Bran Pritchard and Mary Nnaji


Verdade ou Desafio. Em meio à cabelos verdes e revelações, as coisas começaram a mudar. Entregaram-se aos prazeres carnais pela primeira vez, trazendo certo alívio ao desejo mútuo que sempre sentiram um pelo outro. Bran não conseguia esquecer um minuto sequer daquela noite; Mary o surpreendera em todos os sentidos da palavra. Las Vegas. Por uma loucura de momento, acabaram casados. Demonstraram naquela loucura o amor que sentiam um pelo outro desde os tempos da escola. Deixaram de lado o orgulho e optaram por dar uma chance à felicidade. Outra surpresa veio meses depois. Logan. O primogênito, com a fisionomia do pai e a personalidade mãe. Prematuro, nasceu ao sétimo mês de gravidez, mas mostrou-se forte, guerreiro. Tornou-se o orgulho dos pais; a prova do amor que sentiam um pelo outro.

Alguns anos se passaram, e...

Era uma bela manhã de domingo e, como todas as manhãs desde que aprendera a andar, o pequeno Logan deixou sua cama e foi em direção ao quarto dos pais, carregando o unicórnio que ganhara no primeiro ano de vida pelo chifre. Bran já estava acordado e Mary ainda dormia ao seu lado. Os orbes verdes do mais velho captaram a visão do filho, ainda sonolento vindo em sua direção e sorriu. Acenou para que mantivesse o silêncio e o pequeno deu um leve sorriso arteiro, mostrando os dentinhos. O Pritchard fez com que o filho subisse na cama e iniciou a tentativa de acordar a esposa.

Afastou as mechas de cabelo que lhe cobriam o rosto e inclinou o filho, de forma que pudesse beijar a bochecha da mãe. O sorriso arteiro ainda brincava nos lábios da criança. O auror inclinou-se, então, intensificando a tentativa de despertar a esposa de seu sono.

- Mary? – sussurrou, próximo à orelha da morena, selando os lábios aos dela em seguida. – Tem um pequeno aqui querendo sua atenção. Acorda, amor!

A ex-sonserina foi despertando aos poucos e um sorriso surgiu em sua face ao finalmente acordar e ver os dois homens da sua vida ao seu lado. Ela nunca se cansaria de acordar daquele jeito. Ajeitou-se na cama e deu um beijo na bochechinha rosada do pequeno.

- Bom dia, meu amor! – disse-lhe enquanto puxava o filho para os braços e o pequeno envolvia os bracinhos em redor do pescoço da mãe, para o costumeiro abraço matinal.

Bran observava aquela cena todos os dias e nunca se cansaria. Adorava aquela sua rotina e não a trocaria por nada. Se soubesse que seria tão feliz como era, tinha casado muito antes com Mary. Quando Logan largou a mãe e voltou a se acomodar no colo dela, a ex-auror voltou-se para o marido. Com aquele sorriso carregado de malícia que ele tanto amava, inclinou-se para selar os lábios aos dele.

- Bom dia, vida! – sussurrou, com os lábios ainda junto aos dele.

- Ótimo dia, minha linda. Melhor impossível! – sorriu, enquanto mantinha os orbes esverdeados presos no olhar dela. – Eu vou lá embaixo pra fazer o nosso café. Fiquem aqui que eu já volto.

O Pritchard separou frutas diversas, fez um suco natural de laranja, café; pegou torradas e geléias, além de ter preparado uma mamadeira de leite com chocolate para o filho. Com tudo pronto, já colocado sobre a bandeja, tornou ao quarto.

Mary, que brincava com o filho sobre a cama, arrancando gostosas gargalhadas dele, ergueu os orbes escuros e fixou o olhar no marido, que entrava com a bandeja em mãos. Bran estava com atenção toda na esposa e arqueou as sobrancelhas ao vê-la fazer uma careta de dor e correr na direção do banheiro que havia no quarto do casal. Acelerando um pouco o passo, deixou a bandeja sobre o criado-mudo e entregou a mamadeira para o filho.

Encaminhou-se, então, para o banheiro e encontrou a esposa de joelhos no chão, colocando para fora tudo o que havia – e não – comido. Bran agachou-se ao lado dela e segurou os cabelos longe do rosto. Espero que o mal-estar passasse para falar com ela.

- Passou? – indagou, deixando a preocupação transparecer no tom de voz. Quando Mary assentiu com a cabeça, ajudou-a a se levantar e foi com ela até a pia do banheiro, para que lavasse a boca. – Tudo bem? – indagou, quando Mary guardou a escova de dentes no lugar e abraçou-o.

- Tudo bem, já passou. Obrigada por cuidar de mim, amor! – agradeceu e a expressão do Pritchard suavizou.

- Já te disse que não te que agradecer, faço qualquer coisa pelo seu bem. – levou-a novamente para o quarto e fez com que sentasse na cama. Logan os olhava com uma expressão curiosa na face, meio escondida pela mamadeira. – Seria bom se você comesse alguma coisa, amor.

- Não quero, Bran. – respondeu, com a voz manhosa. O moreno pegou um morango da bandeja e estendeu na direção da esposa.

- Por favor? Precisa comer, Mary, nada de ficar de manha. – só então a esposa comeu a fruta. – Isso, é assim que eu gosto. – sorriu de leve, pegando outro morango e oferecendo à ela. – Agora quer me dizer o motivo de ter passado mal?

Mary manteve silêncio e abaixou os olhos, desviando o olhar do Pritchard. Bran preocupou-se ao notar a mudança da esposa. Apoiou a mão direita embaixo do queixo da morena e ergueu, fazendo com que ela tornasse a olhá-lo.

- Vai me dizer o que está acontecendo ou não, Mary? – indagou, visivelmente sério, ante a falta de resposta da esposa.

Logan agora brincava com a mamadeira vazia, alheio ao que acontecia ao redor.

- Eu... – Mary começou a falar, mas interrompeu-se, mordendo o lábio inferior. E Bran percebeu a hesitação da mulher.

- Você...? – instigou-a a continuar. Não gostava de ver a esposa daquele jeito.

- Eu acho que... – fez mais uma pausa, respirando fundo e deixando o marido ainda mais nervoso. – Eu acho que estou grávida, Bran. – concluiu, tornando a abaixar a cabeça em seguida.

O Pritchard engoliu em seco, arqueando as sobrancelhas e arregalando os olhos. Permaneceu em silêncio, alternando olhares entre a face da esposa e sua barriga. O coração batia acelerado no peito, a respiração se acelerou.

Quando voltou a si, estendeu a mão direita e pousou-a, espalmada, sobre a barriga ainda lisa da esposa e, uma vez que estava sentado de frente para ela, na beirada da cama, inclinou-se para selar seus lábios mais uma vez.

Mary se surpreendeu com a atitude do marido e quando se deu conta, já estava correspondendo ao beijo. Instantes depois, Bran afastou-se, com um sorriso enorme nos lábios e os olhos brilhando de felicidade. Segurou o rosto da morena com ambas as mãos e olhou fixamente nos olhos dela.

- Tem noção do quanto me faz feliz? – indagou, puxando o filho para o colo em seguida. – O que acha de um irmãozinho ou irmãzinha, filho?

- Ebaa! – bateu palminhas, comemorando com sua voz de criança.

Bran voltou-se para a esposa, ainda com aquele enorme sorriso estampado na face e pegou a mão dela.

- Eu amo você, Mary! – sussurrou, mais uma vez manifestando o sentimento que tinha por ela.

- Eu também amo você! – ela correspondeu.

Alguns meses depois...

- Parabéns, senhor Pritchard, é uma linda menina! Qual o nome dela? – indagou a enfermeira.

- Obrigado! Ela se chama Brianna.