Os Filhos da Escotilha – Kater
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Autora
: Kater
Título Original: Children
of the Hatch
Tradução:
Ana Ford
Aviso: Decididamente não possuímos
Lost
Ship: Skate, Ana-Lucakhucko (leia mais adiante para
entender a natureza deste ship em particular)
Esta
fanfic é continuação de Sawyer é um
Romântico
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Capítulo 1: Uma solução perfeitamente lógica
Kate caminhava através das árvores esparsas que marcavam o espaço no qual a praia e a floresta se juntam. Ela estava vindo da escotilha onde tinha acabado de tomar uma maravilhosa ducha quentinha (por que Kate adora duchas) e estava no momento passando em revista o tempo que estava na ilha.
Já havia passado quase dois anos desde que o avião caíra e muita coisa havia mudado. Muito embora manter a gíria hispânica tivesse sido demais para Jack, ele ainda usava o nome de José e até seu cabelo havia crescido o suficiente para poder amarrá-lo num rabo de cavalo. Charlie teve 3 recaídas. Jin falava um inglês perfeito. E de acordo com a balança da escotilha, Hurley havia perdido 2 quilos.
E, ah, sim, como Kate pode ter esquecido? Havia os bebês. Toneladas e toneladas de bebês. A falta de contraceptivos apropriados e uma abundância de náufragos carentes estimulara um baby boom.
Quase toda mulher da ilha tinha um agora (algumas até mais do que outras). Até Kate e Sawyer tiveram um bebê. Um lindo garotinho com cabelos louros sujos que ficavam lisos em algumas partes e cacheados em outras. Ele tinha covinhas nas bochechas e pequenas sardas vivamente espalhadas em seu nariz. Era de longe o bebê de 1 ano mais bonito entre eles.
Kate estava distraidamente secando o cabelo com uma toalha, quando escutou chamarem seu nome.
"Kate, onde está você?" a pessoa gritou de novo.
Ela seguiu a voz, imediatamente reconhecendo como a de Jack e se perguntou o que ele poderia querer com ela.
Ela o achou acocorado tentando separar dois bebês engalfinhados numa briga.
"O que está havendo?" perguntou Kate, caminhando até eles e apanhando seu filho.
"Seu garoto estava batendo em
Josefina!" disse Jack pegando sua filha. Na verdade, Josefina
era a parte mais agressiva, subindo em cima do bebê de Kate e
tentando fazê-lo comer areia.
"Você tem sorte de
eu ter separado eles a tempo. Eu só a coloquei no chão
por um minuto e ele já estava perto dela," exclamou Jack.
"Você tem um namorador em suas mãos. Embora eu não
o culpe. Josefina é uma linda menina."
Isto preocupou Kate imensamente por que Josefina não era um lindo bebê. Longe disso. Na verdade ela fazia outros bebês (e alguns adultos também) chorarem. Kate olhou para seu próprio bebê, balançando em seu quadril e se perguntou se ela estava realmente criando um filho que pudesse ficar atraído por aquilo. Ela franziu a testa e voltou a atenção para Jack.
"A mim me pareceu que era Josefina que estava
aterrorizando--"
"Qual o nome dele hoje?" perguntou
Jack, se divertindo.
Era de conhecimento geral na ilha que o bebê de Kate e Sawyer não tinha exatamente um nome "oficial" ainda. Eles tinham esperado até ele nascer para começar a pensar em nomes, mas um anos depois eles ainda não tinham se acertado com um. As escolhas de Sawyer eram sempre muito bizarras por que de acordo com ele "meu moleque vai ser famoso!" e então ele o chamava com equivalentes a nomes de bebês de celebridades. Kate, por outro lado, queria que ele crescesse esperto e imaginou que um belo nome esperto ajudaria. Como resultado o menino tinha um nome novo a cada seis horas. Nesta hora em particular, Kate tinha escolhido chamá-lo de Lesley.
Antes que Kate pudesse esclarecer Jack sobre o novo nome do bebê, Sawyer veio caminhando de entre as árvores e se colocou perto de Kate.
"Qual o problema?" ele sabia que devia ter algum problema por que Jack estava presente.
''Eu acabei de apartar um briga entre Josefina e o seu filho."
"Ela machucou ele?" perguntou Sawyer, sabendo que Josefina podia causar muitos danos em um grande número de bebês.
"Era ele quem estava machucando ela," replicou Jack. "Honestamente, Kate, você deveria ser mais cuidadosa ao tomar conta dele."
"Você não estava tomando conta dele?" perguntou Sawyer.
"Eu o deixei aqui fora pra brincar um pouco. Aonde estava você esse tempo todo?" disse ela, seu tom defensivo se tornando acusador.
"Estava cortando lenha!" (por que Sawyer adora cortar lenha).
"Como pai de quatro filhos de menos de um ano, talvez eu possa lhes dar algum conselho," começou Jack, colocando as mãos nos quadris e assumindo uma postura de autoridade.
Jack era pai de 4 crianças de menos de 1 ano e estava muito orgulhoso do fato. Ana Lucia tivera quádruplos, 3 meninos e 1 menina (Josefina) e os bebês eram o orgulho e a alegria de Jack.
Entretanto, ele ignorava que na noite que Ana Lucia concebera as crianças ela dormira não apenas com Jack, mas com 3 outros náufragos da ilha. Seus espermas se encontraram em um ambiente tão hostil que em vez de lutarem entre si, eles se uniram para fazer 4 diferentes bebês de 4 diferentes homens. O perfeito milagre médico.
"Primeiro conselho," disse Jack, "vigiem seu filho mais cuidadosamente. Eu nunca deixo meus filhos fora de vista."
Antes que Sawyer e Kate pudesse sequer ter a chance de procurar em volta pelas crianças que supostamente deveriam estar na linha de visão de Jack, um bebê colocou a cabeça por cima do ombro direito de Jack. Eles perceberam no ato que Jack tinha mais uma vez carregado seus garotos em sua espaçosa mochila (por que Jack adorava mochilas). Era uma técnica assustadora pelos bebês poderem simplesmente aparecer, de repente, do nada.
O bebê acima de seu ombro direito era mais gordo do que a maioria dos bebês deveriam ser e mais cabeludo também. Ele começou a futucar na orelha de seu pai, mas Jack nem ligou.
"Quero dizer, eu não sei se vocês sabem disso ou não, mas seu filho é uma ameaça a esta ilha!" continuou Jack para desapontamento de Sawyer e Kate.
Neste momento, o segundo filho de Jack se fez aparecer por cima da cabeça enfeitada com a bandana, de Jack. Era completamente sem cabelo, careca como no dia em que nasceu. Neste exato momento ele segurava um bastão em cima da cabeça de seu pai e sorria, Sawyer e Kate notaram uma brilhante casca de laranja em sua boca.
"Segundo conselho," continuou Jack, "tentem vesti-lo melhor, sim?"
Kate examinou o vestuário de seu filho. O garoto olhou para ela com um feliz sorriso de 4 dentinhos, usando uma fralda padrão de pano branco e uma camisa que Kate costurou para ele. A camiseta feita mal e porcamente tinha uma manga curta e uma manga sem manga. Ela tinha tentado fazer um bom trabalho, mas não era culpa de Kate que ela apenas tivesse costurado cortinas e a pele de Jack em toda sua vida.
"As fraldas de bandana de meus filhos podem ser estilosas demais para o gosto de vocês," prosseguiu Jack, "mas, é apenas um exemplo."
Pulando vagarosamente acima do ombro esquerdo de seu pai, aparece o terceiro e mais adorado filho. Este garoto era especialmente especial por seu comportamente silencioso (nunca foi visto, nem uma vez, chorando) e por causa do jeito que seus olhos sempre se fixavam em Jack (num jeito um tanto sinistro).
E ele era negro.
"Terceiro conselho: dêem um nome a ele."
"Ah, é? Bem, é melhor do que chamar todos meus garotos de Jack!" exclamou Sawyer.
Todos os filhos de Jack se chamavam Jack, mas para aliviar o lado de Jack, eles tinham nomes do meio. Ele e Ana Lucia tinham se comprometido nesse aspecto. O bebê gordo e cabeludo se chamava Jack Hugo Reyes Jr.
O bebê careca e que segurava a arma se chamava Jack Juan-Locke. E o bebê negro se chamava Jack Eko. Mas, Jack o chamava apenas de Pequeno José.
"Pelo menos, eles têm nomes!" retorquiu Jack.
"Você quer que eu dê um soco nele, Sardenta?" perguntou Sawyer, ficando cada vez mais e mais vez furioso com os supostos 'conselhos parentais' de Jack.
Jack subitamente riu. "Você nem ao menos chama Kate pelo nome verdadeiro."
"Ei," estalou Sawyer. "É um apelido carinhoso."
"Claro que é," replicou Jack. "Toda mulher adora quando você se refere a suas deformidades na pele como 'apelidos carinhosos'. Ana Lucia sempre fica um pouquinho rosada toda vez que a chamo de 'traseirinho de queijo cottage' ou
'minha pelancudinha'"
Os apelidos eram acurados. Ana Lucia tinha ganhado cerca de 100 quilos carregando os quádruplos e desde então tinha perdido muito pouco do peso. Olhando para Kate e como Sawyer colocava a mão em volta dela, segurando-a por sua cintura delgada, Jack se sentiu realmente invejoso. Não tinha um quilo a mais de gordura em seu corpo.
"Escuta aqui, Jackass, nós realmente não temos tempo pra perder aqui escutando como seus filhos são fantásticos com suas incríveis fraldas de bandana." gritou Sawyer. "Nosso filho pode não ter as melhores roupas da ilha, mas ele é muito melhor do que qualquer um que você pode ter."
"Por favor!" disse Jack, virando os olhos. "Eu duvido que você tenha a força para gerar quádruplos."
Kate e Sawyer deram uma olhadela para os 3 garotos em cima dos ombros de Jack. Eles duvidaram muito que Jack tenha tido essa 'força' toda também.
"Parem de brigar!" Uma voz ecoou.
Jack, Sawyer, Kate e todas as crianças se viraram e encontraram Locke parado a 5 metros de distância. Ninguém sabia há quanto tempo ele estivera parado lá, mas ele parecia ter saído do nada, como sempre.
"Existe uma perfeitamente. Lógica solução para. Este problema!" Gritou ele, deslizando sabiamente a mão sobre seu escalpo brilhante.. "Toda essa discussão sobre qual bebê de quem. É o melhor não vai levar nenhum de vocês. A lugar algum."
Jack observava o homem enquanto piscava fortemente. John Locke, sempre se metendo nos assuntos de todo mundo.
"E qual é a solução?" perguntou Jack, seu tom de voz minando qualquer coisa que o velhote pudesse sugerir.
Locke levantou suas mãos e anunciou, "A olimpíada dos bebês."
Sua missão de prover sábias palavras de sabedoria havia terminado e ele começou a caminhar para longe, deixando todos a observá-lo enquanto o homem de outro mundo deixava-os sozinhos. Ele se virou uma vez mais e acrescentou zangado. "Vocês não são os únicos. Nesta ilha com bebês. E todos vocês sabem disso!"
Kate, Sawyer e Jack voltaram a atenção uns pros outros.
"A Olimpíada dos bebês," disseram simultaneamente.
