Autor: Lady Bogard
Título: Ice Romancer
Sinopse: Ele nunca imaginara encontrar sua alma gêmea, muito menos que precisasse passar por um teste que provasse seus sentimentos. Mas, agora que o encontrara, nada os manteria afastados. Nada nem ninguém!
Banda: the GazettE
Pairing: AxK, U+A (talvez aconteça UxA), RexK
Orientação: yaoi
Classificação:18 anos
Gênero: angust, drama, romance, dark, darklemon
Observação: Universo Alternativo, pra variar... título baseado na música "Ice Romancer" do Sadie (banda muito boa, por sinal). Fic presente para Aislyn, porque, em troca, ela vai me encher de TxSa... 8D
Ice Romancer
Lady Bogard
Capítulo 01
Moveu-se preguiçoso para debaixo da sombra. O sol incomodava. Muito. Temia que prejudicasse a uniformidade e perfeição da tez de porcelana, uma de suas marcas registradas. A brisa suave agitava-lhe os fios loiros mas não amainava o calor.
Os olhos desinteressados observaram aquelas pessoas chatas e massivas. Não era a primeira vez que Takashima visitava a Torre de Tokyo, apesar de morar em Kyoto. Seu pai, presidente de uma corporação multinacional, vivia em constantes viagens e às vezes levava a família com ele.
Não seria uma excursão escolar que despertaria sua atenção.
– Distraído? – virou para o lado e fitou seu melhor amigo, Suzuki Akira. – Ou enjoado?
– Um pouco dos dois. – ele não gostava de altura.
– Depois podemos tomar uma raspadinha...
Takashima riu. Seria interessante ir a lanchonete com o amigo. Adorava chamar a atenção, e a faixa que Reita usava sobre o nariz com certeza atraía olhares que variavam de surpresa a assombro, diferentes dos que convergiam sobre si, repletos de admiração.
E não era sem motivo. Poucos podiam se gabar de vestir o uniforme preto de maneira tão assentada. O tecido aderia ao corpo esbelto e o moldava destacando os atributos privilegiados. A pele leitosa parecia feita em porcelana, de tão perfeita.
Voltou a observar os outros alunos, vários espalhados pela plataforma do observatório, encantados pela primeira visita ao local. A empolgação deles era tão chata e clichê, que aborrecia Takashima ainda mais.
– Vou aceitar essa raspadinha. – sorriu – Quer esperar Mitake sensei terminar a explicação?
– De jeito nenhum. – Reita fez uma careta – Ela está empolgada demais. É a primeira vez que prestam atenção no que ela diz.
– Tem uma lanchonete ótima no térreo. – o mais alto respondeu rindo.
– Eu sei. – Akira rolou os olhos – Também já estive aqui antes, Uruha.
Takashima começou a andar em direção ao elevador. Gostava de provocar o amigo. Era uma distração tão boa quanto contabilizar quanta atenção chamava sobre si. Sabia perfeitamente que Reita já viera à Torre de Tokyo antes, afinal, Suzuki san, pai do seu amigo era Vice-presidente do complexo de sua família.
Os loiros desceram até o térreo, sem se preocupar em comunicar a professora ou alguém responsável pela excursão escolar. Entraram na lanchonete já procurando um lugar pra sentar.
– Ali. – Reita apontou uma mesa vazia.
– Parece bom.
Assim que se acomodaram uma jovem uniformizada trouxe dois cardápios. Não precisaram de muito tempo pra escolher os sabores das raspadinhas. Julho era um mês bem quente em Tokyo. Abençoado o alívio do ar-condicionado.
– Seu pai vai mesmo pra França nas férias? – Reita perguntou.
– Hai. Vai levar apenas mamãe. Eu disse que não quero ir.
– Porque? – o loiro da faixa perguntou realmente interessado.
– Toudai. Não é algo que meu pai possa fazer por mim. Se quero estudar lá, preciso manter a média. Você sabe bem disso.
– Mas ainda temos muito tempo pela frente.
- Tempo passa rápido, Akira.
- Falou Mister Maturidade. Você soou como a porra de um velho agora.
Uruha fez uma careta antes de perguntar:
- Já decidiu que curso vai fazer? Administração como seu pai quer? Ou medicina?
– Ainda não pensei. E você?
- Combinei com papai que só vou entrar na faculdade quando ficar maior de idade.
– Hn.
O assuntou morreu ali, trazendo um silêncio cúmplice e agradável. Kouyou analisou o local. Gostava muito mais do público presente ali. Não eram apenas os colegiais vindos de outras regiões. Haviam pessoas mais velhas, universitários, uma variedade interessante de pessoas.
Por isso Uruha gostava de Tokyo: pela diversidade, pela modernidade e avanço tecnológico.
Estava perdido em pensamentos, quando seus olhos focalizaram um rapaz sentado sozinho, bem ao cantinho da lanchonete. Um moreno, com um copo de raspadinha quase totalmente derretido a sua frente, lendo um pequeno caderno de anotações.
– Ei, Reita. – chamou, sentando-se corretamente na cadeira.
– Nani?
– Olha ali... – indicou o moreno com a cabeça – É ou não é um tesão?
Akira analisou o rapaz. Teve que concordar:
– Uma boca daquelas deve fazer estragos. Mas ele parece universitário. Deve estar esperando alguém.
– Vou lá falar com ele. – decidiu com um sorriso.
Akira rolou os olhos:
– Não seja cara de pau. Você nem conhece o cara. Ele pode ser perigoso e as chances dele ser gay são mínimas. Vai se meter em confusão.
– Relaxa. Não vou sair com ele. Só vou tentar conhecê-lo melhor. Que mal tem? Até parece que não me conhece, Rei-chan. Se eu usar um pouquinho do meu charme, até um monge sai do armário. – riu convencido.
– Ta bom. Eu fico de olho. Qualquer coisa, grita.
– Obrigado, meu anjo protetor. – piscou pro outro loiro antes de levantar-se da mesa e caminhar elegante até a mesa ao fundo:
– Sumimasen... – pediu com voz macia ao se sentar – Você parece tão solitário...
O rapaz pareceu despertar de um sonho, fechou o caderninho e presenteou Uruha com um belo sorriso:
– Não estou não. Foi apenas impressão.
Takashima forçou-se a desviar os olhos daquele piercing magnético e encarar os divertidos olhos escuros:
– Gomen. Atrapalho?
– Ie. Está tudo bem. – olhou para a raspadinha que derretera por completo e agora era um suco. Ia levantar a mão pra pedir uma nova, mas Kou foi mais rápido.
– Por minha conta. – sorriu estreitando os olhos de leve. Sabia que ficava irresistível.
O estranho piscou. Assim que fizeram os novos pedidos, Kou continuou:
– Takashima Kouyou. Uruha, pros amigos.
– Shiroyama Yuu. – apresentou-se de forma simpática.
Uma das garçonetes trouxe o que fora pedido e se afastou. Uruha pegou sua taça e provou um pouco, antes de insinuar de uma forma bem charmosa:
– Tokyo acabou de ficar mais interessante.
A reação do moreno foi sorrir com diversão:
– Você está flertando comigo...
– E está funcionando? – perguntou. Não ficou nem sem jeito pela abordagem direta do outro.
Yuu recostou-se na cadeira, girando a própria taça sobre a mesa. Parecia pensar em algo pra dizer. Acabou suspirando:
– Fazer isso em Tokyo é muito perigoso, Uruha. Tem sorte por eu não ser um maníaco.
– Eu sei me cuidar. – Kouyou amuou um pouco, pressentindo o fora que estava prestes a levar.
– Não fique zangado comigo. Você parece um bom garoto. – Yuu pediu – Muito desenvolvido pra idade, admito. Você tem quantos anos? Quinze?
– Dezesseis. – o colegial relaxou um pouco. Não estava nem um pouco acostumado a ser rejeitado, mas aquele moreno agia de modo tão fofo...
Shiroyama observou o rosto de aparência delicada, porém determinada. Achou lisonjeiro despertar tanto interesse em um garoto tão bonito. Porém não gostaria de se envolver com crianças, mesmo que fossem lindas.
Mas tinha um coração mole, que não resistia a uma carinha decepcionada:
– Tive uma idéia. – a afirmativa chamou a atenção de Takashima. – Vamos combinar um reencontro.
– Um... reencontro?
– Daqui a cinco anos, aqui mesmo na Torre de Tokyo, o que acha?
– Cinco anos é muito tempo! – Uruha desdenhou.
– Cinco anos passam rápido. E não é um pedido de casamento. Se você ainda tiver interesse e quiser passar por aqui...
O loiro pensou por um instante. Os olhos fixos no moreno a sua frente, analisando-o detalhadamente. Shiroyama Yuu não era apenas bonito. Era interessante, gentil e agradável. E a proposta que lhe fizera... um reencontro em cinco anos. Parecia uma espécie de teste.
– Aqui, na Torre de Tokyo? – repetiu pensativo.
– Sim. Ela não vai sair daqui, eu acho. – fez uma piadinha totalmente sem graça. No entanto Kouyou riu, cada vez mais instigado com aquilo.
– Concordo. – de repente pareceu como algo de conto de fadas. Ficou excitado diante da perspectiva. Haviam tantos fatores a se considerar que torceu pra que desse certo. Seria bem romântico vê-lo de novo, naquelas circunstâncias, quando estivesse mais velho e nada os impedisse de se conhecer melhor. Não que ele fosse um cara romântico.
– Combinado! – Shiroyama fechou os olhos e sorriu. Voltou a abri-los ao ouvir um "click" baixinho. Notou que Kouyou usara o celular para tirar uma foto de seu rosto.
– Pra ficar de lembrança. – riu diante do espanto do moreno. – Então a gente se vê. Sayonara.
Levantou-se pegando a taça gelada e foi embora. Shiroyama acompanhou ainda sorrindo. Não acreditava que aquele garoto fosse pensar naquilo por muito tempo. Adolescentes tinham memória curta. Logo ele esqueceria e encontraria uma outra pessoa pra paquerar. Garoto bem inconseqüente, se arriscando com estranhos daquela forma...
Takashima voltou para o lado de Reita. A curiosidade brilhava nos olhos do outro adolescente:
– Usou seu charme irresistível?
– Ne, Rei-chan...?
– Hn?
– Você acredita em amor à primeira vista?
– NANI?! – Akira quase se engasgou – Do que ta falando?
– Eu não acreditava até agora... – olhou para o celular que exibia a foto de Shiroyama Yuu. Mais do que um simples jogo Yuu lhe propusera um teste. Talvez para medir a extensão de onde estava disposto a ir. E Takashima adorava desafios... adorava vencê-los.
Fechou o celular e sorriu para Reita. Numa coisa aquele misterioso moreno tinha razão: cinco anos passavam rápido demais.
Continua...
Huahahauahua
Kaline desu! OSU!
Mais uma das minhas loucuras. Presente para Aislyn. A culpa é dela *aponta*
Reclamações são com ela *aponta*
Cobranças, com ela *aponta*
Mas j-rockers bonitos e gostosos é comigo. Mandem pra cá!
E mais bond já digitado!
Ah, gomen, "Ice Romancer" não foi betada.
