Disclaimer: Os personagens desta história obviamente não me pertencem (porque se pertencessem... ah, nem conto o que eu faria!), apenas me apropriei de suas vidas para dar vazão às minhas loucuras. Não lucro nada com ela, a não ser a diversão que tenho ao escrevê-la e os reviews ( ^^ )
Conteúdo: Realidade Alternativa. Romance. Slash Jensha (Jensen/Misha). Presumo que você sabe o que é slash, então se não gosta não é obrigado a ler.
Beta: AnarcoGirl (You know, you got me, sugar cup!)
Sinopse: Jensen Ackles é perdidamente apaixonado por seu professor de História. Misha Collins é um homem solitário que vive preso em suas memórias. Dois corações ansiosos e crentes no amor. Poderão eles se encontrarem, algum dia?
Nota 1: Depois de meses do fim de Meu Primeiro Amor, cá estou eu me aventurando em outra long fic. Quer dizer, não sei se vai ser tão long, mas serão alguns bons capítulos, eu acho. Já faz um tempinho que estou com esse capítulo pronto, mas só agora a história ganhou mais corpo e uma direção mais definida.
Nota 2: Preciso explicar a tripla origem dessa história. A primeira é um clipe da Alicia Keys, para You Don't Know My Name; adoro esse vídeo, sempre quis fazer algo com o plot do clipe. A segunda é uma fanart muito fofa da NaSyu (recomendo muito!), que combina com o clipe da Alicia. Para ambos seguem os respectivos links. E a terceira fonte foi uma aula, em que o professor comentava que alguns autores consideravam a relação professor/aluno como incesto. Nessa hora um raio caiu em minha cabeça e fundiu as três coisas, e saiu esse capítulo inicial. Minha amada beta me ajudou a desenvolver a ideia e eis que a fic está para começar!
Link do vídeo da Alicia: h*ttp*:/*/ww*w.*youtube*.c*om/*watch?v=_ST6ZRbhGiA&ob=av3n
Link da fanart: ht*tp:/*/nasyu*.d*eviantar*t.*com/*art/*Today-s-Special-198655526
Música do capítulo: You Got Me, Mariah Carey (tinha que ser XD, não achei vídeo da versão s/ rap) - h*ttp:/*/ww*w.y*outube*.c*om/*watch?v=YLth9I13TuY
Love Never Fails
Chapter I
I get shy around you
(Eu fico tímido perto de você)
Don't know what to say, I don't know what to do
(Não sei o que dizer, eu não sei o que fazer)
'Cause you do something to me
(Porque você faz algo comigo)
That I can't describe baby
(Que eu não consigo descrever, baby)
Estava tudo saindo perfeitamente no seu primeiro dia de trabalho. Até agora nenhum acidente, nenhuma reclamação. Por isso, Jensen Ackles sorria enquanto carregava mais uma bandeja cheia de copos pelo salão do pequeno restaurante no centro de Nova York. Aquele era seu primeiro emprego, e para o jovem estudante era uma oportunidade muito importante. Sua família estava passando por alguns problemas e ele precisava ajudar seus pais de alguma maneira. E era um emprego muito bom: um salário razoável, meio horário, que ele podia conciliar com os estudos, e em um ambiente que ele adorava: o centro da cidade.
Jensen não era um nova iorquino de nascença. Viera de Dallas, no Texas, há alguns anos, desde... Bem, desde o acidente com Joshua. Joshua era seu irmão mais velho, falecido em um acidente de carro. A família tinha se mudado porque Donna ficara muito deprimida depois do ocorrido. Mas agora, anos depois, ela estava, na medida do possível, recuperada. E Jensen não podia negar que gostava de Nova York. Por vários motivos...
O garoto tinha acabado de servir uma mesa, retirar os pratos de outra e estava voltando para a cozinha quando ele entrou no restaurante. O coração do rapaz disparou e ele sentiu as pernas bambearem, pela surpresa de o ver ali, pela própria presença dele, que tinha aqueles efeitos devastadores. Sua mão direita simplesmente não conseguiu mais sustentar o peso da bandeja e logo os pratos se estilhaçavam no chão, fazendo um grande barulho.
Pânico. Era a única palavra que descreveria bem o estado de Jensen naquele momento. Por alguns segundos o rapaz ficou paralisado, mas logo em seguida seu cérebro enviou uma única ordem para o corpo: se esconda. Não sabia bem o porquê aquele pavor dele, mas não conseguia imaginar a possibilidade de encará-lo. Já era difícil ter que fazê-lo na escola! Rápido como um trovão, abaixou-se e começou a recolher apressadamente os cacos do chão, com a mão mesmo.
- Ei, ei! – o Sr. Beaver, gerente do restaurante, chamou. – Calma, rapaz! Você vai cortar a mão assim!
- D-d-desculpe, senhor! – Jensen gaguejou, ainda abaixado. – E-e-eu vou, vou pegar uma vassoura... eu sinto muito.
Sem esperar uma resposta do homem, o rapaz praticamente correu até a entrada da cozinha. Assim que passou pelo portal, encostou-se na parede e respirou fundo. Estava seguro ali. Pelo menos dele. Mas tinha feito uma besteira. Tinha estragado tudo. O Sr. Beaver tinha jeito de ser um cara linha dura, daqueles que gostam de tudo perfeito. Não o perdoaria por aquela idiotice. Ainda mais com o restaurante lotado, na hora do jantar.
- Droga, Jensen! – o garoto murmurou, os olhos verde-esmeralda enchendo-se de lágrimas. Ainda por cima ele tinha que estar naquele estado. Deveria estar vermelho feito um pimentão. E aquela maldita respiração que não conseguia controlar. – Droga... drog...
O rapaz parou de falar assim que viu o gerente bem à sua frente. Era agora. Certamente seria demitido naquele momento mesmo. Chutado dali como um cachorro. Droga! Sua mãe tinha ficado tão contente que ele arrumara um emprego!
- Ackles, o que diabos está havendo? – ouviu a voz do Sr. Beaver perguntar.
- Sr. B-B-eaver... – tentou falar. – Eu sinto muito, eu não queria... não me mande embora, por favor!
Jim Beaver, o gerente, precisou pegar o garoto pelos ombros para fazê-lo ao menos parar de soluçar. Os olhos negros, pequenos e profundos encararam os olhos verdes de Jensen por um momento.
- Eu não vou mandar você embora! – disse, finalmente, a voz soando grave. – Eu posso parecer um carrasco, e eu exijo seriedade e competência, mas não sou nenhum vilão de filme. Você teve um acidente no primeiro dia, isso não é o fim do mundo. Agora... o que me intrigou foi como esse acidente aconteceu.
Jensen sentiu o coração disparar novamente. Os olhos de Beaver eram inquisidores.
- Você simplesmente viu Misha entrar no restaurante e ficou branco feito cera, antes de deixar tudo cair no chão. Você o conhece?
Boy, I'm entangled up in you
(Garoto, eu estou enredado em você)
These feelings I just can't elude
(Esses sentimentos que eu simplesmente não consigo disfaçar)
'Cause you're so captivating that I inadvertently
(Porque você é tão cativante que eu inadivertidamente)
Always catch myself thinkin' 'bout the things you do
(Sempre me pego pensando nas coisas que você faz)
There ain't no one else, I got my heart set on you
(Não há mais ninguém, meu coração está preso em você)
You really got me, baby it's true
(Você realmente me pegou, baby, é verdade)
"Misha", Jensen pensou, "ele o chama pelo primeiro nome, devem ser amigos. E agora?". Estava encrencado. Certamente não era bom mentir para o seu gerente - e patrão, porque Beaver era um dos donos do lugar - no primeiro dia. Certo... ele falaria da melhor maneira possível. Engoliu em seco, tentando procurar as palavras.
- B-bom... o... Sr. Collins é... hm, meu professor. – o garoto respondeu nervosamente, olhando para os próprios pés.
- E...? – Beaver esperou a continuação, que não veio. – Ele é tão ruim assim, para você ter um ataque de pânico ao vê-lo?
- Não, não é isso! – Jensen disse logo, levantando a cabeça para encarar o patrão. – O Sr. Collins é... é o melhor professor da escola. As melhores aulas são as dele, e ele é sempre muito atencioso e dedicado e...
O rapaz parou de falar de repente ao se dar conta de como estava falando. Droga! Por que era sempre assim? Não conseguia evitar. Sempre que o nome Collins saía de sua boca era naquele tom, e ele sentia que seus olhos brilhavam. Misha Collins, o professor de História, o deixava sempre assim. Confuso, perdido, com o coração acelerado.
- Jensen... – O Sr. Beaver disse, devagar, os olhos estreitando-se. – Se ele é tão bom assim, por que tanto nervosismo?
Jensen não conseguia encarar o patrão. Sentia o rosto quente e o sangue latejando em seus ouvidos. Como ele iria se explicar agora? Não podia simplesmente confessar o que sentia. Era difícil dizer para si mesmo, quanto mais para um estranho, que ainda por cima era seu chefe. E, ele tinha que admitir, mentir não era o seu forte. Bom, teria que tentar.
- É que... é só que... – os olhos verdes não paravam de se mexer. – Eu... hm, eu não me comportei muito bem nas últimas aulas dele e... eu e-estou ah, devendo alguns trabalhos... essas, essas coisas.
- Garoto... – Beaver falou, devagar. Jensen arriscou um olhar para ele e, por sua expressão, podia enxergar as engrenagens trabalhando dentro da cabeça dele. – Você é um péssimo mentiroso.
- M-mentiroso? – o rapaz disse, sentindo a descarga de adrenalina espalhando-se por suas veias. – E-eu não estou mentindo, Sr. Beaver.
- Ackles, eu tenho idade o suficiente para reconhecer certas coisas. – o homem tornou a falar, sério. – E, honestamente, você realmente não sabe esconder o que está sentindo. O corpo fala muitas coisas, e o seu está gritando desde que Misha pôs os pés neste restaurante. Você tem duas opções aqui: pode continuar mentindo, ou me dizer a verdade e começar nosso relacionamento do jeito certo.
- Sr. Beaver, eu não... – podia sentir as lágrimas se formando nos olhos.
- Escute, eu sei que eu sou um estranho para você. – Beaver interrompeu, colocando a mão no ombro do rapaz. – Senti simpatia por você desde que entrou no meu escritório, para a entrevista. Sei que você é um bom rapaz, com um futuro, e talvez eu possa te ajudar. Mas eu preciso saber que posso confiar em você, e você deve confiar em mim. Esse pode ser o nosso primeiro passo.
Jensen respirou fundo algumas vezes. Sentia-se um pouco pressionado, mas também entendia Beaver. Afinal de contas, um patrão precisava conhecer seus empregados. E sua atitude naquela noite estava sendo estranha. Não havia outra saída senão contar o motivo de suas reações à presença de Misha Collins.
- Bom... Sr. Beaver. – começou, tentando falar sem tremer. – A verdade é que... eu, eu... hm... ah, isso é ridículo...
- Jensen... – Beaver disse, esperando a continuação.
- Eu g-gosto do Sr. Collins, é isso. – o rapaz falou, de uma vez, o rosto formigando violentamente. Esperou alguma reação imediata, mas o silêncio entre eles era quebrado somente pela barulheira da cozinha e o murmúrio das vozes no salão.
Então Jim Beaver deu uma risada alta. Jensen cerrou as sobrancelhas e levantou o olhar para encarar o homem. Admitia que era um tanto ridículo agir daquela maneira e sentir aquilo – ele, um rapaz de dezoito anos. Aquela atitude seria mais adequada à Mackenzie, sua irmãzinha de doze anos, mas não a ele. Ainda assim, Beaver não tinha o direito de rir daquele jeito.
- D-desculpe, Jensen, desculpe. – o homem de cabelos castanhos e ralos disse, abanando as mãos. – Eu não tive intenção de te ofender. Eu só achei... diferente. E, entenda, Misha e eu somos amigos há um bom tempo, eu imagino a cara dele...
- Não! – o rapaz interrompeu, a voz elevando-se. – Por favor, Sr. Beaver! Ele não pode saber! Nunca!
- Jensen! Óbvio que eu não vou dizer nada! – Beaver acalmou o garoto. – Não tenho esse direito. Agora, não deveria ficar tão nervoso assim. Isso é, hm, normal, eu acho. Quer dizer, eu gostava da minha professora do ensino médio também...
Certo, aquilo era um pouco embaraçoso. Mas, de uma certa forma, Jensen sentiu segurança nas palavras de Beaver. Um homem da idade dele não deveria achar "normal" um menino gostar do professor. Talvez fosse o fato de ele morar em Nova York. Se fosse no Texas, tinha quase certeza de que teria sido mandado embora somente por aquele fato.
- Sr. Beaver, eu sinto muito... – o garoto se desculpou. – Eu... sou um idiota mesmo.
- Ackles, aprenda uma coisa: não se desculpe pelo que não tem necessidade. Sentimentos são sentimentos, não temos controle sobre eles. – Beaver falou, colocando a mão no ombro do rapaz. – Mas se você for ficar assim toda vez que ele entrar aqui, temos um problema.
As sobrancelhas aloiradas de Jensen, que combinavam com o cabelo louro escuro, se ergueram.
- Como eu disse, Misha e eu somos amigos há muito tempo. – Jim continuou. – E essa amizade nasceu da freqüência dele nesse restaurante. Todas as terças e quintas ele janta conosco.
O garoto sentiu de novo o coração bater mais forte. De milhares de restaurantes na cidade, o Sr. Collins tinha que freqüentar aquele? Era muita sorte, muita sorte mesmo...
- Bom, Sr. Beaver, eu preciso desse emprego. – Jensen respondeu, firmando a voz. – Eu disse ao senhor, quando me contratou. Eu... eu acho que vou ter que lidar com... isso.
- Calma, garoto. – Beaver disse, passando a mão pela barba castanha. – Vamos com calma. Acho importante que você aprenda a lidar com isso, de fato. Mas tem que ser aos poucos. Eu imagino que durante as aulas dele você evita o contato visual e fica na sua, não é?
- Sim. – Jensen confirmou, embaraçado.
- Certo, o clássico apaixonado tímido. – Beaver sorriu. – Então, por enquanto eu vou deixar você ficar ajudando aqui na cozinha enquanto ele estiver aqui, nas terças e quintas. O Roché pode cobrir você no serviço das mesas.
Sem esperar uma resposta, o homem virou e gritou o último nome que dissera por cima do ombro. Um jovem, uns dois ou três anos mais velho que Jensen apareceu, um par de olhos azuis zombeteiros em um rosto bem desenhado.
- Pois não? – disse, um levíssimo sotaque francês.
- Cubra as mesas do Jensen aqui por um tempo. – Beaver falou, ao que o rapaz fez uma cara de desagrado. – É só por um tempo, Sebastian!
- Eu cubro. – Sebastian respondeu. – Mas as gorjetas ficam comigo.
- Acordo? – Beaver olhou para Jensen, enquanto Sebastian abria um sorriso maroto.
- Acordo. – Jensen suspirou. Era justo.
- Cobrindo as mesas do novato, então! – Sebastian Roché disse, saindo apressado para o salão do restaurante.
- Não esqueça de limpar aquela bagunça, Roché! Agora, ao trabalho na cozinha, Ackles! – a voz de Jim tinha voltado a ter o tom de autoridade.
(You know, you got me) So in love
[(Sabe, você me deixa) Tão apaixonado]
(You know, you got me) Daydreamin' 'bout us
[(Sabe, você deixa) Devaneando sobre nós]
(You know, you got me) Starry eyed and elated
[(Sabe, você me deixa) De olhos brilhantes e em êxtase]
(You know, you got me) Whenever you want me, baby
[(Sabe, você me tem) Sempre que quiser, baby]
Jensen concordou com a cabeça e entrou de vez na cozinha. Não sabia direito como estava. Sentia-se feliz por não ter perdido o emprego, mas um idiota por ter agido daquele jeito. E ao mesmo tempo... só de imaginar que ele estava ali, há tão poucos metros, sentia borboletas no estômago.
- Você é um idiota, Ackles. – disse a si mesmo. – Um caipira bobo... – balançou a cabeça, começando a lavar os pratos que o chefe da cozinha tinha lhe indicado.
J & M
- E aí, Jens! Como foi o seu primeiro dia no trabalho?
A voz de Jared o assustou mais do que o tapa que o rapaz lhe deu no ombro. Como de costume, Jensen andava distraído pelos corredores, indo apanhar os livros no escaninho. Tentava se preparar para a primeira aula do dia. Jared o tirara tão abruptamente de seus pensamentos que quase gritara. Jensen encarou o amigo com o semblante fechado.
- Jay, eu já falei pra não me assustar desse jeito!
- Mas você sabe que está jogando saliva fora. – Jared respondeu, sorrindo. – Sabe que o alce não consegue conter sua energia!
Jensen suspirou, mas sorriu. Jared Padalecki era seu melhor amigo. Um dos poucos que possuía em Nova York. Se conheciam desde que o loiro tinha entrado para a Luther King High School, mas era como se fossem amigos de infância. Sua identificação um com outro tinha sido imediata. Talvez fosse porque, de fato, se pareciam em muitos aspectos: Jared também viera do Texas, há mais tempo que Jensen, também tinha uma irmã mais nova e um irmão mais velho.
Jared era um ano mais novo, mas era mais alto e mais forte que Jensen. Por isso, era uma espécie de guardião do amigo, que por sua natureza tímida era um alvo muito fácil para os grandalhões que gostavam de se aproveitar dos mais fracos. O loiro, em compensação, ajudava o outro com os deveres e os estudos. Não que sua amizade fosse um mero acordo, mas eles se completavam nesses aspectos.
Said I'm insecure when I'm around you
(Eu disse que eu fico inseguro quando estou perto de você)
Don't know what to say or to do
(Não sei o que dizer ou fazer)
- Meu primeiro dia foi... – Jensen tentou encontrar a melhor palavra. – Um desastre!
- Sério? – Jared perguntou, arrumando os cabelos castanhos, quase na altura dos ombros. – O que você fez, trocou os pedidos? Derrubou água em alguém?
- Antes fosse isso. – o loiro respondeu, abrindo o armário para apanhar os livros.
- Nossa, o que aconteceu, Jen? – o rapaz mais alto perguntou, a voz demonstrando preocupação.
- Você nem vai adivinhar quem é um freqüentador assíduo do B & S Bistro...
- Jens, você quer contar logo o que aconteceu? – Jared bufou. Seu jeito afobado limitava muito sua capacidade de ser paciente, às vezes.
- O Prof. Collins, Jay. – Jensen anunciou solenemente, parando para olhar o amigo.
- Mentira! – Jared falou, arregalando os olhos. – E aí?
- Eu entrei em pânico. – o loiro respondeu, o rosto corando só de lembrar as sensações do dia anterior. – Você sabe como eu fico na presença dele.
- O que eu acho adorável... – o moreno alto falou, apertando as bochechas vermelhas do amigo.
- É ridículo, isso sim... – Jensen replicou, segurando as enormes mãos do outro.
- Mas você ter entrado em pânico não pode ter sido tão ruim. Que mais houve?
- Bom, primeiro eu derrubei a bandeja cheia de pratos que estava levando. – Jared gemeu e fez uma careta. – Depois eu precisava me esconder de alguma maneira. Se ele me visse, iria querer falar comigo. Então eu comecei a catar os cacos com a mão mesmo, e o Sr. Beaver...
- O seu gerente? – Jared interrompeu.
- É. – Jensen confirmou. – O Sr. Beaver me mandou ir buscar uma vassoura na cozinha. Mas ele veio atrás de mim e eu achei que ele iria me mandar embora.
- E ele mandou? – o outro perguntou, curioso.
- Não. Mas, encurtando a história, me fez confessar que eu gosto do Sr. Collins.
- Mesmo? – Jared perguntou. – Que velho enxerido! – acrescentou, indignado.
Jensen riu do tom do amigo.
- Mas ele foi legal, sabe? – continuou. – Ele achou "normal". Me deu uns conselhos, até. E disse que, por enquanto, quando o Sr. Collins estiver por lá, eu posso ficar ajudando na cozinha.
- Jens, você não pode ficar fugindo dele a vida toda! – Jared alertou ao amigo. Sempre que conversavam sobre aquilo, falava a mesma coisa. Entendia que Jensen era tímido e até que, de fato, a presença do Sr. Collins era um pouco perturbadora, mas às vezes achava que aquilo acabaria deixando o amigo maluco.
- Eu sei, Jay, eu sei. – Jensen esquivou-se. – Mas eu preciso de um tempo.
- Sei... faz mais de um ano que temos aula com o Sr. Collins e até agora não mudou nada. Ah, não, agora você consegue responder a chamada... isso é um avanço!
- Cala essa boca grande, Jared! – o loiro disse, sem realmente estar irritado. No fundo, sabia que o amigo estava dizendo a verdade.
- Não se irrite comigo, Jenny Thunder! – Jared brincou, passando o braço pelo pescoço do loiro e bagunçando seus cabelos.
- Sabe que isso é impossível. – Jensen respondeu, fingindo estar bravo. – Você conseguiria irritar até o dalai-lama, Jay!
- E essa nem é a minha melhor qualidade... – o moreno alto disse, quando já estavam na porta da sala de aula.
Catching feelings, boy
(Sentimentos tão atraentes, garoto)
In spite of myself, I can't think of nobody else
(A despeito de mim mesmo, eu não consigo pensar em ninguém mais)
Sugar, you're the star of all my dreams
(Docinho, você é a estrela de todos os meus sonhos)
I just wanna be your everything
(Eu só quero ser o seu tudo)
Boy, you know, you really got me, baby (yeah)
[(Sabe, garoto, você realmente me pegou, baby (é)]
Depois de cumprimentar uns e outros, sentaram-se em seus lugares de costume, obviamente próximos um do outro. Enquanto a turma fazia algazarra antes do primeiro professor chegar, Jensen organizava seu material. Aquele seria um dia longo. Porque teria aula de História. E as aulas de História eram ao mesmo tempo seu céu e seu inferno.
Céu porque podia vê-lo e ouvi-lo. Porque podia prestar atenção nele enquanto quase ninguém mais o fazia. E sentia sua paixão pelo que fazia, nas suas palavras, nos seus gestos, no seu olhar – isto é, quando tinha coragem de encarar aqueles olhos azuis. E era inferno porque sabia que era um sonho impossível. Porque ele estava além do seu alcance. Porque, provavelmente, para ele, não passava de um nome em uma lista de chamada, de um punhado de trabalhos para corrigir.
Entretanto... Em algum lugar do seu coração havia esperança. Esperança de tolo, mas que era viva e pulsante. E era esse sentimento que o fazia seguir, dia após dia. Porque um dia ele haveria de conseguir vencer sua timidez e, quem sabe, conseguir ser mais do que um nome sem sentido para aquele que dava sentido à sua vida: Misha Collins.
Nota da Beta: Plot mais que aprovado! Jensen tímido é tudo de bão! Diliça!
Nota do Autor: Jensen é sempre diliça! KKKK! Plot aprovado, então vamos em frente! Não posso prometer atualizações rápidas, vocês sabem como é: Anarco Girl e eu somos universitários modelo e às vezes fica difícil pra escrever e pra betar. E tem a maldita inspiração vadia que só vem quando quer. Mas vou me esforçar, porque vocês sabem que escrevo com muito carinho! Até o próximo capítulo (saudades de dizer isso XD)!
