Cruéis Intenções

Por Designer J

Série: Harry Potter (J. K. Rowling)

Classificação: Yaoi, Yuri, Lemon, Dark-Lemon, E-Hot, Romance, Angst (+18)

Advertências: Homossexualismo, Incesto, Referências a Álcool

Escrito Em: 20 de Março de 2003

Aposta

No final de Janeiro, as chuvas pareciam dar trégua e o segundo semestre do sétimo ano de Harry estava menos encharcado, o que possibilitaria que o Baile do Dia dos Namorados ocorresse fora do castelo, para a alegria de todos. No salão comunal da Grifinória, todos já haviam ido dormir, exceto por duas figuras, as quais em um canto escuro, deliciavam-se uma na companhia da outra.

"Harry, por favor! Eu tenho algo importante a te falar!"

"Pode me dizer o que quiser depois" Harry não queria por nada se separar da pessoa, beijava-lhe o pescoço, a face, a boca, e lhe tateava o corpo, buscando conhecer cada parte do outro ser, já estavam há um bom tempo sem poder se tocar, devido as férias de natal e as aulas mais severas e, agora que podiam, queria perder tempo falando...?

"Harry! – o moreno foi empurrado, e a pessoa se levantou enfurecida – eu preciso te falar algo importante!"

"Tudo bem, diga... Rony" sim, Ronald Weasley, melhor amigo, cúmplice, e atualmente amante de Harry.

"Desculpe-me, mas você precisa ouvir". Com a face enraivecida tão vermelha quanto os próprios cabelos e com as sardas mais destacadas na face quente e excitada, o ruivo deu uma mão para ajudar o outro a se levantar, levando Harry a sentar numa das várias poltronas.

"Tudo bem, o que houve?" Harry perguntou de uma forma doce, segurando a mão de Rony, contendo o desejo e a respiração desritmada.

"É que... – Rony não sabia de onde tirar as palavras, o olhar de quem está confuso e temeroso em falar, mirando cada canto do salão, como se em alguma parte houvesse a frase que ele deveria dizer, quando então... – é que... – ele respirou fundo - nós precisamos terminar!" não havia outra forma de dizê-lo.

Harry parou e permaneceu a olhar atônito para o outro, as faces corando, o coração acelerando, assim como a respiração. Sem saber de onde tirara forças para falar, falou, como se logo fosse desfalecer e assim nada mais pudesse fazer.

"Mas... por quê? Eu fiz algo que você não gostou, ou... o que?" Harry estava com a típica expressão de quem acaba de levar um fora, a boca semiaberta, pronta para replicar a qualquer justificativa para o rompimento, as faces coradas de nervosismo, os olhos embargados, quase lacrimejantes e as mãos tensas.

"Não é que você tenha feito algo errado... porque você é demais! – Rony tentou usar uma daquelas típicas desculpas para não fazer o outro sofrer que geralmente são em vão – mas, entenda, somos homens e, no futuro, quero uma vida comum. Embora te ame, no futuro só poderemos ser bons amigos, compreende...?"

"Ah, claro... – Harry pôs as mãos nas faces para segurar o que pudesse da convulsão de choro que ameaçava vir, não iria fazer um papel ridículo, pelo menos, não tão ridículo quanto o que já fazia sendo o que recebeu o fora e tenta segurar o outro; quando se lembrou de algo e, levantando a cabeça, fitou o outro seriamente – é a Hermione, não?"

"É..." Rony concordou infeliz.

"Você é mesmo um canalha, Rony Weasley... você sabe que ela namora comigo..." Harry mostrou um misto de falso pudor e triunfo.

"Sim, mas também você só começou a namorá-la para ninguém desconfiar de nós! Você sabe disso" Rony parecia levemente transtornado.

"Claro. Mas, de qualquer forma, é a mim que ela namora! E ela não vai terminar comigo por nada, mesmo que você dissesse a ela tudo o que sente!" o ar de triunfo tornou-se ainda mais vívido em Harry.

"Mas é a mim que ela ama" Rony rebateu.

"Quem te dá essa certeza? E mesmo assim ela não teria coragem de me magoar!" começaram então uma partida de Ping-pong, a melhor rebatida venceria o jogo!

"Teria, se soubesse o crápula que você é ao usá-la!" esta foi interessante, mas não o bastante!

"Mas, mesmo que ela soubesse, ela jamais ficaria com você, porque você também a usou! E além de me odiar, ela também te odiaria, e todo o mundo perfeito que você criou pra você e pra Hermione ruiria, que tal? Canalha..." Harry deu um sorriso triunfante, depois daquela sabia que Rony não contaria nada a Mione.

Harry se levantou e sentou no colo de Rony, abraçando-o e lhe sussurrando algo ao ouvido.

"Agora que você entendeu, façamos assim, esqueça essa idéia boba, voltemos a como estávamos, eu sei que embora você queira este mundinho perfeito e que você nutra sentimentos verdadeiros pela Mione, você ama a mim de verdade. E eu também tenho sentimentos por ela, acha que não me sinto culpado de usá-la? Mas é pelo nosso bem, compreende? Quando sairmos de Hogwarts, eu e ela terminaremos, e pronto, não sofreremos. Ainda seremos amigos, e nós dois podemos ter uma vida juntos..." Harry desencostou do ouvido de Rony e esperou uma resposta, mas apenas viu a face de Rony se transformar numa careta de nojo.

"Harry Potter! Como você ousa me dizer tudo isso! Não acredito que você seja realmente assim! – ele jogou o outro para fora de seu colo e se levantou, apontando para o nariz de Harry – quem você pensa que é para brincar assim com os sentimentos de alguém! Eu vou contar agora mesmo para a Hermione, mesmo que ela me odeie!"

"E você? – Harry levantou-se, de novo enfurecido – você também não brincou com os sentimentos dela! Com os meus sentimentos! Você é pior ainda, por não ter coragem de se assumir, de ser responsável por seus atos... pois se eu bem me lembro a sugestão de eu namorar ela foi sua! Foi você que disse "namore a Mione e ninguém desconfiará de nós". E eu sei que você jamais suportaria o ódio dela, não mesmo! Então não faça essa pose de machão, que pode encarar tudo, porque você vai acabar deprimido, enrolando-se numa colcha e sem poder correr pra barra da saia da sua mãe! E o pior, sem mim ou a Mione!" Harry parecia extremamente convicto e Rony sabia porque, era tudo verdade.

"Eu" o ruivo ficou estático, Harry falara a verdade, e não havia nem um porto seguro em vista, ninguém a quem recorrer.

"Ou melhor... – Harry mostrou o mesmo olhar malicioso – tenho uma idéia, façamos uma aposta. Se você vencer, eu terminarei com a Hermione e vocês estarão livres, para serem um do outro, apesar de eu achar pouco provável que isso aconteça – neste momento ele sorriu intimamente, como quem sabe de um segredo inconfessável – caso contrário, você desistirá dessa idéia boba de ficar com ela e cederá aos seus verdadeiros sentimentos, ou seja, os que têm por mim, assim eu não serei o malvado da história e você não precisará fazer algo que vá te levar ao fundo do poço."

"Você é tão presunçoso, Harry – Rony apesar de espantado com a idéia, e revoltado com a presunção de Harry, gostou muito da proposta, era este seu porto seguro – ótimo, eu aceito, o que preciso fazer?"

"Simples, até a meia noite do dia 14 de fevereiro, ou seja, noite do Baile do Dia dos Namorados (1), você tem que desvirginar a garota mais pura de Hogwarts. Se me trouxer algo que comprove que você tirou a virgindade dela, Hermione será sua, caso contrário, ou seja, não consiga fazer isso, você será meu. Gosta da idéia?"

"Claro, não pensei que você me daria uma prova tão simples."

"Não, Rony. Não é tão simples. Você, ao menos, sabe quem é a garota da qual eu falo?" Harry parecia triunfar mais e mais.

"Não, mas seja lá quem eu for, eu só preciso levar pra cama, não é?"

"É... basicamente é isso" ele sorriu ainda mais, louco para gargalhar.

"Ótimo, quem é a garota?"

"Gina Weasley, a garota mais pura de Hogwarts!" Harry gargalhou da expressão bestificada de Rony e saiu sem nada mais dizer.

Rony observou Harry subir para o dormitório e este ainda emitia leves sons de riso. Só então o ruivo percebera não se tratar de algo tão simples, precisaria levar Gina para a cama, sua tão querida irmã mais nova... só havia duas opções: desistir, e dar a aposta por perdida, ou... acabar com a pureza desta que ele tanto quis proteger.

"Hermione, o que eu faço?" Rony pensou como se ela pudesse mesmo responder. Valeria tanto a pena deixar o que vivia, para criar um mundo mais aceitável para os outros? Mas como um velho ditado diz que "Quem cala, consente", Rony seguiu para o dormitório, pois no dia seguinte teria uma dura missão. Iniciar Gina Weasley.

Continua...

(1) Em todos os países, com exceção do Brasil, o Dia dos Namorados é comemorado dia 14 de Fevereiro, apenas para esclarecer, caso alguém desconheça ou não se recorde do fato.