Storybrooke
Em cidades pequenas todos se conhecem! Os amigos e os inimigos andam lado a lado, são quase da mesma família. Em Storybrooke não era diferente, a maior rixa da cidade ficava por conta das famílias Mills e Gold, que disputavam de quatro em quatro anos o título de prefeito da cidade. A chave da cidade flutua entre as mãos dessas famílias desde que o povo consegue se lembrar de votar. O prefeito atual era Henry Mills, um homem afetuoso e honesto que conquistou o cargo graças ao amor do povo. Mas por trás de todo o grande homem, existe uma grande mulher – é o que dizem - Cora Mills era o que se chamava de esposa perfeita, ou melhor primeira dama perfeita e a família era completa pelas duas filhas do casal: Zelena e Regina, elas não poderiam ser mais opostas. Enquanto Zelena era treinada para ser a próxima primeira dama da família, a Rainha da pequena cidade do Maine, esquecia de valores básicos e se apegava a banalidades. Regina era a revolucionária da família, vivia entre as pessoas e movimentos sociais, ela era carinhosa e amorosa, era o equilíbrio perfeito entre o coração do pai e a determinação da mãe.
Eles eram uma família feliz... até um fatídico dia que abalou toda a cidade, o prefeito faleceu.
- Meus pêsames – Sr. Gold proferia as palavras com um tom de sarcasmo em sua voz, ele finalmente teria a prefeitura, as portas estavam aberta para a família Gold voltar ao poder.
- Poupe - me Gold! Guarde seu emocional para os eleitores, você irá precisar! – Cora tinha perdido seu companheiro, mas ela ainda era uma Mills.
- O importante é que a cidade finalmente terá um futuro.
- Não ouse falar do que o Henry fez, ele foi um verdadeiro Mills para a cidade. – havia uma proximidade estranha entre eles, uma tensão que se alguém reparasse um pouco mais iria perceber muita história escondida por trás dos sobrenomes.
- Ele nunca foi um Mills de nascença, você era apenas mais uma Mills bonita e que teria lindos filhos, a primeira dama perfeita... Apenas a primeira dama, sua família, a qual você tanto enche a boca para falar, está a um bom tempo no escanteio ... E a julgar pelas suas filhas. Bom... Elas são lindas, qualquer uma delas será uma ótima primeira dama. Até mais, Cora.
As palavras de Gold atingiram Cora como uma bomba, ela sabia que ele estava errado, ela sempre ajudou Henry nas decisões. Mas e o futuro? Zelena era perfeita em todos os quesitos, menos no de preocupação com a cidade. Ela sabia que assim que Zelena se casasse e caso o seu marido tivesse gosto pela política, ela seria apenas alguém para posar para fotos e ir a eventos importantes. Por mais que ela e Henry, ensinaram todos os valores para Zelena, esta optava por simplesmente ignorar. Cora continua presa em seus pensamentos, até que uma cena chamou sua atenção: Regina estava ajudando Granny a servir chá para os presentes no velório, mas o que mais lhe chamou atenção foi o brilho nos olhos das pessoas quando sua filha estava no meio deles.
- Regina você vai ser prefeita!
Boston – 2015
- Última chamada plataforma 12, Storebrooke – A voz do autofalante ecoava na ferroviária. Em meio a correria, uma mulher corria mais que todos e equilibrava as malas, a bolsa e os livros em apenas duas mãos, Regina Mills. Parece que ela calculou errado o tempo do aeroporto até a estação... Ela não deveria ter parado naquela biblioteca.
- Estou atrasada! Estou atrasada! Porque eu sempre estou atrasada? – Trem pode ser considerado um meio de transporte antiquado, mas para Regina era o melhor meio de voltar para casa, ela poderia aproveitar a paisagem e se preparar para reencontrar sua mãe e irmã. Ela tinha se mudado para França aos 18 anos para estudar política, após 6 anos ela estava de volta.
- Só mais alguns passos! Eu vou conseguir! – Ela estava se saindo bem, estava quase chegando quando uma rodinha de suas malas ficou presa, ela não tinha tempo para isso, ela puxou com toda a força que tinha e não notou que a rodinha se soltou, percebeu já era tarde demais sentiu seu corpo tombando, ela fechou os olhos e esperou a queda evidente... Que não aconteceu.
- Opa, peguei você! – Ela sentiu dois abraços segurando –a, quando ela abriu os olhos a primeira coisa que notou foram os olhos, olhos azuis, vibrantes, viciantes, lindos. Então ela se lembrou de que estava atrasada, os lindos olhos azuis teriam que esperar.
- Oh! Obrigada, mas eu tinha a situação sobe controle!
Robin estava voltando para casa, ele só não estava pulando de alegria, Storybrooke significava brigas com o seu pai. Sua vida em Boston era muito mais simples, ele podia ser ele mesmo. Mas ele sempre voltava para a cidade natal ele não podia ficar muito tempo longe de sua mãe e do cheiro de uma cidade pequena. Ele estava perdido em seus pensamentos, quando ele avistou algo, ou melhor alguém que chamou sua atenção. Ela tinha cabelos escuros um pouco abaixo do ombro, ela estava vestida de forma simples e elegante ao mesmo tempo, uma calça social e uma camisa de seda bege, um sobretudo e um lenço completavam o visual. Robin se viu perdido em descrições sobre a mulher misteriosa na sua frente, quando ele notou que ela puxava uma mala, que deveria caber ela própria dentro, ele prevê uma queda e mesmo que não acontecesse ele poderia ajudá-la ou se chocar contra ela e fazer acontecer, ele não sabia o que e nem o porque ... Ele só precisava conhece-la.
Segundos mais tardes quando ele segura ela em seus braços, ele pode admirar- lá mais de perto, o rosto parece ter sido esculpido por deuses, até as imperfeições como uma cicatriz em cima dos lábios parece ter sido colocado intencionalmente.
- Oh! Obrigada, mas eu tinha a situação sobe controle! – Ela abriu os olhos, e ele pensou que nunca mais conseguiria desviar o olhar daqueles olhos intensos e castanhos. Como se ele vivesse apenas para se perder naquele olhar e pelo visto ela tem voz.
- Ah claro! Me desculpe se eu não percebi que sua intenção era debruçar-se no chão e tirar um cochilo talvez.
- Olha, eu adoraria ficar aqui e discutir sobre os meus desejos e trabalhar no seu péssimo sarcasmo, mas eu realmente tenho que... que ir , eu ain- ainda –Ela começou a andar, mas estava com dificuldades para carregar a mala sem uma rodinha – tenho um trem para pegar.
Robin se sentiu perdido, ela não era só um rostinho bonitinho em poucos segundos ele percebeu que ela tinha uma personalidade forte. Seus olhos guardavam segredos, e suas palavras encobriam seus medos. Ele não sabia nada sobre ela, mas ele estava desesperado para conhecer.
- Ótimo, eu também! – Em um movimento rápido ele passou na frente e levou sua mala consigo, ela acelerou seu passo.
-O que pensa que está fazendo?
-Isso se chama ajuda!
- Eu não me lembro de ter pedido por... – ela bufou em rendição – Apenas não fique no meu caminho!
- Eu nunca pensaria nisso! – ele subiu os primeiros degraus do trem e sorriu para ela – Afinal, teremos tempo para discutir sobre o meu sarcasmo! – E quando ela sorriu em resposta e o empurrou murmurando um "anda logo", Robin só tinha uma certeza: Storybrooke já não parecia tão ruim.
