- Estacionamento - OK
- ipod - OK
- sorvete de chocolate - OK
- colar de perolas - OK

A tarde ensolarada convidou-o a sair para ficar de cabeça fria no parque. Depois de tudo o que tinha acontecido ele precisava daquilo. House se sentou em uma mesa de pedra e apoiou os pés no banco, também de pedra, segurava em uma de suas mãos um lindo colar de pérolas que havia acabado de tirar de dentro do bolso. Brincou com o colar girando-o em sua mão deixando seus pensamentos se perderem ao som de uma musica qualquer que saia do seu ipod. Lambeu o sorvete de chocolate, que segurava na outra mão e que escorria pela casquinha devido ao sol e aos minutos perdidos em pensamentos longe de qualquer coisa a não ser Lisa Cuddy. Era nisso que ele pensava quando brincava com o colar, quando lambia o sorvete...Ele pensava nela o tempo todo. O que havia acontecido entre eles tinha sido tão lindo e ao mesmo tempo tão doloroso que ele sentiu que não poderia vê-la novamente, mas ainda assim não queria esquece-la e nem queria que ela se esquecesse dele. Sentiu no fundo do seu coração uma pontada de medo e desespero, dor e amor que lhe deixou claro o que fazer: Devia sim presenteá-la com o colar de pérolas que a tanto havia comprado, antes mesmo da primeira noite deles há tantos anos atrás. Levantou-se, jogou o papel sujo do sorvete recém acabado no lixo e partiu para o estacionamento o mais rápido que sua perna lhe permitiu. Sentiu seu coração acalmar quando notou que ela já havia partido, olhou o relógio, não sabia que era tão tarde. O sol se punha ao longe, ele ficou ligeiramente nervoso. Entrou na sala dela e abriu a primeira gaveta. Aquela que vivia trancada, mas que ele conseguiu a chave depois de pedi-la em casamento, fazia apenas alguns dias, mas não importava mais, o casamento não iria acontecer mesmo. Deixou ali naquela gaveta tão representativa o colar, que lhe pareceu singelo demais sozinho. Resolveu escrever um bilhete, mas achou que seria hipocrisia demais amassou o papel rabiscado em sua mão, depois saiu voltando para o estacionamento e pegando sua moto para ir embora pela ultima vez. Durante todo o trajeto viu cenas e ouviu ecos, como se revivesse aquele ano tão especial ao lado dela em apenas alguns minutos. Lembrou-se do primeiro beijo quando ela perdeu o bebe, da primeira noite quando ambos iriam passar o natal sozinhos, da primeira briga quando ele se recusou a conhecer os pais dela e das outras tantas brigas que vieram depois dessa, lembrou de quando se ajoelhou diante de todo hospital para pedi-la em casamento e da briga do dia seguinte que pôs um ponto final em tudo. Por ultimo se lembrou do telefonema daquela manhã quando ele disse sim ao trabalho na Europa.

House estava tão perdido em seus pensamentos que passou sem perceber por um sinal vermelho sendo atingido em cheio por um carro que passava pelo cruzamento. Gritos, dor, desespero, socorro. ... Tarde demais. A alma daquele corpo se fora junto com o ano que acabava naquele dia. Tentaram de tudo para salva-lo ainda ali jogado no chão no meio de uma poça de sangue. Um grito alto, agudo e chio de dor ecoou por toda cidade. Lisa cuddy viu o corpo do amado ali estendido no chão, em sua mão havia um papel, instintivamente ela pegou para ler:

Sinto muito por todo o mal que te fiz é por isso que hoje saio de sua vida para sempre, não se esqueça de mim lisa mas seja muito feliz porque você merece, mesmo que quem te faça feliz não seja eu.

Com todo o amor

Gregory House

Ele não podia saber, mas a vida dela perdera o sentido quando eles acabaram e agora ela acabava de perder toda a esperança de um dia voltar a sorrir. Sua vida se fora junto com a dele, porque no fim ele sempre foi a vida dela e ela a dele.