Notas do projeto: 30 temas genéricos e bonitos roubados da 30_forbidden do LJ, que se transformarão em 30 drabbles/ficlets autocontidas em 30 capítulos. A maior parte (ou tudo, não sei ainda) será Hikaru/Akira/Hikaru em algum nível - não é como se não fosse canon, beijosmeflameia -, e quaisquer outros casais podem aparecer também.
Sei que yaoi!HnG provavelmente não tem quórum pra isso aqui, mas uh, nemligo. Caso alguém leia, espero que goste e comente, mas escreverei até o fim anyway.

Hikaru no Go pertence à Shonen Jump e seu harém de mangakás escravos. Nada que eu escrevo com personagens alheios me dá dinheiro ou algo além de diversão e alguma dor de cabeça.


Notas do capítulo:

Título: Dezenove Linhas

Tema: 27. Touch (toque)

Gênero: Fluffy/Friendship (e algum microhint de Romance).

Rated: G

Spoilers: Localiza-se exatamente pós-final-e-extras-do-mangá, mas spoilers mesmo só alguns levíssimos do chap 148, preferido lindo da mamãe.

Wordcount: 302.

Bichice: Todo meu coração pra Shibboleth que betou linda e gostosamente mesmo sem manjar porra. Pro Darko e pro Laivindil por motivos aleatórios. Pra Fuu por ter palpitado.

E para a Giovana, porque sem ela eu nem escreveria.


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dezenove linhas

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A casa dos Touya estava escura e silenciosa até Akira abrir sem delicadeza a porta da frente, discutindo com Hikaru, acendendo todas as luzes. Discordavam sobre qual teria sido o momento crucial do jogo que disputaram mais cedo, o que teria influenciado mais: se uma certa formação num canto do goban, ou uma não-formação no canto oposto.

Largaram as mochilas na sala e foram para a cozinha sem parar de debater, mas Akira fez cara feia quando o outro tentou continuar discutindo enquanto jantavam.

Hikaru achou graça nisso, e riu, apesar de ter decidido respeitar. Akira, meneando a cabeça em divertida desaprovação, sorriu levemente também.

– Eu estou muito feliz de ter ganhado de você, Touya. – Hikaru disse olhando para o teto, um pouco depois, quando terminaram de comer. Akira baixou os olhos, pensativo e um pouco vermelho.

– Eu também – confessou (não sem alguma dificuldade) depois de alguns segundos, erguendo o rosto para olhar nos olhos castanhos. – Foi a primeira vez que você me derrotou.

Não foi uma pergunta, porque ele tinha certeza. Se eles realmente eram o go que jogavam, já se conheciam bem o suficiente. Sustentando o olhar, Hikaru sorriu, cheio de cumplicidade divertida.

– Foi.

Akira esperou alguns segundos cheios de ansiedade, mas Hikaru apenas continuou sorrindo e não disse mais nada. Akira entendeu que não era hoje que ele lhe contaria a verdade, afinal. Levantou-se e estendeu a mão, ajudando Hikaru a se levantar.

Ficaram com as mãos uma na outra alguns segundos além do necessário, mas era só um cumprimento pela vitória – quem sabe.

– Vamos remontar o jogo, Shindou – Akira decretou seriamente, virando as costas. – E você vai ver que aquela formação foi o que causou minha derrota.

– Claro que não! – Hikaru retrucou, ainda indignado. – E eu vou provar.

Akira parou e olhou pra trás, sorrindo.

– Eu mal posso esperar.