Título:Home's behind (Ou 5 vezes em que Pippin sentiu saudades de casa e uma em que não. )
Autora:Nayla
Classificação:PG-13 por um pouco de violência.
Categoria:Diversas MSs dos três filmes
Advertência:nenhuma, acho.
Capítulos:seis.
Completa?[X] Não
Resumo:O que o título diz.
N/A:Essa fic é dedicada a minha gêmula Cahnove
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Passolargo tinha acabado de explicar sobre os "black riders", os nove antigos reis dos homens, agora, sem nome, sem honra, apenas servos, escravos de Sauron conhecidos como Nazgüls.
Tinha algo irreconhecível na voz do guardião, algo que podia ser confundido com pena ou raiva mas seus olhos tentavam esconder um medo por pertencer a mesma raça e portanto, ser sujeito as mesmas fraquezas.
Frodo engoliu em seco, sem conseguir decifrá-lo. – Nós devemos descansar. – Olhou para Sam e esboçou um sorriso, querendo passar um pouco de conforto, segurança para o amigo, algo ele mesmo não possuía.
- Sim, ele está certo. – Passolargo se pronunciou, e fechou as cortinas, deixando uma pequena abertura. Nunca se sabe. – Partiremos ao amanhecer e precisaremos de disposição. Apague as velas.
Pippin engoliu em seco e olhou para Merry. Seu primo estava olhando para Passolargo. – Nós podemos deixar uma acesa? – Baixou os olhos, antes de receber uma resposta.
- Façam como quiserem.
Os hobbits trocaram sorrisos cúmplices e deitaram-se, esperando as horas passarem, esperando a vela queimar.
Pippin não conseguia pregar os olhos, nem mesmo toda a cerveja que tomara naquela noite o deixava com sono, a adrenalina da fuga, de ser perseguido pelos arredores do Condado até Bree ainda estava correndo em suas veias e ele sabia que continuariam atrás dele em seus sonhos.
O pequeno hobbit sentou-se em sua cama, tentando fazer o mínimo de barulho possível. Todos pareciam estar dormindo, até mesmo Passolargo estava recostado bem perto da janela, em uma cadeira. Seu capuz escondia seus olhos totalmente na escuridão quase como... Pippin teve que desviar os olhos, não querendo nem pensar.
- Pip?
Ele pulou ao ouvir seu nome ser chamado.
- Shh, sou eu. – Merry tocou-lhe o ombro suavemente. – Não consegue dormir?
- As camas daqui não são tão confortáveis quanto as do Condado. – Pippin deu de ombros.
- Bom, mas logo chegaremos em Riverdell e eu aposto que as camas de lá serão muito confortáveis.
- Confortáveis demais.
Merry riu. – Será que nada é bom o bastante para você, primo? O que mais você quer? – Merry fingiu uma falsa indignação.
- Eu quero ir pra casa. – Pippin respondeu baixinho.
- E por quê, diabos, você iria querer tal coisa? – Merry engrossou a voz, fingindo espanto.
- Como? – Esse simples gesto fez Pippin rir.
- Estamos numa aventura, Pip, como Bilbo, não vê? – O hobbit parecia realmente agitado. – É a nossa chance de irmos mais longe do que qualquer hobbit jamais foi, nós podemos ser heróis. – Teve que se controlar para não bater uma palma.
- Bom... – O caçula ainda estava incerto se deveria deixar-se contagiar pela alegria do primo. – Ainda é assustador.
- As melhores histórias são. Isso não é um conto de fadas, não é tedioso como um. – Merry fez uma careta. – É preciso coragem, garra, lealdade, Pip, são essas coisas que farão de nós heróis. – Terminou o discurso assentindo com a cabeça. – Você consegue imaginar? Quando nós voltarmos, seremos tão famosos que as crianças, antes de brincar, vão perguntar "Quem você quer ser? Merry, Pippin, Frodo ou Sam?" – Afinou a voz, fazendo o mais novo cair na gargalhada. – E a que for mais sábia, vai me escolher, pelas razões mais óbvias!
- Não! – Pippin exaltou-se e Merry teve que cobrir sua boca com a mão, tendo os dedos mordidos.
- Auch! – Puxou a mão de volta, rapidamente, uma careta de dor exagerada.
- Eu sou melhor do que você! – Pippin estava prestes a cair na gargalhada. – Eu sou mais heróico que você, Merry!
- Você vai ter que provar sua coragem então, jovem Took! – Merry parecia estar com a mesma dificuldade em manter-se sério. – Mas amanhã, ok? Agora nós temos que dormir.
- Certo. – Pippin voltou-se a deitar e Merry levantou-se, dirigindo-se para a própria cama, mas teve seu braço agarrado pelo primo. – Você pode... Ficar comigo hoje? Amanhã seremos... Heróis... É só que ainda não amanheceu. – Pediu, de cabeça baixa.
- Claro... Chega pra lá! – Merry respondeu imediatamente e deitou-se ao lado do amigo. – Apenas não roube minha coberta! – Ameaçou, rindo. – Boa noite, Pip.
- Noite, Mer. – E com essas palavras, Pippin assoprou a vela, apagando-a e a escuridão tomou conta da sala.
