Disclaimer:Todos os personagens de Naruto pertencem a Masashi Kishimoto.

Avisos:Romance, Drama, Ecchi, Hentai, Suspense, Universo Alternativo.

OBS: Essa fic foi originalmente postada em meu perfil no Nyah.

...

SILÊNCIO

...

Prólogo

.

.

.

Nos encontramos exatamente às 20 horas e 30 minutos, em frente à velha cabana de sempre. Uma casinha de madeira, no meio do nada, servia como nosso ponto de encontros. A casinha era perfeita. Pequena, mas aconchegante.

E ele estava exuberante como sempre. Mas eu, a essa altura dessa relação corrompida que tínhamos, só sentia cansaço, exaustão, melancolia, apatia, tédio, raiva e frustração. Eu sentia isso há anos, na verdade. Já não agüentava mais nossa situação. Ele, se esquivando do trabalho para vir me ver somente quando queria, e eu, me escondendo de tudo e de todos para poder vê-lo quando ele pudesse. Chega um ponto em que tudo isso realmente te esgota!

Confesso que, no início, isso tudo era muito excitante. Era um relacionamento novo e diferente para mim. Até porque, eu já tinha alguém. Eu namorava outra pessoa. Mas o Itachi era irresistível. Quando o conheci, acreditava que ele fosse o homem da minha vida. Ele era inteligente, estóico, mas com um senso de humor delicado. Era do tipo atencioso, que prestava atenção aos mínimos detalhes. Reparava nos meus cabelos e me elogiava... Mas ao mesmo tempo, eu não conseguia me desfazer do meu relacionamento anterior. Itachi tinha conhecimento sobre isso, e não se importava. Mas apesar de achar interessante, eu me incomodava com isso. Entretanto, quando eu reclamava, ele vinha com suas chantagens emocionais. Sempre sussurrando palavras doces em meu ouvido, dizendo o quão mais excitado ele ficava em me encontrar às escondidas e "comer do fruto proibido". Isso é perigoso, se você não tiver uma personalidade forte. É preciso muito cuidado para não cair nessa armadilha e se apaixonar pela pessoa errada. Como eu fiz. E aí, já era tarde demais. Quando percebi, eu estava nessa gigantesca bola de mentiras e ilusões, me afundando cada vez mais e mais. Porque eu mentia para amigos e família sobre isso tudo. Eu tinha vergonha de contar quem eu realmente era.

Mas eu já havia me decidido dar um basta à toda aquela tortura. Até porque, amá-lo doía demais. Eu sabia que, no fundo, meus sentimentos não eram recíprocos. Ele não me correspondia. Não como eu merecia, queria e ansiava. E ele me maltratava. Muito. Fazia-me chorar o tempo todo. E eu odiava chorar.

Então, escolhi aquela noite calma, de céu estrelado, para terminar tudo. Depois de todo esse tempo... Confesso que sentia lástima por ter que jogar fora todas nossas memórias pelo ralo. Mas era algo necessário a fazer. De qualquer forma, um de nós iria acabar enlouquecendo do mesmo jeito. Por isso tomei a iniciativa. Era melhor ele, do que eu. E eu acreditava que estava fazendo um favor à sociedade, me livrando de alguém como ele. Se não fosse a minha, ele arruinaria a vida de outra pessoa. Mais cedo ou mais tarde. Era inevitável.

Ele era inevitável.

E assim, aproveitei-me do fato dele ter dado mais uma escapada do trabalho para vir me ver. Mas o único problema é que isso seria doloroso demais. Tanto para mim, quanto para ele. Eu não agiria rápido o suficiente para que não houvesse dor. Com certeza haveria. E eu faria questão que houvesse, para que ele sentisse tudo o que senti, durante todos esses anos, de uma só vez. Há meses, que eu vinha preparando aquela noite em minha mente. Eu já tinha tudo planejado. Todos os meus atos já haviam sido calculados e articulados dezenas de vezes em minha mente. Mas apesar da ansiedade, meu coração batia forte, no peito, em nervosismo. Mas não, eu não desistiria agora. Se eu desistisse seria meu fim. E como disse antes, antes ele do que eu...

Então, foi assim que tudo começou: Antes de iniciarmos o ritual noturno que ele gostava de preparar, fiz uma bebida para ele. Uísque, com um calmante forte para dormir. Mas como ele ficava muito excitado e agitado, a porcaria só fez efeito bem depois. Foi quando caiu duro na cama, dormindo calmamente. E não me cansava de contemplá-lo dormir tão calmamente. Ele era tão... Inexplicável!

Eu sabia que seu trabalho era exaustivo e, por isso, ele me procurava para aliviar suas tensões. E eu, de fato, gostava dele vir procurar a mim. Isso demonstrava que eu ocupava sua mente. De vez em quando, pelo menos.

Concentre-se!, pensei. Peguei uma corda grossa, que encontrara no sótão de casa, e o amarrei na cama para iniciar com o que tinha em mente. Peguei uma fita adesiva grossa, com boa cola, que comprara antes de vir me encontrar com ele, e cobri sua boca. Apanhei o velho canivete de cabo de madeira, que também encontrei em casa, e sentei-me sobre seu abdômen.

Respirei fundo, contemplando-o pela ultima vez.

Eu o amava. E o odiava.

Eu amava quando ele me olhava, e elogiava meus olhos, ou meus cabelos. Mas odiava quando ele me via chorar, com dores, e não fazia nada para que o que eu sentia parasse. Por isso, comecei por cima. Abri suas pálpebras, vendo seus lindos olhos castanhos girarem incontrolavelmente. E então, lenta e cuidadosamente, enfiei o canivete por dentro para arrancar o esquerdo. Ele despertou, e começou a se debater na cama. Mas me certifiquei de que havia o prendido bem.

— Shhhhiii! Silêncio, meu amor!Você sabe que ninguém poderá ouvi-lo daqui, não é mesmo? Portanto, não adianta gritar! Isso vai doer. Mais em mim do que em você, acredite. Mas preciso fazer isso! Eu TENHO que fazer isso! — eu lhe sussurrava isso, enquanto cortava o nervo que segurava o olho dentro da órbita ocular. Mas ele insistia em se debater, tentando se livrar de mim.

Quando terminei, beijei sua testa suada para acalmá-lo. E pulei para o olho direito. Foi quando percebi que havia lágrimas escorrendo pela minha face. E pensei que, talvez, se ele ainda tivesse os olhos, ele também estaria chorando. Fiquei imaginando que fosse por não poder mais me ver. Isso seria triste mesmo. Ele gostava tanto de ficar a me olhar, por horas, quando eu descansava em seu braço. No entanto, agora, não poderá mais fazer isso... Pobre Itachi.

Outro fato que me chamou a atenção foi de não haver tanto sangue. Não tanto quanto eu imaginava que sairia de seus olhos. Afinal, era apenas um fino, apesar de forte, nervo. E aquele cheiro metálico, mais a sensação do líquido quente entre meus dedos, me deixavam em um ligeiro estado de transe. Como se tudo à minha volta tivesse parado. Como se o tempo tivesse congelado para funcionar ao meu favor. A sensação, apesar de mórbida, era boa. Eu me imaginava cortando algum pedaço de carne de vaca, para cozinhar. A textura, pelo menos, era a mesma. Mas eu sentia náuseas, ao mesmo tempo. O que era estranho.

Bom, depois dos olhos, levantei-me para pegar um pedaço de pano, me livrando daquele estranho estado hipnótico. Rasguei o lençol da cama. E quando arranquei a fita adesiva da sua boca, ele encheu meus ouvidos com palavrões e insultos. Mas tudo bem. Isso já era de se esperar.

Consegui, com certa dificuldade, amordaçá-lo com o pano. E com ajuda de um alicate, consegui puxar sua língua para fora e prendê-la. Eu amava sua voz. Amava mesmo. Era forte e suave ao mesmo tempo. Gostava ainda mais, quando ele a usava para dizer meu nome, ou me elogiar. Mas odiava quando ele me insultava ou gemia daquele jeito, que só ele fazia, enquanto transava comigo. Por isso, achei que deveria me livrar dela também. Para que ele não ferisse mais ninguém com suas palavras, que tanto doíam. Então, com o mesmo canivete, de ponta fina, cerrei sua língua. Foi difícil, confesso. A língua é o músculo mais forte do corpo humano. E ele conseguiu resistir bem, puxando-a de volta para a boca. Mas isso só piorava a situação para ele. Eu não entendia como ele não conseguia perceber isso! Afinal, ele era um homem inteligente...

— Não faça isso, meu amor! Assim, você corta meu coração! — eu estava prestes a desistir daquilo tudo. Era doloroso demais vê-lo sofrer tanto. Mas resolvi me manter firme às minhas crenças. Aquilo era para o bem de todos.

E então, era vez de suas genitais. Eu amava todo o seu corpo. Da cabeça aos pés. E ele me proporcionava um prazer imenso, é claro. Ele era muito bom de cama. Mas eu detestava o fato dele usá-lo com outras pessoas. Eu odiava saber que aquele mesmo membro, que invadia meu corpo, havia sido usado por outras pessoas, talvez no mesmo dia em que ele vinha para mim. Aquilo era repulsivo demais. E eu precisava dar um basta naquilo!

E ainda cortei seus dedos da mão com um alicate. Aqueles lindos dedos, que alisava meus cabelos e tocava minha pele, também tinham que ser retirados. Pois ele tocava outras pessoas. Tocava outros corpos. Na verdade, eu queria ter cortado toda a sua mão. Mas eu precisaria de uma cerra maior para isso. Então, atorei somente os dedos mesmo.

Na verdade, não era como se eu o quisesse somente para mim! Não! Eu apenas queria que ele entendesse que o que ele fazia era errado. Ele me traia em inúmeras formas. Isso magoava. Muito. E eu me sentia na obrigação de fazê-lo parar. Se eu não fizesse, quem faria? O cara já era da polícia mesmo! Ele tinha tudo ao seu favor. Era praticamente impossível ir contra ele. Por isso, EU tinha que pará-lo de uma vez por todas. Já estava mais do que na hora.

Bom, acho que me excedi um pouco, pois nem percebi quando ele perdeu os sentidos. Acho que por estar exausto pelo dia inteiro de trabalho que teve, mais a transa, e mais a bebida que lhe dei, fez com que ele apagasse. Além disso, tinha a perda de sangue. Cortar seu pênis, testículos e dedos, o fez sangrar muito.

Depois de tudo feito, peguei todas as partes do seu corpo, e o pus em frascos de vidro para guardá-los comigo. No fundo, eu sabia que isso era algo errado. Algo estranho. Coisa de gente louca. Mas eu sentia uma urgência em manter aquilo conservado, e guardá-lo para mim. Eu precisava fazer aquilo, ou não viveria em paz! E ainda fiquei um tempo a contemplar todo aquele vermelho escarlate manchando o colchão. Ele ficava lindo de qualquer forma, mesmo. Seu corpo era bonito. Muito bonito. E então, caí de joelhos no chão e vomitei. A náusea, finalmente me nocauteou. E chorei. Chorei pelo que fiz, pelo que aconteceu. Chorei por sua perda, e pelo alívio que sentia nas costas. Estava tudo, finalmente, acabado!