Meu anjo

Tínhamos acabado de fazer amor. Mas ela parecia que não estava cansada. Fiquei deitado olhando a nua e andando pelo quarto. O ninho de amor dela era diferente do meu, sim enquanto o meu mal entrava luz. O dela era iluminado. Os motivos eram óbvios apesar de sermos criaturas de energia negra. O meu anjo gostava da luz, mas eu não. A luz do dia na minha forma secundária era quase fatal para mim.

Olhou a ir para janela, aquele cabelo loiro, longos e cacheados em conjunto com o corpo perfeito e os olhos azuis. As marcas das inúmeras batalhas que travou a frente da sua tropa. Sim meu anjo é um general como eu. Apesar de não pertencer a esse reino e nem lutamos pelos mesmos objetivos eu a amo.

Muitos seres dizem que ela é a reencarnação da morte, mas eu não ligo. Sou dominado todas às vezes que adentro nesse quarto e a vejo. Realizo todas as vontades dela e tento a deixa satisfeita. Noto que ela sabia que mais cedo ou mais tarde eu a deixarei. Tenho um laço com um parente que não vejo há muito tempo. Nem sei o que ele irá achar da minha segunda vida.

Temos regras a serem seguidas e meu mestre sabe dessa minha primeira vida. Ele escolheu ninguém mesmo do que ela para me acompanhar na jornada de conhecimento pelos reinos, vilas, aldeias e outros lugares conhecido ou desconhecido. Não me arrependi de mostrar a minha face e nem de lhe contar sobre meu passado.

Fiquei surpreso ao descobrir que ela não sabia do seu passado e nem sabia se que aquela forma humana ou humanóide como muito chamava era sua verdadeira forma. Os laços de desejo cresciam a cada dia que viajamos e lutamos juntos. O sangue dos inimigos lhe dava sempre após as lutas um desejo incontrolável de me amar. Eu nem precisava olhá-la.

Meu anjo só se banhava e me atacava literalmente tentando controlar a fera que a habitava no seu corpo. Eu por outro lado não reagia, deixava a fera sair. Sabia que eu não poderia ser percebido porque não tinha cheiro. Sou uma sombra da noite se isso é possível. Mas nunca quando ela vinha ao meu encontrou eu jamais negava.

Ela sempre dominou e dominara a relação. É comum em todos os seres, um dominar e o outro ser o dominado. Eu sou o dominado e sigo as regras impostas pelo anjo loiro. Que só eu a chamo assim. Porque para os outros ela é o demônio ou a morte. Imagino sempre quando a vejo meditar depois de fazer amor como ela seria.

Caninos, olhos felinos, uma cauda, orelhas pontiagudas e aquele urro que só a espécie dela deveria ter. Asas? Um anjo como ela não tem asas. Por quê? Meu anjo não é bem um ser como eles. Sei bem como é um anjo, um elfo ou uma ninfa. Já estive cara a cara com um ceifador de vidas, seres que trás a morte aqueles que pensam que são melhores que eles. E ela definitivamente não combina com eles.

Bem nem sei se existe um macho ou fêmea daquela espécie. Na realidade nem sei como eles são. Dizem que são tão feios que só de olhar o ser vivo cai morto no chão. Não. Ela não seria um monstro daquele tipo. Apesar de que há seres que nem conhecemos.

Com relação ao meu cheiro eu sou único. Não sou sentindo por nenhum ser que tenha a habilidade de captar odores. Por um lado é bom, mas por outro é péssimo. Lembro-me que fui atacado e desmaie, senão fosse ela eu tinha morrido.

- Quando partirá? – A voz mais doce que eu poderia ouvir.

- Em poucos dias. – Nunca gostei de falar desse tema com ela.

- Vai dormir no meu ninho? – Era mais um convite que uma pergunta.

- Achava que era nosso. – Dou um sorriso sedutor.

- No dia que você partir... – Ela tomou fôlego. - Eu partirei. – Era o modo dela de diz te amo.

- Meu anjo...

Nota: Os dois personagens mesmo não sendo citados são meus. A história está teoricamente pronta e são mais de quatro cadernos ou até mais. É uma homenagem a uma amiga que me acompanhou por longos cinco anos e eu enchi a paciência dela. Nossa! Juro amiga que vou postá-la o que falta é coragem.