Disclaimer: Os personagens listados não são meus, e eu não vou chorar por isso, não agora.
Sumário: De todas as coincidências, como fomos parar no mesmo lugar, nos olhando com as mesmas caras de idiota? Oh, destino, uma merda no sapato, é disso.
"Que o amor não seja eterno, mas que seja infinito enquanto durar".
Vinicius de Moraes
Os ventos traziam folhas mortas de qualquer lugar, com um som característico sob seus sapatos, nariz vermelho pelo frio, mãos luvas grossas de couro desenhando as falhas nos troncos das árvores, uma pausa para o café não lhe parecia tão atraente, pensando bem, uma pausa para qualquer coisa.
Os ventos traziam lembranças, rachaduras aos seus lábios, e tudo o que queria era que aquilo durasse um pouco mais, olhando o céu claro, o falso calor do Sol nas suas bochechas, sentou-se no banco ajustando a saia nos joelhos distraidamente e olhou para o céu de novo.
Um formigamento no pescoço foi o bastante para que voltasse sua atenção para um pequeno espaço onde alguém poderia observar sem ser observado.
-Neji nii-san?
-Sim, Hinata-sama.
-Devo voltar, não?
-Se a senhorita quiser...
Tanto o 'senhorita' quanto a sua falta de escolha provocaram-lhe um riso triste, quase um comichão na garganta, nos últimos anos, aquilo se tornara ainda mais torturante, ainda mais melancólico.
Não gostava dessa parte.
Depositou as ultimas flores da primavera exatamente no mesmo lugar que observava desde os oito anos, olhou para o céu, mas sabia que não havia nada lá.
E voltou para casa.
Ouvia seus passos rápidos baterem fortemente no chão de madeira, e não se importava quanto ao barulho que isso fazia, ou as cabeças que viravam acompanhando o ondular do seu casaco, parou com os olhos perfurando o chefe, que devolveu o olhar com quase toda a intensidade. Farto era pouco.
-Eu me demito – pausadamente, isso.
Virando o corredor enxergava naquela escada, a liberdade. E somente quando fechou a porta do apartamento permitiu-se agir como o bobo-alegre que sempre fora, e que voltava a ser.
Abriu as janelas, a partir de agora seria um novo dia.
Tirou o estetoscópio do pescoço, jurando nunca mais fazer aquilo de novo.
Na sala de cirurgia, atrás do vidro, olhos atentos, decotes extravagantes, blocos de notas, sorrisos extravagantes. Bufou, sentia-se como carne nova jogada na toca dos leões, ou leoas, tanto faz, a da direita parecia fazer a barba.
Calçou as luvas observando seu paciente desacordado, aquele sim era o motivo dele estar ali, nada de espetáculos, ou possíveis aumentos.
A sua cara devia estar realmente engraçada, pois ouviu um risinho, estralando o pescoço, calou-o com sua melhor expressão maníaca, herdada de família, podia senti-lo tremer, e aí seu dia ficou melhor.
Oh yeah, estou de volta.
Na verdade, sempre estive por aqui, com uma vontade imensa de estrear em long-fics ou qualquer coisa do tipo, não sei no que vai dar, não sei quando vou atualizar, não sei se vão gostar, mas, tudo depende de você!
Comentando ou favoritando, eu fico feliz do mesmo jeito.
Inté
