Título: Fruto do Pecado
Autora: Débora Isaacs
Shipper: Severus x Lucius
Gênero: Romance/Drama
Sinopse: Ela é completamente Malfoy, inclusive nessas atitudes mínimas. A única coisa que temos de parecido é a cor do cabelo.
Avisos: SLASH. Mpreg. Contém spoilers.
Disclaimer: Harry Potter e seus personagens são propriedade de J.K Rowling, Warner Bros. e Cia. Esta fanfiction não possui fins lucrativos.
Algumas considerações: Fruto é o meu xodozinho. É a primeira long que escrevi e meu carinho por ela é imenso. Sem contar de a Lia é tudo o que eu queria ser _
Severus e Lucius são a minha vida, sem dúvida. Eu realmente não sei o que me deu por dar essa personalidade ao Sev. Eu não consegui fazê-lo frio, eu simplesmente tinha que fazê-lo carinhoso hahaha. Boa leitura!
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Capítulo 1
Severus Snape terminava de abotoar sua túnica, olhando pensativamente através da janela, quando sentiu um par de braços fortes o rodearem.
- Posso saber em que tanto pensa? – a voz arrastada de Lucius Malfoy chegou-lhe aos ouvidos enquanto ele depositava o queixo em seu ombro. Desde que havia se juntado ao bando de Comensais de Lord Voldemort, os dois mantinham um relacionamento às escondidas. Lucius era casado e, acima de tudo, um bruxo puro sangue que não podia se dar ao luxo de envolver-se publicamente com alguém pobre e mestiço.
Os dois se conheceram em Hogwarts e apesar da diferença de idade formou-se uma amizade até Lucius terminar seus estudos. Alguns anos depois foi a vez de Severus se formar e então veio o convite por parte do loiro para juntar-se ao Lord. O moreno não pensou duas vezes antes de aceitar, pois via ali a grande chance de explorar seu talento para as Artes das Trevas.
Aos poucos a relação dos dois evoluiu de eventuais encontros em bares para constantes idas a hotéis baratos.
Severus não se importava nem um pouco com o fato de Lucius ser casado, afinal ele era um sonserino e era próprio dos mesmos serem egoístas. Mas era exatamente nisso que ele pensava agora que daria uma notícia que poderia mudar a sua vida, de Lucius e de sua esposa.
Respirando fundo, ele não ousou se virar, continuando a mirar janela afora.
- Eu.. eu estou grávido, Lucius – falou em um sussurro e sentindo o outro retesar às suas costas.
- O que... o que você disse? – perguntou Lucius sem acreditar.
- Não me faça repetir. Já foi difícil dizer uma vez e...
Severus assustou-se ao ser girado bruscamente e viu-se encarando os olhos cinzentos e frios do loiro que nesse momento estavam furiosos.
- Me diga que isso é uma brincadeira – ordenou entre dentes apertando os braços do moreno.
- Eu adoraria que fosse, Lucius. Aliás, se eu soubesse que isso poderia acontecer, teria evitado.
- Então você vai tirar, não é? – apesar da pergunta, havia uma ordem implícita.
O moreno já esperava por isso, afinal era com Lucius Malfoy que ele estava lidando.
- Não posso fazer isso. Um aborto pode ser arriscado e, além do mais, essa criança não tem culpa.
- Eu não sei o que você pretende com isso, mas eu não vou cair no seu joguinho – Lucius já havia se afastado e pegava seu bastão com uma cabeça de serpente na ponta – Ou você tira essa criança, ou pode me esquecer, porque eu não vou dar o meu nome a um maldito bastardo mestiço.
Mesmo prevendo essa reação por parte do loiro, Severus não pôde evitar sentir a dor da rejeição. Sentia-se perdido, mas não faria a vontade de Lucius.
- Eu não vou abortar, Lucius – ele disse decididamente – Não posso fazer isso com essa criança – Lucius estava prestes interromper, mas Snape continuou – Não estou te pedindo para assumir esse filho. Eu posso me virar sozinho e, se depender de mim, essa criança nunca vai saber que você existe.
- Pois eu acho muito bom.
Com um sorriso frio, Lucius virou-se e saiu sem mais uma palavra, deixando atrás um Severus angustiado sem idéia do que faria de agora em diante e sem imaginar que em poucas semanas ficaria sabendo que Narcissa Malfoy, esposa de Lucius, também estava grávida.
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- O que você quer, Comensal?
Albus Dumbledore havia acabado de aparatar quando avistou um vulto encapuzado e empunhou a varinha.
- Não me machuque, por favor! – o homem baixou o capuz revelando ser Severus Snape.
- Por quê? Tenho certeza de que você não hesitaria em fazê-lo a mim.
Snape ficou em silêncio enquanto lágrimas rolavam por sua face e um soluço escapava de sua boca. Estava tendo uma gestação difícil e o desespero era um companheiro constante.
- N-não vim brigar – o moreno estremeceu e respirou fundo para se acalmar – Os Potter, ele vai matá-los. Precisa escondê-los.
- E por que se importa? Pelo que eu me lembro você e James não se davam muito bem. Ou será que se arrependeu de contar a profecia ao seu mestre?
- Não faz ideia do quanto me arrependo.
Severus pôs a mão sobre o ventre, que se não estivesse camuflado, estaria inchando mostrando seus seis meses de gravidez. Isso não passou desapercebido pelo ancião que arqueou uma sobrancelha.
– Não posso permitir que ele faça mal à uma criança inocente, mesmo sendo filho de James Potter.
- Espera que eu acredite nisso?
- Espero que os proteja.
Severus levantou-se pronto para ir embora, mas foi detido pela voz do outro.
- Você vai voltar para Voldemort mesmo depois de trai-lo?
Dumbledore era conhecido por seu grande coração e pela capacidade de enxergar o bem em todos e, apesar da frieza com que tratava Snape, podia ver sinceridade e uma grande dor em seus olhos. A convivência com o Lord das Trevas não havia eliminado o resquício de bondade que havia no moreno e ela só precisava ser trabalhada.
- E eu por acaso tenho alguma escolha?
- Sempre há uma escolha, meu rapaz.
Severus deu uma risada amarga.
- E o que você sugere? Que eu me bandeie para o lado da Luz? – indagou com revolta – Ele vai me matar.
- Eu tenho certeza de que Lord Voldemort não se importaria de matar o maior de seus aliados se ele representasse um impasse em seus objetivos – disse calmamente – Um de seus comensais não deveria ter medo da morte.
- E eu não tenho. Só... não posso morrer agora. Há... há alguém que precisa de mim.
Um pensamento absurdo passou pela cabeça de Dumbledore, mas ele preferiu não verbalizá-lo.
- Posso lhe perguntar algo? – o moreno assentiu – Você quer que Voldemort vença essa guerra?
Severus fitou intensamente os olhos azuis cintilantes do homem à sua frente.
- Não – respondeu com segurança.
- Então se junte à Ordem da Fênix. Trabalhe como espião para o lado da Luz.
- Você é surdo ou louco? Eu acabei de dizer que o Lord pode me matar.
- Façamos um trato: se você voltar hoje e ele não desconfiar de sua traição venha para o nosso lado.
- O que eu ganho lhe ajudando? É algo muito arriscado.
- Além de sua consciência tranquila, – Severus fez um som de desdém – você terá a minha proteção. Pense bem.
Albus desaparatou deixando um pensativo Severus Snape, que poucos dias depois voltaria a procurá-lo aceitando sua oferta.
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Severus aparatou diretamente em frente aos portões de Hogwarts. Suava frio e a dor em seu ventre mal o deixava andar. Apenas teve força o suficiente para lançar um patronus e algum tempo depois pôde divisar um enorme vulto negro se aproximando.
Quando o homem esteve próximo o bastante de si, reconheceu a forma borrada de Hagrid, o guarda-caça do castelo, e tudo o que conseguiu pronunciar foi "Dumbledore" em um fio de voz, antes de cair no mundo da inconsciência.
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Quando finalmente acordou, Snape percebeu-se em uma cama de lençóis azuis-claros macios, da mesma cor das vestes que usava. Olhou ao redor e descobriu que estava em uma enfermaria, pelas prateleiras contendo, provavelmente, poções medicinais. Um biombo tampava uma das laterais da cama, mas do outro lado podia ver outras camas enfileiradas.
Ele tinha uma idéia de onde estava, mas não sabia como havia ido parar lá. A única coisa da qual lembrava era da sessão de tortura a qual havia sido submetido junto a outros Comensais por Voldemort. E então veio a dor e o sangramento.
Ao se lembrar disso, tentou se levantar sentiu uma fisgada que o fez recuar e gemer. Isso pareceu chamar a atenção de alguém, pois ouviu vozes e o som de uma porta batendo.
- Oh, ele acordou diretor – exclamou uma voz feminina que Severus reconheceu com sendo de Madame Pomfrey, a enfermeira de Hogwarts.
O moreno gemeu mais uma vez tentando dizer algo.
- Não se preocupe, meu rapaz. Está seguro agora – Dumbledore sentou-se em uma cadeira próxima à cama, segurando sua mão – você terá muito tempo para falar depois. Agora vamos cuidar da sua filha.
- Filha? – sussurrou o máximo que a dor permitiu.
- Sim, é uma menina, pelos exames que eu fiz em você e, aliás, já está a caminho – respondeu Pomfrey, preparando-o para o parto.
Severus sentiu uma contração que o fez apertar a aparente frágil, mão do diretor, que parecia não ter sentido ou fingia muito bem.
- Quando eu mandar, você vai empurrar com todas as suas forças, ok? – pediu docemente a enfermeira e Severus apenas assentiu incapaz de falar – Então, vamos lá! Um, dois, três... empurre!
Ao fazer como o ordenado o homem sentiu como se lhe arrancassem um órgão, mas continuou seguindo o que a enfermeira lhe dizia. E foi com uma mistura de dor e alívio que ele sentiu o pequeno ser deixá-lo e chegar ao mundo fazendo bastante barulho.
- Aqui está sua filha – Madame Pomfrey entregou o embrulho rosado nos braços do pai, depois de tê-la limpado.
- Ela é tão linda – exclamou emocionado enquanto contornava seu rostinho com os dedos.
- Sim ela é – concordou o diretor – E já decidiu qual será o seu nome?
O moreno pensou por uns instantes e se deu conta de que não havia parado um minuto sequer para pensar em um nome durante a gestação, mas uma luz pareceu acender dentro de si e com um pequeno sorriso, respondeu:
- Lia Louise Prince Snape.
- É um belo nome – o diretor assentiu em aprovação assim como a enfermeira - Me permite? – perguntou indicando a menina.
- Claro! – Severus passou a filha para o ancião.
- Bem-vinda ao mundo, Lia Louise Prince Snape! – elevou a pequena ao ar como se a consagrando a alguma divindade.
- Pensei que fosse perder você, meu anjo – beijou o topo da cabeça da menina quando a recebeu de volta.
- Quero que descanse, Severus, nós temos muito que conversar amanhã – disse Dumbledore seriamente.
- Não quero esperar até amanhã. Vamos esclarecer tudo agora.
- Nem pensar, mocinho. Você precisa descansar – disse Madame Pomfrey energicamente.
- Por favor, Madame Pomfrey! Albus precisa saber.
A enfermeira concordou relutantemente.
- Tudo bem! Mas só alguns minutos.
Albus esperou Madame Pomfrey entrar em sua sala e fechar a porta antes de começar a falar.
- Era de sua filha que você falava, naquele dia na colina?
- Sim.
- Não posso dizer que estou totalmente surpreso. Algo assim me passou pela cabeça, mas achei a idéia um tanto mirabolante e não lhe dei muita atenção. E então, Hagrid chega aqui com você desmaiado nos braços. Estou curioso para saber como conseguiu manter sua filha segura todo esse tempo e o que aconteceu para você chegar naquele estado aqui.
Severus iniciou sua narrativa contando que havia se envolvido com alguém e que quando engravidou foi abandonado e teve que se virar sozinho, porque se recusou a abortar.
- Eu não tinha idéia de que isso podia acontecer, então não sabia como agir – ele disse.
- A gravidez masculina é um acontecimento muito raro e só ocorre em homens bruxos. Você nem poderia ter desconfiado, há muitas gerações que não se ocorre algo assim.
Snape contou também que usou um feitiço dissimulante para disfarçar sua barriga para que nem o outro pai, nem Voldemort e seus Comensais a vissem.
- Bem engenhoso, mas agora eu quero saber o que houve hoje. Quem o fez isso com você?
- O Lord das Trevas. Ele resolveu submeter todos a uma sessão de Cruciatus porque a Ordem da Fênix havia sido avisada sobre um dos ataques, mas não se preocupe, ele não desconfia de mim – tranquilizou ao ver alarme na expressão do mais velho – Bem, eu senti muita dor e comecei a sangrar e decidi vir para Hogwarts porque sabia que era o único que poderia me ajudar - terminou percebendo que tudo já estava mais claro em sua cabeça.
- Sabe que sempre pode contar comigo – disse afagando os cabelos do moreno – E, por enquanto, não vou lhe perguntar sobre o outro pai de Lia, mas em algum momento temo que se faça necessário sabê-lo.
- Já chega, Albus! – surgiu Madame Pomfrey – Agora os dois precisam descansar.
- Eu já estava mesmo de saída – disse levantando-se e quando já estava próximo à porta deteve-se – Ah, Severus! Acho que seria melhor para vocês dois se você não voltar para aquele lugar – aconselhou – Além do mais, Hogwarts precisará de um novo professor de Poções, já que Slughorn pediu demissão.
O mais jovem levou alguns segundos para assimilar o que o outro tinha falado e quando foi perguntar, Dumbledore já havia sumido.
- Dê-me ela para eu colocá-la no berço, querido – Madame Pomfrey havia transfigurado uma cama em berço e depositou a menina ali – E agora durma.
Ele deitou-se e percebeu o quanto estava cansado, adormecendo em seguida.
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Snape estava sentado em uma poltrona em seu escritório com Lia nos braços enquanto o castelo estava em polvorosa.
O casal Potter havia sido assassinado e o Lord das Trevas derrotado pelo pequeno Harry.
Era noite, mas todos estavam muito agitados, inclusive Lia, que agora era um bebê de pouco mais de um ano. E como a menina não dormia, Severus decidiu-se por esperar Dumbledore.
- Imaginei que estivesse acordado, Severus. Mas parece que não é só você – disse Albus, que havia acabado de chegar, pegando a pequena no colo – O nosso pequeno anjinho está bem acordado pelo que vejo.
- Nós dois e toda a Hogwarts. Então, as notícias são verdadeiras?
- Sim, eu receio. Lily e James estão mortos – anunciou com pesar.
- E o menino? É verdade que destruiu o Lord? – Albus ergueu uma sobrancelha ao ver o quão informado estava o professor de Poções – Os alunos estão recebendo corujas de seus familiares a todo momento falando sobre isso e você sabe como as notícias correm rápido por aqui – ele respondeu dando de ombros.
- Bem, sim é verdade, mas eu não creio que seja em definitivo. Voldemort deve estar escondido. Muito fraco para agir. Mas ele voltará um dia, isso eu tenho certeza – o ancião suspirou – Enquanto esse dia não chega, Harry Potter irá crescer longe de toda essa agitação que envolve o seu nome. Será criado por seus parentes trouxas até o momento de ingressar em Hogwarts.
Albus sentou-se em uma poltrona em frente a Severus e olhou-o diretamente nos olhos.
- Severus, quando esse menino aqui chegar, contarei com sua ajuda para protegê-lo.
- Está querendo que eu proteja o filho do meu inimigo?
- Não entendo essa sua atitude se foi você mesmo quem me pediu para protegê-los.
- Naquela época foi diferente. Eu estava desesperado. Grávido e sem saber o que fazer. Eu precisava salvar minha filha e aquele foi o único modo que encontrei – ele retrucou dignamente - Eu sabia que você, como o bom velhinho que é, se apiedaria de mim sem a menor dúvida.
Os olhos do velho diretor brilharam divertidos.
- Em todo caso, apenas quero que ajude uma criança que precisará de todo o apoio possível na luta contra Lorde Voldemort. Faça mais uma vez por Lia. Me ajude a lutar para conservar o mundo em que ela viverá.
O moreno pensou por uns poucos instantes enquanto observava o seu pequeno anjo ficar sonolento.
- Tudo bem, Albus. Conte comigo. Mas tudo isso é por Lia. E não espere que eu vá nutrir algum bom sentimento por este moleque.
- Isso seria pedir demais pra você - comentou divertido.
N/A: Cá estou, como prometido repostando Fruto. Sei que demorei um século pra fazer isso, mas é que tem acontecido umas coisas bem tensas na minha vida ( e eu ainda não me recuperei de Relíquias 2 shaushuahs). Bom, espero sinceramente que tenha apreciado as mudanças. Desculpem os possíveis erros. Deixem reviews e eu atualizarei o mais rápido possível. Um beijo :)
