Disclaimer: Naruto não me pertence, mas ninguém me impede de ama-lo como se fosse meu.

Obs.: Hinata tem 19 anos nessa fic. Kakashi tem 33.

Obs. 2: fanfic reescrita por motivos de: na versão anterior a Hinata era menor de idade, o que é inaceitável considerando o age gap.

Azul e prata

Ele a observava de longe. Via como o longo cabelo cor de céu à meia-noite balançava com a brisa. Via como a pele branca levemente rosada brilhava na luz do sol. Via como o vestido negro abraçava o curvo corpo feminino. Via como os olhos cor de lavanda pálidos, parecidos com as flores de mesmo nome que ela carregava naquelas duas pequenas e suaves mãos, miravam fixos uma grande rocha. Via como os olhos dela miravam fixos um único nome naquela rocha.

Suspirou quando a viu se ajoelhar e acariciar o nome que admirava a horas cravado no memorial. Lágrimas começaram a deslizar pelo rosto dela. Uma após a outra.

— Neji-nii-san...— foi tudo que a voz macia dela saboreou naquele momento.

Ele ficou ali assistindo-a. Observando cada traço dela. Analisando cada emoção que passava por seu rosto.

A mulher chorou por um tempo com a testa apoiada no memorial. Quando os segundos se transformaram em minutos que transformaram-se e adquiriram o formatos de horas, ela se levantou, virou de frente para ele e sorriu-lhe. Ali estava, com um de seus pequenos e adoráveis sorrisos, tão puros como os anjos.

Ela era um anjo para ele.

O homem sorriu-lhe de volta de forma meio incerta e abriu os braços. A moça correu na direção dele e o abraçou, enterrando o rosto no peitoral masculino.

— O-Obrigada por gravar o nome dele no memorial, Kakashi-san.— ela murmurou corando um pouco.

— Neji faleceu com honra. A rocha é reservada para nossos heróis e ele foi um deles. Não posso deixar que esqueçam seu nome.

Ela ergueu o rosto e sorriu.

— Acho melhor te levar pra casa, Hinata. Eu te acompanho até os portões Hyuuga para que seu pai não fique furioso comigo. — ele tremeu como se sentisse um calafrio de medo e ela riu baixinho. Kakashi sorriu por debaixo da máscara e a fitou divertido. — Você ri, né? Não é você que tem o líder Hyuuga prometendo te matar porque "Hokage ou não, você tocou na filha do homem errado". As vezes, tarde da noite, tenho a sensação que o seu clã está me vigiando e se preparando pra me matar, mas que não leva a cabo seus desejos por causa do time 7.

— Exageraaado.— ela cantarolou com um sorriso.

Ele a preferia assim, sorrindo como uma criança, do que com o rosto duro que exibia no campo de batalha no meio da guerra.

Para ele, não importava a diferença de idade, o amor que sentia por ela superava tudo e todos. Ele simplesmente não sabia ao certo porque se sentia assim em relação a ela. Porquê quando a via passar pelas ruas sendo ignorada, ou pior, recebendo olhares de pena ou desdém, ele fervia por dentro. Porquê quando sabia que Naruto falaria algo que a feriria, interferia na conversa.

Foi pouco depois do fim da Guerra, ele lembrava-se, que percebera que havia se apaixonado pela linda mulher de cabelos azulados e olhos tão amáveis. Sua doçura e abnegação eram quase uma aberração dentro da multidão de ninjas que haviam sobrevivo à guerra. Era como se toda a podridão do mundo não tivesse alcançado-a de fato. Naquele tempo, ele a invejara por isso. E foi por esse sentimento que passou a observá-la com mais atenção. Para ele, era impossível que alguém acompanhasse a guerra e continuasse daquela forma.

Foi em uma missão, durante um genjutsu, que ela finalmente tomou-se consciente dos olhos dele acompanhando-a. Durante a ilusão, um cenário cotidiano de normalidade havia sido recriado. Nele Naruto e Sakura conversavam animados enquanto ela apenas sorria ruborizada, feliz por estar perto do loiro e sua amiga. Mas no meio da ilusão, um movimento chamava sua atenção. Percebeu um ninja em sua armadura Anbu vigiando-os de um telhado. Tinha certeza de que se tratava de um henge, mas aquele chakra era inconfundível.

Ao retornar da missão, ela ficou mais atenta aos seus arredores e percebeu que seu subconsciente havia gravado algo rotineiro que ela nunca prestava atenção. Aos os olhares dela e de Kakashi passaram a se cruzar a distancia. A cada dia o espaço entre os dois reduzia, ambos movidos por curiosidade. Até que passaram a compartilhar seus silêncios enquanto aproveitavam a sensação do chakra familiar um do outro. Depois compartilharam conversas. Até o dia em que ele confessou como havia passado a notá-la e ela lhe sussurrou ruborizada como havia notado que ele estava sempre por perto.

E assim as coisas seguiram. A cada dia que passava ele se aproximava mais dela. Depois de alguns anos Hinata deixou sua paixão não correspondida por Naruto e começou a entregar seu pra o Hatake. No dia que ele a pediu em namoro e ela aceitou, se sentiu o homem mais feliz do mundo. Mesmo tendo o pai dela observando cada passo dos dois ele não se intimidava. Iria casar-se com ela no início da próxima primavera e nada o impediria.

Ele desejava andar ao lado dela até a morte.