Para você, o amor era inocente. Doce, alegre e inocente. E um simplório segurar de mãos representava tudo isso. Mas ele se mostrou tão perverso, cruel. Sua primeira desilusão queria que um outro segurasse sua mão.

Naquele momento, as coisas pareciam se resumir com caronas, caminhoneiros e – como você não demorou a descobrir – erros. Estranho, porque você só queira o amor.

Foram as janelas abertas de banheiros que te trouxeram os amigos... E ela. Madura, talentosa. Dessa vez não teriam equívocos. Afinal, qual o erro no amor? Com o tempo, repetir isso para si mesma à noite não adiantava. Daí só o armário escuro te isolava dela. Quando você saiu de lá, viu que no mundo guerras muito mais horríveis dos que as suas aconteciam por (falta de) amor. Mesmo assim, você ainda acreditava nele.

Nessas estradas longas e tortuosas, você avistou um circo. Que maravilha! Conheceu Henry, o cavalo; descobriu que Mr. Kite iria desafiar o mundo e que há homens azuis! É tudo tão belo. Mas nada ou ninguém é tão belo como ela. Ágil, flexível. Ela é uma contorcionista. Seus olhos estão em você? Oh, sim! Finalmente, seriam apenas você e ela.

E o amor dançava pelo picadeiro.