"Vício"

CAPÍTULO I

Amor de Adoração

por Brilliant Green

Aviso: Esta história é baseada em personagens e situações criadas por JK Rowling. Os direitos autorais pertencem a editoras como Bloomsbury Books, Scholastic Books e Raincoast Books, e Warner Bros., Inc. Não há intenção nenhuma de arrecadar dinheiro com essa prática ou violar leis. O principal objetivo deste fic é somente a divulgação de idéias e liberdade de imaginação. Respeito e admiro totalmente as obras de JK Rowling, não pretendendo de forma alguma roubar ou marginalizar seus personagens.

Sumário: O primeiro capítulo de uma série. Sentimentos profundos são nutridos pelos amigos Harry Potter e Ron Weasley, ao mesmo tempo em que um aparente mal os ronda.

Casal: Harry/Ron ; Harry/Draco Categoria: Romance/Slash

Notas: Eu sempre tive a idéia de que um relacionamento entre Harry e Ron seria baseado principalmente na amizade, fidelidade, respeito e um pouco de admiração, talvez. Este fic é o primeiro capítulo de uma série que já está toda criada. No entanto, o número de capítulos ainda não está decidido. Por favor, não encarem esta história com uma visão ofensiva ou julguem seu conteúdo apenas erótico. Há aqui a presença de sentimentos e emoções que obviamente não cabem num cenário pornô, onde a única preocupação é a prática desenfreada de sexo. Se por um acaso você é menor de idade ou possui algum trauma ou preconceito contra homossexualismo (relacionamento entre homens) não a leia. Não há necessidade de entupirem minha caixa de e- mail com comentários baixos sobre yaoi ou críticas ofensivas. Somos adultos e vivemos num país livre, por isso, vamos nos comportar e nos respeitar.

Era aula de Poções... Harry picava com cautela os dentes de leão que estavam à sua frente. Ao seu lado, Ron, de cabeça baixa, acrescentava gotas de saliva de dragão em seu caldeirão que borbulhava uma estranha solução azul marinho. Mais adiante, Hermione com uma expressão nervosa em seu rosto, ajudava um desesperado Neville a colocar os ingredientes certos em sua poção. Enquanto percorria a mesa procurando as raízes de paineira para picá-las também, a mão de Harry por um acaso tocou ligeiramente nos dedos de Ron. Os dois garotos detiveram-se um momento e olharam-se de esguelha, sorrindo rapidamente. Ambos abaixaram suas mãos quase ao mesmo tempo e por detrás da mesa, fizeram com que elas se procuraram ávidas pelo toque. Os dedos se entrelaçaram firmemente. Harry e Ron mantiveram-se assim, em silêncio, compartilhando o contato doce enquanto ouviam de algum lugar que certamente não fazia parte do plano onde estavam, o professor Snape dar uma bronca em Neville por ter que sempre recorrer à Hermione para ajudá-lo em suas poções e ainda assim estragá-las completamente. Harry mexia levemente seus dedos acariciando a mão do amigo. Sentia-a quente e delgada tocando a sua, um pouco menor. Um arrepio correu pelo seu braço. Ron, de cabeça baixa tinha as orelhas muito vermelhas. Os olhos de Harry erguiam-se vez ou outra para as risadinhas que os alunos da Sonserina soltavam direcionadas agora à Mione que ouvia com um rosto entediado a sua parte do sermão por ter ajudado Neville. Parecia que aos poucos as broncas de Snape não mais afetavam Hermione tão acostumada estava ela com as implicâncias do professor. Quando Snape deu às costas para voltar-se novamente à Neville, Mione sacudiu a cabeça e desenhou em uma de suas faces um meio sorriso irônico ao ouvir palavras como "sabe-tudo intrometida" , "exibida" ou "garota tola que devia meter-se apenas com as coisas que lhe eram pedidas". No momento em que os olhos de Harry percorriam fuzilantes os alunos da Sonserina, depararam-se com Draco Malfoy que não tinha sua atenção voltada para o circo que Snape armava desnecessariamente no centro da masmorra. O garoto de cabelos muito loiros quase prateados tinha os olhos de um azul gélido quase nauseante, semi cerrados em direção à Harry. Seu rosto pálido tinha uma expressão indecifrável. Harry sustentou o olhar de Draco, sentindo suas pupilas arderem. O que aquele maldito fedelho traiçoeiro procurava em seu rosto? O que ele estava tramando com sua mente perversa e suja? Ambos olhavam-se num desafio silencioso. Foi Malfoy quem desviou primeiro seu olhar com um sorriso debochado em seus lábios finos. Harry sentiu uma raiva crescente por ele, Snape e todos aqueles malditos alunos da Sonserina que infelizmente compartilhavam do seu mesmo espaço, do mesmo ar, da mesma vida... No entanto, uma outra parte sua agradava-se e sorria com o contato da mão de Ron que acariciava a sua com delicadeza e languidez. Os dois amigos estavam juntos há algum tempo. Harry sabia que nutria por Ron um sentimento incomparável. Era superior à qualquer outro que tinha em seu coração, mais forte, mais intenso, melhor... Não se recordava mais do momento em que começara a amá-lo. Talvez tivesse acontecido desde o momento em que se viram pela primeira vez. As coisas tornaram-se mais profundas no segundo ano em Hogwarts. Encontravam-se, certa vez, sozinhos na Sala Comunal, jogando uma partida de snaps explosivos. Os outros alunos da Grifinória já estavam em seus respectivos dormitórios. Fazia apenas três dias que haviam voltado das férias de verão.

Quando a partida finalizara com a vitória de Ron, Harry mirou por um longo momento o rosto sorridente do amigo e seus olhos azuis como um céu límpido de primavera. Sentira a falta deles durante toda



as férias. Quase sempre sentia uma necessidade inexplicável de ficar ao lado de Ron. Tantos dias na casa de seus tios trouxas sem sequer ouvir nenhuma notícia do seu melhor amigo o haviam perturbado muito. Ansiava com nostalgia aqueles momentos em que juntos jogavam, estudavam ou simplesmente conversavam sob os tetos de Hogwarts. Ron levantou a franja dos olhos e observou Harry. Os olhos dos dois mantiveram-se um no outro durante um curto período. Ron comentou, desviando sua visão para Perebas que se remexia dentro de suas vestes.

"Hey, Harry... Ainda bem que você está aqui... Sabe...eu realmente senti muito a sua falta...Mais do que qualquer outra pessoa aqui...acredito eu..."

Harry esboçou um tímido sorriso bastante radiante com as palavras do amigo. Era tudo que gostaria de ouvir.

"Eu também, Ron...Não tem idéia de como me senti mal quando pensei que você não havia mandado sequer uma única carta para mim durante as férias. De qualquer modo, acho que fiquei aliviado quando soube que Dobby as tinha roubado...Posso dizer que fiquei feliz."

"Harry, como pensou que eu não havia escrito? Escrevi quase todos os dias. Fiquei tão preocupado pensando no que os seus tios trouxas poderiam ter feito com você. Harry, eu me importo muito com você...Eu realmente...gosto...muito de você..."

Neste momento, uma brisa suave sacudiu um pouco as pesadas cortinas próximas às janelas. Os dois garotos olharam-se de modo intenso. Harry sentia seu coração acelerar e não sabia bem ao certo por que aquele momento constrangia tanto a ambos. Ron, por sua vez, tinha certeza que não podia mais reprimir o desejo que o atormentava há tempos. Foi num movimento rápido que ele aproximou-se de Harry e inexperientemente encostou seus lábios à boca do amigo. Harry arregalou seus olhos por alguns segundos, depois fechou-os deixando que o momento se seguisse sem interrupções. Não deveria ser certo fazerem aquilo. Mas por outro lado, já tinha imaginado aquilo algumas vezes. Sabia bem em sua mente que desejava aquele contato íntimo. Foi um beijo quase infantil, sem perícia alguma. Afinal, nenhum dos dois garotos certamente havia feito isso antes. Mas foi significante o suficiente para fazer os corações de ambos derreterem e um calor inexplicável subir por suas faces. Ron tinha o rosto quase da mesma cor de seus cabelos ruivos e olhos grudados no chão. Harry o olhava procurando palavras. No entanto, foi Ron que reunindo toda a sua coragem, murmurou timidamente com uma voz trêmula.

"Então...Como foi...?"

Harry respondeu com a voz igualmente trêmula.

"Suave...Assim como...eu... imaginei que fosse...."

Ron ergueu seus olhos com uma súbita surpresa. Havia escutado direito? Harry já havia imaginado aquilo? Era possível mesmo que seu amigo nutrisse sentimentos semelhantes aos seus apesar de não compreendê-los muito bem ao certo e tê-los guardado para si até aquele momento. Os dois meninos tremiam levemente.

"Desculpe, Harry...Eu não deveria..."

"Está tudo bem, Ron...Foi bem legal...eu acho...."

Alguns minutos de incômodo silêncio.

"Ron, você acha...que...hum, bem.... Acha que seria má idéia se nós fizéssemos de novo....?"

"Quer que eu te beije de novo, Harry...?"

"Bem... A primeira vez que você beijou me pegou de surpresa....Olha, você gostaria que beijássemos mais uma última vez?"

"Sinceramente, Harry, acho que somos loucos...." murmurou Ron com olhos que avermelhavam-se também de vergonha.

"Um bem curto, Ron...."

"Ok, Harry. O último, então..."

Beijaram não um beijo curto, mas sim um bem demorado e neste, passado o susto e pouco a pouco se esvaindo a timidez, permitiram-se uma maior sensualidade enquanto Harry acariciava receoso o rosto de Ron. Não foi também o último, mas sim o segundo de muitos que viriam no decorrer dos anos. Beijaram-se muitas vezes no segundo ano e as carícias aprofundaram-se no terceiro. No quarto ano, os toques haviam se tornado por demais tentadores para os garotos que lutavam inutilmente contra emoções fortes que os assolavam. Não conseguiam controlar a excitação que os perseguia implacavelmente. Após o período em que Harry e Ron deixaram de se falar durante um longo tempo devido a uma briga tola, as coisas tornaram-se insuportavelmente tensas quando fizeram as pazes. Então, depois de concordarem que chegara o momento de permitirem que as coisas acontecessem e discutirem várias vezes como deveria acontecer, quando e onde, Harry e Ron dormiram pela primeira vez juntos na Páscoa, quando somente os dois estavam no dormitório. O medo, a expectativa, o receio, tudo enfim fora para o inferno...

"Senhor Potter...."

Harry foi trazido à realidade com aquela voz fria que tanto odiava. O professor Snape chamava a sua atenção no meio da masmorra. Todos o olhavam. Ron puxava a sua mãe delicadamente, porém também com uma certa pressa. Nenhum dos dois desejava certamente que Snape tomasse por testemunho a intimidade que só dizia respeito à ambos.

"Senhor Potter__ repetiu Snape__Seria demais pedir que começasse a mexer-se e trabalhasse em sua poção ao invés de ficar à toa em minha aula? Quinze pontos a menos para a Grifinória por culpa de Potter que mesmo estando no quinto ano, ainda apresenta falhas terríveis e não consegue manter a atenção em minha aula. Não me admira que não o consiga. Como já disse uma vez, Poções é uma matéria que exige talento natural e inteligência".

Uma explosão de risinhos dos alunos da Sonserina pôde ser ouvida na masmorra. Alguns alunos da Grifinória protestaram, inclusive Ron e Hermione. Como castigo e censura de Snape, perderam mais quinze pontos. Ron lançou um olhar suplicante à Harry como que desculpando-se. Draco ainda fitava Harry com suas pupilas vivas e ameaçadoras como as de uma serpente pronta para atacar. Harry abaixou a cabeça, irritado e atordoado diante do ocorrido pondo-se a trabalhar em silêncio.



Todos, exceto Harry, Ron e Hermione jantavam no Grande Salão. Hermione e Harry encontravam-se na Sala Comunal da Grifinória. Ambos faziam seus respectivos deveres. Harry adiantava-se pelo fato de ter mais treinos de Quadribol durante a semana e dispor somente de dois dias para aprontá- los todos. Hermione, por sua vez, estava lá pelo fato de sempre estar mergulhada em livros ou melhorando (se era possível) seus trabalhos, tornando-os cada vez mais longos e admiráveis, como se procurasse conseguir uma nota superior a dez em cada nova informação que acrescentava. Depois de escrever um pergaminho inteiro sobre antigas bruxarias chinesas e indianas, Harry fechou os livros, e despedindo-se de Mione, subiu as escadas do dormitório masculino. Foi uma agradável surpresa quando encontrou Ron no quarto, sentado no parapeito da janela, comendo feijãozinhos de todos os sabores. Seu rosto dedurava mal-humor.

"Hey, Ron, por que você está aqui? Por que não está com os outros jantando?"

"Não estou com muita fome. Ainda não digeri bem aquele safado do Snape. Como ele pôde tirar ponto de você na aula de Poções por aquela bobagem que ele inventou? Distração agora é contra as regras?"

"Ainda preocupado com isso? Achei que você já estivesse acostumado com as injustiças de Snape. Ele me odeia e pronto..."

"Não vou aceitar isso nunca..."

Harry esboçou um meio sorriso e, largando seus livros sobre uma cadeira, esticou a mão para Ron que a afagou com ternura.

"Desculpe, Harry...Acho que sou um pouco culpado também. De certo modo, fui eu quem te distraí na aula de Poções..."

"A culpa não foi sua, Ron. Está tudo bem..."

Ron se aproximou de Harry e depois de abraçá-lo, beijou-o com suavidade. Harry fechou os olhos absorvendo a sensação única que aqueles lábios macios lhe proporcionavam. Quando finalizaram o beijo, os dois sorriam.

"Apesar da injustiça de Snape, tenho que concordar uma coisa com ele, Harry. Notei que você esteve bastante distraído nas aulas hoje. Quase nem prestou atenção na aula de Adivinhação quando a professora Sibila disse que você vai morrer amanhã de manhã. O que houve? Algum problema ou será que estava pensando em alguém? Devo me preocupar?" __murmurou um sorridente Ron que não conseguiu disfarçar a ligeira preocupação em seu rosto.

"Bem, Ron...Acho que isso tem a ver com Malfoy. Ele não para de olhar para nós. Talvez ele saiba de algo pela forma como me encara. Ultimamente tem se tornado bastante incômodo o modo dele nos observar."

"Acho que você deve dizer, o modo dele observar VOCÊ. Tenho também percebido isso há algum tempo__ e, forçando um sorriso que beirava a ironia__ Parece que ele também se encantou por seus olhos verdes e pela cicatriz. Daqui a pouco ele estará como Colin, te perseguindo pelos corredores e querendo tirar fotos. Mais um fã seu. Mais um rival meu".

"Não fale essas coisas nem brincando, Ron. O que você acha que Malfoy pretende?"

"A mesma coisa que todos pretendem...Fazer parte da vida do famoso Potter...Ele está interessado em você e deve desconfiar de nós dois".

"Isso não pode acontecer, Ron. Malfoy me odeia"

"Não sei como funcionam as emoções de tipos da laia dele. Mas há uma coisa, Harry..."

Harry ergueu os olhos para Ron.

"Não quero que ele se atreva a sequer tentar se aproximar de você..."

"Ron..Não se preocupe com isso. Acho que você está enganado. Malfoy realmente me odeia. E eu também o detesto. E mesmo que estivesse apaixonado por mim eu não te trocaria por ninguém, muito menos por Draco."

Ron acariciava a nuca de Harry com seus dedos.

"Já basta ter que competir e disfarçar minha irritação com aqueles meninos e meninas que fariam de tudo pra ficar com você. Detesto aquelas ridículas que te convidam todas assanhadas pra passar o Natal no dormitório delas ou daqueles garotos que se oferecem para vir pra cá...Só o que faltava era Draco atrás de você. Eu não serei nem um pouco razoável com ele. Eu juro, Harry, que peço pra Mione me ensinar um feitiço que transforme ele num sapo pelo resto da vida."

Harry não respondeu nada. Somente observava Ron, em silêncio. Adorava vê-lo enciumado e nervoso. Achava-o adorável com seu rosto irritado e repleto de receios infindáveis. Somente quando, Ron acabou de expor sua raiva, Harry murmurou:

"Podemos esquecer aquele maldito Malfoy agora e pensar em nós dois um pouco?"

Ron não teve tempo de responder. Harry puxou-o para si e beijou-o com avidez enquanto deslizava as mãos pelo seu corpo. Ron sentiu-se acender pelo contato ousado e pôs-se a afagar o peito de Harry, deslizando languidamente suas mãos até seus quadris. Os beijos tornavam-se cada vez mais febris. As línguas de ambos dançavam e os dois cortavam os beijos rapidamente tomando fôlego para depois reiniciá- los. Ron puxava contra seu corpo Harry que por sua vez esfregava-se sensualmente no outro garoto, sentindo a excitação pulsar rija no baixo ventre de ambos. Harry não resistiu e desceu a mão até o botão da calça de Ron olhando-o com olhos tão maliciosos que o outro teve certeza que não poderia se conter mais um minuto sequer. Harry murmurou com a voz alterada pelo desejo enquanto Ron beijava-lhe o pescoço.

"A qualquer momento Simas, Dino ou Neville podem voltar..."

"Não devem voltar para o dormitório tão cedo, Harry. Eles nunca voltam. De qualquer modo..."

Ron dirigiu-se até a porta, e tirando a varinha de dentro das vestes, bateu três vezes com ela na fechadura, mencionando um feitiço que Harry já ouvira outrora. Imediatamente ouviu-se um ranger semelhante ao som de um trinco sendo passado pela porta sem ajuda de qualquer chave. Mal o feitiço acabara de completar-se, Ron avançou para Harry, forçando-o não tão gentilmente a deitar-se em sua cama. Harry pousou a sua mão na gravata de Ron, puxando-a com firmeza para si, forçando o outro garoto a curvar-se sobre ele. Ambos olharam-se demoradamente como se estudassem um a expressão do outro, admirando-se na quietude dos amantes. Foi Harry quem sussurrou com uma voz tentadora no ouvido de Ron, palavras que mesmo estando somente os dois presentes, o bruxinho sentia vergonha de dizê-las em um som normal. Palavras tão obscenas que fizeram Ron corar violentamente. Aquilo foi como uma descarga elétrica percorrendo o corpo de ambos. Um excitava-se por forçar-se a falar coisas que sentia, de um modo que sabia enlouquecer seu amante, outro por ouvir semelhantes palavras nos lábios daquele que amava. Talvez se fosse outra pessoa que as dissesse, Ron acharia desprezível, mas vindo de Harry como poderiam sê-las?

"Deus, como eu te adoro, Harry..."

Ron avançou para Harry e beijando-o com loucura, começou a tirar suas vestes. Harry ajudava-o com pressa. Ambos tiraram suas roupas com ânsia e quando estavam livres delas, detiveram-se um momento olhando um para o outro. Ron soltou um suspiro. Lá estava Harry diante de seus olhos com seu corpo pequeno, frágil e pálido atordoando-o de um modo que nenhuma outra coisa era capaz. Ele continuava com seus óculos. Ron sabia perfeitamente que Harry gostava de usá-los enquanto faziam para poder enxergar todos os momentos com nitidez. Os dois garotos voltaram a abraçar-se. Agora, totalmente despidos sentiam suas peles se tocarem. Suspiros saíam de seus lábios. Harry descia com sua boca do pescoço de Ron até seus mamilos, mordiscando-os e levando o seu amante até as alturas. Não detendo-se aí, alcançou sua barriga e, languidamente, começou a beijá-la traçando um caminho até a ereção que despontava em sua virilha exigente por um alívio. Harry a envolveu entre seus lábios e iniciou seu jogo de sedução. Ron trazia as suas mãos até a cabeça de Harry, enfiando seus dedos por entre seus cabelos negros, forçando-o a acelerar seu movimento. Palavras e gemidos incompreensíveis eram murmurados por Ron que mantinha os olhos fechados enquanto seu rosto avermelhava-se mais ainda. Harry de repente parou e com olhos febris beijou- o. Sua própria ereção também pulsava exigente. Ron o abraçava apaixonadamente.

"Não agüento mais, Ron...Por favor, me possua. Quero senti-lo dentro de mim....Faça amor comigo agora...."

Ron olhou-o com ternura. Num movimento rápido, ele colocou-se entre as coxas de Harry e posicionou suas pernas sobre seus ombros. Harry gemeu baixinho quando o membro rijo de Ron penetrou-o devagar. Ambos mantinham os olhos abertos, olhando-se com uma mistura de inúmeras emoções. Ron era sempre gentil naquele momento. Harry sabia que o seu amado receava machucá-lo e fazia de tudo para que ambos sentissem prazer com aquele ato. Quando Ron penetrou-o totalmente, Harry sentiu seus olhos avermelharem-se e arderem. A dor inicial o fez encolher-se sob Ron. Porém, o prazer que sempre vinha logo a seguir o incitou a mexer seu corpo sob o amado com os olhos ainda chorosos, porém um sorriso malicioso no rosto. Ron retribuiu ao seu sorriso e acompanhou seus movimentos, tomado pelo desejo. Um ainda sustentava o olhar do outro. Harry abraçava Ron forçando-o a acelerar seu ritmo. Pensamentos confusos e devaneios passavam pela cabeça de Ron. Era seu! Harry Potter era o seu amante. Podia não dispor da popularidade, da glória do quadribol ou de méritos no mundo dos Bruxos. Mas mesmo assim Harry o escolhera para si. Harry o amava. Era fiel aos seus sentimentos e entregava-se totalmente à ele, implorando por seu toque. Nada o fazia mais feliz do que ter seu amor correspondido por Harry. Para o inferno com méritos e fama. Tinha a coisa mais importante do que tudo isso. Tinha todos seus olhares apaixonados retribuídos. Jamais deixaria ninguém tirar Harry de si. Aceitaria perder qualquer coisa, menos ele. Ele era uma pessoa única e, Deus, como sabia mexer bem! Ron sentia seu corpo tremer com as sensações que o estavam assolando. Harry era habilidoso naquilo. Sabia exatamente como fazer Ron e a si mesmo perderem a razão. Os gozos de ambos vieram em jatos fortes. Os dois soltaram longos gemidos quando suas vistas se embaçaram. Harry sentiu o líquido quente preenchê-lo e fechou os olhos um momento. Ron chamou-o pelo nome e quando Harry ergueu seu olhar, tirou os cabelos úmidos de sua testa e beijou num gesto carinhoso a sua cicatriz.

"Eu amo você, Harry...."

"Eu também te amo, Ron...."

Ambos permaneceram abraçados no silêncio do quarto. Harry tinha o olhar perdido quando Ron beijou-o e perguntou num sussurro.

"No que está pensando?"

"Em você... Eu estava lembrando de quando nos encontramos pela primeira vez na estação....Estava recordando como eu estava feliz em ser seu amigo....Mas também de como senti algo mais quando você se aproximou de mim....Acho que no fundo...eu sempre soube como as coisas seriam"

"Eu me lembro bem como se fosse ontem. Você estava tão assustado com tudo"

Ron parou um momento e fez uma careta como que se lembrando de algo desagradável.

"Você se lembra que Malfoy te chamou para ficar ao lado dele?"

"Ah, qual é, Ron? Ainda com essa história de Draco. Estamos juntos e você pensa nele? Desse modo, eu que me sentirei enciumado..."

"Eu pensei nele porque eu me lembro como você o recusou. Você poderia ter escolhido o lado dele e ter ido para a Sonserina. Aposto que lá, incluindo o próprio Draco, teria milhares de garotinhos e garotinhas doidos para trocar de lugar comigo e te arrastar para suas camas. No entanto, você pensou: {Não, eu não irei com Malfoy. Eu ficarei com Ron. Eu quero ficar com ele}. Você estava morrendo de medo e cheio de indecisões, mas mesmo assim você fez essa escolha...Agora, acho que é tarde demais para voltar tudo atrás...."

Harry curvou-se sobre Ron.

"Eu não quero voltar atrás. Eu quero continuar com você. Não me arrependo um dia sequer da minha escolha. Deixe Draco e seus seguidores, se é que assim pensam, me desejarem em seus sonhos depravados. Deixe que se masturbem nos banheiros desertos chamando por mim e que me sequem com seus olhos sonsos pensando coisas que fariam corar o pior dos libertinos. Eu não me importo! Bem feito para eles! É o melhor castigo para miseráveis daquela laia quererem alguém que nunca lhes dará nada além de desprezo".

"Imagine se nos vissem agora. Ficariam loucos com as coisas que você faz. Imagine a cara do Draco gemendo feito uma menininha implorando pra você colocar nele..."

"Mandaria era um trasgo pegar ele! Jamais treparia com aquele maldito nojento. Quero ele e a corja dele bem longe de nós e de nossos amigos".

Ron riu deliciando-se com a resposta de Harry. Mal percebia ele que Harry acariciava com suavidade suas coxas. Quando Ron deu por si, Harry inclinava-se para beijá-lo e depois olhá-lo com desejo.

"No que está pensando, Harry?" perguntou Ron já sentindo a excitação correr pelo corpo de seu amado.

"Estou pensando em VOCÊ gemendo feito uma menininha implorando para eu colocar em você...."

Ron não teve tempo para comentar nada. Harry silenciou-o com um beijo surpreendentemente voraz e faminto. Quando apartaram o beijo, Ron começava a sentir o desejo e o efeito da proposta de Harry tomarem conta de si. Os dois possuíam uma compreensão e liberdade entre si que permitia tudo. Ron entrou na brincadeira.

"Por favor, Harry Potter, eu te desejo tanto...Por favor, me tome para si....Acho que vou morrer se você não colocar em mim...Eu preciso que goze dentro de mim...Eu imploro, Potter...me possua." disse Ron com uma voz esganiçada entre as risadas de Harry....

"Você é bastante oferecido e insistente, Senhor Weasley...Venha cá..." murmurou Harry puxando Ron para si dando continuidade a brincadeira e olhando-o a seguir com paixão. Ron conhecia bem aquele olhar. Sabia o que aquelas pupilas verdes lhe pediam. Não recusaria aquele convite...

Languidamente, Ron virou-se na cama, apoiando-se sobre suas mãos e joelhos. Sentiu quando Harry aproximou-se dele ainda acariciando suas coxas e segurou seus quadris com firmeza. Harry penetrou-o com delicadeza, porém não tanta quanto Ron. Talvez por um egoísmo à parte, gostasse muito de ouvir os gemidos de Ron. Eram envolventes e excitantes. Só em escutá-los Harry sentia seu membro pulsar ainda mais em sua virilha. Quando Harry estava por completo dentro de Ron, levou uma de suas mãos ao membro também ereto do amante e começou a masturbá-lo deliciosamente, dando em seguida início a um movimento rápido com seus quadris. Harry não sabia mais se estavam brincando ou não. Só sabia que Ron choramingava e gemia muito alto (igual a uma menina) enquanto se mexiam freneticamente. A cama rangia alta e por um momento Harry pensou se alguém da Sala Comunal poderia ouvi-los. Fechou seus olhos, consciente que não. A algazarra de alunos e as grossas paredes de pedras deveriam abafar o som.

"Ai, Harry...Assim...Assim que eu gosto...Mais rápido...Por favor...Ah..."

Harry sentia-se perder o controle. Ron mexia-se sob si com perícia e ânsia. Os dois gozaram quase ao mesmo tempo. No fim, exaustos, Ron abraçou Harry, murmurando.

"Adoro quando está dentro de mim. Adoro te possuir e ser possuído por você, Harry....Você é tão quente...Adoro fazer amor com você. Gostaria que pudéssemos ter esse quarto só para nós e pudéssemos fazer isso quando quiséssemos. Eu amo você..."

Harry retribuiu as carícias de Ron extasiado e consultando o seu relógio de pulso, disse preocupado.

"Venha, Ron. Temos que dar um jeito nisso antes que Dino, Simas ou Neville subam."

Harry começou a trocar as colchas de cama enquanto Ron tomava banho. Depois foi a vez de Harry, que quando estava limpo colocou suas vestes. Poucos minutos depois de Ron destrancar a porta, ela abriu-se. Simas Finnigam e Dino Thomas entravam no dormitório sorridentes.

"Ei, vocês dois estão aí? Procuramos vocês por todos os lugares. Estamos jogando xadrez contra os alunos da Corvinal. Não querem se juntar a nós?"

Harry aceitou a proposta mais para disfarçar o tenso ambiente do que por vontade própria. Ron recusou firmemente. Depois da partida de xadrez que jogara no primeiro ano de onde saíra terrivelmente ferido, o esporte parecia causar-lhe certos medos ou más lembranças. Harry acompanhou os dois garotos e antes de sair piscou discretamente para Ron que lhe sorriu. Os três cruzavam a Sala Comunal da Grifinória e acenaram para Mione que ainda acrescentava mais dados na sua redação e já estava no quarto pergaminho. Passando pelo quadro da Mulher Gorda, Harry acompanhou Dino e Simas até o Grande Salão onde Alicia Spinnet, artilheira da Grifinória, jogava xadrez com um menino quartanista da Corvinal. Quando passou pelo Grande Salão, Harry sentiu os olhares costumeiros de seus fãs sobre si. Olhares de admiração, afeto, amor, desejo...o que quer que fossem. Os três garotos sentaram-se ao lado dos gêmeos Weasley e deram início a uma conversa animada. Foi um incômodo calor em sua nuca que fez Harry virar-se para trás. E com que então se deparou, senão com olhos de gelo em um rosto pálido o mirando ferozmente. Malfoy não fazia esforço para disfarçar seu olhar. Fitava-o com profundidade e arrogância. Por um momento, Harry encarou-o e acabou lembrando-se das palavras de Ron. Seria possível que aquele monstro que era Malfoy estivesse alimentando algum tipo de interesse por ele? Draco deu seu sorriso debochado habitual da mesa da Sonserina, onde se encontrava. Só ele na aglomeração dos alunos que vestiam verde e prata olhava para Potter. Ambos encararam-se mais uma vez em um desafio silencioso. Draco baixou os olhos ainda com a expressão irritante de superioridade em seu rosto. Harry foi trazido à realidade pela voz de Fred que o chamava para jogar xadrez contra uma quintanista da Corvinal depois da derrota de Alicia. Então, tentando inutilmente ignorar a existência de Malfoy, Harry não o olhou mais.