ALIADAS
Em algum lugar de Los Angeles...
Buffy está sentada na porta de um barzinho de nome "Alcool Íris", pensando na última luta, aquela que devastou a cidade de Sunnydale. Agora devia seguir em frente, começar vida nova, mas como? Até quando conseguiria continuar sozinha e fugindo de tudo e de todos? Com o coração destroçado e a esperança perdida em algum momento depois da batalha. Assim era como se sentia, sem chão, sem saída, como se a sua vida tivesse algum sentido ou importância depois de tudo o que aconteceu. Precisava ser forte, sabia disso, afinal, era uma líder... Mas, uma líder perdida e solitária. Num pulo ela olhou para o bolso do casaco de repente... ele vibrava com insistência. Era o celular, a única coisa que ainda funcionava em sua vida decadente. Nos últimos dias após a luta, Buffy andava por aí, mudando de um lugar a outro, como os nômades fazem, nunca parava em um canto por muito tempo... As vezes dormia em uma pensão, outras vezes no banco da praça mesmo, era se como tivesse perdido o gosto por tudo a sua volta, nada importava, exceto... O celular que continuava vibrando no bolso! Num tom baixo e cheio de ressentimento, Buffy balbuciou:
-Maldito telefone, devia ter jogado fora!...
Foi então, que num gesto automático, sem pensar muito no que fazia, ela alcançou o aparelho com a mão e olhou o visor. Para sua surpresa, não era ninguém conhecido, não era Angel, nem alguém da família, nem tão pouco era engano. Mas, sim, um número conhecido... Bom, ela sabia que conhecia aquele número, só precisava de tempo para lembrar de quem era... Ou, atender. Num gesto rápido, foi pela segunda opção e atendeu.
-A-alô!
-...É a Buffy? - uma voz familiar soou sinistra do outro lado da linha, em meio a chiados.
-Quem é?- cortou.
-Eu perguntei primeiro. - a voz soa mais alta agora, deu pra notar que era feminina.
-Quem é? Diz logo ou enfio uma estaca em você! - insiste Buffy sem paciência, ainda tentando descobrir de quem era aquela misteriosa voz, e já desconfiando que devia ser uma vampira.
-Amiga, quando tempo! - então, os chiados da linha pararam de repente e ouviu-se uma risada divertida do outro lado. - O que acha de passar uns dias em San Francisco?
Buffy fica boquiaberta ao reconhecer quem era!
-Phoebe? Phoebe... Halliwell?
-Em carne e osso! - responde Phoebe com simpatia. - É o seguinte, preciso da sua ajuda, em homenagem aos velhos tempos, hum? Precisa vir pra cá o mais rápido possível!
-Lamento... Não é um bom momento...
-Nunca é! Mas, me deve um favor, Buffy. Por isso, arrume as malas e corra pro casarão.
Buffy balança a cabeça em negação, sem acreditar no que ouvia:
-Há coisas sobre mim que não sabe, Phoebe. Quando nos conhecemos eu...
-É uma caçadora. E eu uma bruxa.
-Como é...?
-Buffy, inocentes estão em perigo. Preciso que venha, conto os detalhes quando chegar.
A caçadora suspira, pensando em que atitude tomar em seguida, enquanto do outro lado da linha, Phoebe afirma:
-Você é a única que pode, acredito em você.
-E por quê? Se eu mesma não consigo acreditar em mim...
Então, Phoebe abriu um sorriso otimista do outro lado e respondeu:
-Porque esse é o seu destino e não pode fugir dele, você nasceu para isso, Buffy, assim como eu. Boa viagem!
Click.
Buffy checou o visor, a amiga havia mesmo desligado. Só restava uma coisa a fazer agora. Num impulso decisivo, Buffy levantou e seguiu em frente. Precisava pelo menos, tentar recomeçar...
CONTINUO?
