Questions And Answers
Por Little0bird
Traduzida por Serena Bluemoon
Tradução autorizada pela autora!
Disclaimer: A Autora, Little0bird, não possui Harry Potter, apenas o plot desta fanfiction. A tradutora, Serena Bluemoon, não possui nem o plot, nem Harry Potter, apenas o trabalho de traduzir. Nenhuma das supracitadas ganha qualquer coisa além de satisfação pessoal e comentários.
Avisos:
1) Vou tentar manter a maioria das traduções dos livros, mas uma coisa ou outra eu vou manter no original. Qualquer dúvida quanto aos termos originais, só perguntar.
2) Nomes mantidos no original, por que é o tipo de coisa que não se traduz. Não souber quem é pelo nome original, só perguntar.
4) Essa fic tem várias partes que não dependem, necessariamente, da outra. Se quiser manter a ordem, esta se encontra no meu perfil.
5) Esperem uma atualização por semana: em algum momento entre sexta-feira e domingo, normalmente às sextas-feiras.
Espero que gostem, e comentem.
Capítulo Um
What Can I Say?
02 de setembro de 2017
Mãe e pai,
Fui selecionado para a Grifinória! O Chapéu Seletor nem sequer mencionou a Sonserina. A viagem nos barcos não foi tão assustadora, mas a Lula Gigante empurrou o barco perto do meu. Eu sei o que vai dizer, pai. Eu não deveria ter me preocupado, porque James vive para me assustar o tempo todo.
Uma coisa engraçada aconteceu, pai. As pessoas ficaram apontando e murmurando. Não só comigo, mas com Rosie também. Por que isso? Por que todas aquelas pessoas ficaram olhando, ontem, no trem? Eu notei isso quando fomos ao Beco Diagonal comprar minhas coisas para a escola. Elas sempre fizeram isso e eu só percebi agora?
Há esse outro garoto no meu ano — Scorpius Malfoy — que foi Selecionado para a Grifinória, também. Ele não parece muito feliz com isso. Não quis falar com ninguém durante o jantar, nem no dormitório.
Eu te mando uma coruja logo, para te contar sobre minhas aulas.
Amor,
Al.
P.S.: mãe, esqueci meu suéter extra no carro. Pode me mandar? É mais frio aqui do que em casa.
Albus Potter amarrou a carta à pata de uma das corujas da escola, e a observou sair voando pela janela. Era bastante cedo na manhã de sábado, mas Al não costumava dormir até tarde. Ouviu um farfalhar na palha atrás de si, e se virou, não esperando que mais alguém estivesse acordado tão cedo. Era Scorpius. Ele chamou uma coruja, amarrou uma carta na pata dela, e a mandou embora, observando-a passar pela janela circular, como Al tinha feito, embora fosse com uma expressão pensativa.
Al olhou abertamente para Scorpius. Ele nunca vira ninguém tão... Pálido... Antes. Todos seus tios Weasley tinham vários tons de cabelo vermelho, como Ginny e Lily, assim como Arthur, Molly e sua avó Lily. Fleur era loira, mas ela tinha um brilho ao seu redor. Katie tinha cabelo dourado, e Penny era de um castanho claro. Bronwyn tinha cabelo escuro, como Harry, James e seu avô James, e ele mesmo. E Teddy... Bem, Teddy podia ter a cor de cabelo que quisesse, mas normalmente o usava em um tom de turquesa que fazia os olhos doerem. Distraidamente, Al se perguntou se alguma vez Scorpius estivera do lado de fora. Ginny e Molly faziam todos irem para o ar livre durante o verão. Al se balançou mentalmente. Ginny tinha dito que era grosseiro encarar as pessoas, mas Scorpius não pareceu notar Al.
- O quê? – Scorpius ralhou.
Albus pulou. Parecia Scorpius tinha notado.
- N-nada. – Al gaguejou.
- Olhando para o Malfoy desajustado? – uma pitada de amargura pontuava a voz de Scorpius.
- Não. – Al respondeu honestamente. – Apenas passei a maior parte da vida com ruivos. – indicou o cabelo loiro, quase branco, de Scorpius. – Não vi muitos... Loiros... – Al terminou pateticamente. Virou-se para sair do Corujal.
- Meu pai não vai ficar feliz quando receber minha carta. – a voz de Scorpius fez Al parar.
- Por quê?
- Todos os Malfoy vão para a Sonserina. – Scorpius explicou suavemente. – E aqui estou eu, um maldito Grifinório. – Scorpius começou a ir embora. – Tenho certeza de que ele mandará um Berrador. Vergonha da família e tudo isso. – zombou, descendo as escadas do Corujal. Scorpius foi em direção ao lago, com Al o seguindo. Não conseguia imaginar receber um Berrador de seu pai. Ginny tinha enviado um a James, no primeiro ano dele, mas só porque James tinha jogado um fígado de dragão em outro aluno, na aula de Poções, e acabara acertando o Professor Williams na cabeça. Ginny ficara lívida, enquanto Harry parecera mais divertido com a situação toda. James tinha um temperamento, e normalmente isso o colocava em vários problemas, mais do que as artes que aprontava com Fred e Jacob.
Scorpius parou perto do lago e se sentou em um banco, olhando para a água, de mal humor.
- Só existiram dois membros da família que não foram para a Sonserina, além de mim. E os dois foram deserdados.
- Mesmo? Quem eram? – Al perguntou, cheio de curiosidade.
- Bem, foram dois primos do lado da minha avó. Um foi o primo dela, Sirius Black. Ele foi para a Grifinória. A outra era sua sobrinha, Nymphadora Alguma Coisa. Acho que ela foi para a Lufa-Lufa. Mas não falamos sobre eles. – disse com uma voz que deixava claro que isso era um terrível segredo de família.
- Eu conheço Sirius e Nymphadora! – Al disse animadamente. Scorpius ergueu uma sobrancelha pálida e não disse nada. – Sim, Sirius era o padrinho do meu pai. Mas ele morreu anos antes de eu nascer. Dora é minha... Bem, Teddy é o afilhado do meu pai, e Dora era a mãe dele. Ela morreu na Batalha de Hogwarts, durante a segunda guerra. Tanto ela, quanto o pai de Teddy. – Scorpius o olhou com a boca aberta em choque.
- Você os conhece? – balbuciou.
- Bem, sim. Eles são família. – Al insistiu.
- Eles podem ser parentes consanguíneos meus. – Scorpius disse curtamente. – Mas não somos família. – a mente de Al hesitou. Ele não conseguia imaginar não falar com alguém de sua família. – Eu não quero ser alguém sobre quem a minha família nunca fala. – Scorpius murmurou. – Não podem mudar a casa em que estou? – perguntou desesperadamente.
- A casa em que você está não deveria importar. – Al disse, se erguendo e tirando a grama de sua calça. – São as escolhas que faz na vida. – disse, repetindo as palavras de seu pai, no dia anterior. Deixou um Scorpius desanimado na borda do lago, e voltou para o interior do castelo, para tomar café da manhã.
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Uma coruja bateu na janela da cozinha da casa dos Potter. Ginny ergueu os olhos do jornal de sábado, os olhos cerrados para a coruja desconhecida. Deixou o jornal de lado e foi até a janela, abrindo-a para deixar a coruja entrar. O animal voou até o poleiro no canto, e esticou a perna. Ginny pegou a carta e ofereceu água e um punhado de petiscos para a coruja, antes de olhar para o envelope. Era a carta prometida de Al. A apoiou no vaso no meio da mesa. Podia esperar até Harry voltar para casa. Novos Comensais da Morte tinham sido avistados em algum lugar da Irlanda. Ele odiava trabalhar durante os finais de semana, se não precisasse, mas tinha que formular estratégias com o time de Aurores que tinham sido designados para vigiar o grupo.
- Está quieto demais aqui! – o protesto de sua filha soou da sala de estar, onde estava deitada de bruços no tapete, lendo um livro para sua aula de leitura na escola Trouxa.
- Acostume-se. Eles não vão voltar antes do natal. – Ginny respondeu, levando o jornal até a sala.
- Eu podia começar a tocar bateria. – Lily sugeriu alegremente.
- Só sobre meu cadáver. – Ginny retorquiu.
- Mas, mãe, você não quer que eu seja a próxima baterista das Esquisitonas? – Lily chantageou.
- Não especialmente.
- Achei que você gostava das Esquisitonas.
- Eu gosto. Só não tenho certeza de que quero que minha família faça parte do grupo.
- Al já mandou notícias? – Lily mudou de assunto.
- Sim. Acabamos de receber uma carta.
- O que dizia? – Lily pulou do tapete e pousou no sofá, ao lado de Ginny.
- Ainda não sei. – Ginny riu. – Estou esperando seu pai chegar em casa, para que possamos ler juntos.
- Oh. – Lily franziu o cenho em desapontamento.
- Não se preocupe, Lily. Ele vai voltar mais tarde.
- Quando? – Lily pegou seu livro do tapete e voltou a se juntar a Ginny no sofá.
Ginny esfregou as têmporas lentamente.
- Eu não sei. – confessou. – No jantar, esperançosamente. – deu um tapinha no joelho de Lily. – Se ele não chegar até o jantar, nós podemos ler.
Satisfeita, Lily abriu o livro e voltou a ler. Ginny tentou ler o jornal, mas sua atenção continuava indo para a carta que continha novidades de seu filho mais novo. Estava quase tão ansiosa para saber o que estava escrito quanto Lily. Mesmo que Harry houvesse garantindo que não importava, Ginny sabia que a ideia de Al ir para a Sonserina fazia os dois se encolherem um pouco.
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Harry forçou um sorriso a aparecer em seu rosto, enquanto Ginny lia a carta de Albus durante o jantar. Mas, internamente, se encolheu com cada uma das perguntas de Al. Eram as mesmas que ele tentara perguntar quando tinham ido comprar seu material da escola no Beco Diagonal, mas Harry as tinha afastado com murmúrios. Desde que James nascera, tentara manter seu passado — suas façanhas, como Hermione chamava de modo brincalhão — longe de seus filhos. Pelo menos até que fossem mais velhos. Muito, muito mais velhos. Tão velhos a ponto de já serem maiores de idade.
Se nada mais, queria que James, Al e Lily tivessem uma infância mais normal possível, sem o fardo de serem os filhos de Harry Potter em cima de tudo.
A maioria dos Weasley não falava do que tinha acontecido antes ou durante a última guerra. De fato, eles também não tinham dito muito para seus próprios filhos. Fred e Jacob uma vez perguntaram a George por que ele não tinha uma orelha. George meramente respondera que tinha sido um acidente e mudara de assunto rapidamente.
Ginny dobrou a carta e a guardou novamente no envelope. Harry limpou a mesa silenciosamente e começou a lavar a louça de maneira Trouxa. Ginny notou o modo metódico que ele lavava cada prato e copo e os colocava no escorredor para secar. Mandou Lily para o quarto e pegou uma toalha de pratos de uma gaveta, e começou a secar a louça.
- Eu sei que essa carta te assustou. – disse casualmente. Harry deu de ombros em resposta. – Vai ser muito mais difícil esconder tudo deles, agora. – continuou. Outro dar de ombros. – Nós vamos ter de contar mais cedo ou mais tarde.
- Não.
Ginny guardou o prato que tinha acabado de secar e deixou a tolha de lado. Esticou a mão e tirou o prato que Harry lavava vigorosamente e segurou seu braço, virando-o.
- Você prefere que eles ouçam de nós ou de outra pessoa? – perguntou. Ouviram um fraco pop de alguém aparatando no jardim.
Harry se soltou de Ginny e foi para seu escritório. Bateu a porta e caminhou inquietamente de um lado para o outro pelo cômodo pequeno. Parou e socou a parede atrás de sua mesa, tentando rachar o painel de carvalho. Fazendo uma careta para a dor em sua mão, fez novamente. E de novo. Começou a socar a parede novamente, mas a visão dos nós ensanguentados e inchados o fez parar. Ficou parado, segurando sua mão machucada, olhando para a parede, ofegante por sua briga com ela, internamente enfurecido que seu passado ia agarrar seus filhos.
- Dói a mão, não é? – uma voz atrás de si perguntou.
Harry se virou sobre os calcanhares. Ron estava parado na porta, os braços cruzados sobre o peito.
- Um pouco. – cedeu.
Ron tirou a varinha do bolso e a apontou cuidadosamente para a mão de Harry.
- Episkey. – murmurou.
Harry flexionou a mão algumas vezes.
- Você ficou bom nisso. – comentou.
- Obrigado. É útil na loja. – Ron se sentou em uma poltrona maltratada e pendurou as pernas no braço do móvel. – Quer me contar o porquê quer derrubar a parede com as mãos?
- Al mandou uma carta para casa.
- Rosie também. Fez várias perguntas do por que há um memorial para Fred no Salão Principal. E por que as pessoas ficavam olhando para nós na plataforma. Ela também está imaginando por que todos ficaram mortalmente quietos quando ela e Al foram Selecionados.
- Ginny acha que devemos contar a eles.
- Hermione também.
- Droga. Odeio quando elas duas estão certas dessa maneira. – Harry deu um meio sorriso, e se sentou pesadamente na poltrona ao lado de Ron, esticando as pernas em frente ao seu corpo, deixando a cabeça escorar-se na poltrona. – Eu queria esperar. Eu não queria que eles soubessem tudo tão cedo... – parou de falar, incerto de como completar seu pensamento.
Ron o olhou de canto e perguntou:
- O que você disse a eles? Você tem que ter dito algo...
- Não muito. Só que lutamos na última guerra para nos livramos de um homem que tinha ideias de como bruxos e bruxas deviam ser.
- Então... Nada sobre a Pedra filosofal?
- Não. – Ginny disse, parada na porta. – Nada sobra a Câmara também.
- Ou o Tribruxo. – Harry adicionou.
- Ou o Departamento de Mistérios. – Ginny disse.
- Nem a primeira batalha de Hogwarts. – Harry a olhou nos olhos.
- Ou a segunda batalha. – Ginny entrou no escritório e parou ao lado da poltrona de Harry.
Harry segurou a mão de sua esposa.
- Nem sobre as Horcruxes, ou as Relíquias, também. – adicionou.
- Lembre-me de novo: como chegamos a ser adultos? – Ron perguntou.
- Pura sorte, eu acho. – Harry respondeu.
Ginny se sentou no chão, aos pés de Harry, a cabeça apoiada nos joelhos dele.
- Devíamos contar a eles. – disse. – Todos eles.
- Ginny... – Harry protestou fracamente.
Ginny ergueu os olhos e sentiu sua garganta se fechar com a expressão dolorida no rosto de Harry.
- Temos que contar. – implorou. – Não podemos mais esconder deles. Não com tantos na escola.
Harry tirou os óculos e esfregou os olhos.
- Tudo bem. – disse simplesmente. – Nós escrevemos uma carta, vamos até Hogwarts...?
- Natal. – Ron disse. – Quando conseguirmos colocar todos no mesmo cômodo, ao mesmo tempo. Aí só teremos de fazer isso uma vez. Eles podem esperar mais um pouco. Isso nos dá mais tempo...
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Querido Al,
Sua mãe e eu estamos felizes que você esteja na Grifinória! E Rosie, também.
Sabemos que vocês querem saber muitas coisas. E vamos contar. Prometo. Apenas espere até o natal e responderemos tudo o que possam querer perguntar.
E seja legal com Scorpius Malfoy. Ele vai passar por tempos difíceis...
Mamãe vai te mandar o suéter na segunda-feira.
Amor,
Pai.
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Depois do almoço de domingo no dia seguinte, as crianças que ainda estavam em casa foram mandadas para o jardim. Os adultos continuaram à mesa, tomando uma xícara de chá, enquanto Harry, Ron, Hermione e Ginny trocavam olhares inquietos, incertos do que como mencionar seu plano.
- O que há com vocês quatro? – Charlie perguntou desconfiadamente. – Vocês estão agindo como um amasso em uma sala cheia de cadeiras de balanço.
- Recebemos cartas de Al e Rosie. – Ron disse, olhando para Ginny e Harry pelo canto dos olhos.
- Eles têm algumas perguntas. – Ginny adicionou.
- Muitas perguntas. – Harry completou.
- Nós, - Hermione disse, indicando os outros três. – sentimos que devíamos contar tudo a eles.
- Vocês acham que eles são velhos o bastante? – Molly perguntou.
- Algum dia serão? – Harry perguntou vagarosamente.
Bill estudou a superfície arranhada da mesa.
- Eles deviam escutar de nós, e não em uma aula de história. – disse para Molly, apoiando sua cadeira nas duas pernas de trás.
- Você quer dizer que nenhum de vocês contou a história toda para eles, antes de eles irem para a escola? – Arthur perguntou maravilhado. Todas as cabeças responderam negativamente. – Vocês são todos malucos. – disse simplesmente.
- Não queríamos sobrecarregá-los, pai. – George defendeu.
- Achei que os tinha criado para serem mais esperto que isso. – Arthur falou.
- O que o resto de vocês acha? – Harry perguntou. – Katie? Bronwyn? Penny? Fleur?
- Está na hora. – Bronwyn disse. – Queria ter explicado tudo há muito tempo. Estou ficando sem ter como mudar de assunto com Isabella.
Katie assentiu em concordância.
- É meio difícil mandá-los para a escola, sabendo que não podemos controlar o que os outros vão falar para eles. E um dos colegas do ano de Al é o filho de Malfoy?
- Sim. Está na Grifinória, também.
- Uau. – Penny disse. – Isso é uma surpresa.
- Nós meio que estávamos esperando um sinal seu, Harry. – Charlie disse. – Desde que é mais sobre você.
- Mas não é sobre mim! – Harry protestou. – Eu não poderia ter feito sem ajuda.
- Nenhum de nós tinha que morrer, cara. – Ron o lembrou quietamente.
- Então, o natal está bom para todo mundo? – Ginny perguntou, sentindo que as coisas estavam saindo de controle.
- Está bem, Ginny. – Bill disse.
Harry sentiu como se as paredes estivessem se fechando ao seu redor, fazendo difícil respirar.
- Quer voar, Ron? – perguntou casualmente demais, antes de ir até a barraca de vassouras. Sem esperar por Ron, Harry deu impulso, voando como fazia na escola.
Ginny ficou parada nos estábulos, protegendo os olhos com a mão. Katie parou ao seu lado, familiar com as maneiras que reviver a guerra fazia alguém se comportar.
- Ele vai ficar bem? – Katie perguntou.
- Sim. – Ginny respondeu com mais confiança do que sentia.
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Harry não falou muito depois do almoço, e ficou quieto o resto da tarde, indo para o quarto que dividia com Ginny assim que voltaram para casa.
- Mãe? – Lily murmurou.
- Sim, querida?
- O papai está bem? – o rosto de Lily se contorceu em preocupação.
- Sim, Lily, ele está bem. Só tem muito no que pensar. – Ginny passou um braço ao redor dos ombros de Lily. – Você ainda tem dever de casa?
- Mãe, por que eu tenho que ir à escola trouxa? – a expressão rebelde no rosto de Lily era bastante familiar.
- Lily... – Ginny suspirou. – Hoje não, está bem? Só faltam dois anos até que você possa ir para Hogwarts. – correu uma mão pelo cabelo. – Dever de casa? – perguntou apenas.
- Não, mãe. Terminei ontem.
- Bom. Vá para cama, está bem?
- Certo. Boa noite, mãe.
- 'Noite, Lils. – Ginny beijou sua filha e a seguiu escadas acima. Virou no topo da escada e foi para seu quarto. Harry estava parado na frente de uma janela, as mãos apoiadas na parede. Passou os braços ao redor da cintura dele, sentindo a tensão começar a sumir dos ombros dele. – Eu sei por que isso te incomoda, mas você sabia que teríamos de fazer isso eventualmente...
Harry suspirou e se virou para Ginny, acomodando-se no parapeito da janela.
- Você se lembra do Tribruxo? E o ano seguinte?
- Vividamente.
- Lembra-se dos olhares e rumores? Como se eu tivesse pirado? – Ginny assentiu. – Eu não quero ver essa expressão no rosto dos meus filhos.
- Não verá. – murmurou, e começou a puxá-lo na direção da cama.
- Como sabe? – perguntou duramente, permitindo que ela o guiasse.
- Harry, - começou, descansando a testa na dele. – isso não vai mudar como eles se sentem sobre você. Por que quem você é não vai mudar. Você ainda será o pai deles. Mas, ao menos, eles vão saber quem você era e como chegou lá. Eles merecem isso.
Harry segurou a parte de trás da cabeça de Ginny e a beijou.
-Eu não te mereço. – disse contra os lábios dela.
- Verdade. – ela provocou. – Mas estou disposta a te dar o beneficio da dúvida.
Harry se sentou na ponta da cama, puxando Ginny para se sentar em seu colo.
- Por que mesmo você me aguenta?
- Por que eu preciso de você. E você precisa de mim.
- Ginny?
- Mmmm?
- Eu amo você.
- Eu amo você, também.
-x-
Mãe e pai,
Por que temos de esperar até o natal? Não podem apenas escrever?
Rosie.
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Querida Rosie,
Eu sei que você está impaciente e que estávamos tentando desconversar, mas as respostas que vocês merecem devem ser dadas em pessoa.
Prometo que iremos responder todas as perguntas que possam ter, ao melhor de nossas habilidades.
É verdade que Scorpius Malfoy foi selecionado para a Grifinória?
Mãe.
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Rose dobrou a carta de Hermione e a colocou na mochila.
- O que eles falaram? – perguntou para Al e James.
- A mesma coisa que te falaram. Ter paciência e tudo o mais. – James disse, afastando seu prato vazio. – Algum de vocês sabia que papai e o tio Ron recebem prêmios especiais? – perguntou subitamente.
- Não. – Rose disse. – Como sabe disso?
- Fui até a sala dos troféus durante uma aula vaga, ano passado. E lá estavam. Placas com os nomes de Harry J. Potter e Ronald B. Weasley gravados nelas.
- Você perguntou ao papai sobre isso? – Al perguntou.
- Tentei, durante o feriado de páscoa, mas ele mudou de assunto.
- Vamos precisar nos lembrar disso. – Rose disse brevemente.
O resto dos primos Weasley se juntou ao redor deles, arrastando Parker da mesa de Lufa-Lufa.
- Vocês receberam cartas estranhas de casa? – Jacob perguntou, se sentando no banco, enchendo seu prato de comida.
Parker, Victoire, Madeline e Isabella assentiram.
- Imagino o que está acontecendo. – Isabella disse, franzindo o cenho.
- Obviamente, há algum segredo que eles querem nos contar. – Parker disse orgulhosamente, recebendo vaias de seus primos. – Eles provavelmente montaram algum tipo de plano, e estão tentando ficar na mesma página.
- Você honestamente acha que todos os nossos pais estão escondendo algo de nós? – Fred zombou. – Isso é quase coordenado demais para nossa família.
- Sim, não acho que não somos capazes de manter segredos como um todo sem um Fidelius. – Madeline observou.
- Sabe... – Victoire começou. – Agora que você mencionou, todas as vezes que perguntamos algo sobre os dias de escola deles, especialmente o tio Harry, o tio Ron, a tia Ginny ou a tia Hermione, eles encontram algo que precisa ser feito imediatamente.
- Certo. – James disse firmemente. – Rosie, pegue um pergaminho e uma pena. – mandou. – Vamos começar uma lista de coisas que queremos saber. – esperou Rose achar um pergaminho em branco e uma pena que ainda desse para usar. – A primeira coisa... Onde papai conseguiu aquela cicatriz na testa?
Os outros se aproximaram e começaram a murmurar perguntas para serem acrescentadas à lista.
Continua...
