Fixação
Por Chibiusa-chan
Disclaimer : Death Note não me pertence, mas a Ohba Tsugumi e Obata Takeshi.
Atenção : Contém spoilers. Se passa no volume 06 do mangá, até o capítulo 46.
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Presente de natal pra ultra-fofa da Tsuki. Porque é engraçado quando a gente gosta de uma pessoa sem conhecer direito, né ? E um dia eu vou na AD, AF ou seja lá qual for só pra apertar as tuas bochechas e as do foquinha, se você deixar. XD
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- Ou Raito-kun e eu morremos ou capturamos Kira. O que escolhe ? – Ryuuzaki perguntou a Misa, após contar-lhe seu plano.
- Capturar Kira ! Não posso viver num mundo sem o Raito ! – ela ergueu o braço, fazendo uma cara brava e determinada.
L apenas sorriu, sentindo o coração doer.
- De fato. – concluiu.
- Ei, Ryuuzaki, está indo longe demais ! – Raito protestou.
- O tempo urge. – respondeu-lhe simplesmente. Fechou os olhos, sem coragem de encarar a garota pelo que iria dizer – E Misa Amane, essa carinha de criança brava... – ele hesitou e mudou de idéia – E seu amor por Raito-kun... É o maior do mundo.
Dizer aquilo doeu mais ainda dentro dele.
- Ryuuzaki-san...! – Misa se surpreendeu – Misa... Misa estava enganada sobre você o tempo todo ! Não é um pervertido ! É uma pessoa que me entende perfeitamente !
Aquilo era um calmante para ele, mas tinha perspicácia suficiente para saber que não significara nada demais.
- De fato, Misa-san. Você é uma mulher digna de Raito-kun.
A garota ficou extremamente animada.
- Obrigadinha, Ryuuzaki ! – e deu-lhe um beijo demorado na bochecha.
L sentiu o coração disparar, o estômago revirar e as mãos molharem de suor. Era a primeira vez que sentia isso, mas os dados coincidiam com o estado de apaixonar-se, como ouvia Matsuda falar freqüentemente.
- Eu vou me apaixonar por você ? – perguntou confuso, ainda tentando entender o que se passava dentro de si.
- É, pode ser, né... – ela fez uma cara contrariada – Mas vamos ficar só amigos, tá bom ?
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Ryuuzaki estava sentado em sua habitual cadeira, comendo seus doces favoritos, observando a garota na tela.
Tudo estava perfeitamente calculado.
Misa seguiria com o plano, conforme ensaiara com Aiber, e L e Raito estariam cada vez mais próximos de encontrar o atual Kira dentro da Yotsuba. E, com sorte, Ryuuzaki conseguiria provar a sua teoria impecável sobre as verdadeiras entidades de Kira e do segundo Kira.
Ele suspirou. Sabia que estava dentro de uma batalha inimaginável, entre a sua tão conhecida razão e o lado emocional que aflorara nos últimos meses. A sua lógica gritava que ele sempre estivera certo, que Raito Yagami e Misa Amane eram as duas incógnitas que completavam a sua equação. Que eles precisavam ser os culpados, que ele, Ryuuzaki, não poderia estar errado. Ele nunca erraria.
No entanto, existia algo dentro dele que implorava ao desconhecido para que ele estivesse enganado. Ele não poderia livrar a cara de Kira e do segundo Kira, como fizera com Wedy e Aiber. E comprovar a culpa deles dois era condenar a morte os seus primeiros – e talvez únicos – amigos. Era como voltar a aquele velho mundo escuro, apenas na frente do computador, investigando e investigando sem parar... Porque, quando ele parasse, estaria morto.
Deu um pequeno sorriso, vendo a garota pentear os cabelos.
Lembrou-se novamente daquelas reações esquisitas que tivera quando Misa o beijara. Tinham se tornado freqüentes desde então e o confundiam cada vez mais. Ele invejava Raito, como havia lhe dito uma vez, por ter o amor incondicional da garota, sempre determinada em lhe agradar.
Sempre observara a garota que saía nas revistas, a modelo Misa Amane. E, agora, pelo menos podia ver-lhe vinte e quatro horas por dia, percebe-lhe os pequenos trejeitos e manias. Ryuuzaki sempre gostara de observação, por isso se destacara como detetive, junto com sua inteligência. Watari certa vez disse-lhe que tinha olhos de coruja – foi uma das poucas vezes que deu uma risada. Mas ver a garota era apenas um passatempo. Poderia ficar assim a vida inteira.
Era uma chance de 99,99 de ele estar apaixonado por Misa.
De tudo nela, o que mais gostava era a sua cara de criança brava. O olhar dela se tornava determinado e ela se enchia de uma energia para fazer o que fosse possível. Era por este motivo que sempre a provocava, achando divertido como ela se deixava levar tão fácil. E ser chamado de pervertido tinha se tornado uma coisa boa pra ele, no fim das contas.
Engoliu outro doce, vendo-a passar a maquiagem com capricho.
Sentia-se um tolo por não ter conseguido dizer a ela que achava sua cara brava adorável. No entanto, agradecia por não tê-lo feito, pois estaria se denunciando. "Porque Raito-kun é Kira", pensou ele, "e ele não precisa de outra arma contra Ryuuzaki.". Não queria morrer, porém algo dentro dele lhe dizia que não duraria muito tempo por causa daquela investigação.
E intuições eram a base de toda investigação.
E assim ele sempre voltava ao ponto onde suas equações se encaixavam perfeitamente. Se o poder de Kira fora passado para outra pessoa e Raito e Misa perderam a memória, talvez isto significasse que ainda havia uma salvação. Talvez ainda fosse possível livra-los da culpa, se fosse destruída a fonte do poder assassino.
Ele poderia conservar seus dois amigos. Amigos, porque sabia que ela nunca o olharia de outra forma. Misa era perspicaz, mas o fato de apenas enxergar Raito em sua frente a fazia extremamente tola na maioria das vezes. E ele sabia que não havia lugar para ele ali além de como um amigo.
Sentiu o coração doer e sorriu novamente. Demorara, mas ele finalmente descobrira o que era estar apaixonado e ter o seu coração partido. Não que aquilo fosse bom, mas também não era necessariamente ruim. Mostrava-lhe que não era uma máquina investigativa, que tinha sentimentos. Que ainda poderia consolidar amizades se tudo terminasse bem. E, quem sabe, viesse a se apaixonar de novo.
Por agora, não deveria pensar nela e no que sentia em relação a isso. Ele continuava sozinho e não iria ficar acompanhado. Todo seu foco tinha de estar voltado para o caso Kira e não para as suas novas descobertas sentimentais. Tinha sido sempre assim e agora não seria diferente. Caso se distraísse, poderia morrer.
E ele tentava desesperadamente se agarrar à vida e conhecer mais coisas a respeito dela.
- Vamos, Ryuuzaki. – Raito falou a seu lado – Está na hora de Misa ir até a Yotsuba, conforme seu plano.
- Não se preocupe, Raito-kun. – se levantou e caminhou a seu lado – Estamos preparados caso alguma coisa não saia como esperado.
- Já disse que não concordo com isso, mas é tarde demais.
Abriram a porta do quarto da garota, que abraçou Raito. L apenas sorriu.
- Misa vai dar o melhor de si ! – a garota ergueu os braços, animada.
- Apenas siga o plano. Vai dar tudo certo. – Ryuuzaki a viu sorrir e se afastar depois de beijar a bochecha de Raito.
Um dia talvez ele ainda tivesse a chance de viver tudo o que não conseguira até então.
Fim.
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N/A : Curtinha, totalmente centrada no L... Porque, pra mim, eles são um ótimo triângulo amoroso, onde o L ama a Misa, a Misa ama o Raito e o Raito ama o L. E porque o L apaixonado pela Misa é a coisa mais fofa do mundo. Espero que tenha gostado, Tsu. Foi feita de coração.
E os olhos de coruja... É o meu apelido oficial do L ! XD Por isso o usei aqui e usei na RaitoxL que escrevi pra Nica. Porque olhos de coruja rulam. E me dão saudades.
Chibiusa-chan.
Final de 2006.
