My Soul Can See Yours
Ela era uma garota incomum, e isto estava claro pelo potro que caminhava ao seu lado. Já não era tão jovem ao ponto que seudaemon ainda não tivesse forma fixa, e era um animal enorme, que anunciava a nobreza e graça da pequena ruiva que era sua dona.
Draco, claro, tinha como daemon um pequeno dragão. Shella era irriquieta e irreverente, e imediatamente aproximou-se dodaemon da garota sem medo. Draco não sabia como se comportar, nunca tinha visto Shella ser tão amigável imediatamente. Era incomum que daemons de pessoas que jamais tinham se visto se aproximarem deste jeito, absolutamente fora do protocolo, mas ao invés de reclamar e levantar as patas, o potro meramente cheirou Shella, que aceitou naturalmente, sem soltar uma única faísca de fogo.
A garota ruiva parecia tão sem jeito quanto ele.
"Galladon, onde estão seus modos?" perguntou, mas o potro meramente soltou um relincho de escarnio enquanto sua atenção voltava para Shella que se empoleirava em suas costas, as pequenas asas roçando na crina de Galladon.
Era uma sensação estranha, íntima demais para se ter com alguém que mal conhecia. Era como ser empurrado na direção de algo e não poder evitar. A ruiva estava absurdamente corada, e parecia ainda mais bela por isso, timida e sem jeito.
Ele não saberia como começar uma conversa, não sabia como deveria reagir, mas parte de si elevava-se em busca dela desde já.
