Disclaimer: Saint Seiya, por incrível que pareça, não me pertence, mas sim a Masami Kurumada. Esta é uma obra de fãs para fãs, sem qualquer fim lucrativo.
A música "My Baby Shot Me Down" é de autoria de, , interpretada por Nancy Sinatra.
Resumo: [Universo Alternativo, vários personagens, Aioria x Marin] O pequeno Aioria teve sua vida destruída devido a uma grande injustiça a qual ele e sua família foram vitimas. Oito anos depois, o famoso e temível Leão Dourado retorna para se vingar...
Era Uma Vez No Oeste
"Bang, Bang, He shot me down
Bang, Bang, I hit the ground
Bang, Bang, that awful sound
Bang, Bang, My baby shot me down"
Prologue – Bang!
Levantei os olhos, tentando enxergar melhor por debaixo da aba do chapéu velho que protegia os meus miolos daquele sol escaldante do oeste. Não pude deixar de ficar desanimado com a visão que tive. O manto de areia me enchia os olhos até onde eles conseguiam alcançar.
Revirei a minha pequena bagagem em busca do meu cantil, mas as coisas aquele dia, definitivamente, não estavam do meu lado. Vazio. Teria que esperar até a próxima pousada para poder saciar minha sede novamente. Ou então, até um pequeno rio brotar diante dos meus olhos, mas como a sorte havia me abandonado, tentava me convencer a não contar com esta possibilidade.
Cavalguei por mais incontáveis horas. Meu cavalo já mostrava claros sinais de esgotamento, trotando devagar e com o pescoço baixo, mas eu não estava disposto a parar, e eu sei bem que ele poderia me perdoar algum dia por tanto esforço realizado.
O Sol já se punha no oeste tingindo o céu azul de laranja, quando aconteceu a coisa mais surpreendente que poderia ter-me acontecido. Um pequeno lago surgia naquele emaranhado de terra e areia. Mas, não, o mais surpreendente não era o lago, e sim o que estava bem próximo a ele: uma pessoa, mais especificamente, uma mulher. Ela estava deitada, e pelo o que pude perceber, desacordada também. Na certa devia ter se refrescado e desmaiado ali mesmo em seguida.
Travei por alguns instantes uma luta comigo mesmo. Afinal, deveria ir até lá ajudá-la, ou não? Sabia bem que naquele lugar as piores armadilhas escondiam-se nos mais belos e inocentes rostos... Porém, e se não fosse uma armadilha? E se a moça ali desacordada estivesse realmente mal? Chamem-me de idiota se assim quiserem, mas resolvi descer do cavalo e ir verificar o que aquela moça tinha. Com a mão direita, a melhor no tiro e na mira, devidamente sobre o meu revólver mais potente, caminhei a longos e cautelosos passos.
Ruiva, roupas um pouco chamativas para os costumes mais tradicionais, pele clara e não aparentava nenhum outro ferimento. Gostaria de ver-lhe o rosto, mas os cabelos cobriam boa parte dele. Abaixei-me ainda esperando pelo pior, porém, sinceramente, nunca esperei que ele realmente viesse como veio...
Num gesto rápido, a mão antes coberta pela longa saia do vestido vinho, resolveu vir à luz, trazendo um revólver junto com ela, exatamente na direção da minha testa. Olhei de relance para o rosto da moça, podendo finalmente ter uma visão de seu rosto e dos olhos azuis que brilhavam na escuridão daquele fim de tarde.
Não foram preciso palavras. Eu havia sido pego. Vergonhosamente, diga-se de passagem. E naquela terra sem lei, a regra que imperava entre os pistoleiros era render-se quando não havia mais chance de virar um duelo ao seu favor.
Resignado, soltei o revólver da minha mão, que por puro instinto havia resgatado do coldre momentos antes, ouvindo-o cair na areia seca das pradarias1 do oeste. Em seguida, levantei ambas as mãos, indicando-lhe que não estava mais armado, um sinal claro de rendição.
Ouvi a arma ser engatilhada ruidosamente, e por algum motivo desconhecido pra mim, não estava nervoso, minhas mãos não suavam e também não vi um filme da minha vida passando pela minha cabeça. Por certo, eu nunca tive vida mesmo. Mas, agora do que importava aquelas reflexões sobre vida estando às portas da morte?
De repente, uma suave voz feminina se fez presente naquele lugar, destruindo o silêncio e chamando minha atenção:
– É o seu fim, Leão dourado...
Continua...
