Disclaimer: Tudo isso pertence a J

Disclaimer: Tudo isso pertence a J.K Rowling. A não ser pelo elfo.

Sinopse: O que acontece quando um elfo, que trabalha para um Weasley e um Malfoy, fica extremamente irritado e estressado e acaba armando um plano para se livrar desse dois? Descubra! D/G

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O Quadrado Mágico de Dobiky


Cap.1 - A Luz Branca

Em algum lugar no Ministério da Magia encontrava-se um elfo. Esse com seus olhos arregalados, com suas orelhas e nariz grandes e com sua baixa estatura, andava de um escritório a outro todo dia e o dia todo.

Desde a última semana não parava de fazer isso um segundo, andar entre esses dois escritórios, e somente esses dois escritórios.

O que tanto levava entre eles? Memorandos. Assunto? Ofensas. Como ele sabia? Era enxerido e acabava por ler todos os memorandos que em suas mãos chegavam. E lendo cada um dos memorandos ficava cada vez mais irritado, tal era o conteúdo inútil que havia neles.

Acabara de sair de um dos escritórios e logo uma voz do escritório ao lado o chamara.

"Dobiky..." – uma voz doce e feminina chamou-o, ele que já estava se cansando e se irritando de ouvir seu nome ser chamado por aquela vozinha.

"Sim, Srta. Weasley?" – pergunto enfiando a cabeça no escritório da ruiva, pela milésima vez aquele dia.

"Entregue esse memorando ao meu subordinado do escritório ao lado." – disse ela com um sorriso nos lábios entregando-lhe o papel.

"Sim, Srta." – respondeu e saiu do escritório querendo bater sua cabeça na parede até morrer, pois era mais um memorando para o escritório ao lado.

"Subordinado, trabalharás amanhã, sábado. Sem discussões. Pois quero os relatórios todos prontos até a meia-noite do mesmo dia! Mande-os para minha casa, pois a chefinha aqui não trabalhará no dia especificado."

"Isso vai durar o dia todo, como sempre." – pensou o elfo revirando os olhos e entrando no outro escritório. – "Sr. Malfoy... mais um memorando."

"Ei, não saia." – mandou o loiro ao receber o memorando.

Passou seus olhos pelo papel, uma têmpora em sua testa sobressaltou. Virou o memorando e rabiscou alguma outra coisa e entregou ao elfo. – "Já sabe onde tem que entregar, agora saia!"

"Pobretona, NÃO. Não irei trabalhar num sábado. Saiba que isso que está fazendo é abuso de poder. Irei me informar do que poderei fazer com você, Weasley. E não use o termo subordinado, ou teremos um grave problema a resolver."

"É não vai terminar mesmo." – sussurrou o elfo dobrando o bilhete e entrando mais uma vez no escritório de Ginny. – "A resposta do Sr. Malfoy"

"Espere, por favor." – pediu Ginny sorrindo e rabiscando já outro bilhete. - "Entregue ao meu subordinado, Dobiky."

"SU.BOR.DI.NA.DO.. O que você vai fazer agora? Estou com tanto medo... subordinado! Ai, eu posso repetir isso o tempo todo. Mudando de assunto, você vai trabalhar sim. Horário extra, ninguém mandou você ter faltado outro dia..."

E mais um bilhete entregue e outro para ser entregado. Dobiky estava mais irritado, e se pudesse já teria mandado os dois para a... cochinchina.

"Weasley,

Weasley. Pequena Weasley. Não brinque com um Malfoy! E Aceite, não vou trabalhar. Aliás, você está jogando todo seu trabalho em cima de mim. Você faltou dois dias de trabalho e eu não posso faltar um? Acho que vou ter de falar com o seu superior sobre o abuso."

Dobiky saiu do escritório e segundos depois já voltava a esse mesmo com mais uma resposta. Isso realmente o irritava, aquilo não era memorandos sobre trabalho! Era... era... briga de namorados! Só podia... mas não podia, eles não eram namorados, mas parecia que eram, mas não eram... ele já estava pirando.

Perdera as contas de quantas vezes fizera esse entrega aqui, entrega ali na semana. Na verdade, tinha parado de contar depois da ducentésima quarta vez. Sim, ele sabia contar.

"Malfoy, não me faça rir. Será sua palavra contra a minha. E esqueceu que meu superior é Harry Potter? Acho que ele confia mais na minha palavra do que na sua. Quer testar?"

Ginny sabia que ele tentaria "denunciar" ela, e sabia que venceria. Harry confiaria nela, e se desse certo, até cortaria Draco Malfoy do departamento, e Dobiky notou isso, pelo sorriso largo explícito no rosto da ruiva.

O elfo sentiu uma esperança surgir dentro do seu corpo pequeno. Se Draco fosse cortado do departamento, fim de briguinhas de namorados-não-namorados por memorandos! Ele não via a hora daquilo tudo acabar...

"Weasley, infelizmente, isso é certo. Então, trabalharei. Mas você também vai, quer ver? Espere somente cinco minutos e me mande uma resposta."

O coração de dobiky acelerou ao ver um memorando sair voando do escritório de Malfoy e entrar no elevador assim que saíra do escritório da Weasley com o último memorando dele para ela. E ficou pasmo, indignado, frustrado. Para briguinhas usavam o elfo, para coisas sérias... deixem os memorando voarem! Deixem!!

Apesar disso, Dobiky teria uma folga, finalmente pararia por cinco minutos. Ficaria quieto, descansando suas pernas curtas. Mas parecia que o elfo não tinha sorte. Malfoy e Weasley resolveram fazer pedidos de guloseimas, água justamente ao mesmo tempo... realmente ele não tinha sorte.

Assim que voltou correndo com os pedidos, viu Ginny Weasley sair de seu escritório, batendo a porta atrás de si e entrando estrondosamente no escritório do inimigo.

"Você é um maldito, Malfoy!"

"E você adorável." – ele respondeu ironicamente sentado em sua cadeira de girar, de costas para ela.

"Deu pra infernizar minha vida agora?" – ela perguntou colocando suas mãos sobre a mesa dele, esperando ele se virar.

"Pensei que já fazia isso, Weasley." – respondeu sem mover-se.

"Ei, aqui! Eu estou aqui!" – ela chamou-lhe a atenção estalando os dedos.

"Não deu pra perceber com a sua entrada discreta." – e sorrindo sarcasticamente virou-se. – "E continua aqui... porque..."

E antes que ele continuasse com a zombaria ela atirou na mesa um memorando.

"Confio esses papéis somente a você, Gin, bom trabalho. É bom saber que temos pessoas tão preocupadas com o Ministério como você. Grato pela ajuda, Harry."

"Um elogio! Ótimo, Weasley" – ele deu duas palmas e girando voltou-se de costas para ela.

"Elogio? Chegou um monte de arquivos no meu escritório! PRA SEGUNDA!" – berrou ela ficando tão vermelha quanto seus cabelos de raiva.

"E?" – perguntou voltando a virar-se de frente a ela.

"E? E QUE É TUDO SUA CULPA!"

"E?" – voltou a perguntar para irritá-la ainda mais.

Ela fechou os olhos, respirou o mais fundo que pode, deu as costas e chegando na porta do escritório dele, atirou com força na direção de Draco um objeto qualquer que pegara na mesa. Mas ele acabou desviando, deixando-a com mais raiva.

"Bom argumento, Weasley, mas melhora na mira!" – ele gritou enquanto ela batia a porta e saia apressada para sua sala.

Dobiky saiu correndo atrás de Ginny, que ainda bufava de raiva. No meio do caminho ouviu Malfoy o chamar e voltou ao escritório dele. Ele ainda tentava digerir o ocorrido. Teria mesmo que trabalhar com o Sr. Carranca é meu nome e Stra. Simpática Demais pro meu gosto num sábado? Era demais aquilo, ele tinha que fazer alguma coisa.

"Nunca duvide de mim, principalmente quando sou injustiçado (achei que nunca na minha vida usaria o termo injustiçado). Então Weasley, vai trabalhar amanhã? Pois tenho uma novidade para contar... eu também! Esses chefes estúpidos que acham que devemos trabalhar até não poder mais são uns malditos, não acha? Bom trabalho amanhã, chefinha."

E Dobiky continuava a fazer seu trabalho, infeliz, irritado, frustrado. As horas demoravam a passar e ainda trabalharia sábado, SÁBADO! Até cogitou na idéia de chamar Hermione. Com certeza ela colocaria seus chefes na linha. O problema seria ter que agüentar ela falando sobre toda a história do F.A.L.E.

História que ele sabia de cor e salteado, pois seu pai Dobby não cansava de repeti-la todos os dias em todos os anos de sua vida. Mesmo sua mãe tendo proibido Dobby de tocar no assunto com ele.

"Maldito é você, seu maldito"

Dobiky se perguntava porque fora justamente escolher trabalhar no Ministério da Magia. Talvez porque seu pai, amigo de Harry, tivesse dado o primeiro empurrão. Talvez por ser um lugar de extrema importância. Mas com esses memorandos, esses chefes, estava começando a se arrepender.

"Admita Weasley, você não pode comigo."

Se existisse um trabalho a cumprir, Dobiky cumpriria todo o seu dever... apesar de tudo. Mas e se seus chefes, de repente, não trabalhassem mais? Ele provavelmente trabalharia em outro lugar, com outros chefes, sem essas inutilidades de entregar memorandos de briguinhas.

"Doninha saltitante!"

Então, em mais uma corrida entre escritórios, surgiu um pensamento. E se ele desse um jeito de se livrar de seus chefes? Pois não era possível ele agüentar a vida toda nesse tipo de trabalho. O sonho de outro cargo, foi tomando o minúsculo elfo por completo.

"Weasley-fêmea... ou seria macho mesmo?"

A ambição de Dobiky torna-se enorme, e ele decidira que algo ele teria de fazer. Para não se sentir mais irritado em seu lugar de trabalho e realmente trabalhar em algo que faça a diferença. Mesmo que seja entrega de memorandos, mas que não sejam sobre coisas estúpidas. Seus chefes teriam que tirar esse cargo das mãos dele, mas não poderia correr o risco de ser despedido ou descoberto. Seus chefes... teriam de sumir.

"Vá se danar! Deixe-me trabalhar em paz, Malfoy!"

Teria que tramar um plano para alcançar seu objetivo principal, e parecia que algo surgia na cabeça de Dobiky. Ele era muito bom em idéias, herdara isso de seu pai. Sim, o plano não poderia ser mais perfeito. Principalmente porque tinha bastante conhecimento em feitiços simples, e havia lido alguma coisa nos últimos dias que poderia ajudar.

"Para que a pressa, Weasley? Temos o sábado inteiro amanhã."

E até já sabia quando colocar em prática esse tal plano. Daí em diante, pode trabalhar com um sorriso maldoso estampado em seu rosto, tramando como tudo iria acontecer. Se ao menos seus chefes tivessem notado...

"Morra"

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Dia seguinte. Sábado de manhã. Um dia nem tão feliz para Draco Malfoy, muito menos para Ginny Weasley. A única pessoa feliz dentro do Ministério da Magia era o elfo Dobiky.

"Segure o elevador, estou chegando." – pediu Ginny apressando o passo antes que o elevador fechar-se.

"Chefinha, se eu soubesse que era você... não teria esperado" – disse Draco ao vê-la entrar no elevador.

"O dia não poderia ter começado pior." – reclamou baixinho, mais para si mesma, ao que as portas do elevador fecharam.

"E então... Ginevra Weasley! Muito trabalho hoje? Por sinal, bonito nome." – começou Draco ironicamente, se seu dia estava ruim o único jeito de o melhorar era irritar um Weasley. Principalmente se esse fosse sua chefe.

"Ignore... ignore" – repetia Ginny mentalmente.

"Está faltando tanto dinheiro na sua casa assim? Pois deve estar, tão desnutrida que nem consegue falar direito." – implicou mais uma vez, dando um meio sorriso. Seu dia estava melhorando só de ver Ginny ficar cada vez mais vermelha.

"Malfoy, seu idiota!" – irritou-se ela, largando sua pasta e agarrando o colarinho dele. "Tudo bem que você me fez trabalhar hoje, mas me irritar com as suas gracinhas eu não vou agüentar!"

"Ui, está irritadinha, Weasley? Será que você está naqueles dias?" – ele ironizou e Ginny o apertou contra a parede.

"Não me responsabilizarei por mais nada que eu faça agora!" – disse Ginny com seus olhos finos e ameaçadores, soltando Draco no chão num baque e sacou sua varinha.

"Você endoidou, Weasley?" – perguntou Draco sentindo a varinha dela em seu pescoço.

E ela abaixou a varinha começando a rir, gargalhar.

"Malfoy, a sua cara foi a melhor."

"Eu sabia que você não iria fazer nada, Weasley. Até parece que ia fazer alguma coisa contra mim" – disse Draco se recompondo e ajeitando suas vestes.

"Cala a boca Malfoy, ou te faço engolir essa varinha." – zombou ela ainda rindo, e ele somente a fuzilou com o olhar.

"Quero ver, Weasley" – atiçou Draco com um meio sorriso, no que a ruiva pensou em segurá-lo novamente pelo colarinho, ele já havia empurrado-a contra a parede do elevador.

Ouviu-se um estrondo e a luz começou a falhar.

"Ai! Malfoy, o que você fez?" – perguntou Ginny preocupada, pois o elevador parara de funcionar nesse instante e as luzes aos poucos apagaram-se.

"Foi sua cabeça enorme que bateu, será que quebrou?" – perguntou, soltando-a.

"Não, eu estou bem..." – respondeu ela estranhando a pergunta em tom de preocupação.

"Estou falando do elevador, Weasley. Quem se importa com a sua enorme cabeça?"

"O único cabeçudo aqui é você!" – respondeu a ruiva com raiva, e pisou forte no pé dele que estava próximo ao seu.

Ele abafou um gemido de dor, fazendo-a rir. Então ele beliscou a primeira coisa que encontrou no escuro do elevador para retrucar. Por azar, ou por sorte para um homem sem um pingo de vergonha, era a bunda de Ginny.

Se a escuridão permitisse, ele poderia enxergar as orelhas de Ginny arderem em fúria. Em contra-ataque Ginny começou a bater em tudo a sua volta, a procura de bater no loiro, que se agachara para não ser acertado, pois sentiu um vento, da mão dela, passar muito perto de seu rosto pontiagudo.

"Me tirem daqui! Tem uma Weasley louca aqui comigo." – gritou Draco se levantando ao achar a porta do elevador.

"Toma isso." – ele gritou ao localizá-lo e acertar um chute nas partes baixas do loiro – "Isso é pela minha bunda."

"Acho... que... estamos... quites" – ele disse espaçosamente enquanto escorregava no pela parede do elevador até chegar ao chão.

O seguinte, foi um longo gemido de dor por parte de Draco. Se houvesse luz Ginny seria vista passando a mão em sua nádega dolorida e seria vista uma cara bizarra de Draco contorcendo-se ao chão.

Após um momento de silêncio (por parte de Ginny, claro) eles puderam ver um ao outro, mas ainda não nitidamente.

"Como a gente vai sair daqui?" – perguntou Ginny cautelosa.

"Não dá para sair daqui, mas quando eu sair daqui... espero que 'ele' funcione... ou as conseqüências contra você serão muito, muito graves."

"Malfoy! Ninguém mandou você beliscar a minha bunda!" – disse ela, sentada num canto do elevador de frente a ele.

"E eu ia saber que era a sua bunda? Pensei que era seu braço." – explicou e deu um riso descrente.

"Braço... sei. Eu também não sabia que eram suas partes baixas." – ironizou Ginny.

"Se não sabia, como acertou em cheio?" – perguntou ele parecendo sentir novamente a dor.

"Andei treinando minha mira." – provocou ela, mesmo lembrando que já podia enxergar ele nitidamente na hora do chute.

"Mira eu tenho, mesmo não querendo ter."

"Você fez de caso pensado, seu tarado."

"Você que fez, acha que eu queria pegar na sua bunda, aliás... bela bunda." – disse ele erguendo sua sobrancelha e com um sorriso debochado.

"Ora, seu..." – levantou-se Ginny para começar a pancadaria novamente.

"Olha, lá em cima. Uma luz branca" – disse Draco.

"Não mude de assunto." – mandou ela em frente ao loiro que não parava de olhar para cima.

"É sério, Weasley. Olhe para cima." – insistiu e no que ela olhou, ele deu um tapinha na cabeça dela, rindo em seguida.

"Ai, seu idiota!" – disse Ginny fazendo muxoxo e mordeu a mão dele que ainda estava no ar.

"Ai" – gemeu ele tirando sua mão de vista. – "Agora é sério canibal, olha!"

"Malfoy..." – reclamou ela cruzando os braços.

"Olha!" – disse ele sério, olhando para cima. E pela curiosidade ela fez o mesmo.

"Que diabos é..." - eles não tiveram tempo de completar a frase, assim como eles nem tiveram tempo de reagir.

A luz branca foi se aproximando e se tornando cada vez mais forte, consumindo-os rapidamente. Sentiram que estavam caindo por um precipício. Entre seus gritos foi possível ouvir uma risada esganiçada. Mas no momento em que chegaram ao chão, desmaiaram.

O plano dera certo.

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N/A: Bom, gostaram? Acho que essa fic vai ter mais ou menos uns 8 caps. Pelo menos é o que eu tenho planejado até agora. Deixem reviews! Se vocês não entenderem algo ou qualquer coisa, avisem também! Bjos e obrigada.

Suzi Black (12/07/06)

Betas: Trininha Malfoy e Philipa

Editada (24/06/08), Betada por mim mesma.