'O Phi foi morto por um filhote demoníaco!'

Por que raios aquela frase ficava se repetindo na sua mente?Céus!Quantas pessoas que considerava companheiros morreram e ele não se sentiu assim tão... Incompleto... Por que raios se sentir assim agora?

Kurogane andava em círculos com os pensamentos a mil.

Nem o corpo... Nada restara!Só uma pequena gravata borboleta...

Abaixou-se pegando tal gravata com delicadeza... Algo que nunca fizera antes. Talvez tivesse medo de que a tal gravata sumisse assim como Phi sumiu...

Podia sentir o cheiro dele impreguinado ali. Apertou com força a tal gravata.

Raiva. Era isso o que sentia... E talvez...

Não!Balançou a cabeça para dispersar tais idéias.

Não poderia estar arrependido. Não ele o grande Kurogane. Não. Sem chances... Afinal nunca se arrependera de nada... Certo?

'...o tipo de gente que eu mais odeio é aquele que está vivo mas não quer viver.'

Até agora.

Sentiu os olhos arderem. Não. Não iria chorar de jeito nenhum!Não chorava desde... Bom, não se lembra desde quando, mas fazia muito tempo.

Continuou a caminhar pra lá em pra cá. Eternos círculos que no final só davam no mesmo lugar...

Ele não conseguia odiar Phi... Simplesmente não conseguia!Mas por que ele não conseguia?

Deu um soco na mesa fazendo a mesma se partir em vários pedaços.

-kusso... -resmungou impaciente. Olhou novamente para o relógio.

Ainda eram umas 10 horas... Faltava muita paciência para chegar meia noite...

-porcaria de hora que não passa!-praguejou.

Por que ansiava tanto o momento de transpassar a sua espada pela cabeça do maldito que acabou com a vida de seu Phi?

Parou de repente.

Seu?Desde quando o mago era sua propriedade?

Estava ficando louco isso sim.

'mas eu estava sempre a espera...à espera de uma pessoa que pudesse me levar para bem longe... '

Por que de repente aquela lembrança fazia o seu peito palpitar?Por que sentia uma necessidade de abraçar aquela porcaria loura?De se perder naqueles olhos azuis?

Céus!Era isso!Estava realmente muito toda a certeza.

Lembrou-se dele caído entre os escombros...

Por que aquilo o fizera sentir medo?

Espera... Medo?Há!Kurogane não sente medo!Medo era um sentimento vergonhoso. Por isso nunca o sentiria. Nem hoje e nem nunca!

Hoje não sentia medo... Sentia era uma angustia... Uma angustia que tocava lá no fundo de sua alma...

Por mais que detestasse admitir, aquele maldito mago fazia falta...

E muita.

Esperou, não tinha como fazer o tempo correr mais rápido... Porque fez um acordo com aquele pivete?

Olhou para a Maria-mole e viu que ele o olhava como se ele fosse um ET

-o que foi Maria-mole?-perguntou com cara de poucos amigos.

-kuro-quete ta triste pelo Phi né?

-triste?E pelo Phi?Oras!Não diga asneiras!-resmungou de forma rude.

Mokona soltou um risinho, coisa que não o agradou nem um pouco...

-tá rindo por quê?¬¬

-Mokona ta rindo porque o kuro-quete não sabe mentir!XD

Segurou a Maria-mole com apenas uma mão, apertando bastante pra ver se ela parava de rir, o que não aconteceu.

-se você ousar imaginar contar o que ta acontecendo aqui pra alguém, eu prometo que nem kami-sama encontra os seus restos mortais de tão picadinho que você vai ficar...

-glup... Mokona promete ficar quietinho!O.O'''-se mokona já era branco, nesse exato momento estava transparente.

-humpf... -soltou a Maria-mole e caminhou até a janela. Se apoiando nesta.

Agora não adiantava mais remoer o sofrimento. Phi havia partido, e ele teria que esperar agora.
Apenas esperar para, se tivessem sorte,se reencontrarem algum dia...em outro mundo.