Escuridão

Por Phillipa Van Persie

N/A 1: Esta é a primeira fanfiction que escrevo sob a identidade de Phillipa Van Persie. É um romance, sem dúvida. Amargo, com certeza. Não esperem alegria, e caso ela surja, nunca terá grande longevidade. É, acima de tudo, uma história triste. Negra. A escuridão. Realmente não aconselhável se procuras uma leitura alegre.

N/A 2: Todo o texto a itálico representa escritos ou recordações. As falas das personagens serão apresentadas "entre aspas". E sempre antecedidas por um travessão.

N/A 3: Não se pode considerar um capítulo. Talvez por isso, o tenha nomeado de 'prólogo'. É, talvez, uma pequena introdução, uma apresentação da actual vida das duas personagens mais importantes do enredo. De qualquer forma, espero comentários. Todo o tipo de comentários. Os elogiosos. Os depreciativos. Aqueles que apenas dizem algo como 'eu li, e está uma porcaria'. Qualquer coisa. Claro que críticas construtivas são muito apreciadas, e sugestões também.

Disclaimer: A única coisa que me pertence nesta história é o 'argumento'. Todas as personagens envolvidas, salvo raras excepções, são propriedade de J.K.Rowling, a escritora da série Harry Potter. Escrevo esta história apenas por diversão. Se é que se pode chamar de 'diversão' escrever coisas tristes.

CAPÍTULO UM

'Querido diário,

Não sei há quanto tempo estou aqui. Não necessariamente aqui, neste hospital. Mas no mundo negro em que a minha alma mergulhou. Sem pára-quedas. De repente, sem aviso. Sei que vejo tudo escuro, e as poucas zonas de alguma luminosidade são cobertas por nuvens muito rapidamente. Não será neste novo hospício onde me internaram que as coisas mudarão.'

Uma jovem, de ar doce, fechou o pequeno caderno preto que tinha em mãos. O rosto, apesar de bonito, estava invariavelmente marcado por uma tristeza profunda. Ginevra Weasley não sentia dor física. Apenas psicológica.

Respirou fundo, olhando resignada para as nuas paredes que a rodeavam. Branco. Paz. Exactamente o contrário do que se passava no mundo mágico. Negro. Guerras. Mortes.


- "Ginny, por favor, sai daqui!"

A ruiva não deu ouvidos à recomendação do pai, continuando a correr desalmadamente atrás do mesmo, de varinha em punho.

- "Não. Nem penses. Vou ajudar, no que me for possível."

Apesar da situação de aperto, Arthur não pode deixar de sorrir à filha. Sempre fora determinada e, acima de tudo, muito teimosa.

- "Estou a dizê-lo para teu bem. É perigoso. Regressa à Toca, é a última vez que to digo."

Nenhum dos dois parou de correr. Ginny ignorou, uma vez mais, o que lhe fora dito. Percorreram os restantes quilómetros em silêncio. Silêncio esse que foi quebrado por dois estrondos. Primeiro um, cuja justificação surgiu no horizonte. Devoradores da Morte. Muitos. Imensos.

Depois, outro. Ginny tropeçara numa enorme raiz, ficará com o pé preso, e caíra. Arthur olha para trás. Olha para a frente. Decide-se por continuar.

- "Será mais seguro para ti.", ainda murmura. E corre, a uma tremenda velocidade, em direcção aos inimigos, confiante de que os reforços chegarão. Não chegam. E vê-se, subitamente, rodeado de escuridão. Capas negras. Muitas. Imensas. Uma das capas avança, varinha empunhada, murmurando feitiços torturantes. Gemidos de dor. Risadas doentias. Novo feitiço. Verde. Negro. Escuridão. E as capas desaparecem.

Ginny observa tudo, chorando e gritando de sofrimento. O pai. Morto. E ela nada fizera para o impedir. Sofrimento. Muito. Imenso.

- "Malfoy." Foi a sua última palavra, antes de entrar no Inferno. Do qual, desde então, nunca mais saíra.

- "Malfoy".


- "Draco Malfoy, foi considerado culpado. Não será enviado para Azkaban, que foi dominada pelo seu odioso Mestre. Mas terá que cumprir pena. 7 anos. Numa cela deste tribunal."

O homem a quem eram dirigidas estas palavras não esboçou qualquer tipo de reacção à sua leitura, nem tão pouco ofereceu resistência quando foi bruscamente agarrado por outros dois homens, muito mais corpulentos que ele.

Era transportado para a escuridão. A escuridão. A mesma que assombrava a vida da jovem Weasley. Sozinha no mundo. Sem família. Todos mortos. Um por um. Negro. Escuro. Sem amigos. Todos motos. Um por um. Negro. Escuro. A escuridão.