I
- Larga-me! – gritava Lilian Evans desesperadamente, tentando-se soltar de Lucius Malfoy que lhe prendia os braços na parece colando o corpo ao dela.
- Porquê? Não estás a gostar? Muitas miúdas dariam tudo para estar no teu lugar. – disse um Malfoy muito convencido, muito próximo dos lábios dela.
Esta situação já durava há algum tempo… Lucius, apesar de desprezar "Sangues de Lama", sentia uma atracção doentia por Evans. No início tentou lutar contra isso, mas como não conseguiu começou a perseguir Lilian por toda a Hogwarts. Quanto mais ela o afastava mais ele ficava louco de desejo por ela.
- Por Merlin! – disse Lilian virando o rosto para ele não conseguir beijá-la. - O que é que tu pretendes com isto?! Eu já estou farta da tua perseguição! Eu sou uma sangue de lama, lembras-te? É suposto tu me odiares! Deixa-me em paz!
- E eu odeio-te… – disse Lucius calmamente, beijando o pescoço dela. – Mas o meu desejo é maior. Ninguém mandou seres tão gostosa. – Malfoy agora prendia os pulsos dela apenas com uma mão, enquanto a outra subia pela coxa dela levantando a saia do uniforme.
- Tu metes-me nojo! – Lilian já chorava por não conseguir se soltar. Estava a sentir-se suja por ser tocada por aquelas mãos nojentas e rudes.
Quando Malfoy já desapertava os botões da camisa dela, viu-se um clarão de luz e ele foi atirado longe. Lilian ainda chocada pela atitude de Lucius virou-se para ver quem tinha sido o seu salvador e encontrou parado no meio do corredor, James Potter com a varinha erguida, irradiando raiva por todos os poros. Com os olhos fixos em Malfoy, ele avançou, pegou-o pelo colarinho da camisa de marca e deu-lhe um soco fazendo com que Malfoy caísse no chão e batesse com a cabeça com força.
- James, não faças isso! Deixa-o em paz! Se o magoas quem te lixas és tu! – disse Lilian com as pernas a tremer andando na direcção de James que ainda mantinha os olhos pregados em Malfoy.
- Da próxima vez, Malfoy – disse James com uma calma assustadora – Não vai haver ninguém que te salve. Tocas com mais um dedo que seja em Lilian e eu mato-te. Vamos Lilian. – James pôs um braço à volta da cintura dela e fez ela pôr um braço em volta dos seus ombros, apoiando-a, pois ela mal conseguia andar devido à intensidade que as suas pernas tremiam.
- Obrigada James. Eu…
- Não digas nada. O que eu fiz por ti, teria feito por qualquer pessoa. – disse James friamente.
- Entendo… Ainda estás chateado por eu me ter recusado a sair contigo. Mas se estás chateado comigo…
- Se estou chateado, porque é que te ajudei? – perguntou James com um sorriso malicioso. – Não achaste que eu te defendi por acaso, pois não? Eu quero algo em troca por te ter ajudado.
Lilian parou de repente, soltando-se dele bruscamente, e tendo que se encostar à parede para conseguir manter-se em pé. Ela não podia acreditar no que tinha ouvido. Então, o único motivo para James a ter ajudado era para conseguir algo dela. Respirou fundo e com a pior cara de nojo que pôde encontrar, perguntou:
- O que é que queres, Potter?
- Agora é Potter? Ainda há pouco me chamavas de James. Sabias que cada vez que vejo esses teus lábios vermelhos pronunciarem o meu nome tenho de me controlar para não te agarrar? – disse James sorrindo e aproximando-se de Lilian.
- Não te aproximes! Pára de enrolar e diz logo o que é tu queres de mim. – disse Lilian nervosa.
- Calma, querida Lilian. – disse James aproximando-se, roçando os lábios na bochecha dela e sussurrando no seu ouvido. – Eu quero que sejas minha namorada, ruiva. Aproveitando o estado de choque dela ele depositou um beijo um pouco abaixo da orelha dela.
Lilian automaticamente empurrou-o com força e fitou-o com raiva.
- Seu… aproveitador! Tu não me podes obrigar a namorar contigo! Eu recuso-me!
- Ah, mas isso é que posso. Tu que és tão inteligente Lilian, deves saber como funciona uma divida bruxa. Enquanto não pagares essa divida nada te vai correr bem, vais ter azar pelo resto da tua vida. Queres mesmo isso?
- Por favor, não faças isto! Eu faço qualquer outra coisa! Por favor!
- A única coisa que eu quero é que me dês uma chance. Quero ser teu namorado, querida.
- Não me chames isso! Não me obrigues a fazer isto, por favor! Tu sabes que eu te odeio! – Lilian já implorava a James. Mas ele parecia estar-se a divertir muito com a situação.
- Lilian, tu não me odeias. Tu amas-me… isto é só uma forma de veres isso. Encontramo-nos amanhã na Sala Comum para descermos juntos para tomarmos o pequeno-almoço. Adeus ruiva. – disse James dando um rápido beijo nos lábios de Lilian e fugindo antes que ela o pudesse enfeitiçar.
Lilian ficou parada no meio do corredor a pensar em tudo o que lhe tinha acabado de acontecer.
- E agora o que é que eu faço? – murmurou para si mesma. – Estou presa a ele por causa desta maldita divida bruxa. Ah James Potter, queres namorar comigo, não é? Pois eu vou fazer com que sejas o namorado mais infeliz do mundo! – disse Lilian com um sorriso vingativo no rosto e caminhando de volta para a Sala Comum dos Gryffindor.
