Harry sempre fora um bebê muito inteligente. Cativante e risonho, esbanjava felicidade para todos ao seu redor mesmo nos tempos tristes que o mundo bruxo estava enfrentando. Completando um ano e três meses de idade naquele dia, sabia andar e falar algumas palavras. Observava tudo ao seu redor com muito interesse e apesar de muito pequeno, sempre tinha algo para ensinar aos pais.
Mesmo que fosse como sorrir em uma guerra. Da qual eles eram os principais procurados.
Escondidos sob o Feitiço Fidelius a uma semana na casa em Godric's Hollow, os Potter viviam momentos de tensão. Naquele dia, pairava um ar de mistério e antecipação de tragédia na casa.
Lily, decidida a tirar isso da mente do marido, James, o distraiu com amenidades durante o jantar especial de Hallowen. Logo depois, a família se dirigiu para a sala, onde James brincava com o pequeno Harry, fazendo fumaça com sua varinha, o que rendia gargalhadas contagiantes do pequeno de olhos verdes.
Um tempo depois, Lily apareceu para levar Harry para seu quarto, e James largou a varinha preguiçosamente sobre o sofá.
Então tudo aconteceu rápido demais. Um estrondo. Gritos desconexos de seus pais. Harry não sabia o que fazer e olhava ao redor assustado, não estava entendendo a nova brincadeira.
Sua mãe o carregava, chorando, para seu quarto, largando-o no berço e empilhando tudo o que podia na frente da porta. Ela, como o pequenino reparou, não estava com sua varinha. E chorava muito. Ele não gostava quando mamãe chorava.
Ouviu-se passos na escada e uma voz fria ria, fazendo-o pensar em seu pai. O que havia acontecido? Papai não ria daquele jeito. Algo estava muito errado naquela noite.
Então a porta do quarto foi explodida e todas as coisas que estavam, inutilmente tapando-a, foram para todos os lados. Harry se levantou em seu berço e se segurou na borda. Apareceu um homem com uma capa preta. Seria papai, para brincar mais com a varinha?
Mas então sua mãe se colocou em sua frente e começou a gritar sofredoramente:
-Não, por favor, o Harry não! Eu faço qualquer coisa! Não, por favor!
-Afaste-se, sua tola... afaste-se agora...
- O Harry não, por favor não, me leve, me mate no lugar dele! – disse, abrindo os braços em frente ao berço, tapando a visão do bebê- O Harry não! Por favor... tenha piedade... tenha piedade...
Harry ouve uma voz aguda gargalhando e a mulher gritando. E então uma luz verde preencheu o quarto e ele viu sua mãe cair no chão para nunc a mais levantar.
Aquele ser se aproximou dele com uma risada fria. E ele começou a chorar. Não era seu pai. Sua mãe não choraria nem gritaria daquele jeito com seu pai!
O homem encapuzado apontou a varinha para ele e gritou, triunfante:
-Avada Kedavra!
Então, tudo era dor e explosão. O feitiço ricocheteou, e acertou Voldemort, que virou menos que um espírito. Já Harry, com dor e sem ninguém para o amparar, passou a mão gordinha sobre a testa e sentiu uma coisa diferente, que o marcaria para sempre: uma cicatriz em forma de raio. E assim o garoto desmaiou.
Anos depois, quando soube do que aconteceu, Harry percebera que sempre estivera certo em não gostar de sua fama. Ela era direcionada para a pessoa errada. Os heróis naquela noite fatídica foram seus pais, que se sacrificaram para protegê-lo. Deram a vida para que ele vivesse em um mundo melhor.
Seu pai lutou bravamente mesmo sem uma varinha, para que sua mãe e ele tivessem tempo de escapar. Sua mãe havia morrido por ele e deixado uma proteção tão forte que nada poderia destruir.
O amor incondicional.
N/a: Minha primeira one-shot. Talvez a primeira de muitas. Ou não, mas isso não importa. O que importa é que eu resolvi seguir o conselho que recebi e decidi transformar o "Adeus" em um "Até Logo" e voltei. Até porque sempre soube que não resistiria e voltaria a escrever algo.
É isso.
