(Um beijo ultra mega especial pra Crica, minha 'parceira oficial' e revisora-mor!)
JUST MARRIED
CAP. I – PENTAGRAMA DOURADO
Houston, Texas, agosto de 1991.
- Não, por favor, me deixe em paz!
A bela jovem e seu filho de seis anos corriam para o quintal fugindo da enorme criatura negra, de dentes afiados e sedenta por sangue.
- Corra, meu querido, corra!
O menino de grandes olhos castanhos corria assustado, sem entender o que estava acontecendo. Quando chegaram no quintal, a mãe tropeçou no esguicho do jardim e caiu no gramado, e a criatura foi direto ao encontro da presa indefesa.
A criatura cravou os dentes numa das pernas da mulher e a sacudiu como se fosse um saco de papel. A criança a poucos metros de distância assistia a tudo, quando sentiu uma presença ao seu lado.
- Hey peludo, hoje não é seu dia de sorte!
John Winchester apontava para o Lycan sua arma carregada de balas de prata. O garoto viu aquela figura masculina como um salvador em meio à cena de terror, nunca imaginada nem nos filmes que sua mãe não autorizava a ver.
A criatura foi atingida com um tiro certeiro no peito, o que a fez largar a mulher, gravemente ferida. Em instantes a criatura voltou à sua forma humana, era um homem comum.
- Fique aí garoto! – John correu em direção à mulher, fazendo um sinal para o garoto não sair de onde estava, pois poderia se chocar mais ainda.
- Oh Betsy, o que ele fez com você... – John tomava a mulher em seus braços, coberta de sangue.
- John, não deixe que ele veja o Lycan... Leve-o daqui... – A mulher falava com dificuldade.
- Eu vou te levar para o hospital Betsy... Você vai ficar bem...
A morena olhou para John com tristeza.
- Não John... É tarde demais... Deixe Icarus com meus pais, eles cuidarão bem dele...
- Não Betsy, não é justo... – John já dizia com os olhos marejados.
Jonh conhecera Betsy poucos meses depois de começar sua caçada pessoal. Ele foi até a cidade para investigar um caso de um espírito maligno que assombrava um hospital. Ela era enfermeira, além de ser uma sensitiva. Conseguiram derrotar o espírito, e ficaram amigos.
Durante seis anos ele não voltou para Houston, só retornou quando recebeu um chamado dela, dizendo que estavam ocorrendo ataques de Lycans e os caçadores locais não estavam dando conta do recado.
E, infelizmente, John não chegou a tempo de impedir o pior...
- Chame o meu filho aqui, por favor...
John olhou para o menino, e fez um sinal para que ele se aproximasse. O garoto andou devagar, assustado e sem saber o que fazer.
- Deixe-me a sós com ele, por favor... – Betsy pediu a John, que se afastou para recolher o corpo do que antes era um Lycan.
- Meu querido, você ficará com seus avós a partir de agora... Seja um bom menino, e cuide-se... – A mulher falava baixo, lágrimas escorriam pela sua face já pálida. O garoto escutava atentamente.
- Obedeça este homem, ele te levará para um lugar seguro... – Betsy olhava na direção onde estava John.
- E quem é ele, mamãe?
Ela tomou a pequena face em suas mãos cheias de sangue.
- Ele... É alguém muito importante na sua vida, Icarus... Você um dia vai entender...
Betsy soltou o rosto do garoto, e lentamente fechou seus olhos, desfalecendo no gramado verde diante dos olhos de seu filho.
John já havia recolhido o corpo do homem, e correu em direção ao garoto.
- Hey garoto, venha... – John estendeu a mão.
O menino levantou os olhos para John, e no meio daquela escuridão só conseguia enxergar um grande pingente dourado no peito do homem, na forma de um pentagrama.
Ele segurou a mão de John, que o conduziu até o Impala. John voltou e se encarregou de enterrar os corpos no jardim.
Durante todo o trajeto, Icarus permaneceu calado.
- Eu tenho dois filhos, mais ou menos da sua idade... Acho que eles gostariam de te conhecer... Quem sabe um dia... – John tentava puxar conversa com o garoto, ainda abalado com tudo o que acontecera.
Chegaram até a casa dos avós de Icarus, já estava amanhecendo.
- Bom, garoto... Chegamos. É aqui que você vai ficar...
Desceram do carro e foram até a varanda da casa. John olhava para o garoto, e apesar de ser tão criança, parecia que ele carregava todo o peso do mundo em suas costas, dado o seu semblante triste.
John abaixou-se na mesma altura do menino, e repousou sua mão no pequeno ombro.
- Escute, garoto... Sua mãe está bem agora... Está num lugar com certeza bem melhor do que onde estamos...
Não acreditava naquele tipo de coisa, mas o que dizer a um garoto que perdeu sua mãe de maneira tão trágica?
- Você vai ficar com seus avós agora... E, o que quer que sua mãe tenha dito antes de partir, obedeça para sempre, entendeu?
O garoto balançou a cabeça em sinal de afirmativo.
John percebeu que enquanto conversavam a atenção do garoto pendia para o pentagrama que ele carregava como amuleto.
- Tome – John sorriu, tirou o colar do pescoço e colocou no garoto – Fica de presente para você...
O garoto arriscou um tímido sorriso, segurando o pingente em suas mãos.
- Espero que você nunca precise disso... – John levantou-se, quando ouviu movimento dentro da casa que estavam em frente.
- Icarus, meu querido! O que faz aqui! – A mãe de Betsy encontrou o garoto sozinho na varanda da sala, com o rosto manchado pelo sangue de sua mãe.
Em algum lugar dos EUA, Julho de 2007.
A longa estrada parecia não ter fim. Seus sentidos já o traíam.
Por conta da última caçada, arriscou sua vida seriamente, e Icarus estava com vários ferimentos precisando urgente de cuidados médicos.
Mas estava num fim de mundo qualquer, nem sabia onde.
Avistou o que parecia ser algum bar de beira de estrada, na placa escura podia-se ler a palavra "RoadHouse".
" - Oras, já estou ferrado mesmo, que mais pode acontecer?" – Pensava, estacionando seu Landau cinza chumbo em frente ao estabelecimento. Saiu do carro cambaleando em direção à porta.
Jo Harvelle estava saindo com dois sacos de lixo, quando bruscamente a porta foi aberta e um homem simplesmente desabou em cima dela, e os dois foram para o chão, fazendo um barulho que assustou Ellen que estava do outro lado do salão.
- Hey, quer fazer o favor de sair de cima de mim!!! – Jo irritou-se com a cena, no mínimo inusitada para aquela manhã de quinta-feira...
- Acho que morri e estou no céu... – Icarus piscava profundamente em cima da bela moça loira, que estava tentando se desvencilhar do rapaz.
- Mas o que é isso!! – Ellen corria em direção à porta onde os dois estavam caídos – Hey... Jo, ele está machucado!
De fato o rapaz estava com sua camiseta branca rasgada bem no meio das costas, e do rasgo saía um filete de sangue, além dos vários arranhados profundos no rosto e braços.
- Ele parece ser um caçador, Jo... Vamos, me ajude a levá-lo para dentro! – Ellen acudia o rapaz, quase desmaiado.
- Mas mãe, nem sabemos quem ele é! – Jo protestava, mas obedeceu à ordem da mãe.
- Ele é alguém que precisa de ajuda, e isso já basta – Ellen passou um dos fortes braços do rapaz em volta de seu pescoço, amparando-o para que pudesse guiá-lo até um dos quartos.
Jo fez o mesmo do outro lado.
"De onde veio esse rapaz!" – Jo ficou intrigada, ao mesmo tempo curiosa para saber quem ele era, pois há tempos não aparecia um caçador tão atraente por aquelas bandas...
