Prólogo

Oito anos antes

Eles brincavam sorridentes. Rukia e Renji viveram pelas ruas a fora desde crianças, sozinhos e ao mesmo tempo juntos, afinal, tinham um ao outro sempre. Roubavam para sobreviver, sem saber se um dia iam ser gente de verdade.

- Ao todo temos uma maçã e algum dinheiro... O que fazemos? - Disse o garoto, olhando para a maçã meio apodrecida e o pouco dinheiro.

- Comemos a maçã e deixamos o dinheiro pra depois... - Respondeu ela. - Vamos dividir.

Rukia tomou a maçã do chão e colocou-a na frente do rosto do ruivo, que contava o dinheiro. Ele mordeu um pedaço da maçã, e deixou que ela comesse o resto, por mais que estivesse com fome. Por mais que quisesse uma simples maçã apodrecida, preferia ver o rosto da garota contente e lambuzado de maçã.

Agora tinham doze anos, e naquele dia estavam sentados numa árvore. Procurando pelas mesmas maçãs. Tinham algumas nas mãos e nos bolsos, quando viram homens vestidos de preto pararem em frente à árvore.

- É ela! - Gritaram. Renji e Rukia levaram um susto, afinal, por serem crianças, nunca haveriam de importar-se com eles. Estudavam, e nunca haveriam de pegá-los por simples roubos. - Desça da árvore!

- O que vocês querem comigo? São da polícia? - Ela gritou.

- Não somos da polícia, trabalhamos para Byakuya Kuchiki. Você é a pessoa que ele procura. Você é igual a esposa dele, ele deseja adotá-la como irmã.

- Como me conhecem?

- Ele investigou e achou sua escola. Venha conosco, você tem sorte. Você entrará para uma família rica e prestigiada.

- Não...! E o Renji, como fica?! Não o deixarei aqui.

- Ele deve se virar... Vamos...

- Rukia, vai. Eu me viro.

- O quê?

- Um dia a gente se encontra. - Renji sorriu agradavelmente para Rukia, e ela se obrigou a descer com algumas lágrimas nos olhos. - Quando você me encontrar, vai poder me chutar a vontade.

- Promete?

- Prometo.

Ela desceu e entrou no carro, deixando seu coração ali.