Antes de iniciar a fic, quero esclarecer uma coisa. Eu já assisti Gundam Wing contando com o Endless Waltz, mas como faz tempo, não lembro de muita coisa, como os anos em que essa história ocorreu, coisas que aconteceram e etc. Eu só lembro o básico da história. Por isso não me matem por ter certas coisas erradas. Como não tenho a noção das datas colocarei que Heero, Wufei, Quatre, Duo e Relena tem 18 anos e Trowa 20, que vivem no ano de 195 D.C (depois da colonização)e que a paz foi conseguida no ano de 192 D.C. Obrigada pela atenção. Caso haja algo errado me avise para eu consertar.

Gundam Wing não me pertence, nem seus respectivos personagens.


Capítulo 1

É noite, chove, chove muito.

Cá estou eu, toda molhada e suja de lama. Por que tinha que chover? Arg, minha trança está toda suja, quando chegar em casa quero dar uma palavrinha com o senhor chuveiro.

Cansei... Mais uma missão enviada a mim. Dessa vez simples. Destruir uma base da DOS. Não é muito fácil se infiltrar, mas quando se consegue é só colocar as bombas em pontos estratégicos e ir embora como nada houvesse acontecido, quando der uma boa distância apertar o detonador.

Se alguém tentar impedir, é só eu sacar minha espada e mata-lo sem deixar rastros, simples. Ainda por cima eles me subestimam só por eu ser uma mulher, é mole?

Aperto o detonador, ouço uma explosão. As chamas e o cheiro de queimado invadem o céu negro.

Mais uma missão completa...

Mais uma missão completa por Shinigami...


Duo POV

Sinto que estou num lugar macio mas não tenho coragem para abrir meus olhos, ouço vozes a minha volta. Vozes que não conheço.

Logo as vozes param e ouço passos, logo um barulho de uma porta abrindo e fechando, talvez indicando que os donos dessas vozes foram embora.

Abro meus olhos devagar e percebo que estou num quarto, numa cama na verdade, este quarto é quente e um pouco escuro, mas da para enxergar bem. Me levanto e fico sentado na cama por algum tempo.

Ai minha cabeça, o que houve? Por que estou aqui? A ultima coisa que me lembro é que estou, ou pelo menos estava na casa de Quatre.

Olho poros lados e percebo que não estou sozinho, Quatre, Wufei, Trowa e Heero estão aqui também. Cara, faz tempo que não vejo o Wufei, o Trowa nem o Heero, e os vi pela ultima vez a uns 3 meses? Talvez... Desde que a guerra acabou a três anos, não nos vemos muito, só nos vemos quando há uma pequena missão para fazermos.

Os quatro também estão em camas e desacordados também. Da minha cama mesmo eu os chamo. Nada. Chamo mais uma vez, nada. Deve ter acontecido algo, nenhum tem um sono tão pesado. Desesperado, levanto e vou até a cama no meu lado direito, era de Quatre. Eu o chaqualho devagar e a mesmo tempo chamo seu nome. Depois de alguns segundos que pareceram horas, Quatre acorda com um gemido, assim paro de mexer nele. Ele levanta rapidamente, nossa nunca o vi se levantar tão rápido. Depois de se levantar e certificar que não corre perigo imediato, olha para mim, aqueles olhos azuis me encaram de uma forma um tanto assustada quanto curiosa.

- Ai, o que aconteceu? - ele pergunta com uma mão na cabeça, provavelmente sentia uma dor de cabeça igual a minha.

- Eu não sei, mas acho que o mesmo aconteceu com Wufei, Heero e Trowa. - respondo levantando o olhar para a cama ao lado de Quatre, onde um Heero cheio de paz dormia. - Hunf... Olhando o Heero dormir assim, até parece um anjinho. - Quatre me olha com um tom de reprovação.

- Me ajude a acorda-los, você acorda Heero e eu acordo Trowa e Wufei. - ele disse apontando para as cama do lado esquerdo a minha.

Após Quatre levantar-se meio tonto eu vou até a cama de Heero e tento acorda-lo da mesma forma que acordei o Quatre, só que sem perceber acabei ficando um pouco mais em cima de Heero e quando ele acordou, não sei o que houve, ele levantou-se rapidamente não dando nem tempo de me mexer e pof! Sua testa bateu na minha fazendo um barulho de oco, logo por causa do empacto vou para trás, no chão, com a mão no lugar atingido, instintivamente. Heero me olha, também com a mão no lugar atingido. Seu olhar era de dar medo.

- O que você estava fazendo americano Baka! E o que... - ele não terminou a frase, provavelmente havia percebido que não estava em sua casa ou não sei onde. - Onde estou? - ele olha para mim

- Eu vou saber! Quando acordei, me encontrei aqui, junto com Quatre, Trowa, Wufei e você! - falo tirando a mão do lugar que foi atingido pela enorme testa de Heero. Heero fez o mesmo, revelando um belo de um galo. - Quando fui te acordar sua cabeça enorme me atingiu!

- Da para calar a boca americano idiota! - olho para quem disse isso, só podia ser, a pessoa que falou isso era Wufei, provavelmente Quatre nem precisou acorda-lo, ele sozinho deve ter acordado com meus gritos.

- Nossa, você está bem Duo? - Quatre me pergunta um tanto preocupado

- Sim com um pouco de dor de cabeça mas estou bem, pôr que? - respondo

- Você tá com um galo na testa - fala Trowa segurando o riso

- A isso! - falo apontando para o galo - Foi Heero quem fez - logo depois aponto para o Heero

- Hunf...

- Afinal onde estamos? - pergunta Trowa

- Vocês estão numa base secreta no ano de 1195 depois da colonização - aparece o Doutor J na porta.

- 1195 depois da colonização? Hunf... Esse velho deve ter chegado no limite da loucura - falo sentando na cama.

- Não Duo, o doutor J não chegou no "limite da loucura", ele está falando a verdade - aparece mais uma pessoa, ela é igual ao Dr. J mas tem uma coisa diferente, seus olhos são de um rosa bem claro.

- Ham! Quem é você? E como sabe meu nome? - eu e os outros ficamos em posição de alerta.

- Calma ai meninos, esse homem se chama Word, mas o chamem por doutor W. Ele é dessa época e é um parente distante meu.

- Estou realmente confuso. - fala Quatre

- É normal que esteja, eu e o doutor W trouxemos vocês sem um aviso prévio - fala J

- Acontece que essa época está em guerra, e eu descobri que uma das organizações envolvidas nessa guerra irá para a época de vocês para conquista-la, já que seria mais fácil. Eu e o Dr. J nos comunicamos a algum tempo, e decidimos trazer vocês para fazer essa guerra parar, antes que eles consigam fazer uma máquina do tempo forte o suficiente para mandar milhares de Mobile Suits até a época de vocês, e para isso terão que participar nessa guerra. O objetivo é simples, mas muito complicado, destruir a organização chamada DOS, junto com suas bases espalhadas pelas galáxias, colônias e planetas. - fala W

- Que! - perguntei, aparentemente não estava acreditando na história

- Vocês ouviu muito bem Maxwell.

- Ai! Justo quando achei que estava livre da guerra - fui com tudo para trás achando que a cama iria amortecer minha queda, mas nãããooo. Errei de calculo e fui com tudo no chão. Heero olhou em meus olhos e em seguida murmurou um "Baka".

- Vocês não tem escolha, terão que faze-lo, ou o futuro correrá perigo. - falou J

- Mas... Como combateremos Mobile Suits se nem temos um gundam? - falou Quatre, e como sempre falou o obvio.

- Isso não há problemas, com o desenvolvimento da tecnologia conseguimos criar Mobile Suits que podem ser facilmente comparados com os gundans. E eles são construídos em no máximo5 meses cada. Mas podemos construir facilmente 5 gundans nesse mesmo período de tempo. - falou W com um tom de felicidade na voz

- Então os gundans dessa época são menores? - perguntou Trowa

- Sim, bem menores daqueles que vocês pilotavam. Eles tem o tamanho de seu piloto. - responde J

- Só que os gundans ainda estão na fase de planejamento. Queremos que vocês escolham suas armas, cores e formas. - completou W, parecia que ele era totalmente diferente do J - Por que não vamos para um lugar melhor para conversamos sobre isso?

E então eu e meus companheiros fomos até uma sala... É! Uma sala. Muito grande. Um pouco menor da sala da mansão do Quarte, mas era grande.

Os doutores J e W fizeram um gesto para sentar-mos e o fizemos. Logo depois o Dr. W nos mostrou as plantas dos gundans que previamente fez.

No meu eu só fiz umas pequenas mudanças... Ao invés de uma espada normal eu pedi uma foice. E meu gundam ao invés de branco, era negro com detalhes em branco.

Os do Wufei, Trowa e Quatre ficaram os mesmos, mas o do Heero ganhou um tratamento especial, ele ficou muito parecido com o seu antigo gundam.

Após termos esclarecido todas nossas dúvidas e ter aprendido sobre a tecnologia dessa época, pudermos sair pela cidade e conhecer a colônia. Enquanto nossos gundans estavam em fase de montagem, nos faríamos simples missões.

Parecia que a colônia estava em festa, parece que mesmo mil anos depois as colônias e a terra comemoravam o natal, e isso me deixou feliz. Não sei o porque.

Se eu não soubesse aparentemente diria que estava na terra. O céu, o clima, tudo! Era tudo igualzinho a terra. Era diferente daquele manto negro que cobre as colônias na minha época. É parecia que eu e os outros iríamos gostar de ficar aqui.

Eu, Trowa, Quatre e Heero estávamos apenas passeando pela cidade, enquanto pequenos flocos de neve caiam sobre nós. É claro que estávamos vestidos apropriadamente, quem seria louco de sair com uma blusa sem manga nesse frio? Minha trança estava quase congelando ,quando sacudi a cabeça, muita neve saiu dela. E odiaria que minha trança ficasse seca por causa da neve.

Enquanto andávamos pela rua, ouvimos uma linda melodia, aparentava ser de natal. Mas continuamos sem querer saber da onde vinha. Mas uma pessoa ficou para trás.

Quatre POV

Enquanto eu, Trowa, Duo e Heero andávamos pela rua ouvimos uma linda melodia, de natal eu diria, fiquei feliz em saber que ainda se comemorava o natal, aquela época gostosa e inocente. Onde se trocava presentes, reunia com a família ou fazia algo com quem amava.

Mas continuando, aquela melodia era muito linda, era japonesa, e era cantada por uma voz mais linda ainda. Eu parei para apreciar a música. E sem que eu percebesse fui na direção dela para saber da onde vinha. Ela estava sendo cantada por uma mulher, ou melhor garota que aparentava ter quinze, 16 anos no máximo, ela cantava de olhos fechados e era muito bonita, mas não sorria. Ela vestia roupas muito formais, deveria ser uma daquelas ricas e metidas. Logo quando ia me virar para ir embora, aquela garota abriu os olhos e colocou a mão em forma de reza, aqueles olhos eram as coisas mais lindas que já vi, e dava um toque de maturidade na garota. Aqueles olhos eram de um azul bem claro, cor piscina, para falar a verdade, eles demonstravam uma profunda tristeza, uma coisa que nunca vi. Não sei por que, mas me senti hipnotizado por aqueles olhos. Logo me percebi que não conseguia me mover tão pouco parar de olhar aquela criatura bela. Depois de um tempinho, percebi que a jovem dirigiu aqueles lindos olhos para mim e ficou me encarando, depois de um segundo ela sorriu para mim, bem... Acho que sorriu, um sorriso muito bonito, me senti quente, e sorri de volta.

Aquela garota media acho que 1,65 por ai, tinha um cabelo loiro, mais para branco, ele era longo e liso e estava preso por uma pequena presilha em forma de uma rosa azulo claro. Seus lábios estavam roxos, um roxo bem claro, não sei se era batom ou se era mesmo o frio. Ela vestia uma calça grossa azul escuro e uma blusa de moletom de mangas compridas da mesma cor e por cima havia um casaco sem mangas que mais parecia um vestido, a bainha e as mangas do casaco eram de pele branca, acho que pele de coelho. As suas delicadas mãos eram cobertas por uma delicada luva negra. Em suas orelhas haviam um par de delicados brincos com forma de uma rosa, azul água.

Eu só fui acordado do transe que me encontrava, quando Duo colocou sua mão em meu ombro. Levei um grande susto. Mas logo me acalmei.

- Hey cara! Não suma assim! Você nos deixou preocupados - fala Duo, logo depois aparecem Trowa e Heero.

- Herm, desculpe - me desculpei um pouco sem graça

- Você esta bem? Está vermelho - dessa vez Heero dirigiu a palavra a mm

- Eu... Eu... Em... - eu tentava arrumar uma desculpa, mas não conseguia arranjar uma que o Herro acreditasse. Nunca havia me sentido desse jeito será que eu estava ficando doente?

- Ihs! Já sei o que tá acontecendo com o Quatre! Ele deve ter se apaixonado por alguém a primeira vista. - disse Duo num tom debochado - Eu conheço esses sintomas, transe, ficar vermelho e sem palavras. Quem é a felizarda?

Trowa e Heero me olharam com uma cara que seria difícil descrever, uma mistura de felicidade, preocupação e curiosidade. Isso simplesmente era difícil de se ver se tratando dos dois.

- Para com isso Duo! Eu não to apaixonado! - eu olhei de canto o lugar onde estava a garota, ela ainda estava lá e cantava uma outra música. Isso não foi uma boa idéia, Duo logo deduziu que fosse aquela garota, justo aquela.

- Ahhh! Já sei quem é! É aquela garota que tá no palco, né? Ela parece uma daquelas riquinhas, metidas, mas é bem bonita. Igual a Relena. Que tal falar com ela?

- Não Duo! Estamos em missão! Pode ser perigoso para ela... Afinal quem gostaria de uma pessoa como eu...

- Você fica mais forte quando se tem alguém para quem voltar. E mais uma coisa, deixa essa baixa auto estima para lá que você vai falar com ela agora, aproveitando que ela tá saindo do palco. - parecia que Duo estava realmente decidido, e Trowa e Heero não estavam dispostos a me ajudar. Então fui empurrado até um lugar, perto da garota mas fora da sua linha de visão. A garota estava sozinha, parecia que ela tinha cantado por causa que lhe haviam pedido.

- Show Time - Duo me deu um empurrão tão forte que eu fui de cara no chão.

Eu olhei, bem tentei olhar Duo com o olhar mais mortal possível, mas algo me interrompeu.

- Você está bem? - era aquela garota, sua maravilhosa voz foi dirigida a mim, eu fiquei sem palavras no momento, mas logo eu sai do transe por causa que ela tinha estendido sua mão a mim

- Precisa de ajuda? - eu aceitei educadamente e fui ajudado a me levantar.

- Ob..Obri...Obrigado - eu estava me sentindo quente, provavelmente estava vermelho, e acho que a garota percebeu, pois soltou um risinho muito doce e bonito

- Vo...Você can...canta muito bem

- Obrigada, eu vi você na platéia, e parecia que estava gostando - ela abriu um sorriso, um lindo sorriso, se uma árvore não estivesse perto de mim para me apoiar provavelmente estaria no chão. Como uma criatura poderia ser tão linda? Parecia que eu estava mais vermelho que pimenta, pois ouvi uma risada partida do Duo.

- Como sou grosso, meu nome é Quatre, Quatre Raberba Winner.

- Prazer, eu sou Kamara, Kamara Bark(1)

-Kamara! Vamos embora! - ouço essa voz a chamar Kamara, bem, parece que ela não estava tão sozinha assim.

- Ai saco, tenho 18 anos e eles inda não pararam de me encher o saco - fala Kamara em resposta, parecia que ela queria que essa pessoa ouvisse, pois falou em alto e bom tom

- 18 anos? - perguntei, definitivamente ela não parecia ser tão velha.

- Sim, acho que vc achou que eu tinha 15/16 não? - ela responde

- KAMARA! - agora aquela voz parecia mais brava.

- Ahm... Me desculpe eu tenho que ir, prazer em te conhecer Quatre, agente se vê. - antes de partir correndo ela deu uma piscadinha para mim. E então enquanto ela sumia na densa névoa que cobria a praça e entrava num carro, Duo saiu de seu esconderijo e colocou a mão em meu ombro.

- Parabéns Romeu, impressionou ela direitinho. - fala ele num tom de deboche

- Vamos embora, eu estou morrendo de frio - eu respondi a provocação alegremente.

E então voltamos para a base para nos aquecer um pouco e conhecer mais dessa época.

Nós estamos no ano 1195 D.C (depois da colônização), na colônia G56 na galáxia gêmea Stuste.

Continua...


(1) Bark para caso alguém se interessar, significa do árabe "bênção", significando então que a Kamara tem descendência árabe.