Kimi to Iu Hana – Prólogo.

Era manhã de inverno em Londres. Uma garota estava sentada, sozinha em uma mesa de uma padaria. Eram férias e estava nevando lá fora. Na mesa estava uma cesta com 6 pães de queijo e uma caneca branca com a letra A cor-de-rosa, cheia de chocolate quente até a boca. A garota estava com uma boina, um casaco e uma calça social enfiada dentro da bota, tudo preto. Na mesa, havia um lugar vazio, em frente à garota de cabelos escuros, franja e olhos de mel. Mas logo o lugar foi ocupado. Essa pessoa havia acabado de entrar na padaria e estava coberta de neve.

- Mamãe!

- Bom dia, Ayame-chan. E me desculpe por interromper sua aula de canto. - A mulher disse, alegremente.

- Posso saber qual a ocasião?

- Bem, você sabe que a vovó Harami não anda muito bem...

Ayame arqueou a sobrancelha. Toda vez que se falava da vovó Harami, alguma notícia totalmente bizarra chegava. Em 1999, vovó, aos seus 72 anos, largou a viuvez para se casar com um jovem de 20 anos. Em 2000, vovó escapa de um infarto, depois de passar uma semana sem sair do quarto com seu marido. Em 2003, vovó Harami foi vista em uma praia de nudismo. Mas foi em 2005 que se separou do marido, levando metade de sua fortuna, visto que ele tinha provas que ela havia o traído com um estudante de enfermagem de 18 anos. Já estava há algum tempo sem dar esse tipo de notícia. Como será que andava vovó Harami?

- Como assim? O que aquela velha pedófila fez?

- Agora é sério - A mulher suspirou - Ela está frágil, mal sai de casa. - Completou roubando um pão de queijo.

Antes de responder, Ayame tomou mais um gole do seu chocolate quente e aproveitou a pausa para pensar. Tudo bem, era sua avó, mas realmente precisava desse encontro durante a aula de canto para dizer que ela estava frágil? Não era como se ela fosse morrer, a velha era de ferro. Podia esperar chegar em casa ou usar o celular que ganhara no natal. Era só uma depressão passageira por causa da idade.

- Tá. Onde quer chegar?

- Os médicos disseram que algum parente deve morar com ela.

- Porquê...

- Porque a probabilidade dela cometer suicídio é de 84.7%.

- Fizeram estatísticas?!

- O ponto é... - A mulher engrossou a voz - Ela não pode morar sozinha.

- Ah. - Ela ponderou duas possibilidades - Ela vem pra cá ou você vai pra lá?

- Eu vou.

- Yeah! - Ayame gritou e se levantou, acordando aqueles pobres coitados que estavam tomando calmamente seu café da manhã - Vou morar sozinha!

Sua mãe riu alto. Durante 2 ou 3 minutos.

- Deixe eu ser um pouco mais clara. Nós vamos. Eu, você e o seu pai.

- O quê? Nós vamos voltar ao Japão?! Nããão!!!