Clichê.


Entre soluços


...

A curiosidade constante. Eles já haviam se tocado antes. Eles já haviam se beijado outrora. Mesmo que ele não soubesse o significado, ela já havia lhe mostrado a face. Sua feminilidade e delicadeza haviam sido ofertadas apenas a ele. E também o seu carinho e seus toques. Era uma escrava de seus sentimentos irresponsáveis? De forma alguma. Era a dona de suas escolhas. Mas eram tão jovens, tão desesperados por atenção. Atenção que encontravam nos braços um do outro, na calada da noite, quando Deidalos e os outros estavam dormindo. No início eram apenas beijos curiosos. Mas naquele momento era diferente. Era a última noite do, agora, cavaleiro de Andrômeda, com June.

E os beijos que costumavam ser de curiosidade, tornaram-se de desespero. E os corpos unidos, uma diferença sutil de altura. E a lua lá fora, iluminando os corpos.
Numa espécie de celeiro sujo improvisado, eles se deitaram. Tão confusos, deixando-se guiar por instintos e curiosidade. Não houve glória quando June se tornou a mulher Syun. Não houve poesia quando Syun se tornou homem para June. Apenas os toques da carne surrada, das cicatrizes nas peles dos dois. O sofrimento físico que se esvaía quando se beijavam. O sofrimento que se dissipava completamente agora. Justo agora que Syun encontrava abrigo entre as pernas da aspirante a amazona.

Mas em poesia acendeu, quando depois de encontrarem prazer um no outro, encontraram ainda mais desespero. E choraram no abraço aflito, compreendendo que o azul do horizonte os separaria. Prometeram-se, entre soluços, encontrarem-se novamente quando June fosse amazona, e quando Syun já tivesse encontrado o irmão. Prometeram-se deitar mais uma vez, com a lua ao encalço, e se amarem de novo, e de novo, e de novo. E se despediram com um último beijo. Com um último afago. Com um último sussurro. E no dia seguinte, apenas um pedido baixinho.

Envie seus ventos pra me confortar.

...


Faço uma melhor sobre os dois, qualquer hora. Fiz um ship normal, acho que vale a pena pedir reviews.