Itachi repousava ali, sob a sombra daquelas arvores, em uma floresta distante e isolada. Sonhava com aquela noite. A noite na qual assistiu todo seu clã morrer. Ou melhor, a noite na qual tirou a vida de todos a quem amava, com exceção de uma única pessoa. O deixou sozinho, jogado à sorte naquela vila. Mas não teve escolha. Não conseguiria matar o irmãozinho. Tudo que queria era protegê-lo, sempre. Sempre. Carnificina. Morte. Dor.

Acordou. A tempos não tinha um sonho tão nostálgico como aquele. Precisava seguir em frente.

-Ei – chamou-o Deidara – Temos que ir! Os outros estão esperando.

Itachi se levantou tranquilamente. Estava sol. Claro demais. Ele se limitou a arrumar o seu chapéu para que aquela claridade toda parace de incomodá-lo tanto, provocando um leve som de guizos ao movimentar-se, e saiu andando. Passou reto por Deidara, seu atual companheiro, ignorando completamente sua presença.

-Ei, ei! Você tem que ser assim toda hora? – perguntou Deidara, acelerando até alcançar Itachi e voltando ao ritmo normal de caminhada ao chegar do lado do "companheiro".

Itachi simplesmente encarou-o. Seu rosto estava inexpressivo, como sempre.

Continuaram caminhando rapidamente, em silencio. Ou melhor, Itachi estava em silencio. Deidara não calava a boca. Falava algo sobre como queria se vingar de Kakashi, por conta do braço que perdera na ultima luta contra ele. A mesma batalha na qual Sasori foi derrotado e morto. De repente Itachi para. Foi tão inesperado que Deidara esbarra nele.

-Shh – Foi o som produzido por Itachi direcionado a Deidara, seguido de um olhar intimidador.

Logo os dois estavam em alerta. Alguns minutos assim se passaram.

- Está ouvindo coisas – disse Deidara

- Apenas vá avisar os outros que já estou a caminho – disse Itachi, em resposta.

Sem exigir grandes explicações, Deidara encarou-o. Sabia que não adiantaria perguntar nada. E, na verdade, estava um pouco aliviado poder ficar um tempo longe daquela presença sinistra de Itachi. Aquele cara o causava arrepios. E era muito quieto também, Virou as costas.

- Só não demore. Pain pode ficar irritado. – Disse antes de desaparecer por entre as arvores.

Itachi ficou ali, imóvel. Algo ou alguém os seguia. Disso tinha certeza. E aquele cabeça oca de um braço só não tinha capacidade o suficiente para perceber isso. Foi melhor que ele partisse mesmo.

Itachi apenas esperou que se manifestasse.

- Itachi-sama..? – ouviu uma voz tímida assim chamando-o após alguns minutos.