Oi pessoal! Passando para deixar mais uma fic de Supernatural. Essa, vai em especial para uma pessoa que sempre acompanha minhas fics: Leo-Shaka.

Espero que goste!

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Dean X Castiel

Presente para Leo-Shaka.

XXX

Dirigia furioso. O velocímetro chegava a quase 160 por hora. Tudo o que queria era ficar sozinho. Estava com ódio de si mesmo por deixar Sam feri-lo daquele jeito. Por que diabos ele tinha que se gabar como o mais forte? Como o certinho, como o "Senhor Perfeito"? Será que ele não entendia que isso machucava? Tudo bem, irmãos são mesmo pra essas coisas, pra brigar, machucar, e depois tudo voltar ao normal... Mas quando a coisa passa para um nível ridículo de competição a casa cai. Cai do melhor e mais desastroso modo possível... E com eles, não foi diferente.

Flashback

Cansado de ouvir Sam se gabar com frases do tipo "sem mim você estaria morto" ou "você está me atrasando Dean", escutou mais algumas palavras irritantes e não resistiu: Sua mão suplicava por contato. Contato com a cara de Sam, num murro muito bem dado, que fez o mais novo ir ao chão e parar de cuspir impropérios como os que fazia questão de usar para dizer-se no comando.

Flashback Off

Sentia-se culpado por ter deixado Sam no chão, com cara de nó, assustado com a única reação que não esperava. É verdade. Dean sabia sim, ser tão ou igualmente forte à Sam, mas ter que escutar coisas que, ao seu ver definiam-se humilhações, dói no ego... Ainda mais se tratando de Dean Winchester.

Passou tão velozmente num cruzamento, que só notou o "quase-bate" com a buzina da carreta que pôde ver pelo retrovisor.

— Whoa! — riu — Podia ter batido!

Riu ainda mais. Ligou o som. Estava sentindo a raiva passar, dando lugar à adrenalina gritante. Sim, precisava de adrenalina.

Avistou uma carreta mais a frente.

— Vai comer poeira, meu chapa!

Gritou. Afundou o pé no acelerador e, chegando a 180, se emparelhou lado a lado com a carreta.

XXX

Sim, estava caindo. Despencando, pra falar a verdade. Rezou, rezou como sempre fazia, para que caísse em um lugar legal ao menos. Não havia como abrir suas asas, então, fechou os olhos e moveu-se para o plano astral. Não, não machucaria mais sua forma humana.

XXX

Avistou fortes luzes a sua frente. Afundou o pé no acelerador. Não, não daria certo. O filho da puta estava acelerando, não queria ceder lugar.

— Oh, cheat!

Praguejou, metendo o pé no freio, girando, saindo da estrada e quase, mas quase mesmo, capotando sobre as areias daquele fim de mundo.

Estava de olhos fechados; Não percebeu quando os fechara, mas o fez. Sim, porque os abriu ao sentir uma mão sobre seu ombro direito e ao ouvir uma voz familiarmente calma.

— Você está bem?

Nesse instante, tudo parou. A música, a tremedeira, o medo... Até mesmo a raiva. Do contrário, sua adrenalina foi aos céus!

— Castiel?

Seu coração continuava acelerado. O bastante para o anjo meter a mão sobre seu peito e sussurrar:

— Easy, Dean... Não precisa ficar tão apavorado...

— M-mas...

— Não comigo. — sorriu e afastou sua mão — Tem noção do que fez?

— B-bom... Pra falar a verdade, agora, não tenho não. Ainda não...

Dean estava brilhando em um lindo tom branco-gelo.

— Podia ter morrido...

— Foi você?

— Eu o que?

— Que me tirou da pista?

— Não... Deve ter sido alguém que te gosta muito.. Do contrário, teria virado... Pastel.

Riu. Riram. Até que para um anjo, o censo de humor de Castiel não era tão ruim.

— E quanto ao idiota que tentou me matar?

— Bom, pode-se dizer que... Ele vai cair.

— Quê?

— Deixa pra lá... Amanhã você entende. Agora pode me dizer por que saiu depois de enfiar a mão na cara de seu irmão mais novo e tentou se matar?

— Hey! Cas!! Eu não tentei me matar!

— Tá... Certo...

— E... E eu.. saí porque não conseguia olhar pra cara cínica dele dizendo "eu sou o melhor" ou "sem mim você não é nada" e coisas do gênero... Eu só queria um pouco de adrenalina!

— Adrenalina Dean? O "chefe do apocalipse" querendo adrenalina?! Por favor...

— E-eu... Só queria extravasar!

— E com isso quase se mata. Eu teria que te buscar lá em baixo de novo. Você não quer mais duas marcas minhas, quer?

— Bom... Levando em conta as que eu já tenho...

— Enfim: Você vai dar partida em direção ao motel...

— Não! Não mesmo! — interrompeu Dean — pra lá eu não volto.

Você vai dar partida em direção ao motel e vai pra cama assim que chegar. Amanhã vai desculpar-se com Sam. Ele vai precisar disso e você tem que fazê-lo.

O anjo disse. Seriedade em sua voz, a fazendo parecer altíssima, mesmo que não passasse de uma simples conversa. Não, Castiel não estava gritando. Era apenas o fato de sua entonação ter mudado para algo frio. Frio demais para um humano. Aquilo não era uma instrução. Era uma ordem. E quem era Dean para desobedecer...

Calado, deu partida. O anjo o acompanhou em todo o percurso, até estacionar.

— Nossa! Isso que é anjo da guarda...

— Sem brincadeiras por favor, Dean...

O anjo saiu do carro e se assentou sobre o capô.

Dean fez o mesmo.

— Não vai entrar? Tem um pedido de desculpas à fazer...

— Ele já deve estar dormindo... Vou deixar pra amanhã..

— Dean... Não vai te matar se você for até ele e se desculpar. — olhava dentro dos olhos do Winchester — E sim, eu sei que vai doer seu orgulho, mas você precisa disso tanto quanto ele.

— Não! Eu não preciso Cas...

Abaixou a cabeça. Castiel passou um braço por sobre seus ombros e disse:

— Sim, você precisa Dean. E sabe disso tão bem quanto eu. Não adianta lutar contra. Isso só vai feri-lo ainda mais.

— Droga... Por que ele sempre tem que se achar o melhor? — reclamou — Ele é o melhor, Cas?

— Não há melhores ou piores, Dean... Há diferentes.

Dean encostou a cabeça no ombro de Castiel.

— Eu estou tão cansado... Desde que voltei, ele tem dormido com aquele demônio quase todos os dias, e sei que ele está ficando mau... Cada vez mais. Não adianta eu tentar. Não consigo de forma alguma que eles se afastem...

A dor de Dean era sentida por Castiel. Era o anjo protetor de Dean, mas não havia nada ao seu alcance. Se alguém podia afastar Sam de Ruby e acabar com a dor de Dean, era ele próprio. Castiel sabia que ele teria que jogar sujo, mas era assim que as coisas eram. Sujas.

Não, Castiel não estava caindo. Não por pensar assim, não por compartilhar a dor de Dean, mas sim por senti-la. Sim. Estava sentindo. Não só essa dor. Sentia. Muitas coisas, mas coisas que não sabia colocar nome. Sim. Estava sentindo. E talvez por isso se sentisse caindo.

Dean suspirou. Castiel sentiu algo estranho transcorrer seu corpo. Olhou para Dean. Ele estava tão perto... E ao mesmo tempo tão longe...

O tocou a face numa carícia terna.

— Não vai me apagar, vai?

Perguntou Dean com a voz rouca, parecendo nem ao menos querer falar.

— Não, não vou.

Respondeu o anjo da mesma maneira. Seu toque era tão acolhedor, tão quente... Era tudo que Dean precisava...

Recriminou-se por pensar de tal modo. Castiel era um anjo. Dean não devia se sentir necessitado de sua presença.

— Cas.. O que diria se eu dissesse que preciso da sua presença?

— Diria que... Também preciso da sua.

Afirmou o anjo. A expressão já nem tão "em branco" como sempre. Trazia um tom de angústia, uma angústia leve, que ressaltava os olhos azuis, os deixando mais vivos e melancólicos, dignos de uma obra de arte.

E então, Castiel sorriu.

Aquela imagem diante do olhar de Dean o fez suspirar mais uma vez.

— Preciso tanto de você Cas...

Cerrou os olhos para desfrutar da presença tão querida do anjo...

Castiel sentiu seu coração disparar. O que era aquilo que o estava fazendo querer gravar cada pedacinho da face de Dean? E o que diabos fazia querer acabar com os poucos centímetros entre eles?

Fez o que qualquer humano faria: Num impulso, acolheu Dean em seu peito num abraço apertado.

Como reação, o Winchester olhou para a face de Castiel, ficando preso no brilho diferente que seus olhos adquiriram.

E, como num passe de mágica, o anjo quebrou a distância que teimava em restar entre eles. Aqueles lábios macios e quentes tocaram os de Dean de um modo terno, em um simples selo.

Simples selo este, que o Winchester, mesmo estático por breves segundos tratou de aprofundar, segurando a cintura de Castiel de maneira possessiva, enquanto sentia a mão deste em seu pescoço, acariciando os pequenos fios de sua nuca.

Dean sentia aquela língua contra a sua... Castiel sabia perfeitamente o que fazer. Isso deixava seu humano fascinado. Sabia como ceder, sabia como impor.. Aquele impasse os estava deixando ainda mais desesperados. Sim, estavam desesperados. Aquele simples beijo se tornou um amasso. Um amasso que tirava qualquer amargura da boca e da alma de quem quer que fosse.

E em meio à tal impasse, ambos se lembravam da frase: "A ordem dos fatores não altera o produto." Dean riu. Castiel riu. Quebraram o contato.

— Você vai cair, Cas...

— Se você prometer precisar de mim dessa maneira de agora em diante, não me importo...

Não, Castiel não cairia por fazer o bem a alguém. Sim, estava fazendo bem à Dean. Não importava se este "fazer o bem" implicava em contato ou desejos carnais, ou até mesmo sentimentos. Era de bom coração. De ambas as partes.

— Não prometo Cas, eu juro.

Sim, Dean havia jurado. E Castiel sabia que ele falava a verdade...

Colou os lábios mais uma vez. Aquele jeito de Dean deixava tudo mais gostoso...

Prensou o Winchester sobre o capô do carro. Dean se assentou e abriu as pernas...

Quebraram o contato apenas para Castiel colar a boca ao pescoço do homem à sua frente.

E sem mais querer pensar em pecados, pressionou seus quadris contra os dele, fazendo-o gemer.

Deixara-lhe uma marca no pescoço.

Dean afastou o anjo e disse:

— Vem comigo.

Andaram uns poucos passos e adentraram o quarto do motel, depois de Dean abrir a fechadura com toda a dificuldade do mundo pelo fato de Castiel estar-lhe encoxando ali mesmo. E quem era ele para não se pressionar contra a casta protuberância do outro...

O quarto estava vazio. Um bilhete jazia colado com um adesivo de florzinha na tela da TV. Escrito em lilás com glitter, Sam dizia:

"Fui comprar uns remédios e tomar umas cervejas.. Não demoro. Caso volte e veja, não pedi nada pra jantar. Faca isso pra nós.

Sam."

— Tá vendo? Ele precisa de você.

Disse Castiel depois de trancar a porta, indo até Dean.

— Ele pareceu precisar decorar o bilhete.

— Carinho...

— Que seja... Mas eu, preciso de uma outra coisa agora...

Abraçou Castiel, mordiscando-lhe o pescoço sem cerimônias.

— Mesmo? Parece precisar de um banho bem frio...

— Também. Mas sabe, hoje tenho escolha... Prefiro atenção. Bem quente, ali...

Apontou em direção à cama. Castiel o puxou pela gola da camisa até a mesma, o jogando sem muita delicadeza, do jeito que Dean gostava.

Arrancou o sobretudo, que porventura hoje era preto e assentou-se sobre os quadris de Dean, beijando-o em seguida.

Dean rolou sobre Castiel. Castiel re-inverteu as coisas.

Aquilo ainda duraria por um longo tempo...

XXX

No bar, Sam decorava um guardanapo com a mesma caneta lilás que havia deixado o bilhete. Queria que Dean o perdoasse. Muito. Era sua única família além de Bobby..

Iria para "casa". Estava cansado. Já havia certo tempo que estava ali bebendo e pensando na vida.

Guardou a caneta e o guardanapo no bolso. Deixou algumas notas sobre o balcão e pôs-se a caminhar para casa.

Durante todo o caminho repensou as tolices que havia feito ultimamente. Ele não era perfeito. Não sabia se Dean o perdoaria, mas não custava tentar, não é mesmo?

XXX

Sentiu mais alguns ataques ao seu ponto fraco e em poucos segundos se desfez nos braços daquele que era seu protetor pela segunda vez.

Saíram do chuveiro, se enxugaram e Castiel se vestiu. Dean colocou apenas uma bermuda preta de tecido leve. Estava exausto.

— Bom... Já vou indo...

— Ah.. Por que não fica Cas?

— Egoísmo é pecado, Dean...

Se beijaram em frente à porta pela última vez. As línguas se tocando, a evidente excitação de Dean e as mãos experientes (?) de Castiel... Tudo isso tornando mais um momento perfeito, até que o click da porta sendo destrancada se fez presente.

Se afastaram assustados e em menos de dois segundos, um Sam aparentemente exausto entrou.

— Dean? Castiel?

Reparou no estado "levemente" despenteado de cada um, em seus lábios vermelhos e em suas feições...

— Olá e Adeus, Sam...

Disse Castiel indo porta afora e acenando para Dean.

O Winchester mais novo trancou a porta e olhou para Dean. Este estava completamente sem graça.

— O... que... o Castiel tava fazendo aqui?

Dean abraçou Sam sem motivo aparente.

— Me perdoe...

Desarmou o mais novo, que retribuiu o gesto e sentiu um nó em sua garganta.

— Só se você me perdoar também.

XXX

Castiel sorriu. Sabia o que acontecera. Éh... Dois coelhos com uma paulada só.

Agora, graças à ele, haviam duas almas felizes. Duas não. três, contando com a sua própria.

Fim!

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