Título da Fic: Voyeur
Anime: Weiss Kreuz x Yami no Matsuei.
Casal: Hisoka x Omi x Nagi
Classificação: Crossover/ Yaoi/ Lemon/ Voyeurismo/ Masturbation/ Angust/ Suspense.
Status: Em andamento.
Autora: Lady Anúbis.
Beta: Yume Vy
ooOoo
VOYEUR
Capítulo 01 – O Dia do Caçador.
Passos lentos são dados em direção a uma sala especial. O homem de aproximadamente cinqüenta anos, cabelos grisalhos repicados em um corte moderno, pele clara, 1,77 cm de altura e de olhos castanho-escuros não tem pressa, apesar da ansiedade que o consome. Ao chegar ao fim do corredor, leva a mão à maçaneta e abre a porta, entrando no seu pequeno santuário. Ter o que deseja o deixa satisfeito e ele se sente feliz por ser quem é...
Cyrus Vance sorri. Ele se considera um homem de sorte! Nasceu em uma das mais ricas famílias dos Estados Unidos e jamais teve que se preocupar com dinheiro. Limitava-se a gastar, viajando pelo mundo e aproveitando a vida. Mas tudo isso tem suas desvantagens... Logo tudo parece ficar tedioso. Sempre se quer mais e mais!!!
Essa insatisfação gera os desejos mais estranhos, mas para quem tem dinheiro nenhum desejo é reprovável ou impossível! Há muito tempo que Vance começara a se fascinar por garotos... Não quer em absoluto ser um pedófilo, isso é muito comum, mas gosta de escolher meninos especiais e observar suas reações quando aprisionados.
Correu o mundo atrás de garotos que conseguissem corresponder as suas expectativas, mas jamais conseguiu. Os meninos em geral são muito frágeis e comuns. Acabava tendo de soltá-los em algum campo, depois de serem drogados e condicionados para não se lembrarem de nada, afinal não há graça em feri-los ou matá-los... Deseja observá-los, brincar com eles.
Ele se senta em uma confortável poltrona e de frente para ele há uma parede de vidro, que o permite observar seu interior... Que é o de um quarto extremamente luxuoso. Seus lábios se curvam em um sorriso ao pensar que logo aquele lugar estaria ocupado. Olha para a mesa e morde os lábios em expectativa, por ver sobre ela finas pastas onde estão as fichas daqueles que poderiam realizar seu sonho.
Espalhara para o submundo, ao redor do globo, que procurava garotos extremamente especiais. Logo passou a receber dossiês de todas as partes do planeta, vindos de interessados na vultosa recompensa que oferecera. Mas a grande maioria dos garotos era comum, sem nenhuma habilidade especial e a frustração foi inevitável!
Foi então que se deparou com três dossiês especiais, incrivelmente vindos do mesmo lugar! Seus contatos os encontraram... E esses contatos escolheram três criaturas incrivelmente belas, mas igualmente mortais, para seu total deleite! Pega lentamente uma das fichas e a lê.
Dossiê Nº 01: O Garoto Não-Vivo
Nome: Hisoka Kurosaki.
Idade: 16 anos. (Eternamente)
Data de Nascimento: 18/11/1980.
Altura: 1,68 cm.
Cabelos: Loiro-areia.
Olhos: Verdes.
Status: Shinigami. (Espécie de detetive do Meifu, Mundo dos Mortos)
Habilidades pessoais: Empata.
Habilidades: Teletransporte, magia, regeneração e investigação.
Armas: Artes marciais como kendo, kyudo, aikido, naginata e judô, além de armas de fogo.
Personalidade: Depressivo, protetor, sério, reservado, tímido e solitário.
Ponto fraco: Desejo de vingança por sua morte.
Família: Nenhuma.
Parceiro: Asato Tsuzuki.
Passado: Odiado pelos pais que o mantinham preso. Foi estuprado e enfeitiçado aos treze anos. Definhou por três anos antes de morrer.
Oportunidade para capturá-lo: A excessiva gula por doces de seu parceiro.
- É tão perfeito! – Olhos azul-esverdeados de Ben, seu braço direito, se fixam sobre o homem que continua entretido com os dossiês.
Cyrus fecha os olhos após ler aquele dossiê, já pela décima vez. Sua imaginação viaja nas informações daquela criatura fascinante... Um garoto que já morreu, mas que ainda continua andando entre nós... Um empata poderoso que pode se teletransportar... Um menino enfeitiçado e assassinado, sedento de vingança.
- Oh, Deus! Pequeno, loiro, olhos verdes... Hum... – O homem de cabelos castanhos suspira.
Parece até vê-lo diante de si, lindo e etéreo como o ser sobrenatural que é! Vai adorar ver um empata junto com outros garotos igualmente sofridos... Ver como a empatia o faz reagir a tudo isso. Há também os outros dons... Entre eles... O teletransporte. Um desafio sem igual mantê-lo ali.
- E que desafio?! – Comenta irônico e sorri amplamente. – Como impedi-lo de simplesmente desaparecer?
O homem ao lado dele apenas sorri sarcástico.
- Ah, é tão simples! Graças ao homem que o vendeu, descobri uma forma bem eficiente para isso.
- Você está realmente contente. – Comenta o homem de olhos azul-esverdeados, recostado à mesa ao lado de Vance.
Os olhos castanhos pousam sobre o homem ao lado dele e permanece em silêncio, apenas observando-o, reparando no porte atlético do outro, 1,88 de altura, músculos visíveis sobre a blusa clara, bíceps fortes e delineados, pele bronzeada, cabelos curtos num corte quase militar que parecia destacar os fios loiros brilhantes daquele ser que tinha aproximadamente quarenta anos, até que suas íris se fixam nos orbes azul-esverdeados.
- Tome. - O bilionário entrega uma cópia dos dossiês a Ben Robinson.
Cyrus Vance não confiaria essa tarefa a mais ninguém. Ele é inteiramente dedicado a suas vontades e ao seu dinheiro, na verdade, o loiro gosta disso tanto quanto o patrão, e Vance sabe disso! Tudo se tornou também um grande jogo para Ben, mas dessa vez vai ser muito mais difícil.
- Será que você vai conseguir mesmo trazer eles pra mim? – O homem o olha em tom de desafio.
- Não tenha dúvida! – Ben sorri maliciosamente, tão elétrico quanto o próprio patrão ante a perspectiva do que teriam em mãos.
ooOoo
Meifu. Mundo dos Mortos.
Logo depois de terminar a reunião diária Tsuzuki sai apressado, puxando seu parceiro pelo braço. Hisoka, sem entender muito bem o porquê, cede ao entusiasmo do amigo e o segue. Olha para o homem de olhos violeta ao seu lado, com vinte e seis anos, mas que na verdade parece ter seis naquele momento.
Os dois seguem pelo hall de entrada do prédio onde trabalham, parando somente quando já estão nos jardins. O homem mais velho o faz sentar em um dos muitos bancos espalhados pelo belo lugar e, ao vê-lo acomodado, fica meio que saltitando diante dele e pensa em como dizer o que quer, porém não sabe que palavras usar ainda...
Hisoka já conhece esta expressão e sabe que está relacionada a algum doce. Tsuzuki pode ser o mais poderoso Shinigami, mas sua maior fraqueza é sua gula, marca registrada dele e pesadelo de Tatsumi, o pão-duro secretário geral do Enmacho, a organização que regula a relação entre o mundo dos vivos e dos mortos.
- Você não imagina o que descobri! – A expressão dele é de fascinação e prazer absoluto.
- Está relacionado com doces, não é? – Hisoka não parece nem um pouco interessado.
- Como você sabia? – A decepção é evidente em sua voz. Nunca consegue surpreender seu parceiro.
- Como?! Você é muito previsível, Tsuzuki. Principalmente no que se relaciona a doces. – Explica a coisa mais óbvia do mundo.
- Hum... – O outro o olha com certa raiva, mas que dura somente alguns segundos.
- E qual a novidade que o deixou assim tão empolgado? – Pergunta. De qualquer forma, sabe que Tsuzuki vai falar mesmo...
- Um pavê duplo de chocolate, duplo chantilly, morangos e uma super calda de chocolate por cima. É novo! Lançaram em um lugar no shopping. – Diz empolgado.
Hisoka não parece ter se impressionado.
- Pavê, Hisoka! É um doce feito com camadas de bolacha ou bolo. É maravilhoso! Chocolateeeeeeeeeeee! Céus! E ainda é duplo. – Leva a mão ao peito e faz uma expressão de 'Deus! Eu estou morrendo!', tamanha sua felicidade e emoção.
- Ok, Tsuzuki. Eu entendi. Mas por que está me falando disso?
- Eu preciso experimentar!!! E...Você... – A expressão infantil é substituída por uma de profunda decepção, quase chorosa.
- Você precisa de cobertura ou dinheiro? – Hisoka amolece. Apesar de precisar ser duro com as obsessões de seu parceiro, não consegue resistir quando ele faz essa cara.
- Preciso dos dois. Sei que sobrou parte do dinheiro da última missão e você ainda não entregou as contas. Não dá separar um pouquinho do troco pra matar essa minha vontade? – Os olhos de Tzusuki brilham intensamente e ele faz a típica carinha de 'cãozinho sem dono', para ver se consegue abalar as convicções de Hisoka.
- Você está sugerindo que eu fraude o departamento? – Os olhos de Tsuzuki dizem sim. O garoto fecha sua expressão. – Ok. A maioria dos nossos gastos foi com comida mesmo! Mas não me peça pra fazer isso de novo.
- Prometo. – Já pulando de satisfação.
- E é só um, nada mais. – Hisoka se repreende, mas... Como resistir aquela expressão? É impossível!
ooOoo
Chijou. Mundo dos Vivos. 09:45 AM.
Os dois Shinigamis andam pelo shopping. Esse contato com os vivos causa efeitos diferentes neles. Para Tsuzuki é sempre novidade, pois já está nesse trabalho há mais de setenta anos, então estas modernidades o fascinam. Para Hisoka, morto tão recentemente, simbolizam a vida que nunca pôde ter, sempre aprisionado dentro da sua jaula de ouro. Sua família é rica, mas jamais vira um shopping em sua curta existência neste mundo.
O mais velho deles tem um objetivo em vista, então caminha resoluto para o local onde satisfará seu desejo, arrastando o outro junto com ele. Param diante da pequena lanchonete e o moreno volta-se para o garoto de expressão séria. Este olha bem para o amigo, fazendo algum suspense. Diverte-se um pouco com isso, pois ele começa a ficar aflito. Resolve então acabar com o sofrimento dele e entrega o dinheiro em suas mãos.
- Pronto, aqui está. Mas só dá pra um, ouviu?
- Você não vem comigo?! – O homem está visivelmente decepcionado.
- Tsuzuki, se há uma coisa que prefiro evitar é vê-lo comendo. Vou dar uma volta no shopping. – Pára por um instante, pensando na reação de Tatsumi ao saber que foram ao mundo dos vivos sem permissão. – E depois, nada de ficar falando que viemos aqui.
Hisoka observa o parceiro correndo para a lanchonete e sorri. Não pode negar que esse comportamento dele o diverte, muitas vezes o irrita, mas faz parte de seu charme. Volta-se e começa a caminhar pelo corredor lotado. Olha as vitrines despreocupado... É tanta coisa fascinante! E a decoração de Natal empresta ao local um ar festivo incomparável.
Pensa em sua vida e como poderia ter sido diferente se tivesse sido criado da forma como os outros garotos de sua idade. Algumas garotas passam, o olham e soltam risadinhas nervosas e não são as únicas, afinal, sua presença parece cativar as meninas. Isso lhe causa ainda mais estranheza. Nunca fora paquerado em sua vida, mas percebe que isso é bom!
Alguns metros atrás um homem o segue. Sua presença bela... Quase etérea, chama a atenção e ele sabe muito bem que seu patrão ficará plenamente satisfeito com sua presa. Anda devagar, tentando não ser notado, sem tirar os olhos daquele belo deus da morte.
Uma vitrine então chama a atenção do garoto. Dela pode ver dentro de uma loja uma família fazendo compras. O menino, de mais ou menos cinco anos, o faz lembrar de si mesmo. A mãe lhe apresenta vários brinquedos e Hisoka resolve entrar na loja. Aqueles brinquedos todos o fascinam, sente-se criança, como nunca se sentira em toda sua existência.
Apesar da atenção nos produtos da loja, Hisoka não consegue tirar os olhos do pequeno e sua mãe. Depois que este escolhe o que quer, abraça a mulher ao seu lado com carinho e esta retribui com um beijo em sua cabeça. O menino corre então para o pai, do outro lado da loja, a fim de mostrar o que ganhara, sendo pego no colo. Essa visão perturba o jovem Shinigami, que sai apressado. Seguindo pelo corredor meio sem rumo.
O perseguidor vê quando seu alvo entra em uma loja. Prefere esperar do lado de fora, temeroso que ele perceba sua presença. Fica ali por alguns minutos, quando o garoto irrompe pela porta, visivelmente perturbado. Segue pelo corredor, meio desorientado, esbarrando em algumas pessoas que cruzam seu caminho. Talvez não haja melhor oportunidade de aproximar-se do menino não-vivo.
Apressa o passo, pega a pequena seringa do bolso e tira a tampinha que protege a agulha. Quando está próximo o bastante, espeta-a nas costas de sua vítima e injeta rapidamente o conteúdo da seringa e ouve no mesmo instante um pequeno gemido de dor de sua adorável vítima! O superpotente tranqüilizante poderia derrubar um elefante naquela quantidade, mas precisa de um tanto assim para um ser que se regenera rápido.
Vê que o loiro desfalece imediatamente e o ampara, seu coração acelera apenas por tê-los nos braços e seus olhos azul-esverdeados brilham em íntima emoção. Percebe que as pessoas em volta começam a se acercar do garoto que desmaiou e precisava distraí-las...
- Não se preocupem! Meu filho tem pressão muito baixa. Vou levá-lo até a Enfermaria do shopping. – O homem fala em forte sotaque americano e sorri para as pessoas em torno, para em seguida, tomar o garoto nos braços.
"Ele é bem mais leve do que imaginei." – Pensa, surpreso.
- Obrigado pela preocupação. – Agradece às pessoas e sorri novamente.
O homem o acomoda em seus braços, encostando sua cabeça loira de madeixas macias em seu peito. Ele parece tão frágil, quase tendo medo de quebrá-lo, mas sabe muito bem que essa é só uma impressão. Leva-o para o estacionamento do shopping e o acomoda confortavelmente na limousine que os espera, mandando que o motorista parta imediatamente, a fim de levar a pequena presa para seu novo 'lar'.
ooOoo
No shopping, Tsuzuki sai satisfeito da lanchonete. Não resistira e comera três pavês. Hisoka sabia que isso aconteceria, afinal não lhe dera o dinheiro contado como dissera e o prazer é evidente em seu rosto. Olha em torno à procura do garoto, ele deve estar andando pelo shopping em busca das sensações que desejava ter tido em sua vida.
Saber isso comove Tsuzuki, que até se esquece de seu próprio prazer. Essas pequenas alegrias perturbam realmente o seu parceiro... Queria poder de alguma forma tirar essa profunda solidão de seus olhos verdes... Aqueles verdes idênticos a brilhantes esmeraldas... Procura-o, mas algo o aflige. Não sabe dizer o quê.
"Algo está errado." – Pensa e caminha rapidamente pelo shopping.
Depois de um tempo andando a sua procura o moreno fica muito preocupado. Anda em círculos pelos corredores, profundamente temeroso que algo lhe tivesse acontecido... Um senhor idoso percebe sua aflição e o pára, fazendo Tsuzuki fitá-lo no mesmo instante.
- Algum problema, meu jovem? – Diz o idoso com voz bondosa.
- Perdi meu... Irmão. Ele não está muito acostumado com o shopping. – Explica. Em sua voz pode ser notada sua aflição.
- Como ele é? Talvez o tenha visto. Fico sentado aqui no shopping o dia todo. – A solidão é bem clara naqueles olhos que já viram muito do mundo.
- É um garoto de dezesseis anos, magro, loiro e de olhos verdes brilhantes... – Tsuzuki o descreve, falando apressadamente.
- De olhar solitário? – O velhinho questiona.
- Sim, ele mesmo. – Uma ponta de esperança surge na voz do Shinigami.
- Ele desmaiou logo ali na frente, mas um homem, que disse ser pai dele, o carregou até a enfermaria. Pelo menos foi o que disse. – Revela com calma.
- Pai dele? – Tsuzuki se alarma com essa informação.
- Eu não acreditei que fosse realmente pai do garoto, mas a gente não pode se meter. Sinto! Mas... Nos dias de hoje vai saber o que um americano de meia idade pode querer com um menino tão bonito.
Tsuzuki agradece com um aceno de cabeça, ainda alarmado. Também se pergunta a mesma coisa, olha em torno e leva as mãos a cabeça. Precisa retornar e informar o que acontecera ao departamento... E tudo isso fora sua culpa! Não se perdoaria se algo acontecesse a ele.
- Hisoka...
ooOoo
Dentro de uma luxuosa sala, um homem espera. Está impaciente, mas sabe que é necessário esperar. Suspira e relaxa, enquanto sua mente vagueia, seus pensamentos relacionados apenas aos três garotos especiais e a o que poderá fazer com eles em mãos. Sabe que não pode ficar se distraindo, mas é impossível ante a ansiedade que o consume.
O celular de Vance toca insistentemente e ele vê o número de seu 'braço direito', o que o deixa na expectativa. Sai da mesa onde almoça com alguns empresários japoneses, o seu disfarce para estar no país, depois de informar que é uma ligação de urgência, indo a um local reservado. Vai para o hall do restaurante cinco estrelas. Atende sorridente, sabe que Ben lhe dará boas notícias.
- E então? – Fala tentando disfarçar a ansiedade.
- Ele já está comigo. Precisa ver... Ele é lindo mesmo! Quase celestial. – A voz do homem chega a ser gulosa. – Tão macio, cheiroso, quente.
- Se quiser pode se divertir um pouquinho, mas só um pouco, pois ele é meu. Entendeu? – Cyrus é malicioso, achando divertido imaginar Robinson cheirando, lambendo e acariciando os garotos inconscientes.
Claro que só ele poderia ir além... Se alguém fosse realmente... Fazer sexo com os meninos... Esse alguém seria ele e mais ninguém! Isso é claro, se quisesse, pois tem outra preferência na verdade... Que é apenas a de observar. E só saberia isso, se ia querer algo mais, ao ver o jogo em andamento.
- Deixe-o na mansão sob vigilância reforçada e pode ir atrás do Garoto Assassino. – Ordena e encerra a ligação, para em seguida abrir seu laptop e ler mais uma vez a ficha do próximo alvo...
Dossiê Nº 02: O Garoto Assassino
Nome: Omi Tsukiyono.
Codinome: Bombay.
Idade: 17 anos.
Data de Nascimento: 29/02/1980.
Altura: 1,63 cm.
Cabelos: Loiros com nuances mel.
Olhos: Azul-celeste.
Status: Assassino profissional.
Habilidades pessoais: Gênio.
Habilidades: Hacker, arqueiro, planejamento de missões.
Armas: Arco-e-flecha, besta, dardos, tecnologia.
Personalidade: Simpático, sorridente, doce, terno, tímido, leal.
Ponto fraco: Pertencer à Família Takatori.
Família: Nenhuma.
Parceiro: Aya Fujimiya, Yohji Kudou e Ken Hidaka.
Passado: Foi seqüestrado aos seis anos, mas o pai negou-se a pagar o resgate. Perdeu a memória, tendo se lembrado recentemente.
Oportunidade para capturá-lo: Durante alguma missão.
Novamente lê o dossiê e seus olhos se fecham, tentando visualizar o pequeno assassino descrito no papel em suas mãos. Pode imaginar aquela criança sorridente e doce, que se transforma em um frio assassino com grande facilidade. Frágil e mortal! Tudo dentro daquele ser pequeno, loiro e de olhos azuis.
Ele toca a si mesmo discretamente ao imaginar aquela bela criatura armada com uma besta, tirando a vida da escória da sociedade. Anseia vê-lo junto do empata, com sua doçura leal, sempre sentindo e desejando ser amado. O homem geme de prazer ante a tal visão, ansiando pelo momento de tê-lo.
Cyrus Vance desperta para a realidade e olha para os lados, vendo que ninguém estava por perto, para seu alívio. Fecha o arquivo e se recompõe, voltando a sala, agora muito mais disposto para a reunião, visto que está satisfeito. Senta-se a mesa, com um sorriso nos lábios e tenta não pensar no menino que agora já está a caminho de uma de suas mansões.
ooOoo
Koneko no Sume Ie. 17:30 PM.
Manx está diante de três dos rapazes da Weiss, a espera que Omi desça de seu quarto. Ele chega afobado, bastante corado, como se estivesse fazendo alguma coisa condenável. Aya olha para ele com reprovação, pois todos já o esperavam há mais de quinze minutos.
Ken nem parece se importar, mas a expressão de Yohji o incomoda. O loiro mantém um sorriso sacana nos lábios e o jovem arqueiro teme que esteja claro em seus olhos o que estava fazendo. Desvia o olhar do playboy e concentra-se na mulher a sua frente, isso era o melhor a fazer no momento e depois esperar que tudo fosse esquecido.
- Como eu já tinha adiantado aos rapazes... – Volta seu olhar para o pequeno. – Temos um de nossos melhores agentes infiltrado na organização de um importante traficante e ele nos informou que um grande carregamento está para ser distribuído esta noite. Elaborou um plano e vai levá-los para dentro do covil para que matem o traficante e destruam as drogas.
- Espera aí! Ele elaborou o plano e vai nos levar?! – Aya se afasta da escada onde estivera encostado e se coloca ao lado da ruiva. – Você sabe que não é assim que nós trabalhamos. Como vamos saber que este agente é de confiança?
Omi também não gosta, mas fica em silêncio, afinal, Aya está falando por eles.
- Estava na Kritiker mesmo antes de você nascer, garoto! – O homem vem descendo pela escada em caracol.
O ruivo o observa com raiva, pois não gosta de ser tratado como criança. Repara nele, vendo que é um homem de quase cinqüenta e cinco anos ou mais, aproximadamente 1,70 de altura, bem vestido, cabelos grisalhos, quase brancos, mostrando uma ligeira calvície. Os olhos castanho-escuros estão atrás de uns óculos de grau, dando àquele homem um aspecto frio.
- Aya, este é o agente Bangkok. – Faz com que o homem se aproxime. - Ele tem razão. Isto tem que acabar ainda hoje, antes que as drogas cheguem às ruas.
- Eu conheço aquele lugar como a palma de minha mão. É mais fácil eu guiá-los. – Diz Bangkok, enquanto arruma os óculos.
- Mas isso não significa que eu possa confiar em você. – O ruivo quase rosna as palavras. Não sabe dizer o quê, mas algo o incomoda... Talvez seja algo nos olhos castanhos de Bangkok.
- Aya, não podemos deixar que aquele carregamento chegue às ruas, por favor. – Manx diz. Já trabalhara com Bangkok e sabe que ele é de confiança.
- Hum... – O ruivo ainda encara o homem.
Yohji, Ken e Omi apenas aguardam a decisão de seu líder. Sabem do que Aya é capaz e confiam nele, portanto se ele não aceitasse, também não aceitariam. Realmente é um pouco anormal esta missão, já que geralmente eles recebem todos os dados diretamente de Pérsia, após o contato de Manx.
- Apesar de não estar satisfeito com isso, concordo com a urgência. Mas faço uma exigência. – O ruivo fala, ainda desconfiado daquele homem.
- Pode falar. – O homem mais velho parece aliviado por ter convencido o líder dos Weiss e isso não agrada em absoluto o ruivo.
- Seu plano. Quero que o apresente ao Omi para que ele revise tudo. Só confio nele para os detalhes. – Sibila ameaçador.
- Claro. – O homem concorda com a cabeça e entrega os dados do plano.
Os demais rapazes observam o espadachim com espanto! Omi principalmente, pois ele jamais demonstrara de forma alguma esse nível de confiança em suas habilidades de planejamento e isso o faz sorrir satisfeito. Bangkok senta ao lado do chibi logo depois e começa a explicar seu plano ao garoto.
Omi revisa tudo, concorda e discorda de vários pontos, colocando soluções melhores. Depois de aproximadamente vinte minutos o arqueiro fecha o plano, sem falhas e com o mínimo de surpresas. Acena para o ruivo que o observa trabalhando com certa admiração.
- Está tudo ok. – Omi dá o aval ao plano de Bangkok.
- Então vamos partir às vinte horas. – Aya avisa e fita todos.
ooOoo
20:35 PM.
Os Weiss esperam diante do grande armazém o momento de entrarem. Seu líder ainda se sente incomodado por este plano, não consegue deixar de pensar que algo está para acontecer... Bangkok então faz um sinal e eles se aproximam. Omi sobe para o teto do prédio, munido do seu laptop, e rapidamente o interliga com o sistema de câmeras de segurança.
- Pronto, Abyssinian. Está tudo arranjado. Coloquei as gravações no ar e estou de olho nos guardas. – Omi sussurra no microfone.
- Destravou as portas? – Aya aguarda a confirmação.
- Sim. Podem entrar sem problema.
Os outros então entram. Aya e Bangkok entram pelos fundos em busca do alvo. Ken e Yohji entram pela porta lateral, a fim de instalarem a bomba incendiária que Omi havia montado. Eles avançam corredor a corredor, sempre sob o cuidado constante do pequeno arqueiro, que os informa da movimentação em todo o prédio.
Aya entra com cuidado no escritório do alvo. Encoberto pela escuridão, o espadachim se aproxima do homem sentado junto à escrivaninha, que parece nervoso ao mexer numa série de papéis. Um ruído chama sua atenção e volta-se, encarando o Weiss já com a katana preparada.
Não há tempo para pensar ou reagir, a espada desce sobre ele e seu sangue se espalha pela mesa, logo depois de seu corpo mutilado. Bangkok entra e recolhe os papéis, mesmo ensangüentados e os acomoda em uma pequena pasta ao lado da cadeira. O ruivo o observa curioso.
- O que está fazendo?
- Estes papéis contêm informações vitais para desmantelar essa organização. – Diz concentrado em sua tarefa.
O líder dos Weiss até entende as razões do agente veterano e sua dedicação ao trabalho, mas algo nele ainda o incomoda. Não sabe dizer muito bem o quê. Afasta-se então discretamente do homem, aproximando-se da porta.
- Bombay, como está nosso caminho de saída? – Olha pela porta entreaberta.
- Tudo limpo. Aviso se aparecer algo no seu caminho.
- Balinese, como vai sua tarefa?
- Tudo pronto. Temos vinte minutos para sair daqui.
O ruivo então apressa seu acompanhante e os dois saem, correndo pelos corredores a caminho da porta por onde entraram. Deparam-se então com um grupo de guardas armados, um tanto alarmados por terem encontrado uma das portas destrancadas. Espalham-se pelos corredores, enquanto Aya e Bangkok entram em uma sala vazia.
- Bombay, estamos cercados! – Só há silêncio em resposta. – Bombay?! Responda...
O espadachim olha desconfiado para Bangkok e fixa seus olhos nele, captando o menor movimento... O homem, no entanto, não parece perceber essa nuance de seus olhos violeta, atento apenas à movimentação dos guardas.
- Balinese, vocês já conseguiram sair? – Ele sussurra, pois os guardas percorrem o corredor onde estão.
- Sim. Vocês ainda não? Só têm mais cinco minutos.
- Verifique a posição de Bombay. Ele não está respondendo. – Ordena preocupado e ainda desconfiado daquele homem.
ooOoo
Omi observa os monitores com cuidado, a movimentação de guardas é grande, mas nada fora do normal. Observa o relógio a todo instante, sabendo que pouco tempo restaria para saírem após a ativação da bomba. Olha atento a todos os detalhes, mas seus companheiros seguem tudo de forma estritamente eficiente, como sempre.
Ouve um ruído vindo de algum lugar do telhado, o que deixa suas defesas em alerta. Fica atento, sem nunca tirar os olhos da tela do laptop, vê então um rato correndo pela beirada e percebe que esta era a razão do ruído. Despreocupa-se, concentrando-se na missão que seus amigos estão pondo em ação.
O americano sobe sorrateiramente pela escada lateral, tomando muito cuidado para não alertar o pequeno assassino, se oculta na escuridão, como muito bem aprendeu quando foi um seal dos fuzileiros navais... Esgueira-se com cuidado, temendo a todo instante que o garoto o ouça, pois sabe muito bem que aquele 'anjo' o mataria sem pestanejar.
Seu coração quase paralisa quando pisa em um pedaço de metal que faz um ruído estridente e chama a atenção de seu alvo. Fica ali, deitado no chão imundo como se o tempo tivesse parado e percebe então que algo acalmara o menino, que se volta novamente para sua tarefa. Já pode ver a jaqueta preta, com o capuz branco do casaco de baixo por fora, e a bandana preta arroxeada... Ele parece estar atento ao fone com microfone que tem na cabeça.
- Tudo limpo. Aviso se aparecer algo no seu caminho. – O garoto volta a colocar toda a sua atenção no laptop.
Aquele tem de ser o momento, pois os demais estão de saída e perderá a oportunidade de atacar. Está tão perto que pode quase tocá-lo e observa aqueles olhos profundamente azuis brilharem com a luz da lua. Levanta-se devagar e avança rápido. Ben sabe... Precisa ser extremamente eficaz, pois o menino não é qualquer um, apesar da idade.
Prende o jovem em uma chave de pescoço, tentando evitar que ele resista. Seu golpe o impede de gritar, mas não de se debater com força. Tira a seringa rapidamente do bolso, sabendo que o arqueiro acabaria conseguindo se soltar tamanha a habilidade de seus movimentos.
Retira a tampa de proteção da agulha com os dentes, enquanto pragueja internamente devido a agilidade dele, e a crava no pescoço pálido, satisfeito por ouvi-lo gemer quando a agulha adentra em sua pele, injetando todo o tranqüilizante. Rapidamente os movimentos de sua vítima cessam e o pequeno assassino amolece em seus braços.
Tira o microfone de sua cabeça, toma-o nos braços e acomoda a cabeça loira em seu peito, sem nunca deixar de fitá-lo... O garoto ainda está quente e suado por causa da luta e sem se conter, acaricia a face, sentindo a maciez da pele, o que o faz morder o lábio inferior... Olha fixamente para o pequeno anjo da morte e sabe muito bem que seu patrão vai ficar muito feliz com sua nova aquisição.
Desce as escadas com cuidado, equilibrando-se com dificuldade, colocando sua presa sobre os ombros. Aproxima-se da limousine parada diante do armazém e deposita a preciosa carga bem acomodada. Senta-se satisfeito a seu lado e manda o motorista partir.
ooOoo
Yohji chega depressa ao telhado, preocupado com o silêncio que ainda continua no rádio. Encontra todo o equipamento ali, como Omi o havia instalado, o microfone caído ao lado do laptop. Empalidece, temendo que de alguma forma os guardas o tivessem capturado e levado para dentro.
- Abyssinian, ele sumiu. O equipamento está por aqui, mas nada dele. Será que os guardas o capturaram? – A voz do loiro expressa toda a sua preocupação.
- Não. Estamos ouvindo perfeitamente o rádio dos guardas e nada de terem capturado algum invasor. – É a resposta recebida por Balinese.
Aya e Bangkok ouvem então gritos surdos dos guardas que circulam pelo corredor, fazendo o ruivo deixar o seu esconderijo e se depara com Ken atacando os homens da segurança. Os poucos que restam, agora enfrentam a fria lâmina da katana, não tendo a menor chance com aquele que se move como um felino.
Depois que todos estão caídos, uma grande poça de sangue os envolvendo, Aya chama Bangkok de seu esconderijo e os três deixam o prédio, bem a tempo de fugirem da grande explosão de chamas. O prédio inteiro se inflama rápido, não dando a oportunidade de fuga a ninguém que ainda estivesse vivo. Sem delongas, todos se dirigem para o local onde está Balinese.
- Nenhuma pista do que aconteceu com ele? – O líder se aproxima do loiro, que segura os equipamentos que Omi deixara no telhado.
- Nada grande, mas encontrei isso. – Yohji mostra uma tampa de proteção de uma seringa usada há pouco tempo. – Foi mordida e possivelmente podemos ter amostras de DNA. Indiscutivelmente alguém usou uma seringa para apagar o garoto. Mas quem?
Os olhos violeta se voltam imediatamente para o veterano agente Bangkok. Este percebe tal atenção e fica perturbado, vira com seus próprios olhos a facilidade de matar do espadachim. Os outros também o cercam, demonstrando como eram coesos em grupo, ainda mais mortais do que individualmente.
- Qual o problema? Estão achando que planejei isso? – O homem sua como nunca em sua vida.
Os olhos frios e homicidas dos três são uma resposta indiscutível.
- Estou tão surpreso quanto vocês! O garoto não revisou tudo comigo? Se ele tivesse percebido algo... – Se cala com o olhar que recebe.
- E como o atacante soube que estaríamos aqui hoje e onde o Omi estava posicionado? – Os olhos de Aya faíscam, refletindo ainda mais as labaredas a sua frente.
- Não sei. Talvez o menino não fosse o alvo. Foi uma presa de ocasião de alguém ligado ao traficante. – Responde, mas por dentro está trêmulo.
- Quem?! Você não estava infiltrado e conhecia tudo por aqui? – A ironia é pesada na voz do loiro.
- Não conheço todos os contatos externos dele. Eu... - O ruivo afasta seus companheiros do homem, fazendo com que esse suspire de alívio.
- Não vou acusá-lo sem provas, mas se descobrir que você teve algo a ver com isso, prometo que vai ter uma morte lenta e dolorosa. – Bangkok vê nos olhos violeta que não é uma ameaça infundada... Aya não apenas cumpriria suas palavras, quanto a tornaria a mais dolorosa possível... E pelo visto, não apenas ele, pois os outros dois parecem querer rasgá-lo como se fosse papel ali e agora.
ooOoo
Novamente o celular toca. Vance está em sua suíte de hotel, jantando tranquilamente, deitado em sua enorme cama. Espera uns minutos, tendo que respirar fundo para controlar a ansiedade, suspira e confere que o número de Ben está no visor e se contém para não gritar com a profusão de emoções que se apossam dele.
- Ben, me dê a notícia que estou esperando. – A ansiedade clara em sua voz.
- Pode ficar calmo. Estou com ele no colo neste momento.
- E me diga... Como ele é? – Morde os lábios em expectativa.
- Ele é delicioso! Sei que vai gostar. Parece uma criança, mas tive trabalho para segurá-lo. Isso me deixou muito excitado. – Não consegue controlar um gemido de prazer.
- Oh, God! Não me mate ainda, Ben! – Os olhos castanhos brilham de ansiedade.
- Nunca me senti assim. Esse jogo vai ser...
- Se você conseguir os três pra mim, também deixo você se divertir um pouquinho. – Fica sentindo sua ereção surgir ao imaginar aquilo que planeja pôr em prática.
- Humm...
- Nós vamos nos divertir e muito! Vá atrás do mais perigoso, mas tenha cuidado. – Encerra a ligação, muito empolgado. Sabe que o último é o mais perigoso. Pega o dossiê e começa a lê-lo e se toca de leve ao mesmo tempo.
Dossiê N° 03: O Garoto Poderoso
Nome: Nagi Naoe.
Codinome: Prodigy.
Idade: 15 anos.
Data de Nascimento: ??/ 1982.
Altura: 1,60 cm.
Cabelos: Chocolate.
Olhos: Azul-índigo.
Status: Guarda-costas.
Habilidades pessoais: Telecinético.
Habilidades: Especialista em computadores.
Armas: ... Sua mente.
Personalidade: Brilhante, sarcástico, sério, curioso, reservado, calado, tímido.
Ponto fraco: Raiva da sociedade.
Família: Nenhuma
Parceiro: Brad Crawford, Schuldich e Farfarello.
Passado: Menino abandonado pela família que vivia perambulando pelas ruas, faminto e maltratado.
Oportunidade para capturá-lo: Afastando seus companheiros.
O mais jovem é o maior desafio! Tal poder dentro de uma criança... Tal poder aumentando a excitação do jogo. A raiva dentro daquele pequeno trazendo novas possibilidades para a brincadeira. Fúria e poder, mas um poder que não pode ser usado, pois senão Vance pode ser destruído.
Esse perigo o excita ainda mais, mas na prática sabe que tem de controlar isso. O pequeno de cabelos castanhos diante de seu inimigo, aprisionado ao lado dele... Os três diante de suas fraquezas... De seus dramas... De seus sentimentos mais do que ambíguos... Como eles enfrentariam isso? Como lidariam com o fato de estarem presos por tempo indeterminado, convivendo um com o outro?
O homem não agüenta mais a excitação e se masturba, ali mesmo, com os dossiês em suas mãos. Seus olhos ainda cerrados, imaginando os três garotos juntos... O que eles poderiam fazer levados por emoções contraditórias... Sua mente o leva a nuances perigosamente excitantes, não suportando as sensações e geme ao chegar ao clímax.
- Hummm... Vamos, Ben! Traga-me todos eles... – Diz em tom embargado.
ooOoo
23:00 PM. Mansão Takatori.
Os Schwarz estão sentados na confortável sala de seu patrão, Reiji Takatori, aguardando as ordens para aquela noite. Ele informara que tinha algo importante para fazer e precisava de seus guarda-costas. Isto os coloca ali, esperando sua boa vontade, uma das coisas que eles mais odeiam neste trabalho.
Farfarello está inquieto em seu canto, abrindo e fechando um canivete de mola, Brad perto dele, lendo algo... Nagi não manifesta qualquer emoção, não entendendo muito bem a razão de Schul estar tão emburrado. Certo que ele não estava presente quando o alemão e Brad discutiram.
O ruivo sentia que algo estava errado no patrão esta noite... Ele estava evasivo e com aquele olhar de quando aprontava alguma surpresa para os seus guarda-costas... O que fazia com freqüência.
Schuldich queria ter a permissão para ler a mente do Takatori, mas o americano lhe recusava esse aval, pois essa fora uma das condições para conseguirem esse trabalho. Depois de alguma troca de 'gentilezas' entre os dois, o moreno fez sua posição de líder prevalecer.
O senhor Takatori entra na sala com um sorriso de satisfação, anormal para ele. Isso incomoda ainda mais o desconfiado alemão. Brad, como sempre, se acerca do patrão esperando suas ordens. Schul odeia esse comportamento dele, mas sabe muito bem que tudo não passa de encenação. Fica calado, mas sua expressão revela sua insatisfação.
- Muito bem. Vou à inauguração de uma boate e quero que me acompanhem. – Olha para eles, que se levantam sem muita vontade. – Mas o garoto não pode ir. Não quero ninguém me questionando sobre um menor de idade num lugar desses.
Nagi dá de ombros. Na verdade, não quer mesmo ir. Prefere ficar em casa e não ver todas aquelas pessoas dançando e se divertindo. Toda aquela felicidade o enoja. Volta a sentar-se, ainda sem entender porque Schul olha para ele antes de sair. Fica tranqüilo quando um dos empregados da casa entra.
O criado traz uma bandeja com chá... Chá de jasmim, como ele tanto gosta e sai em seguida. Serve-se e delicia-se com o aroma que exala do líquido fumegante. Adora estas sensações, que o fazem se sentir tão humano! Bebe o líquido devagar e o deixa descer pela garganta lentamente. Sem pressa, fecha os olhos, tentando aproveitar cada momento. Isso é muito melhor que aquela boate idiota.
"Não queria mesmo ir." – Pensa e sente uma ponta de raiva... Na verdade, ele queria ir.
ooOoo
Schuldich circula pela boate com desembaraço, apesar da sensação estranha que o perturba, toda aquela agitação o distrai. Começa até a se divertir, acompanhando o ritmo da música. Todos aqueles pensamentos sensuais, muitos deles dirigidos ao ruivo, o fazem relaxar e até se envolver nesse clima.
Uma morena, de longos cabelos pretos, se aproxima com um olhar voraz, se insinuando para o alemão. Apesar dela não fazer o seu tipo, fica excitado com a atenção daquela mulher maravilhosa, devorando seus pensamentos pecaminosos... Ela o quer, o imagina das formas mais sujas, isso o fazendo sorrir de prazer.
"Nestas horas é muito bom ser um telepata." – Ri sensual.
Toma-a pela cintura e os dois começam a dançar de forma sedutora. Aquelas duas criaturas, altas e altamente sensuais, atraem a atenção... Dançam devagar, esfregando seus corpos, fazendo alguns terem de sair do recinto e Schul ri disso, pois sente que não é vergonha o que os força a se afastar.
Os banheiros ficam lotados. A mulher mordisca a orelha dele, bem devagar, e sussurra um convite. Infelizmente ele não pode ir, tem negócios a tratar com alguns de seus sócios. A moça fica animada, imaginando que o rapaz seja um dos empresários presentes na boate naquela noite, então continuam assim, dançando e se roçando ainda por um bom tempo.
Takatori circula pelo local como se tivesse recebido seus presentes de natal adiantado. Encontra amigos, contatos, possíveis sócios, políticos e celebridades, o acontecimento social normal de quem é rico e poderoso como ele. Brad circula atento a todos os detalhes, não querendo deixar passar nada. Mas algo o faz parar e de longe Schul percebe.
Aquela expressão surge em suas premonições mais difíceis, aquelas que envolvem algo de muito grave. O moreno leva as mãos à cabeça, pois aquilo está sendo mais doloroso do que o normal... Sua perna fraqueja e ele acaba se ajoelhando. Logo o alemão está a seu lado. Eles podem discordar em tudo, mas sabe que aquilo não é normal para as habilidades do líder do grupo.
- O que houve? – Coloca a mão em seu ombro e depois o ajuda a levantar.
- Não sei. É confuso... Nagi...Vai acontecer alguma coisa com o Nagi. – Ele parece visivelmente desorientado e tonto.
De repente, Brad cai e Schul então nota que o moreno fora drogado. Chama Farfarello que está em um canto e os dois carregam-no até uma das mesas. Eles o sentam, encostado à parede, de óculos escuros, dando a impressão de estar atento a tudo.
- Farfie, você fica por aqui. Preciso ir. – Diz sério e frio.
- E se o velho te procurar?
- Diz que eu fui ao banheiro, ouviu? Nada de dizer que saí. – Ele sai logo em seguida, torcendo para impedir o que Brad vira.
ooOoo
00: 02 AM. Mansão Takatori.
Nagi termina a experiência que este chá sempre é pra ele, se levanta e olha pela janela. Seu olhar se perde nas estrelas que tanto admira! Elas são uma força que não pode entender... Observa seu brilho, sua força e pensa em como gostaria que sua existência fosse assim, comandada pelas leis da natureza. Fixa o olhar em Vega, sua estrela favorita, mas nota que sua visão fica fora de foco por alguns instantes. Pisca os olhos e atribui tal efeito ao cansaço, mas novamente sua visão perde o foco.
"O que está acontecendo?" – Ele se pergunta em pensamento e leva a mão à cabeça. Sabe que tem algo muito errado consigo, mas não consegue definir o quê.
A entrada de Ben não é de qualquer maneira dificultada. O empregado de confiança de Takatori abre a porta para ele, que desta vez vem acompanhado de oito mercenários. Estes matam os demais empregados da casa e andam devagar até a sala onde o alvo está. O americano entra primeiro, sorrateiramente.
Coloca-se ao lado da porta, evitando se aproximar demais. Sabe que apesar de drogado, aquele menino é muitíssimo perigoso! Seus olhos se estreitam... O 'garoto poderoso'... Mas quanto? O menino o vê, mas já sentira os primeiros sinais do efeito do tranqüilizante.
- Quem é vo... Você...? – As pernas do garoto se dobram e ele quase cai. Sua respiração lenta, difícil.
Ben apenas sorri, enquanto o observa e mais alguns homens entram no cômodo.
- Diga! – Nagi eleva um pouco o tom de voz e não recebe resposta.
A visão de Nagi já o faz sentir tudo girar... Os homens se aproximam para capturá-lo, enquanto o loiro se mantém distante. Ao toque do primeiro sujeito, o poder dele explode com força e se irradia pela sala... Logo os homens são jogados para longe, um deles voando pela janela do primeiro andar da mansão Takatori, os demais são quebrados pela força de Nagi, que devido ao tranqüilizante não tem controle da potência que utiliza, mandando-os de encontro às paredes. Na verdade, o último a ser jogado, atravessa a parede, sobrando pouco dele.
Mais três homens haviam entrado, mas ficam paralisados com a extensão do poder do garoto, mesmo mal se mantendo de pé. Têm que se aproximar, mas estão apavorados. Nagi olha para eles por alguns momentos e logo todos estão no ar, gritando de medo e desespero.
O menino olha para a porta, a procura do loiro enigmático, mas ele não está mais por ali, o que o deixa furioso, jogando os homens contra o teto, para depois despencarem no chão já sem vida. As paredes começam de certa forma a serem trincadas por toda a potência da telecinese, algumas não resistindo ao poder dele e cedendo, caindo aos pedaços... A mente de Nagi concentrada em um último instinto de sobrevivência, porém suas forças começam a fraquejar e o menino cai, já meio inconsciente.
O americano loiro se aproxima, devagar, sem saber se é seguro. Sorri ao olhar o resultado do seu teste e passa a mão pelos cabelos chocolate, seus dedos deslizando pelo rosto adolescente, de pele macia, onde uma lágrima solitária escorre dos olhos já quase sem expressão.
- Obrigado pela demonstração. Queria ver o quanto você é poderoso. – O homem sorri para ele, que apaga completamente. – Isso vai ser melhor do que esperava.
Como fez das outras vezes, Ben toma o garoto em seus braços e aconchega a cabeça em seu peito. Sai da casa com tranqüilidade e anda até a limousine parada diante da porta da frente. Vislumbra ao longe o homem que fora jogado pela janela, quebrado em dois como um graveto... Sorri para tal estrago causado por um adolescente tão pequeno. Entra no carro, acomoda-o e parte.
ooOoo
O carro de Schul para no mesmo local vinte e cinco minutos depois. Seus olhos percorrem o ambiente e o ruivo percebe vestígios de que Nagi usara o seu poder e de forma violenta. Abre a porta e corre para dentro, vendo sinais por todos os lados da manifestação da telecinese.
Sangue... O sangue daqueles malditos tingia o chão, o teto... As paredes... E Schul percebe que Nagi usara seu poder bem além do que normalmente o faria. Procura-o entre os mortos, recostado, encolhido ou mesmo caído em algum canto, mas não encontra nada do garoto. Fica apreensivo.
Por mais que os Schwarz jamais tentassem estabelecer um vínculo entre eles, isso é impossível! Ainda mais para ele, que pode ler a mente das pessoas. Por mais que disfarçasse, tinha sentimentos sim e Nagi sempre fora aquele a quem devia proteger... Apesar do próprio Naoe odiar essa idéia. Precisa voltar a Brad, pois sabe que ele também vai tomar tal ataque como algo muito pessoal.
ooOoo
Pela terceira vez o celular toca insistentemente. O homem não conseguira dormir, está inquieto demais para isso, apesar do avançado da madrugada, ou assim ele pensa, pois em sua ansiedade acha que já são umas quatro horas, mas não passa de uma e meia... Hesita ao atender, pois sabe que isso significa que o jogo vai começar. Aquilo que deseja realizar a tanto tempo! Sua ansiedade faz seu coração saltitar, temendo enfartar ali mesmo.
- Ben... – Nada mais consegue dizer, a voz embargada pela emoção.
- Estou com o garoto. Ele é muito poderoso mesmo. Quebrou oito homens como se fossem gravetos e demoliu parte das paredes da casa.
- E você está bem? – Pergunta, enquanto se senta na cama.
- Sim, estou. – Responde no mesmo instante.
- Humm... Diga-me... Como você o sente? – A malícia escorrendo por suas palavras.
- Ele é belo e frágil, como imaginávamos! E tem um sabor delicioso.
- Leve-o para a mansão. Amanhã, os jogos começam. – Vance ordena e se levanta da cama. Resolve se arrumar e ir para a mansão especial que preparou para os meninos... Quer estar lá quando Ben chegar com o último.
ooOoo
08:00 AM.
Vance finalmente pode dizer que encontrou os garotos perfeitos! Olha pela janela de observação que se abre para o grande quarto, onde uma cama enorme se destaca. Pôde ver dali os garotos ainda inconscientes, parecendo adormecidos como crianças e apenas essa imagem o instiga e o excita.
- Acho que posso aproveitar o momento e me aproximar. – Fala encantado.
- Sim, faça isso. Toque-os... – Ben aconselha e seus olhos azul-esverdeados cintilam luxuriosos... Desejoso por ver a reação de Cyrus ao tocar as crianças.
Vance abre a porta devagar, certificando-se que os perigosos adolescentes não estão acordados. Como nenhuma reação se esboça neles, chega junto da cama devagar e observa-os com alegria. Finalmente encontrara o desafio que tanto desejara. E se tudo correr como planejara, o jogo vai ser muito divertido.
Passa a mão pelo pálido rosto que está mais próximo dele, sentindo a maciez da pele e geme satisfeito. É o garoto mais alto, de cabelos loiro-areia... O menino que na verdade não está vivo. Junto dele está o outro garoto loiro, com bandana preta arroxeada, e ele se curva sobre o jovem, roçando seus lábios nos dele. Logo seus olhos se fixam no outro ser bem ao lado dele... Onde se destacam os cabelos cor de chocolate, do menor e mais jovem. Vance se levanta e vai para o outro lado da cama e se abaixa, cheirando a pele do telecinético e então se afasta.
Ben sente-se em êxtase, só por captar o prazer de Vance ao tocar os meninos.
- Eles são simplesmente... Perfeitos! – Fala como se não acreditasse no que seus olhos vêem.
- Eu sabia que você ia amá-los. – Diz em tom embargado e sorri ao ver seu chefe muito satisfeito.
Cyrus os observa e lá estão eles sobre a cama, parecendo tão indefesos quanto anjos... Mas como controlar seus poderes e forças tão poderosas? A resposta... Tecnologia e magia se aliaram para resolver o problema especial de um cliente especial!
O homem se afasta devagar, assim como se aproximara e sai da sala, ansioso para iniciar o jogo de manipulação que há muito tempo desejava realizar. Sonha com isso todos os dias, deseja com todas as suas forças, tornando-se uma obsessão que já não consegue controlar. E prometera a si mesmo que levaria esta experiência até as últimas conseqüências, agora que têm em suas mãos os garotos perfeitos.
- Venha, Ben. Hora de apreciar o show! – Sorri e se senta.
- Que o jogo comece! – É a resposta de seu fiel seal enquanto repara na felicidade de Vance.
Continua...
ooOoo
Pessoal, aqui entrego pra vocês mais uma fic... E mais uma crossover de Weiss Kreuz e Yami no Matsuei. Sei que muita gente não curte cross, mas amo o desafio que elas representam. E essa fic é totalmente dedicada à minha adorada filhota Sakuya, que me deu a idéia, pois adoraria ver esses três chibis juntos. Mas as idéias pervas foram minhas, pra ninguém pensar mal dela.
Agradeço à minha queridíssima e dedicada beta Yume Vy... Que tem carta branca pra se "intrometer" quando quiser, pois adoro suas "intromissões" e comentários deliciosos.
Espero que gostem! COMENTEM!!!!
05 de Abril de 2007
0:35 AM
Lady Anúbis
