Já vou dizendo uma bomba, coisa que ninguém sabe, Ouran não me pertence. Tomou um susto não foi? =D
Reflexo
Os raios de Sol transpassavam o vidro da janela e batiam diretamente em seus olhos, o obrigando a abri-los, estava deitado no chão frio, mais uma vez seu irmão o empurrara durante a noite. Kaoru tinha os cabelos caramelo espetados e olhos de um ouro indiano (dourado-esverdeado) vivo, realmente era muito bonito e arrancava suspiros das meninas, mas não conseguia nada daquele que amava, daquele que desejava. Afinal amar alguém idêntico a si pode significar que você só ama a si mesmo.
Hikaru estava na cama esperando seu irmão gêmeo acordar, o amaldiçoava todo dia, o odiava com todas as suas forças, chegava a sentir nojo do que sentia, do que se tornava perto dele. Seu reflexo, sua cópia.
- Bom dia.
- Já acordou Kaoru?
- Não, acho que estou numa crise de sonambulismo. – Riu um pouco ao dizer isso, mais para disfarçar seu nervosismo do que para outra coisa. – Você me jogou pra fora da cama de novo.
- Você me abraça com muita força, quase morri sufocado. – Se levantou e foi em direção ao banheiro sem nem ao menos olhar para o irmão.
Kaoru sentou na cama e rodeou o quarto com os olhos, era grande demais, com paredes verde claras e enormes janelas com pesadas cortinas azuis. Pode-se dizer que era muito limpo e transparente, principalmente se comparado com os pecados que se sucediam dentre as quatro paredes todas as noites. Quem poderia imaginar o que acontecia?
Estava enjoado resolveu sair de lá, caminhou em direção ao banheiro e girou a maçaneta que, como sempre, estava destrancada. Hikaru estava no banho.
- O que você quer?
- Porque nós... Porque nós sempre fazemos aquilo...?
- Ora, você me atrai. – Disse com um sorriso cínico.
Esse tipo de crueldade só deixava o seu irmão mais novo cada vez mais triste.
- É uma doença, é um pecado?
- Você acha que me amar é doença?
- Não... Eu acho que não... Na verdade, não sei.
Hikaru saiu do Box e se enrolou numa toalha, foi ao encontro de seu irmão, pôs uma das mãos em seu rosto e disse carinhosamente:
- Não pense nisso, vamos viver como sempre vivemos, ok?
- Está bem, apenas não me odeie mais.
- Eu prometo.
Uma fina lágrima escorreu dos olhos de Kaoru e ele beijou seu reflexo como somente o mais narcisista e pecador dos homens poderia fazer.
Fim
