério que eu vou hesitar em resolver? Ugh, nada até agora fez sentido, não vale a pena pensar.'
"Parece que um infortúnio ocorrerá no seu proximo destino, eu uma grande mistério sera posto em sua responsabilidade." Ele então apontou para mim "Neste momento, então, seu contrato será validado."
"Você disse que só aqueles que tem um contrato podem entrar aqui. Por que eu estou aqui se eu ainda não entrei em um?" De todas as perguntas que eu tinha para fazer, por que fui escolher logo esta?
"Esta ocasião é um tanto...especial. Será necessária toda assistencia possivel, visto que o seu futuro sera perdido para sempre caso sua missão não seja cumprida."
Novamente, mais perguntas sem respostas. "O que você quer dizer com 'o meu futuro será perdido para sempre'?" Eu engoli a saliva que se acumulava na minha boca nervosamente e então prossegui "Eu vou...morrer?"
"Nos entraremos em detalhes em uma outra oportunidade." Ele move sua mão em um suave aceno "Até lá, adeus."
. . .
Quando me dou por mim, estou em outro lugar. Parece ser uma sala comum. Não posso ver muito detalhes, ja que minha visão esta focada em uma figura a minha frente.
"O que você quer de mim?!" disse a figura, com um tom assustado em sua voz. Tudo que sei é que é uma mulher, cabelo curto, provavelmente entre os 30 e os 40 anos.
Eu caminho em direção a ela, sem controle sobre meu corpo. Minha boca se movimenta mais não consigo entender as palavras que saem dela.
"Isso não tem nada a ver com você!" Ela gritou "Q-quer que eu chame a polícia?!"
Eu me aproximo dela ainda mais e a pego pelos ombros. Novamente digo mais palavras que não entendo. Por algum motivo, tais palavras a haviam chocado.
"O-o que você vai f-fazer comigo?!" Ela disse, soluçando enquando eu enterrava minhas mãos em seus cabelos e dizia mais palavras. Seus gritos traziam um sorriso ao meu rosto. Me davam prazer. Então com toda força, agarrei sua cabeça com as duas mãos e...
Finalmente, retornei a realidade. Observando meus arredores, percebo que estou em um trem, e, desta vez, ao olhar pela janela eu vejo um limpo campo verde. 'Ah claro. Estou indo para o interior, viver com meu tio. Devo ter adormecido na viagem.' Demorou um pouco para lembrar de tudo, inclusive do sonho bizarro com o tucano corcunda e sua linda secretária. Mas...ainda falta algo. Tem algo que não me lembro mas, o que será? 'Melhor parar antes que fique com uma dor de cabeça. Ou algo pior.' Nesse momento, ouço uma voz vinda dos altofalantes do trem "Yasoinaba. Chegamos agora na estação Yasoinaba."
"Bem, aqui estamos." Levanto, pego minha bagagem e sigo para a porta. "Espero que esse ano seja calmo." Tento parecer otimista "Afinal, o que poderia acontecer?"
Ah, se eu soubesse.
