The War of Demons and Angels.
Introdução.
Em uma época muito distante do nosso mundo, duas forças lutavam entre o bem e o mal... Duas forças místicas. Ambas, não queriam destruir o mundo, mas tinham propósitos diferentes. Um local sagrado, onde apenas descendentes de suas linhagens lutariam um dia. Estas forças, com o passar do tempo, mudaram de opinião e a partir desta era escolheram, em um conselho de guerra, encarnar em corpos mortais e decidir o futuro desta quirela por milênios. Agora os deuses iriam guerrear, e como pano de fundo usariam esta realidade como palco de suas disputas.
" Dois corpos prometidos...
Para dois deuses escolhidos...
Quando os pais estiverem alinhados...
No local sagrado a guerra irá terminar...
A luz e as trevas irão colidir...
Cada prometido terá seu guardião...
E assim, o eterno embate chegará ao seu fim."
A profecia do pergaminho ancestral é conhecida como um simples texto para a maioria das pessoas mas, para alguns poucos estas linhas significam o destino da humanidade. Duas ordens que alternaram a posse desse pergaminho, por gerações batalham esperando e aguardando o cumprimento desta. Sem uma definição concreta de vencedores ambas as forças aumentaram estrondosamente, ultrapassando os limites humanos, limites estes ultrapassados com a ajuda de seus deuses, mas em breve haverá um vencedor e estes lados opositores já começaram a garantir a vitória.
A Ordem da Luz e das Trevas batalharam incansavelmente até que haja um vencedor.
ATO I
1. Dias Não Esquecidos.
No Orfanato Honorhall, duas meninas foram trazidas para serem acolhidas, a Madame Lily as colocou no mesmo quarto.
As duas observaram o local que era velho e cheirava a mofo, tinha uma aura pesada, negra e sugava a energia vital de todos que ali adentravam.
As meninas observavam cautelosamente uma a outra sem nada a dizer. De repente alguém bateu na porta e disse de forma severa e grosseira.
- As duas precisam se lavar! Quero as duas prontas para o jantar! - A voz da mulher grosseira ecoava em seus ouvidos.
Num rápido movimento as duas foram ao banheiro e se lavaram rapidamente. A menina de cabelos ruivos e olhos azuis disse de forma séria e não demonstrou emoção alguma.
- Passe por favor a toalha. - A menina de cabelos castanhos e olhos cor de âmbar disse de forma sutil e direta.
- Claro. - Enquanto falava passava a toalha para a sua colega que olhava atentamente cada movimento que esta fazia.
Tentando puxar assunto com a menina de cabelos ruivos, a de cabelo castanho disse de forma suave e amigável.
- Meu nome é Beatriz. - Disse estendendo a sua mão para um aperto.
- Meu nome é Rachel. - Respondeu a outra de cabelos ruivos aceitando o aperto de mão.
Depois desta conversa as duas se vestiram com as roupas que cheiravam a mofo. As roupas eram dois vestidos cinzas com algumas manchas pretas. Elas vestiram-se e saíram de seu quarto para a mesa de jantar e formalmente sentaram-se a mesa, uma ao lado da outra.
Os outros órfãos conversavam e saboreavam a comida que lhes fora servida. Apesar do local estar cheio de velas, o mesmo estava frio e sombrio.
Rachel e Beatriz apenas comiam e a empregada que estava recolhendo os pratos das crianças que haviam acabado as olhava atentamente tentando procurar algum defeito.
Após o jantar as duas se retiraram sem dizer nenhuma palavra e foram diretamente para a cama. Rachel pegou um papel e um lápis e começou a desenhar coisas misteriosas, já Beatriz pegou um caderno e escrevia o que lhe vinha na cabeça.
Logo o sono chegou e as duas dormiram silenciosamente.
Quando o sol pairou sobre a janela do quarto, Beatriz logo acordou, eram seis da manhã.
Beatriz foi se lavar e fez um ato bom, acordou sua colega que ainda dormia. Rachel acordou assustada pois havia tido um pesadelo.
Desperta, Rachel foi lavar seu rosto e fingiu como se nada tivesse acontecido. O que significa aquele sonho? pensou Rachel, enquanto lavava o rosto e escovava os dentes.
Beatriz ligeiramente e silenciosamente pegou seu caderno e o abraçou, em sua mente podia ver todas as palavras que escrevera nele.
Ambas as duas meninas estavam em um transe.
Ouviu-se um barulho ecoando pelo porta, era a empregada.
- As duas podem aparecer para o café-da-manhã!
Rachel e Beatriz decidiram então se apressar para tomar o café.
Quando elas se dirigiam para a mesa, viam dois garotos brigando.
- Ei! Devolve! Esse é meu carrinho de brinquedo! - Os dois pareciam serem irmãos, o mais novo pelo que parece ser tentou agarrar o carrinho mas o mais velho fora mais rápido.
- Hahaha. Nem pense nisso. Eu vou é jogar isso fora... - O mais velho foi até a janela próxima e tentou jogar o brinquedo, antes que Beatriz interferisse.
- Não se atreva. - Os olhos de Beatriz formaram uma expressão tão severa e horripilante que aterrorizou o próprio menino. Com um rápido movimento, Rachel tomou o brinquedo da mão dela e devolveu para o irmão mais novo, dizendo palavras gentis.
- Toma... É seu. - Ela deu uma piscadela para o menino e agradecido disse seu nome.
- Meu nome é Dean. O seu nome é Rachel, certo? - Antes mesmo de responder, Beatriz num rápido movimento retirou Rachel de sua curta conversa com Dean.
- Vamos nos atrasar? Quer levar bronca por causa dele? - Beatriz deu uma leve olhada para Dean e Rachel protestou.
- Apenas estava conversando com o pobre garoto! Não tem pena?
- Não tenha pena dos mortos... - Disse Beatriz sombria.
- Mas... Ele não está morto, está? - Rachel duvidosa respondeu e, os olhos sombrios de Beatriz voltaram-se novamente a ficarem normais.
- O que foi que eu disse? - Beatriz soara novamente normal e Rachel parecia ter sofrido a mesma coisa, só que ao inverso.
- Eu disse que não se pode ter pena dos mortos Beatriz você ficou calada, apenas olhou... - Beatriz ficou quieta e foi se sentar na mesa de café-da-manhã ao lado de Rachel.
A mesa estava muito barulhenta então as duas aproveitaram para poderem conversar sobre si mesmas. Rachel iniciou a conversa.
- Quantos anos você tem? - Beatriz engoliu a comida que estava em sua boca e disse sutilmente.
- Catorze. E você? - Beatriz olhou curiosamente para o rosto da amiga, que respondeu na mesma simpatia.
- Quinze. É... O que... aconteceu... com a sua família? - Rachel formou uma expressão triste e Beatriz disse de uma forma normal.
- Nunca os conheci. Na realidade, já os conheci, mas não lembro muito bem... Minha mãe sumiu juntamente com meu pai e depois me via nas ruas pedindo esmolas. Não sei da onde eu vim. E você? - Rachel, nervosa, contorcia seus dedos uns nos outros.
- Bom... Meu pai foi um policial corrupto que morreu numa luga contra gangsters... E minha mãe... era uma bêbada e traía meu pai, seduzindo homens em bares... E depois de alguns dias ela sumiu e deixou-me sozinha até que um vizinho ligou para este orfanato para virem atrás de mim. Minha cidade natal é em Los Angeles e me mudei quando tinha oito anos para Nova Iorque. Eu estava pensando em fugir, mas alguma coisa me dizia para vir até este orfanato. - Beatriz fez um olhar surpreso e quase se engasgou tomando seu suco de uva.
Ela tossiu e depois de alguns momentos disse alegremente.
- Rachel! Eu tive a mesma sensação quando vim para cá... É como se tivesse que conhecer alguém em especial...
- É verdade! - Rachel disse após terminar seu prato e Beatriz num gole tomou seu suco e as duas rapidamente foram para o quarto.
As duas pegaram as coisas que cada uma havia trazido consigo. Rachel trazia o seu caderno de desenhar e colar que havia o brasão de sua família. Beatriz trazera seu caderno de anotações.
- Estes são meus desenhos! Tudo o que eu sonho eu desenho aqui! - Falou Rachel e em seguida Beatriz se pronunciou.
- Estas são minhas anotações! - Beatriz revirou as páginas de seu caderno sorrindo e Rachel parece que se esquecera de algo e fora pegar.
- Este... é um cubo que eu achei na minha casa enquanto eu pegava as minhas coisas... - O brilho daquele cubo era persuasivo e chamativo, Beatriz tentara tocá-lo mas sua consciência disse para não tocar nele.
- Bem bonitinho. - Disse Beatriz curiosa. - O que ele faz?
Rachel olhou para o cubo mágico e disse pensativa.
- Eu não sei... Nunca experimentei abri-lo mas dizem que ele abre portas...
- Portas!? - Exclamou Beatriz.
- Sim, portas... Acho que ele tem uma chave embutida para abrir todas as portas do Universo! - Caçoou Rachel.
- Hahahaha! Pensei o mesmo! - Beatriz pareceu se divertir com a conversa. - Bom... Minhas anotações... Revelam coisas que irão acontecer... Ou elas simplesmente fazem acontecer no exato momento em que são escritas... Não sei direito.
- Fazem algo acontecer? - Rachel ficou curiosa - Então... - Pensava Rachel, andando de um lado para o outro - Pode fazer aparecer ou acontecer de nós duas ficarmos ricas e irmos embora daqui?
- Hahaha! Nunca tentei! Mas isso geralmente ocorre quando eu tenho um sonho, então eu anoto e, noutro dia algo de bom vai acontecer com a pessoa.
- Isso é bem legal! Fazer coisas boas! Qualquer dia tento abrir o cubo e te falo o que aconteceu! - Jurou Rachel.
- Sim! E quando eu fazer um trilhão de reais aparecer pra gente eu te falo! -Prometeu Beatriz!
- Beatriz vamos prometer uma coisa? Vamos esquecer os dias antes de virmos para o Orfanato! Por que são Dias Esquecidos! - Propôs Rachel.
- Claro! Concordo! - Beatriz concordou e deu um pulinho.
As duas a partir dai ficaram muito amigas.
