Explosão Silenciosa de um Pecado
Se eu sou uma pessoa rude? Se eu sou uma pessoa arrogante? Bom, que se foda se eu sou. O que as pessoas pensam sobre mim, o que todos acham que sabem sobre minha vida, que tudo isso vá para o inferno.
Dizem que pessoas como eu têm seus lugares garantidos e reservados no inferno, quando morrerem, talvez estejam certos, mas isso é mais uma coisa que pouco me importa também, o que realmente me importa é que Sara, minha irmã, vá para o céu.
Ela é o que mais me importa. Todos acham uma atitude abominável, um sentimento totalmente abominável. Olham-me com julgamento, suas palavras sobre pecado são todas pesadas, mas nunca tentaram entender, o que sinto por minha irmã é um pecado, mas não sou eu que controlo, tenho culpa de amá-la? A porcaria do sentimento é amor, essa merda que chamam de amor, sentimento estúpido. Não é um amor fraternal, não é um irmão que ama uma irmã; é um homem que ama uma mulher e a deseja, deseja seu corpo, deseja possuí-la, deseja ter sua carne sobre a sua.
Tentar contornar a situação é pior, sexo com outras é apenas uma masturbação usando o corpo de uma mulher. O que eu quero é a Sara! Mas, não se limita apenas a essa atmosfera cercada dos hormônios circulando pelo sangue, também quero a sua companhia que ela me olhe com seu olhar cheio de jeitos e trejeitos típicos dela, que ela esteja comigo sem essa intervenção das pessoas, da nossa mãe, de Deus, ou de qualquer merda a mais que interfira no nosso estranho relacionamento. Não quero mandá-la para um inferno que eu próprio desconheço.
Ser assim é foda! Tente ter um desejo tão profundo por alguém que você não pode ter, com alguém que é difícil até imaginar uma relação, mas com alguém que nunca te evita, com alguém que você vê sempre com alguém que sempre te reserva um sorriso especialmente seu, talvez assim você venha a compreender o que eu digo.
Para todos aqueles que me julgam reservo apenas um lugar de rancor, quando a dor é tamanha sobe uma vontade de bater e quebrar alguém, o sangue dos outros me dá náuseas e é nessa hora, quando o sangue sai de seus corpos que é a hora deles estraçalharem meu externo; o interno esteve sempre aos cacos.
E para aqueles que me julgam, repito, guardo apenas um lugar de rancor no meu coração.
