Avisos:

Essa fanfic é uma adaptação dos personagens de Bleach (pertencentes a Tite Kubo) à história "Pirate´s love" de Johanna Lindsey. Somente fiz as adaptações para a diversão de todos.

Nessa história, Ichigo e Rukia são ocidentais, mas manterei os nomes de origem japonesa.

Romance em Universo Alternativo com um pouco de OOC.

Fanfic postada também na Comunidade "Ichigo e Rukia – FanFics" no Orkut.

Sinopse:

Século XVIII. (1767). Caribe (Saint Martin) / França.

Ela:
Rukia Kuchiki, morena de olhos azul-violáceos, tem 19 anos. Francesa, é fruto de uma aventura extra matrimonial que sua mãe teve com um marinheiro irlandês. Ainda que o marido de sua mãe não o soube-se, trata-a com indiferença por não ser um varão.

Ele:
O Capitão Ichigo Kurosaki, com olhos castanhos amendoados e uma pequena cicatriz no rosto. Sua mãe foi violada e assassinada na França por um nobre espanhol. Dedica-se à pirataria, enquanto tenta vingar-se perseguindo o assassino de sua mãe, que contínua com suas incursões.

Sua história:
Rukia se dirige ao Caribe para reunir-se com seu noivo, um conde. Durante a viagem é seqüestrada por Ichigo, que no princípio pensa em pedir um resgate por ela, finalmente decide ficar com ela como sua amante levando-a para sua ilha particular.


- O AMOR DO PIRATA -

Capítulo 1

Rukia Kuchiki se sentia intranqüila ao entrar essa manhã na sala ensolarada e encontrar-se frente a sua mãe e seu pai. Byakuya Kuchiki raras vezes a chamava, e nunca avisava com um dia de antecedência. Rukia sabia que devia ter algo muito importante a lhe dizer, algo que afetaria sua vida. Isso a preocupou durante toda a noite, mas no fundo sabia do que se tratava. Tinha dezenove anos e estava em idade de se casar.

Fazia três anos que esperava que isso se sucedesse, desde o momento em que abandonou a escola do convento. A maioria das moças de famílias ricas eram entregues em matrimônio quando ainda eram adolescentes, aos quatorze ou quinze anos, como a mãe de Rukia. Muitos candidatos tinham visitado seu pai, ainda que para ela não era permitido vê-los. Mas seu pai não teve em conta a nenhum dos jovens que desejavam desposá-la, porque nenhum era suficientemente rico como para comprazê-lo.

Rukia estava segura de que seu futuro acabava de decidir-se. Cedo lhe diriam o nome do homem com quem se casaria.

Byakuya Kuchiki estava sentado ante sua escrivaninha e não se preocupou em levantar os olhos quando Rukia entrou no escritório. Era possível que seu pai postergasse deliberadamente a tarefa de comunicar-lhe sua decisão? Talvez se sentisse um pouco culpado agora. Mas, podia sentir-se culpado? Era o mesmo homem que a tinha enviado ao convento, dizendo-lhe que era demasiado difícil de manejar. Tinha passado maior parte de seus dezenove anos longe de sua casa, e agora voltariam a enviá-la a outra parte para sempre.

Hisana Kuchiki olhou ansiosamente para sua filha. Tinha tratado desesperadamente de dissuadir Byakuya de que elegesse um marido para Rukia e pensava que o tinha conseguido até a noite anterior, quando Byakuya inesperadamente, informou-a sobre sua decisão. Ela não era como a maioria das moças; era demasiado vivaz e demasiado formosa como para entregá-la facilmente a um marido. Poderia ter escolhido um bom marido por si mesma, se Byakuya tivesse sido razoável. Mas não, Byakuya tinha que encontrar um marido rico e com título para sua filha, e não lhe importava se Rukia o achava repulsivo ou não.

Hisana estava sentada em frente às portas abertas que levavam à sacada, como o fazia todas as manhãs, mas nesse dia não conseguiu fazer um só ponto na tapeçaria que tinha em seu colo. Não podia deixar de pensar no destino que esperava a sua filha.

-Bem, Rukia, isto não levará muito tempo - disse Byakuya Kuchiki repentinamente.

Mas isso não alarmou a Rukia, seu pai nunca tinha lhe demonstrado ternura nem amor, nem mesmo com sua mãe. Tratava ambas como tratava os criados. Byakuya Kuchiki era um homem frio, obcecado unicamente em aumentar sua riqueza. E isto consumia quase todo seu tempo e seus pensamentos, e lhe deixava pouco para a família.

-Por que não te sentas, ma chérie? - disse Hisana com ternura, antes que seu esposo tivesse oportunidade de continuar.

Rukia sabia que sua mãe a amava. Mas se negou a sentar, porque não queria parecer cômoda e facilitar as coisas para seu pai. De certo modo se sentia revoltada, e sabia que não tinha direito a esse comportamento, porque assim eram as coisas no ano mil seiscentos sessenta e sete. Assim era durante séculos, e talvez nunca mudariam. Só desejava que sua mãe não tivesse falado tanto de apaixonar-se e de eleger o próprio marido.

Um casamento de conveniência: assim era para as filhas, ao menos para as filhas de pais ricos. Além do mais, não existiam candidatos importantes no pequeno povoado de Argen, somente camponeses e pequenos comerciantes. Se Rukia tivesse se apaixonado, seu pai jamais haveria consentido, e a teria mantido isolada dos jovens de sua própria classe.

- Firmei contrato para que te cases com o conde Gin Ichimaru - continuou Byakuya - O casamento se realizará pouco depois do começo do novo ano.

Rukia fitou-o furiosamente com seus olhos violetas, uma última demonstração de desafio para que ele soubesse o que ela pensava sobre este anúncio; depois inclinou a cabeça como uma filha boa e obediente.

- Sim, papai - disse baixinho, assombrando-se de sua própria serenidade.

- Viajarás dentro de um mês. Não terás muito tempo para fazer teu enxoval, de maneira que contratarei costureiras para que te ajudem. O conde Ichimaru reside em Saint Martin, uma ilha do Caribe, de maneira que viajarás por barco. Lamentavelmente, será uma viagem longa e tediosa. Retsu Unohana, sua antiga babá, irá contigo como acompanhante.

- Por que devo ir para tão longe? - explodiu Rukia -. Seguramente há alguém com quem poderia casar-me aqui na França.

- Quanta insolência! - grunhiu Byakuya, e sua pele habitualmente branca, avermelhou-se levemente. Pôs-se de pé e olhou com fúria sua esposa -. A enviei a esse convento para que aprendesse obediência, mas todos estes anos foram desperdiçados, pelo que vejo. Ainda questiona minha autoridade.

- Se alguma vez considerasses os desejos dela, Byakuya. Seria demasiado pedir? - aventurou Hisana.

- Seus desejos não importam, madame - disse Byakuya. - E não tolerarei mais oposições. O compromisso já foi arranjado e não se pode desfazer. Rukia se casará com o conde Ichimaru. E rogo a Deus que o conde domine seu gênio, porque eu não pude fazê-lo.

Rukia estava cheia de ira. Era necessário que seu pai falasse sempre como se ela não estivesse presente, como se não tivesse a menor importância? Gostava de seu pai, mas às vezes... na realidade a maioria das vezes... ele a enfurecia até o ponto em que sentia desejos de gritar.

- Posso retirar-me agora, papai? - perguntou.

- Sim, sim - replicou ele com irritação -. Já te disse tudo o que precisavas saber.

Rukia saiu apressadamente com vontade de rir, pois o que realmente tinha lhe dito? Conhecia o nome de seu futuro esposo, o lugar onde vivia, e sabia que se casaria com ele depois do fim do ano, isso era tudo. Bem, ao menos seu pai não a tinha casado imediatamente depois de sair do convento. Não; tinha demorado três anos para encontrar um marido, um homem que estivesse em condições de mostrar sentimento, tinha uma espécie de alegria... alegria de não estar completamente só durante a viagem. Retsu estaria com ela, a querida Re, a quem amava tanto quanto a sua mãe.

Antes de ir para seu quarto, deteve-se ante a porta contígua e bateu suavemente. Ao ouvir a voz de Unohana, Rukia entrou no quarto, que só era um pouco menor que o seu. Foi até a janela onde se encontrava sentada Retsu, e se sentou junto a ela.

Como Rukia não falava, apenas olhava pensativamente a rua vazia frente à casa, Unohana sorriu e deixou sua costura de lado.

- Teu pai já lhe disse, não é? - perguntou baixinho.

Rukia se voltou lentamente para a mulher que a tinha cuidado quando era menina, e que tinha cuidado também de sua mãe, desde o dia de seu nascimento. Unohana tinha quarenta e cinco anos, apesar da idade, ainda era bastante ágil. Tinha os olhos azuis e seu cabelo negro preso em uma trança já demonstrava alguns fios prateados.

- Então você sabia - disse passivamente Rukia -. Por que não me contou, Re?

- Você também sabia, pequena. Espero já faz três anos.

- Sim, mas não sabia que me fariam cruzar o oceano. Não quero sair da França - disse Rukia, e sua fúria voltou a dominá-la - Escaparei!

- Não farás nada disso, senhorita! - repreendeu-a Retsu, agitando um dedo -. Aceitará isto e o aproveitará o melhor possível, bem como finalmente aceitou que a enviassem à escola. Deveria estar contente de ter um marido como este. Lhe dará muitos filhos e, se Deus quiser eu estarei ali para vê-los crescer.

Rukia sorriu e se apoiou no respaldo de sua cadeira. Retsu tinha razão; aceitaria este casamento porque não podia fazer outra coisa. Já tinha passado a idade das birras para obter o que desejava. As irmãs do convento lhe tinham ensinado a aproveitar as coisas do melhor modo que podia.

Rukia era uma menina alegre até que, começou a perguntar-se por que seu pai não a queria. Isso pesava muito em sua jovem mente, e tratava desesperadamente de obter o amor e a aprovação de seu pai. Quando não o conseguiu e ele seguiu ignorando-a, começou a criar problemas para atrair sua atenção. Não lhe era suficiente o amor que sua mãe e Retsu demonstravam por ela. Também queria o amor de seu pai. Era muito jovem, e não entendia por que seu pai não a queria; não sabia que ele tinha desejado um filho varão. E só teria esta filha, porque Hisana não podia mais ter filhos.

De maneira que em Rukia cresceu um mau comportamento. Começou a ter birras, a ser desafiante e desrespeitosa. Odiou seu pai quando a enviou à escola, e seguiu com seu caráter rebelde no convento. Mas depois de uns anos aprendeu a aceitar seu destino.

===== Fim do Capítulo 1 =====