Sumário: Cloud parecia frágil para Hércules.

Obviamente Kingdom Hearts não me pertence. E nem os personagens da Disney. *chuta pedrinha*

Fanfic betada por Anne Asakura.


Frágil


Hesitante e tremendo
Tímida sem uma mão
Finjo braveza com frieza
Dificilmente aqui

-

Alanis Morissette, "Not as we" (Tradução)


O bafo de Cerberus continuava desagradável como sempre, pensou Hércules, ao aproximar-se ainda mais de uma das paredes do Coliseu. Estava, tecnicamente, encurralado, como em tantas outras vezes e em tantas outras aventuras, mas sempre com o mesmo motivo.

Havia alguém em seus braços.

Bom, não exatamente em seus braços, ele estava jogado em um de seus largos ombros, para permitir maior mobilidade, porém continuava desacordado e desprotegido. E "em seus braços" soava tão mais poético, como Afrodite viria a dizer.

O ar fétido que saiu das narinas do cão de três cabeças movimentou seu cabelo louro avermelhado de um jeito não muito agradável e Hércules lembrou-se mais uma vez do cheiro do inferno – local aonde costumava entrar com certa freqüência para confrontar seu nem tão adorado tio Hades.

Cerberus aproximou-se um passo e o semideus afastou-se também, a parede estava ainda mais próxima e ele não tinha muita escolha senão lutar. Encarou o loiro de relance. Se desviasse os orbes dos do enorme cão por muito tempo, com certeza seria devorado. Mas ele precisava saber se poderia deixar o outro herói no chão por um momento para derrotar o Guardião do Inferno.

Olhos cerrados pacificamente; rosto meio afeminado e completamente relaxado; fios de cabelo amarelo como o sol caindo-lhe pela face; ar de quem teve uma vida triste, e que terá um destino pior ainda a lhe aguardar. Mesmo que fosse um herói e um exímio espadachim – como soubera de Phil –, Hércules não podia evitar em assemelhá-lo com as tantas donzelas que salvou. Ele parecia frágil demais.

Sem escolha, Hércules lutou com ele em seus braços, até a chegada do menino moreno e de seus amigos em forma de pato e cão.

X

- Você está bem? – a voz de Hércules era amigável e um pouco preocupada demais.

- Sim.

O silêncio se alastrou, fácil. Ele não era muito de conversar, concluiu o herói, enquanto passava a mão por seus cabelos louro-alaranjados. Sem mais o que fazer, estendeu a mão.

- Sou Hércules.

O loiro não retribuiu o gesto com as mãos.

- Cloud.

X

Pousou seus lábios nos dele, nervoso. Foi um beijo simples, nada muito grande além de bocas se encontrando brevemente no que poderia ser chamado de "selinho" em outros mundos.

Os lábios de Cloud eram frios e meio desagradáveis – o gosto era estranho e Hércules acreditava que era por causa da falta de sorrisos.

Quando se afastou e encarou a imensidão azul, viu a velha indiferença misturada com um pouquinho só de confusão.

Nada de resistência; nada de interferência.

Nem quando voltou a beijar-lhe os lábios e derrubou-o no chão.


N/A.: Lá estava eu, voltando a jogar KH quando eu vi a cena em que o Hércules "salva" o Cloud do Cérberus.

TOTALMENTE GAY.

Eu tinha de escrever e, quando citei o fato para a Ray, ela acabou fazendo minha imaginação ir mais além e escrever as outras duas cenas, porque a minha idéia principal era somente a primeira e a citação de frágil. Mesmo assim, continuei com o título e o Sumário, por simples adoração à cena.

Eu duvido muito que a Raayy vá ler a fanfic, mas eu quero agradece-la pela idéia. Só espero que ela não me deserde, porque nós nunca nos damos bem em KH por culpa de nossos gostos para casais, eu sei disso e nem ligo. AkuRoku é ótimo. De verdade e ela não entende isso.

Enfim, reviews? /o/

N/Anne: AkuRoku é ótimo. De verdade e ela não entende isso. [2]