Hinata nunca foi a melhor em absolutamente nada, disso ela tinha plena consciência. E era irracional querer sempre ser a melhor, quando sua natureza era racionalmente a pior. Mesmo que muitos - até ela, algumas vezes - a considerasse uma das melhores.
Podia contar nas pontas dos dedos quantas vezes fora a pior - senão toda a sua vida. Não lamentava inteiramente aquele fato, mas ela sabia bem lá no fundo que sim, eventualmente ela poderia sim se tornar uma melhor. Ou quem sabe, ser digna de estar entre os melhores. Só que era perca de tempo pensar daquele jeito, se iludir daquele jeito. E Hinata não queria se iludir, uma vez, duas vezes, três vezes...Já havia sido suficiente para entender.
O bom dela, era exatamente isso, entender. Entender algo que todos iria normalmente quebrar a cabeça, espernear, negar e não aceitar. Mais ela sabia de suas limitações e não ousava ultrapassá-las. Sentia-se segura atrás da linha de chegada, mesmo que ela estivesse muito distante dos seus pés - afinal, o que a esperava do outro lado?Não gostaria de saber. Ela não gostava de imaginar, se fosse para acontecer ela possivelmente preveria, faria todos os cálculos e pensaria em todas as possibilidades - de dar certo ou errado, porque dessa forma era mais seguro. Tanto para ela, quanto para os outros.
Não era a típica garota que chamasse atenção, apesar que sempre ansiasse por atenção - quem no mundo não gostava daquilo?
Só que Hinata era toda errada, virada do avesso. Se recebesse muita atenção, logo desejaria que antes não tivesse a recebido.
Ela nunca poderia estar entre os melhores, isso já fazia parte da natureza dela. Por isso entendeu perfeitamente bem quando Sakura estava lá no topo, entre os primeiros. Naruto também estava lá, ao lado dela.
Inveja. Ela nunca sentira aquele tal sentimento, até experimentar o que era amar. Entretanto, não lutou de nada para conseguir seu lugar ao lado de Naruto, porque ela compreendia. Ela compreendia que nunca poderia preencher aquele lugar ao lado dele. Faltavam-lhe coisas que ela nunca iria conseguir, e com um sorriso ela aceitou o seu destino. Assistiu quando sua amiga se apossou do seu lugar de direito - quem ela queria enganar?Sentia inveja. Entretanto, como uma boa perdedora, ela deixou que Sakura o pegasse e o tornasse inalcançável para suas mãos (se já não era antes, aliás).
Porque isso já estava em sua natureza, ser uma perdedora nata, mas ela aceitava aquele destino. Afinal, o segundo lugar era o lugar mais confortante que ela poderia ficar.