Meu Amor, Minha Flor, Minha Menina.

I. Meu amor - (Tanto amor em mim, em ti nem tanto).

Porque são sempre as minhas mãos as mais rápidas, os meus beijos os mais longos, os meus olhares os mais preocupados, o meu coração o mais meloso. Porque somos ao contrário, e ao contrário é sempre mais gostoso. Você odeia o que eu amo. Eu amo o que você odeia. E assim a vida segue. Entre nossas brigas, nossos desentendimentos, nossas saudades, minhas desculpas, seu perdão. Porque você diz que me ama, mas eu sei, eu sei, te amo mais. E tenho todos os motivos do mundo para tal. Você nem tantos. Metade de mim é amor, a outra também, as metades têm nome, são flores brancas. Lírios.

II. Minha Flor – (Vem me ajudar, me dá seu bem).

Rosas são vermelhas, violetas são azuis. Pro caralho com essa merda, só existem lírios no meu mundo. Só existe vermelho, só existe verde, só existe pele com sardas, só existe um lírio. Solitário, porém grande o suficiente para ocupar todo um coração e egoísta demais para partilhá-lo. O que é bom em mim vem à tona perto de você. E ser bonzinho, e direito, e príncipe está na moda. Sempre esteve. Sempre vai estar. E eu queria ser poeta, mas poeta não posso ser. Porque para isso tem que ser meio gay. E eu sou muito homem, e sou muito você.

III. Minha Menina – (Até um canalha precisa de afeto).

Porque é no último corredor da torre mais alta do castelo que fazemos amor. Os outros corredores foram de outras, e assumo, fui de muitas, de várias, de todas. Precoce, imaturo e ignorante – só você soube me ensinar o que é amar um beijo específico, e não o ato de beijar; o que é amar um corpo-no-seu-corpo; o que é sentir o coração escorrer pela orelha de tanta fofura, de tanto afeto. Porque posso ser um canalha, um cachorro, um vadio – como tantas vezes você cantou em notas altas em meus ouvidos -, mas por você posso ser tudo. E porque aqui, nesse corredor, com essa ruiva, fazendo esse tipo de amor, a gente fica comovido feito o diabo. E acaba pensando nisso tudo.

N/A: Trechos de poemas e nem-tão-poemas-assim. Inspirada na música do Zeca Baleiro, que dá nome à fanfic.