Cap. 1 – Mais uma perda de Apolo

POV Apolo

Me transportei para o Olimpo muito abalado. Minha irmã veio ao meu encontro, mas quando viu meu rosto, parou de imediato, percebendo que as notícias não eram boas. Eu fui diretamente para os meus aposentos. Percebi que algumas lágrimas logo não hesitariam em cair. Ah, cadê você Esperanza? Minha Esperanza.Agora, talvez não mais minha, afinal.

- Apolo... O que aconteceu? - ouvi a voz gelada de minha irmã às minhas. As lagrimas começaram a cair e me vi num beco sem saída. Logo, minha irmã perceberia que eu estava chorando e me sentiria pior do que nunca.

- Mana, você pode me deixar um pouco sozinho? - perguntei com a voz fraca e cheia de dor.

- Mas e Esperanza? Onde está? E a minha sobrinha, o que... - sua voz foi perdendo a força quando percebeu que eu chorava. Ela se colocou à minha frente e me olhou nos olhos, que agora já deviam estar vermelhos. Balancei a cabeça negativamente.

- Não... Esperanza se foi. E minha Maria também. - ela me abraçou tão docemente que nem se quer pareceu ser minha irmã.

- Quem fez isso? - ela perguntou, com certo brilho de vingança nos olhos.

- Não sei, mana, não sei... Até onde eu sei, um gigante a perseguiu junto à nossa Maria, e elas... - engoli as palavras pra que elas não me machucassem mais do que já fui machucado - mas quem foi que mandou matá-las eu não sei. Um gigante não planejaria aquilo sozinho.

- AH, vou caçar está criatura abominável! - ela saiu em sentido de raiva. Eu apenas pronunciei.

- Não perca seu tempo, minha maninha. - as lágrimas corriam em meu rosto cada vez mais. - Caçar esta criatura não vai trazer minha filha e minha noiva de volta.

Assim que eu disse isso, minha irmã me deu um olhar solidário e saiu de meus aposentos. Já eu, a única coisa que consegui fazer foi me afundar em minhas recordações pra que a dor não me dominasse e perceber o tempo passar devagar mais uma vez, sem os meus amores.

Treze anos depois...

POV Mary.

- Já lhe disse Clarisse. Não perca seu tempo, eu não vou ficar com ele. - eu disse teimosa. A Clarisse é um saco quando se trata de garotos. Ela vive dizendo que os garotos da nossa sala vivem babando por mim. Mas é ai é que está: Eu não quero seres que ficam babando. O ser babante da vez é Lerry Baldshot. Um ogro.

- Ah, Mary! Se for assim você morrer sozinha. - ela disse risonha. Eu revirei os olhos.

- Prefiro morrer sozinha do que com um ser babante do meu lado. Esses garotos são muito idiotas.

- O que você quer então?

- Uma pessoa que me desafie, que me faca pensar...

Ela balançou a cabeça indignada, mas com um sorriso no rosto. Clarisse era uma garota briguenta, bem mal humorada, mas eu gosto dela. Ela é gente fina.

Em geral, a gente não faz nada na hora do intervalo de aula, mas hoje foi diferente. Sr. Brunner - meu professor de Latim (sim, porque eu tenho Latim nessa maravilhosa escola militar interna!) - veio até nós. Ele é um Senhor de meia idade com seu casaquinho e um copo de café que anda por meio de uma cadeira de rodas, mas é o melhor professor desse mundo.

- Senhoria De La Rue e Senhoria Gonzalez, podem me acompanhar à diretoria, por favor. Preciso de sua presença lá.

Nós hesitamos, mas ainda sim o seguimos. Ele nos levou a diretoria. Ao entrar lá fez um sinal pra que ficássemos perto da porta e seguiu até a mesa da Sra. Space, nossa diretora.

- Senhora Space, que bom que concordou em me ceder um tempo de sua atenção - Senhora Space era bem aquele tipo de mulher macho que se vestia sempre de farda por pertencem ao exército dos EUA. Cabelo ralo, um olho verde outro castanho e expressão carrancuda. Sr. Brunner lhe entregou um comunicado e ela leu, depois olhou na duvida pra ele. Ele prosseguiu - Este comunicado avisa que pedi transferência pros pais dessas garotas para a minha escola e eles aceitaram.

E por curiosidade, - ela disse com a voz rouca e um tom desagradável - esse sua escola vai ser melhor para elas do a que elas estão?

- Sem duvida alguma. E não é só eu que acha Senhora - ele apontou pra algo no papel - mas os responsáveis delas também.

Ela olhou atentamente pro professor de Latim à sua frente e depois disse:

- Muito bem então... Peça as suas alunas favoritas para arrumarem as malas delas - e se levantou indo em direção a porta - Vou providenciar a transferência agora mesmo.

E saiu da sala, batendo a porta. Acho que ela tinha ficado frustrada pelo fato de perder duas pessoas nas quais ela mandava.

- Bem, senhoritas, acho que vocês ouviram... Vão arrumar suas malas! Vocês vão embora daqui.

Clarisse saiu da sala, ainda que um pouco insatisfeita. Ela parecia sentir alguma atração por essa escola-prisão. Ao contrario de mim, é claro...

- , você pode me tirar uma duvida?

- Qual, mocinha?

- Como você conseguiu a assinatura de alguém da minha família se sou órfã e minha avó que cuidava de mim, morreu há um ano? - isso era uma coisa que ninguém sabia. Que eu não tinha família. Sempre disse que eu tinha um pai fora da escola, mas eu sei que isso não é verdade.

- Bom senhorita Gonzáles, isso nós conversaremos depois. - Foi à única coisa que ele me disse e fez sinal pra eu sair. Isso ficou muito estranho.