"Estamos os dois sós nesse mundo, tanto que podemos escutar nossos batimentos (...) Chame meu nome, por favor".

Arthur x Kiku, insinuação USUK, bem levinho. Alfred's POV

De costas um para o outro

Dois disparos feitos para matar.

Por sorte (ou seria azar?) havia um relógio no bolso do nipônico, impedindo que o tiro fosse fatal. E eu sabia bem de onde, de quem ele era: Inglaterra. Era um relógio que Arthur falara que perdera há um tempo.

A verdade? Não foi vingança, só queria fazer justiça em relação ao Japão. E admito – no fundo – tinha um pouco de inveja (ciúmes) do nipônico. Apesar do inglês ter tudo, o que ele mais queria era justamente o que Kiku lhe dava: companhia, amizade; um lugar para chamar de "lar", onde não seria repreendido ou julgado. E eu? Só dei trabalho.

Não sei se ele percebia o quanto o nipônico era importante e provavelmente nunca vou saber, pois não tenho desejo de perguntar. Talvez não, só reparou nisso quando o perdeu; mas pode ser que ele simplesmente achou que teria aquela felicidade para sempre e não se preocupou em protegê-la. Inglaterra era assim. Não conseguia ver o que realmente era importante.

Não que eu possa falar algo. Vejo-me um pouco no pequeno oriental, visto que sei o quanto dói esperar – e cansa. E também só vi o quanto Arthur me era importante quando o vi em uma cama de hospital, desacordado. Todo dia ia visitá-lo e agora quem vejo na posição de espera é o próprio Arthur.

Agora, todo dia era o inglês quem ia ao hospital ver o japonês. Sempre que ia visitar o nipônico, via ele ali, ao lado do leito, à espera de algo. A mim faltava coragem para entrar de cara, sempre observando. Arthur não tinha coragem e nem condições de disparar contra Kiku, mas ele sentia as mãos sujas de sangue como fosse o culpado. É triste vê-lo desesperado por arrancar uma reação do asiático. Podia ver pelo vidro o inglês tomando a mão do menor e tocando a própria face com ela, mas sem obter resposta, começando a chamar o nome dele "Kiku... Kiku...".

Não sei ao certo como chegaram nisso: todos viam o quanto eles eram próximos. Eu mesmo já os vi juntos demais diversas vezes. Arthur ensinando algo para o menor ou até mesmo adormecido no colo dele, eles trocando visitas frequentes. Tudo isso era irritante, mas não desejava vê-los desse modo. Queria apenas trazer paz – nada mais. Arthur chorava e mentalmente desejava fazer o mesmo. Quando o britânico estava desacordado, o nome que ele chamava era o de Kiku – ninguém mais. E ainda agora, era apenas nele que Arthur pensava.

Decidido a entrar, abri a porta, mas desviei o olhar para o chão. Não era culpa nem arrependimento o que eu sentia, apenas um sentimento estranho de que poderia ter sido diferente.

"Arthur..."

Ouvi uma voz fraca, mas achei que era coisa da minha cabeça, só levantando o olhar quando ouvi o barulho de algo caindo. O banco caindo. Quando dei por mim, Arthur envolvia o outro de maneira a querer protegê-lo de todo mal; enquanto o japonês tentava retribuir o abraço da melhor maneira que conseguia.

Quanto a mim... Só senti meus olhos arderem. Não posso mentir: fiquei feliz pelos dois.

Fim

Quem conhece deve ter reparado que é baseado no vídeo Utsukushii Namae. É um dos meus vídeos favoritos AsaKiku, lindo, lindo, lindo.

Então é isso ~

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