Fine
de Liza Grobien
Estava lá. Bem no canto da boca dela, assim, meio que trêmulo, meio que incerto, mas estava lá. E eu sabia o porque disso. Eu sabia porque ela estava sorrindo daquele jeito, meio contido, meio feliz, talvez um pouco pesaroso pelo o que ela teria de deixar para trás, pelo o que ela teria de abdicar.
"Eu te amo, Hermione" - foram as únicas palavras que pude proferir, não havia mais forças para lutar, não havia mais como; foram seis anos convivendo com aquilo, dois de namoro e quatro de casamento (casamento! Dá para acreditar?), onde cada coisinha era briga, cada móvel fora do lugar era um motivo para discussão. E eu sabia que ela não queria brigar, também sabia que essa era a nossa - e peculiar - forma para, aos poucos, acabar com o nosso relacionamento e dizer depois, com doces palavras, que era porque não combinamos. Mentira. Não combinamos porque não queremos, não nos damos tão bem assim porque tudo que construímos até aqui foi feito em base de mentiras. E mais mentiras. Foi mentira quando disse que disse que a amava - daquele jeito, se é que me entende. Foi mentira dela quando disse que estava disposta a se casar.
E a maior de todas - maior até mesmo do que, depois de nossas brigas, eu ir até ela e dizer que sentia muito e queria que tudo desse certo ela assentia - foi acreditar que um dia pudesse dar certo para sempre. Everlasting love (O amor duradouro, o "pra sempre")- é mentira.
"Oh, Ron!"- ela olhou em meus olhos, as lágrimas beirando suas pálpebras, os lábios trêmulos enquanto suas mãos perpassavam pela borda da janela do apartamento pequeno que morávamos há quatro anos e que hoje encontrava-se vazio, triste e pesaroso. –"Eu realmente sinto muito!"
O sorriso não estava mais ali, porém o brilho de seus olhos mostrava sinceridade e o desejo de que pudesse mesmo ser mais feliz sem ela. Sem esse "nós" que havíamos tentado construir.
Tentei não soar muito triste, e muito menos aliviado, quando passei meus braços ao redor dela e disse. -"Eu sei o quanto sente, sei o que sente..."
Um soluço. Um balbuciar. Um sonho rompido. A liberdade. A felicidade. A despreocupação. A renúncia.
Hermione ergueu os olhos mais uma vez para mim, antes de pegar sua bolsa no chão vazio do apartamento e sair pela porta que entrara, e eu pude observar aquele sorriso mais uma vez. Lá. Tímido, me desejando toda a felicidade do mundo, desejando que pudéssemos agir como adultos e não encarar o fim do nosso casamento como o fim de uma amizade duradoura.
E eu sabia que, por mais que tudo estivesse ainda nublado demais para mim, havia alguém esperando por ela, e não pude fazer nada a mais, a não ser retribuir seu sorriso, porém de modo aberto e singelo.
Fin?
N/Liza: É o primeiro POV Ron que fiz. Não sei se ficou bom, mas fiz rapidinho só porque me deu vontade de escrever isso, um término RH, sinto muito! Ainda não decidi se é ONESHOT ou não, espero o retorno de vocês!
Ok, quanto a outras fics, a atualização chagará assim que eu tiver coragem - e tempo - para mandar o próximo capítulo para Raquel (estou falando de BYSY, claro), se você lê LB, espero postar hoje mesmo cap. novo!
Beijos e... Reviews?
Liza G.
PS: Continuo?
PPS: Não está betada, me desculpem!;X
