Duas Vezes Você

por Miss Dartmoor

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Fandom: RPS (Real Person Slash).

Disclaimer: Jared é definitivamente minha propriedade, e só porque eu sou uma ótima filha eu dei o Jensen de presente pra minha mãe, tudo bem que ela queria o Dean, mas... Anyway, o céu também é laranja, o coelhinho da páscoa e o Papai Noel existem e são meus vizinhos, dã!

Sinopse: Jared acordou no meio do nada e deu de cara com Jensen doze anos mais novo e sim, era mesmo 12 de março de 1997 e ele não estava ficando louco.

Beta: Galatea Glax. Muito obrigada pela betagem, amore! Eu espero que eu não tenha atrapalhado você em nada! :3

Shipper: Jared Padalecki/Jensen Ackles – Padackles, J2, Jsquared.

Spoilers: Nenhum que eu saiba :P

Capa: Não é bem capa: http(dois pontos)//i241(ponto)photobucket(ponto)com(barra)albums(barra)ff20/Lemooni/Capas/DuasVezesVoc(ponto)png

Avisos: Crackfic? UA (Universo Alternativo). NC17, Slash, First Time. Vocês sabem que eu gosto tanto de Top!Jared quanto de Top!Jensen, então fiquem avisados que pode ter os dois. A única certeza é que terá Top!Jared

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N/A: O que acontece quando você passa seu dia lendo J2 e depois resolve ver fotos antigas do Jensen, assim, antigas pra caramba? Você começa a querer escrever coisas fora do normal. Eu queria Jared/Twink!Jensen, e já que a coisa é fisicamente impossível a fanfic teve que se tornar esse tipo de UA! :D As fotos que me inspiraram foram essas do Jensen e daí essas aqui do Jared: http(dois pontos)//love-jensen(ponto)com/gallery/thumbnails(ponto)php?album=160 e http(dois pontos)//j-padalecki(ponto)org/imgs/thumbnails(ponto)php?album=525

N/A²: Se você não curte ler sobre Jared de 26 anos pegando um Jensen de 19 anos, e então um Jared de 26 anos pegando um Jensen de 31 anos, ou se você não curte nem ler sobre dois homens se pegando, quanto mais Jared e Jensen, não leia!

N/A³: Eu não sei como as pessoas se comportavam em 1997, principalmente nos Estados Unidos. Sabe? Eu só tinha cinco anos na época, então me desculpem por qualquer coisa fora do normal aí, mas hey, é UA, então...

Capítulo 1.


Sua cabeça parecia que ia explodir. Maldito Kripke e sua mania de querer tudo o mais real possível, Jared devia ter confiado nos seus instintos quando algo lhe disse que não era uma boa ideia acelerar o Impala na direção daquela fumaça de efeitos especiais que tinha um cheiro horrível. Ele deveria ter confiado.

Mas claro que, como sempre, Jared ignorou aquela voz sensata na cabeça dele que dizia para ele não fazer aquilo, simplesmente porque ele achou que fosse legal e emocionante e, sinceramente? Ele deveria ter ouvido Jensen quando Jensen disse que não era uma boa ideia, que era melhor deixar alguém experiente fazer aquilo, como um dos dublês.

Mas Jared tinha que ser o cabeça-dura, tinha que tentar dar uma de Sam Winchester - sério, se um fantasma de verdade surgisse na sua frente ele com certeza gritaria feito uma garota -, ignorando completamente os conselhos de Jensen, dizendo para ele: "Relaxa, Jenny, vai dar tudo certo!".

"Tudo certo" o caralho.

Ele não se lembrava muito bem sobre o que era o episódio que eles estavam gravando, – alguma coisa sobrenatural, dã! - e isso devia ser culpa da dor forte que ele estava sentindo na cabeça agora. Ele tinha certeza que em algum momento quando o carro se chocou com algo sólido e a fumaça praticamente o cegou impedindo-o de ver absolutamente tudo, Jared deve ter batido forte a cabeça em algum lugar.

A última coisa que ele se lembrava antes de murmurar um "Idiota" para si mesmo foi de ouvir os gritos desesperados das pessoas ao redor e a voz de Jensen ecoando dentro da sua cabeça com os seus "Oh meu Deus, Jared! Jared!", até que o mundo se tornasse preto, ou branco, se você preferir.

Jared abriu os olhos e se amaldiçoou por ter feito isso em seguida. A claridade vinda do sol estava fazendo sua vista doer pra caramba. Ele fechou os olhos por alguns segundos antes de abri-los novamente e, gemendo de dor, abriu a porta do carro. Caramba, por quanto tempo ele ficou desacordado? Por que ninguém o tirou de dentro da porcaria daquele carro e, sério, desde quando fazia tanto sol dentro de um maldito estúdio?

A porta estava meio torta, provavelmente por causa da batida. Quando Jared a abriu ela caiu para o lado, torta. Mas Jared estava pouco se lixando, a culpa não era dele e eles tinham mais três Impalas sobrando na falta de um.

Esticou suas pernas e, com mais dificuldade do que o esperado, finalmente conseguiu sair do carro e encostou o corpo contra a lataria quente do Impala detonado. Ele abriu os olhos outra vez e assim que a sua visão ficou mais nítida, ele viu que não estava mais no set de filmagens e que não havia ninguém ali para socorrê-lo, pelo contrário, ele estava no meio do nada com um carro amassado e cheirando a coisa queimada e com um sol de matar sobre sua cabeça,

Ele estava no meio do nada.

Jared fechou os olhos outra vez e respirou fundo. "1,2...", Mas que porra...? "3, 4...", Ou a batida na sua cabeça tinha sido forte demais ou de repente ele tinha adquirido a capacidade de se teleportar de um lugar para o outro. "5, 6..."

Certo, isso não está ajudando.

Abriu os olhos de novo, e quando os abriu percebeu que estava exatamente no mesmo lugar. Ele olhou para a estrada vazia e sentiu-se menos desesperado ao ver a placa indicando que Los Angeles estava a apenas alguns quilômetros dali. Tudo bem que ele se lembrava de estar em Vancouver, Canadá, mas pelo menos ele não tinha ido parar no meio do México ou em algum lugar mais distante. Pelo menos ele ainda estava em um lugar onde as pessoas falavam inglês.

Ele respirou fundo, e saiu de perto do carro caminhando pela estrada até achar alguma alma viva por ali. Tirou seu celular do bolso e sorriu com satisfação ao ver que ainda estava funcionando, mas seu sorriso murchou quando ele viu que o celular estava sem sinal.

- Perfeito. – Murmurou sozinho, enfiando o celular de volta no bolso. – Simplesmente perfeito!

Olhou para seu relógio digital. Ainda estava cedo quando estavam gravando o episódio, e fosse qual fosse a explicação para ele ter ido parar num lugar totalmente diferente do último lugar onde ele estava, ele não devia ter ficado muito tempo desacordado. Mas assim que bateu os olhos no relógio, percebeu que ele tinha parado de funcionar.

- Maravilha! – Jared resmungou sozinho, ignorando a dor na sua cabeça e rezando a Deus para que ele não tivesse nenhum machucado interno que ele não tivesse percebido, e rezando a Deus para que alguma alma viva surgisse por ali e...

Jared ouviu o som de carro distante e se virou, observando uma caminhonete vindo de longe e se aproximando dele. Ele rapidamente esticou a mão para pedir carona. "Por favor, por favor, pare, por favor.", ele estava pensando internamente, e achou que talvez Deus estivesse ouvindo suas preces hoje porque a caminhonete parou ao lado dele e quem estava dirigindo abaixou o vidro.

Ele só esperava que não fosse nenhum pervertido ou...

- Perdido? – A pessoa perguntou e Jared franziu a testa de leve. Se ele ia pensar que talvez a voz lhe fosse estranhamente familiar - um pouco mais diferente, e com um sotaque texano bem mais notável -, ele não precisou porque logo estava encarando olhos grandes e verdes e cabelos loiros, bem mais loiros do que ele estava acostumado a ver, e um rosto sardento e jovial, bem mais jovial do que estava acostumado a ver também.

Ele estava boquiaberto, parado no meio da estrada, encarando uma caminhonete Ford daquelas antigas, mas que estava em ótimas condições. Não que o carro tivesse sido o motivo para deixar Jared boquiaberto, o motivo para Jared ficar boquiaberto e sem fala era que ele estava encarando Jensen, Jensen Ackles no auge dos seus 20 e poucos anos, não, ele provavelmente tinha menos que 20 ou no máximo 20 anos exatamente.

Era como se Jared estivesse olhando para aqueles malditos photoshoots – que, aliás, ele não ficava olhando – de Jensen da época de Days of Our Lives. A diferença é que não era uma imagem, uma foto, era real e Jensen olhava para ele e começava a franzir a testa.

- Você é surdo ou alguma coisa assim? – Jensen perguntou e Jared pensou: "Oh, meu Deus do céu!". A voz de Jensen estava tão diferente, ele estava tão novo, e Jared começava a se sentir um velho e olha que ele só tem 26 anos. – Alô?

- Não... Eu... – Jared calou a boca um instante e tentou processar a mensagem que seu cérebro estava tendo enorme dificuldade em processar. Aquilo não era possível, era fisicamente impossível e Jared só podia estar delirando, tendo alucinações ou tendo um sonho muito esquisito - não que ele ficasse sonhando com Jensen tão rotineiramente assim -, porque aquilo não podia estar acontecendo.

Só podia ser a pancada na cabeça, ou o sol. Sim, o sol deve ter fritado o cérebro de Jared.

- Eu estou indo pra L.A, e você? – Jensen perguntou, olhando Jared dos pés a cabeça como se ele fosse uma pessoa extremamente esquisita. Jared concluiu que, sendo isso um sonho absurdo ou alucinação, ele não iria ficar ali sozinho no meio do nada quando ele nem sabe onde ele está exatamente, ou em que maldita época ele está.

Mesmo assim, antes que Jared pudesse responder algo, Jensen arregalava os olhos como se acabasse de notar algo só agora.

- Sua testa está sagrando. – Ele disse, e olhou ao redor e seus olhos verdes se arregalaram mais ainda quando ele viu o Chevy Impala totalmente amassado no meio da areia, fora da estrada. – O que aconteceu com você?!

- Eu sofri um acidente. – Jared respondeu, satisfeito por ter conseguido formular uma frase que fizesse sentido. – Eu... Eu estava indo pra Los Angeles também, mas acho que meu... ahm... carro não vai pegar tão cedo.

Jensen não disse nada por um tempo, apenas ficou quieto olhando para o carro que estava um pouco distante, até olhar de volta para Jared.

Aquilo era esquisito. Jensen não era Jensen, não o Jensen que Jared conhecia pelo menos. Ele falava de uma maneira diferente, ele deixava seu sotaque transparecer mais do que o Jensen que Jared conhecia deixava, e Jensen estava... loiro, bem mais loiro que o normal e tinha aquelas feições... Aquelas feições que não eram muito maduras, que um homem maduro teria. Como Jared podia explicar? Jensen sempre teve aquela feição jovial, mas aquele Jensen ali nem barba tinha, e as sardas pareciam mais notáveis ainda no rosto pálido e os olhos bem mais verdes e vivos do que o normal, olhos que não carregavam 31 anos de experiência de vida como os olhos do Jensen que Jared conhecia carregavam.

Jensen, esse Jensen, tinha o rosto limpo, sem quaisquer vestígios de barba e isso o fazia parecer mais jovem ainda, muito jovem, e as feições em seu rosto eram quase delicadas.

É, "delicadas" era a palavra perfeita.

Jensen franziu a testa mais ainda e Jared percebeu que tinha ficado encarando-o sem a mínima discrição por tempo indeterminado. Jared não conhecia esse Jensen, mas o Jensen que ele conhecia não gosta muito de ser encarado fixamente, então era melhor Jared não parecer um maluco se ele quisesse ir para algum lugar aonde tivesse civilização e aonde ele pudesse resolver essa bagunça.

- Sobe aí. – Jensen disse, e Jared sorriu todo covinhas e deu a volta, entrando na caminhonete e suspirando de alívio quando ele se sentou no banco. Suas pernas estavam doendo também, mas não tanto quanto sua cabeça. Jensen o olhou mais uma vez antes de voltar a dirigir. – Eu sou o Jensen.

- Jared. – Jared se apresentou, sorrindo para Jensen e achando aquilo tudo muito esquisito. Ele puxou um jornal em cima do porta-luvas e agradeceu a Deus novamente por não ser necessário ele perguntar em que ano eles estavam, porque isso ia soar muito como conversa de maluco e ele não queria ir parar num hospício no passado. – 1997?!

Jensen o olhou esquisito e Jared tossiu nervosamente para disfarçar a exclamação que ele tinha acabado de dar do nada. 1997? Isso era tipo, 12 anos atrás!

- Essa sua batida na cabeça foi muito forte? – Jensen perguntou, e Jared o conhecia bem demais para não notar a leve pontada de sarcasmo na voz de Jensen. Jensen podia estar 12 anos mais jovem, mas ele ainda era Jensen.

De qualquer forma, Jared apenas sorriu torto e colocou o jornal de volta onde estava, se impedindo de fazer algum comentário maldoso, porque aquele ali podia ser Jensen, mas ele não fazia idéia de quem Jared era. 1997, ele pensou sozinho, isso significava que ele estava por aí em algum lugar com 14 anos e Jared se perguntou o que raios ele estava fazendo em 12 de março de 1997.

- Então... Vai fazer o que em Los Angeles? – Jensen perguntou por perguntar, puxando assunto.

- Ahm... – Jared não tinha ideia do que dizer. A última vez ele estava em Vancouver, no maldito Canadá e agora do nada ele se encontrava nos Estados Unidos, 12 anos atrás, a caminho de Los Angeles com um moleque chamado Jensen Ackles, moleque esse que costuma ser seu melhor amigo no futuro e quatro anos mais velho do que Jared. – Trabalho. - Disse a primeira coisa que veio a cabeça.

Jensen sorriu de leve e Jared reparou que aquele sorriso era diferente dos que ele estava acostumado a ver, o sorriso não alcançava os olhos como os sorrisos do seu Jensen alcançavam e... Ele acabou de dizer "seu" Jensen?

- Eu também. – Jensen disse, parecendo empolgado do nada. – Consegui um papel em Days of Our Lives! Tipo, um papel de verdade!

Então fazendo as contas, Jensen devia ter 19 anos e estava indo começar sua carreira de ator atuando em Days of Our Lives, a novela que Jared sempre zoou a respeito só porque ele gostava de irritar Jensen. Também não era como se Jensen nunca tivesse zoado Jared pelo moreno ter feito Gilmore Girls, então...

- Parabéns. – Ele disse, sorrindo levemente e sem ter ideia do que falar.

- Você trabalha no que? – Jensen continuou a falar, bem mais apto a conversas do que o Jensen que Jared conhecia. Certo, Jensen e ele viviam conversando, mas Jared se lembrava que Jensen tinha sido bem reservado o primeiro dia que eles se conheceram.

- Ahm... – "Na verdade, tecnicamente, em 97 eu estava mais preocupado em não me ferrar na aula de matemática", Jared pensou, mas dizer isso era pedir para Jensen pensar que ele é louco. – Na verdade... Eu meio que... que estou de férias por enquanto.

- Pensei que estivesse indo a trabalho para L.A. – Jensen comentou, sem tirar os olhos da estrada. Jared mordeu a língua.

- É, só que... Bom, eu trabalho nos negócios da família, mas pensei que tirar uns dias de férias pra conhecer a cidade fosse uma boa ideia. – Jared rezou internamente para que tivesse soado convincente. Jensen o encarou alguns segundos antes de dar de ombros e passar a observar a estrada.

- Da onde você é? – Jensen perguntou, ligando o rádio e deixando alguma música country tocar em volume baixo. Jared observou o loiro uns segundos antes de responder.

Ele já disse que aquilo era esquisito? Mas mesmo assim, ele começava a ficar um pouco curioso a respeito de Jensen. Jared não teve a oportunidade de conhecer Jensen quando ele estava no auge dos seus 19 anos, na sua adolescência, então ninguém poderia culpá-lo por querer saber como Jensen era 12 anos atrás.

Com certeza ele continuava bonito, podia ter feições mais delicadas, mas ele ainda continuava bonito e, sério Jared? Jensen é seu amigo e você não vai dar em cima dele agora, até porque Jensen é 7 anos mais novo do que você, aqui, e isso seria muito estranho.

Não importava se estavam no passado. Até onde Jared sabia, Jensen é heterossexual e isso não devia ser diferente quando ele tinha 19 anos. Tudo bem que Jensen, esse Jensen, às vezes o olhava de uma maneira um pouco diferente, mas Jared estava tendo sucesso em achar que era porque Jensen o estava achando meio esquisito ou até mesmo louco.

- Texas. – Jared respondeu, sorrindo de leve. Jensen pareceu surpreso um instante antes de sorrir também.

- Sério? Eu também! – "Eu sei", Jared pensou, mas em voz alta ele disse:

- De que parte?

- Dallas! – Jensen sorria, e reveza em olhar para a estrada e vez ou outra olhar para Jared. – E você?

- San Antonio. – Jared respondeu, sorrindo. Ele não sabia o que estava acontecendo com ele, ou como aquilo tinha acontecido, mas ele se sentia menos desesperado por estar ali no passado, agora que estava com Jensen. Isso o deixava menos aterrorizado.

Os dois conversaram por um bom tempo até verem algum sinal de civilização. Deu que Jensen estava indo para Los Angeles para começar a gravar aquela novela e ele ficaria na casa de Chris, um amigo dele que Jared tinha certeza que era o Christian Kane que ele conhecia, mas Jensen não falou muito sobre isso. Eles pararam no posto de gasolina e depois de tanta conversa, onde quem mais falou foi Jensen porque pela primeira vez Jared se obrigou a calar a boca apenas para ouvir o loiro falar, eles já tinham se conhecido bem melhor – tudo bem que, tecnicamente Jared já o conhecia, mas 12 anos causam muitas diferenças - e estavam se dando bem. Jared chegou a conclusão de que esse Jensen não era tão diferente do Jensen que ele conhecia. Pelo menos os dois eram boas pessoas, independente da idade.

Eles entraram na lanchonete do posto de gasolina e se sentaram em uma mesa, e por mais que Jared tivesse dito que não estava com fome – e ele estava com fome, só não tinha dinheiro – Jensen disse que não interessava, e pagou pra ele um lanche e Jared chegou a conclusão de que ele amava Jensen, sério, o cara poderia ser mais legal?

Enquanto Jared devorava seu lanche, Jensen, que não tinha tocado muito no dele, apenas o observava com um sorriso nos lábios.

- Que é? – Jared perguntou com a boca cheia, sentindo o rosto corar de vergonha. E olha que corar não é algo que ele faça com tanta freqüência. Jensen riu, mordendo seu lanche e dando tempo para Jared engolir o que estava na boca antes dele começar a falar:

- Nada, é só que você come pra caramba. – Jensen disse, em tom de riso. Jared sorriu levemente, apreciando o sorriso de Jensen e sentindo algo aconchegante dentro dele. Jared sempre adorou ver Jensen sorrir, principalmente rir, e é por isso que ele costuma fazer de tudo para Jensen rir. Não importava se ele pareceria um idiota, ele gostava de fazer Jensen rir e sorrir e estava pouco ligando se isso soa esquisito de se gostar de fazer.

- Eu sou alto. – Jared disse, sorrindo e estufando o peito. – Eu preciso me alimentar direito, sabe? Você que não come muito.

- Eu não estou com muita fome. – Jensen disse, pegando a garrafa de refrigerante e dando um longo gole. Jared ignorou aquele frio que sentiu na espinha e obrigou-se a encarar seu lanche e não a boca carnuda de Jensen em volta daquela garrafa. Pelo amor de Deus, ele tem 19 anos e Jared não ia tirar proveito de Jensen!

Okay, então talvez ele tenha uma queda por Jensen. Certo, talvez ele não tenha só uma queda, a menos que a queda seja do tamanho do Himalaia. Mas ele tinha obtido sucesso em manter isso em segredo por todos esses anos de convívio e não seria agora que ele perderia o controle.

- Você tem algum lugar pra ficar? – Jensen perguntou casualmente, colocando a garrafa em cima da mesa.

- Não. – Jared respondeu sinceramente, e então se lembrou que ele disse que estava indo pra L.A a trabalho e isso tinha que significar que ele tinha um lugar pra ficar. Jensen sorriu de lado, como que se lembrando exatamente disso e Jared se apressou em tentar se explicar:

- Quer dizer...

- Se você quiser. – Jensen disse, casualmente. – Você pode passar um tempo comigo lá na casa do Chris, ele não vai estar lá mesmo. Pelo menos até você se acertar aqui, sabe?

Jared abriu a boca, mas a fechou em seguida. A abriu de novo, mas não disse nada. Tinha certeza que estava parecendo um peixe fora d'água, mas ele simplesmente não conseguia acreditar que Jensen estava convidando um estranho para passar um tempo numa casa que nem era dele, e com ele. Ou Jared tinha muito jeito de idiota inofensivo, ou Jensen confiava demais nas pessoas.

E o Jensen que Jared conhece não é exatamente assim, pelo contrário, ele leva tempo para confiar nos outros e Jared se perguntou se 12 anos eram mais do que suficiente para mudarem uma pessoa assim.

- Sério? – Ele disse com cara de bobo, e Jensen sorriu.

- Aham, a menos que você não queira, daí...

Ele não sabia por quanto tempo ficaria ali. Mas até procurar dar uma de Sam e tentar descobrir o que tinha acontecido com ele, ele com certeza não queria ficar perdido numa época passada sozinho. Ele preferia ficar com Jensen.

- Não, sério, eu adoraria. É só que... Esquece, é muita generosidade sua. – Jared sorriu, seu sorriso de um milhão de dólares e continuou a comer, enquanto Jensen o observava em silêncio. Jared não se importou com os olhares, mesmo o Jensen que ele conhecia costumava olhar muito para ele às vezes, e talvez fosse porque Jared estava comendo feito um esfomeado.