Festa na floresta de Asgard. Sempre uma ótima desculpa para beber, comer, conversar, conhecer novas pessoas e, principalmente, acabar na cama/atrás de uma árvore/no chão com atraentes desconhecidos.
Eu era o filho do rei soberano de Asgard, mas não era exceção: buscava a mesma coisa que todos os outros convidados hoje, ou talvez até mais. Eu queria desestressar um pouco. Naquela manhã eu tinha brigado com Loki, de novo. O motivo era o mesmo de sempre, ele aprontava coisas inacreditáveis e no fim eu que tinha de consertar o estrago. Brigávamos, ele desaparecia e nem o próprio Odin podia prever por quanto tempo. Loki era totalmente imprevisível, poderia tanto voltar dali a um dia como esperar um ou dois anos para dar o ar de sua graça em Asgard. Bem, que ele sumisse por dois anos mesmo. Eu estava exausto de lidar com as travessuras do meu irmão impossível.
Virei mais uma caneca de cerveja na boca, limpando a boca com a manga da camisa, ligeiramente tonto. Já era minha sétima, e antes que alguém me chamasse de fraco, eu já esclarecia... as canecas de cerveja de Asgard tinham um tamanho que fariam com que os humanos as considerassem pequenos barris. Bem, quanto mais eu bebia, mais bonitas as pessoas me pareciam, claro. Mas quando bati os olhos naquela morena... bem, primeiro achei que estava alucinando, nunca tinha visto aquela beldade por ali – eu não teria deixado passar– depois, pensei que, se aquela mulher fosse mesmo real, eu não precisaria ter tomado nem um dedo de cerveja para desejá-la furiosamente na minha cama. Aquela oportunidade era uma daquelas que não se deixava passar.
Deixando minha caneca de lado, eu me levantei a olhando predador. E, em um segundo, ela tinha sumido. Haah, qual era... Segundos depois, lá estava ela, me olhando por cima do ombro maliciosa e correndo por entre as árvores, como se me chamasse para um jogo de esconde-esconde. Um alarme disparou no meu cérebro: aquilo podia muito bem ser uma armadilha ou uma pegadinha. Mas eu ignorei, as vezes não era bem o cérebro de cima que comandava, né? E eu era Thor, o herdeiro do trono, príncipe de Asgard, com um martelo mágico na mão. Não era como se eu tivesse de me preocupar muito com o dano que uma garota pudesse me causar. Eu com certeza iria sair sem arranhões, mesmo que fosse uma armadilha. Não, espera... acho que eu gostaria de sair com vários arranhões sim, se fossem causados por aquelas longas e incrivelmente sexy unhas pintadas de vermelho.
Perdido em pensamentos que só um cérebro irrigado por álcool, e não sangue, poderia formar, nem percebi que ela parara após uma curva na trilha da floresta. Quase trombei com ela, que agora estava recostada à uma árvore. Ela me olhava quase divertida, e me lembrava alguém. Aqueles olhos verdes, sempre com um brilho de malícia... lábios finos, arqueados em um leve sorriso de lado, pele pálida sem uma imperfeição, rosto fino, emoldurado por cabelos negros rebeldes. Hmm, não, devia ser impressão minha ou um dejavù... pois por mais que eu pensasse, eu não conseguia me lembrar bem com quem ela se parecia. Deixei para lá facilmente e me concentrei em coisas mais importantes, como: como eu iria chegar nela? Estranho como parecia que já nos conhecíamos, como se eu não precisasse nem me apresentar. Bem, talvez se eu perguntasse a ela...
"Olá...será que já nos conhecemos de algum lugar?" – Eu perguntei meio bobo com tanta sensualidade, e ela me deu um sorrisinho de lado.
"É realmente a cantada mais original que já ouvi. Mas não acho que seja a mais própria para esse lugar e hora, não? Príncipe..."
Me assustei, pensando que ela realmente me lembrava alguém, com aquela resposta na ponta da língua, sussurrada em um tom tão sarcástico e afiado... E depois, tolamente com o fato de ela saber que eu era o príncipe.
"Então... qual seria a pergunta apropriada para tal lugar e hora?" –Perguntei meio divertido, meio sedutor. "Na verdade... acho que não precisamos de muitas perguntas. Você deve imaginar o que eu quero, e não me chamaria aqui a toa."
Não perdi mais tempo, nem dei espaços para muitas divagações, a encurralei na árvore na qual ela estava languidamente apoiada, como se não tivesse nada a temer da minha parte. Como se não soubesse que eu estava prestes a perder o que restava de meu controle. Ou talvez ela francamente não se importasse.
"Melhor assim, Thor." –A voz suave me respondeu, e apesar do meu alarme interno ter disparado de novo, eu agi como um mortal que o bota o despertador em modo soneca para tocar depois, e resolvi que agora cuidaria de meus interesses mais "eminentes".
A encarei bem de perto e quando notei aqueles cílios negros e longos descendo com o movimento das pálpebras se fechando, tomei como convite para um beijo.
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Essa fic é um presente de aniversário para uma grande amiga. Eu estou um pouco atrasada, o aniversário foi em março de 2014. Mas para compensar, o que ia ser um one-shot vai ser uma história completa. Espero que tenham gostado!
Atenção: é provável que haja lemon e yaoi nos próximos capítulos.
