A MENINA DO STARBUCKS
- Eu não quero ir pra esse evento estúpido.
Isabella pontuou, bebendo de forma irritante o café gelado. Ângela suspirou, trocando de roupa pela sétima vez. Ultimamente Bella andava irritante: com um vicio doentio pelo Starbucks. O suspiro foi dramático e falso, mas não retirou reação nenhuma da morena que olhava as unhas dos pés coloridas. Outra estupidez: aquela mania de pintar cada unha de uma cor diferente e pra piorar da sua caixa de esmalte.
- Não seja infantil. – Ang disse, escolhendo por uma blusa escura de tom verde. - Eu sei que vai ser tedioso e que você vai boiar a maior parte do tempo, mas eu não quero ir sozinha.
- Você me chamou de burra.
- Isabella! – A outra gritou exasperada. – Por favor. Eu fico te devendo uma.
- Você já me deve várias.
- Desisto de você. Não precisa ir.
- Mas eu não disse que não iria.
Ângela estreitou os olhos, fazendo um bico tão infantil que Bella riu.
- Nem disse que iria.
- Mas eu vou. – Ela deu de ombros, raios voavam dos olhos da amiga. – Tédio aqui ou lá... É tudo a mesma coisa. Mas vou ter sua companhia lá.
- Obrigada.
Ela disse o mais suave que pode. Um sorriso maligno surgiu nos lábios de Bella, que estava parada na porta, sugando o canudo do copo.
- Vamos passar no Starbucks. - Ângela gemeu. Bella sabia o que a amiga pensava do Starbucks. – Aliás, a azul fica mais bonita em você.
Ângela trocou de blusa pela oitava vez. A azul, de fato, lhe caia melhor.
. . .
Isabella e Ângela eram amigas do colegial, haviam cursado o ginásio juntas. Ângela uma nerd deslocada do grupo e Bella a nova garota da cidade. Forks era tão pequena que as duas inadequadas fizeram amizade rapidamente. Muito embora suas personalidades destoassem constantemente, Ângela é reservada, discreta e eloqüente, com um curso de medicina, enquanto Bella está empregada numa biblioteca, trabalhando meio período e cursando literatura – apesar de ter faltas escabrosas e estar repetindo o mesmo período – a idéia de responsabilidade das duas divergiam ainda mais. Com vinte e um Isabella não tinha grandes sonhos na vida. Só queria saber de concluir o curso e arranjar um emprego fácil e que lhe desse comodismo para escrever – o que tinha na biblioteca – enquanto Ângela sonhava em virar oncologista. Quando se mudaram de Forks com passagem só de ida pra Seattle tudo tinha se estabelecido naturalmente, os espaços e a forma como dividiriam a despesa.
As duas tinham bolsas e pagavam somente metade pelo que cursavam o que para duas meninas do interior era uma mão na roda.
Ângela tinha saído de um relacionamento de longa data com Bem – um colega de curso – e agora a presença constante dele fazia seus dias um inferno, principalmente quando desfilava – nem faziam três meses de término! – por aí com Lauren Mallory, estudante de veterinária. Tinha tentado alguns encontros, todos fracassados e transar com alguém sem o mínimo de contato ou conversa não lhe fazia bem. A necessidade de intimidade – e até certo afeto – envolvidos era crucial pra ela. Por isso mesmo com grande freqüência sentia inveja de Bella. A menina entrava e saia de namoros, ia e voltava com o mesmo ex (e com o amigo do ex) em um relacionamento descabido, e falava com uma desenvoltura palavrões. Uma dama que não é uma dama é uma vagabunda.
Sua mãe gostava de repetir com o nariz torcido quando Bella ia e vinha na sua casa, rindo e contando do namorado mais velho, com tatuagens, cabelo longo e uma banda de rock progressivo, a lá Kurt Cobain. O relacionamento – depois de James e Laurent – mais duradouro que Isabella já tinha entrado na vida. O nome dele era Demetri. Nas suas turnês ele havia encontrado outra musa inspiradora e os encantos de Bella foram esquecidos rapidamente por uma loira.
Talvez por isso até hoje a amiga odiasse as raças. Lauren era loira. Logo, Ângela, odiava-a também. Entendia Isabella nesse ponto.
Mesmo com as diferenças e as ações um tanto quanto inconseqüentes e imaturas, a entendia. Entendia-a ainda mais depois que ela rodeou a casa de Ben com papel higiênico e ovo choco, bem halloween, mas cumprindo o papel determinado – o de aterrorizar o puto – muito bem.
Vestiu uma calça jeans e um sapato de salto baixo, confortável o suficiente, mas deixando-a elegante.
. . .
Isabella estava intratável. Com um short curto escuro, uma melissa e uma blusa longa de alças finas, listrada e de rendas.
- Você não pode ir vestida assim.
Ângela disse sob a respiração tentando convencer a amiga a colocar ao menos uma calça.
- Está fazendo um calor desgraçado.
- Lá vai ter ar condicionado!
- E uma penca de gente me aquecendo. – Bella engatou a chave e as duas foram na sua chevy antiga pra faculdade de Seattle, aonde aconteceria a tal palestra sobre câncer e suas respectivas pesquisas. Ou algo do gênero. Ela não tinha prestado atenção. – Não é um velório ou um funeral Ang. Lá vai estar tão apinhado de gente que ninguém vai reparar no short.
- Você não vai ficar perto de mim!
- Ótimo. – Ela sorriu. – Vamos ao Starbucks.
Ang gemeu novamente, se afundando no banco, pensando se tinha sido uma boa idéia arrastar Isabella junto com ela. Mas não queria ir sozinha, estava se borrando de encontrar Ben e Lauren juntos, o que já era muito constrangedor, imagine sozinha.
Isabella conseguiu o maldito copo de café gelado. O tempo inteiro Ângela ficou de bico, emburrada e o humor só melhorou quando enxergaram carros e mais carros, filas deles, carros bonitos, de gente rica e de status. Gente qual Ângela tinha decorado o nome. Seus professores, e os professores dos seus professores e pesquisadores de todas as áreas da biomedicina comparecendo ao evento. A palestra seria dirigida por três médicos e pelo principal doador de fundos da faculdade. Todos os anos uma palestra sob os avanços eram dados e logo após um baile beneficente. Tudo um bando de babuínos doidos por um nome mais elevado, loucos pra dar dinheiro e serem chamados de caridosos e solidários com a causa. Hipócritas da pior espécie. Lógico, Ângela não achava isso, mas Bella gostava de apontar este fato sempre que oportunidade aparecia.
- Eu disse que estaria apinhado de gente.
- Eu sei! – Ela birrou, suspirando e deixando o sorriso preencher os lábios. – Bosta. Estamos atrasadas. Tudo por causa desse maldito café!
A palestra começaria as 15h00, atrasadas era eufemismo. Quarenta minutos haviam se passado desde então, dez minutos culpa do café, admitia, mas só! Ângela estava tão apreensiva por causar uma boa impressão que enrolara mais do que o necessário para se vestir.
- A primeira blusa que você pegou foi essa.
Isabella cochichou, sua voz sendo esmagada pelo burburinho.
- Eu vou achar o Dr. Banner. Não saia daqui!
A morena ordenou como se Bella fosse uma criança de cinco anos fujona. O que não era. Pôs-se a perambular pelo campus. A universidade de Seattle era gigantesca, mas o campus de medicina e biomedicina ficava a par, por conta de seu centro de pesquisas. Os corredores apinhados de grandes nomes da biologia e medicina, cientista, pesquisadores, todo tipo de mestrado e doutorado possível decorando o nome de fulano. Palavras vazias para Isabella, que agora já sugava o copo de forma desavergonhada, interrompendo a conversa de algumas pessoas com o barulho irritante. É... Parecia uma criança e a cada conversa interrompida ela dava um sorrisinho que não carregava desculpas alguma.
O corredor parecia não ter fim, embrenhava-se mais e mais pra dentro da universidade, topava com algumas pessoas, mas ninguém realmente a impedia de continuar. Ela parou, observando a foto de uma mulher nariguda, de cabelo preto grosso e oleoso, a foto antiga capturando sua brancura e boca fina. Ela torceu o rosto, lembrava Virginia Woolf. Ela sugou mais um pouco, sacudindo o gelo, procurando por um café que não existia.
Um grunhido a despertou, seus olhos chocolates seguindo o som, quase ao seu lado, nos bancos – que ela achava ser decorativo – um homem de cabelo bagunçado e jaleco repousava. Ele levantou o rosto. Edward tinha olheiras, sabia disso, não precisava de um espelho. Três dias seguidos com cochilos de duas horas não era dormir. O corpo estava dolorido, as mãos duras, assim como os músculos do corpo. Inteiramente retesado. Assim que a palestra acabara ele correra pra se enfurnar em um canto da faculdade e descansar. Os corredores pareceram à melhor opção, principalmente os da ala b, que quase ninguém visitava. Quem queria ver quadros de pesquisadores velhos e sem graça? A maioria estava interessada no baile beneficente, as palavras que eles – os caridosos que bancavam suas pesquisas – nada entendiam. "É tudo a mesma coisa" ele pensou "desde que resultado esteja no meio da frase".
Com quase dez minutos de sono, um cochilo poderoso – ele teria de esperar as festividades das palestras acabarem – o barulho irritante, de gente comendo sopa o acordou. Ele resmungou, achando que era coisa da sua cabeça, ruídos de conversa distante. Mas o som foi ficando cada vez mais poderoso. Seus olhos se encontraram com uns pares de olhos chocolates grandes, olhos enormes, enfeitando um rosto de formato de coração. Uma menina bonita. Mas irritante, mesmo seu olhar de insatisfação e o grunhido que havia soltado não a fizeram parar de chupar o maldito canudo. Era um café do Starbucks. Não imaginava o que uma garota de short e sapatilhas de plástico fazia na palestra, mas certamente ela não tinha o perfil de uma estudante ou interessada na pesquisa.
- Você poderia, por favor, - Ele deu ênfase nesta parte. – parar de sugar isto? Ou fazer isto em outro lugar?
- Por quê?
Ela piscou estupidamente, aumentando a raiva dele. Como uma menina podia ser tão obtusa?
- Por quê? – Repetiu sem acreditar nela, mas os mesmos olhos estáticos, esperando uma resposta e o barulho irritante vindo. – Porque eu estou tentando dormir! E você, menina, não está permitindo.
- Você é médico daqui?
Durante um minuto eles se encararam, Edward estava atordoado. Ele não era mais um menino pra aguentar o ritmo frenético que seu trabalho exigia, estava cansado, queria férias, um descanso prolongado pelos últimos dez anos de trabalho ininterrupto. E agora isso. Além de suportar as sanguessugas que Banner pedira pra ele tolerar sempre tinha que aguentar uma visitante maluca!
- Sou.
Disse em derrota, ao menos o barulho tinha ido embora.
- Hm.
E lá estava! Ele retornou. Edward sentiu-se furioso, por isso levantou e saiu dali, antes que fizesse uma loucura, tal como grudar no pescoço na garota e estrangulá-la até a morte. Sim, como adoraria fazer isso! Ele parou nas mesas, cumprimentando alguns e depois voltando os olhos pra cafeteria, pegou um copo descartável e o encheu. Uma morena alta, de olhos escuros e óculos, parou na sua frente, um sorriso brilhante ocupando sua boca.
- Edward Cullen? – Ela pigarreou e corou. – Digo Dr. Edward Cullen?
Ele sorriu forçadamente. Odiava esses encontros causais com estudantes ou pessoas empolgadas com o seu trabalho. E se fosse um dos malditos sanguessugas? O que diria? Pelo periférico dos olhos procurou Banner, tentando escapar dos olhos melosos da mulher, mas falhou miseravelmente.
- Sim.
- Ah! Que prazer. – Apertou às mãos, ela o sacudiu tanto com os seus tremores que ele quis rir. Sim, uma estudante. – Sou Ângela Weber, estudante de medicina. Estou no terceiro ano.
- Ainda uma estudante? Se continuar com esse entusiasmo vai longe.
- Vai mesmo. – Dr. Banner disse, aparecendo do nada. – Vejo que conheceu Ângela. Ela é uma das minhas alunas prodígios, Edward. Entusiasta do nosso trabalho.
Ele só havia sido educado, mas respeitava a opinião de William Banner. Com cinqüenta e um anos, Banner atuava como pesquisador e professor; tinha sido um dos professores de Edward na faculdade, mostrando sempre bom humor e soluções perspicazes. Tinha uma jovialidade própria de quem tinha covinhas, uma simpatia necessária pro tipo de situações que ser um cientista podia pedir, enfim, possuía as habilidades sociais que faltavam a ele.
- Respeito tudo que disser Will. Você não costuma mentir. – Deu um daqueles sorrisos tortos que sua mãe lhe dizia que sempre o salvava das situações de encrencas. – Sinta-se honrada, sta. Weber.
- E estou. – Ela falou e ele ia jogar sua chance de dar uma deixa, mas ela foi mais rápida e acrescentou: - Eu li seu artigo para o JAMA* e achei incrível, principalmente quando você fala sobre a possibilidade de um tratamento alternativo a partir das vacinas dendríticas*. Em relação ao neuroblastoma.*
Ele pigarreou e fingiu uma tosse, antes de tomar um gole do café. William o olhava com divertimento. Detestava elogios, não sabia como reagir diante deles, era um cientista brilhante, Will costumava lhe dizer, mas não era brilhante sozinho. Tinha toda uma equipe junto consigo, além de ter Will como apoio – um médico brilhante, acima de tudo -, mas sentia-se bem.
- Obrigada. É bom ver que alguns estudantes ainda possuem motivação para optar por medicina. Mas as pesquisas seguem inconclusivas. Vamos esperar e ver o que vai acontecer.
- Eu sei que vai dar tudo certo.
"O senhor é brilhante" Ângela quis acrescentar, mas achou que pareceria mais fan girl do que já estava parecendo. Bella apareceu do lado, sem o copo do Starbucks em mãos, vendo as faíscas trocadas entre si. O mesmo cara enjoado que ela tinha irritado por diversão minutos antes. Ela olhou Banner do lado começando a sentir-se deslocado. Franziu o cenho. "E eu pensando que ele gostava do vovô gatinho aqui, mas não. Ela queria o papai". Ela brincou, um sorriso selvagem e malicioso nos lábios, o contato foi quebrado quando Edward viu um par de olhos de bolas de gudes escuros lhe observando, o sorriso dela não deixava espaço pra mal entendidos. Uma sobrancelha sua estava erguida e ele sentiu-se sem graça, até Banner parecia. Esse tipo de admiração entrava em terreno perigoso.
Não entendia como Ângela não tinha uma queda por Will, ele era atraente apesar da idade e possuía tantos ou mais textos publicados no JAMA, mas sabia que não era sobre isto. Ela não podia ser aquelas paquetes, ele esperava que não. O que diabos, sua mente voltava ao lugar, àquela pequena irritadorazinha fazia ali?
- Boa tarde. Ei doutor. – A moça sem nome os cumprimentou mais educadamente do que ele achou que ela conseguiria, dando um salve direcionando a ele e depois voltou a focar na morena alta. – Você já quer ir? Mandou um sms.
- Eu... E... – Ângela ficou sem entender. – De onde você conhece o Dr. Cullen?
Sua voz soou quase irritadiça. Bella só não gargalhou ali porque não queria fazer a amiga passar vergonha, ela estava vermelha e Bella entendia o porquê. Estava se mordendo de ciúmes, quase escorregou pro lado do doutor gostosinho e se esfregou nele, mas achou que seria uma péssima ideia dada a situação.
- Nos encontramos no corredor. A menina do Starbucks.
- É Bella. E você doutor?
A voz dela havia soado como manteiga, propositalmente escorregadia. Edward sentiu um choque. Estava excitado ou algo perto disso. A mulher era uma maldição, com aqueles olhos grandes e expressivos, inundados de malicia.
- Edward. – Sua voz soou clara e ele agradeceu aos céus por isso. – Bem, se vocês me dão licença tenho alguns assuntos pendentes. – Ele deixou sua deixa cair e cumprimentou todo mundo. O aperto de mão de Bella era forte e suave, por conta da pele macia. – Foi um prazer conhecer vocês duas. E continue assim srtª. Weber, um futuro brilhante te aguarda.
. . .
- O que foi aquilo?
Ângela gritou enquanto as duas se dirigiam pra casa, o sangue dela fervilhava. Mas que bosta! Ela quis espernear, mas manteve-se calma.
- Como você o conheceu?
Ela voltou a perguntar; Bella lhe dava um dos seus melhores sorrisos, escondendo o doce, deixando-a raivosa. Andava muito temperamental e sabia disso. Começou a contar até dez, não podia ser tão imatura.
- Não foi nada, Ang. Eu só o atrapalhei a dormir.
- Como assim?
- Ele estava cochilando nos corredores.
- Meu deus... Coitado. Ele deve trabalhar tanto.
- Imagino que sim. O tamanho das olheiras dele.
- Isabella!
- Ai. – Bella a olhou torto e lhe deu a língua. – Não me bata por causa de uma quedinha.
- Não há quedinha alguma. Eu te odeio, sabia? Por insinuar aquilo na frente do dr. Banner e do dr. Cullen. Eu os admiro. Não quero ficar pelada com eles.
- E assim que você fala sobre foder? "Ficar pelada com eles". Ai! Para com isso.
- Para você.
Isabella suspirou e se deu por vencida, levantando as duas mãos em derrota, causando pânico em Ângela porque o volante estava a deus dará.
- Você sabe o quanto eu te amo né? – Ela fez um biquinho, se contorcendo no banco, roçando a perna no joelho dela, dando-lhe tapinhas no ombro, ganhando só hostilidade. – Qual é Ang! Eu estava brincando.
- Esse é o problema Bells. Você brinca demais.
- Você que não possui humor nenhum. Até o Banner estava sem graça com aquela troca de olhares "eu te fodo" de vocês dois. Eu super cortei o clima. Você me deve.
- Eu não te devo nada! – Os olhos saltando dardos de novo. – Eu olhava com admiração e Edward deve ter se sentido agradecido, bem, o ego dele levantou foi só isso.
- Não foi só isso que levantou.
- Bells.
- Ele é muito gato, Ângela. Mesmo sendo um mal humorado do caralho. Super gato. Dá um caldo ainda.
- É. – Teve de concordar. Edward era muito bonito. Mesmo que nunca admitisse isso em voz alta, Ângela tinha sim uma quedinha por Banner e o considerava lindo, mas Edward... ele era outro nível. – Ele é muito bonito. Mas isso não muda nada.
- Nadinha de nada? Nadica?
- Nadica.
As duas riram.
- Isso é ótimo, porque eu catava.
Ângela a olhou de olhos arregalados, mas voltou a rir. Apesar dos apesares tinha sido uma tarde incrível. Conversava com o Dr. Banner, pegara a palestra em vídeo com Makenna, uma estudante de cinema que tinha gravado toda a palestra e conhecera o Dr. Cullen.
Bella sorriu aquela noite antes de ir dormir. Talvez se esbarrasse com Edward por aí, só pra dizer "oi" quando fosse pegar Ângela, mas achava meio impossível. Nunca o virá antes. Ele devia ser do tipo anti-social ao extremo, trancado dentro de um laboratório vendo células se multiplicar infinitamente. Indiscutivelmente um gato.
- Pegava mesmo. E pegava com força.
Ela disse antes de desligar o abajur.
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JAMA = Journal of the American Medical Association. No meu inglês podre a tradução é mais ou menos isso: Jornal Americano da Sociedade Médica (acho que sociedade cabe melhor aqui do que associação).
Dendríticas = Componentes do sistema imunológico responsáveis principalmente pela identificação e captura de agentes estranhos presentes no corpo humano.
Neuroblastoma = Um tumor comum em crianças, que "se cura" sozinho em alguns casos, mas sempre volta.
Gente, eu espero que vocês tenham curtido esse primeiro capítulo. Eu não entendo nada de medicina, logo fiz uma pesquisa superficial (mesmo) e coloquei o que achei que cabia no contexto da história aqui. O JAMA existe mesmo e essa pesquisa com as células dendríticas também! É uma pesquisa brasileira realizada pelo ICB (Instituto de ciências biomédicas) da USP.
